segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A MAÇONARIA REALIZA CULTO SATÂNICO COM A EUCARISTIA?




Por Carlos Nabeto

- É verdade que a Maçonaria faz culto satânico com a eucaristia? M. (Fortaleza-CE).

Prezado M.,

Pax Domini!

É difícil saber ao certo o que se passa entre as quatro paredes de uma Loja, tendo em vista o fato de que os maçons são impedidos, sob a coação de GRAVES JURAMENTOS, de revelar os seus segredos para os "profanos" (=não-maçons).

Ademais, sabendo que a Maçonaria é um "sistema de Moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos" e também "uma escola não só de Moral, como de filosofia social e espiritual"

De fato, como declara claramente o ex-maçon William Schnoebelen[1], que atingiu o 32º grau, após passar pelo "Rito Escocês", pelo "Rito de York", pelo "Santuário Místico" e pela "Ordem da Estrela do Oriente", "a maioria dos maçons não sabe o que esperar no caminho dos segredos. Talvez a maior parte não esteja realmente desapontada, visto que a maioria deles juntou-se à Loja por razões mais superficiais: prosseguir e entrar no Santuário (onde são todas as festas), ou para dar impulso à sua posterior carreira profissional" (p. 53).

Comparando cada grau a "caixas-surpresas chinesa", continua: "Cada caixa desvela maior iniqüidade. Contudo, estas 'caixas' continuam fechadas aos maçons que não avançaram aos níveis mais elevados. Visto que a maioria dos maçons não ascende acima do 32º grau no Rito Escocês ou do Cavaleiro Templário no Rito de York, eles não têm mais do que vislumbres do que está atrás do véu" (p. 143).

Assim, uma vez lá dentro - aponta o mesmo autor -, "o candidato, desde o primeiro grau, é levado a crer que será inteirado de segredos importantes - segredos tão fantásticos que precisam ser protegidos por juramentos solenes sobre a Bíblia, e tão sérios que precisam ser guardados por penas de morte. Após fazer o juramento, ele aprende um aperto de mão secreto e uma palavra que é facilmente encontrada no Antigo Testamento (Boaz). Um conjunto similar de 'segredos' lhe é comunicado do segundo grau. (...) Depois que o candidato desembolsa outros cinqüenta dólares ou algo assim, e faz um trabalho mental árduo de memorização, incluindo o juramento de sangue do segundo grau que se estende por seis longos parágrafos, ele está pronto para o segredo máximo da Maçonaria (ou assim ele pensa). Aqui é onde entram a 'isca e anzol'. (...) Contudo, se você freqüenta as reuniões da Loja Azul por tempo suficiente (geralmente algumas semanas bastam), aprende que há graus mais elevados que o Mestre Maçon pode atingir. Esses graus progridem sob duas formas na maçonaria americana. Geralmente, um dos seus irmãos maçons irá encorajá-lo a unir-se ou ao Rito de York ou ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Aqui - dizem-lhe - você aprenderá segredos realmente valiosos. Essa é a 'isca e anzol' (...) Se o novo Mestre Maçon é identificado como cristão, provavelmente será direcionado ao Rito de York, que tem os 'graus cristãos'. Se for um maçon mais secular, ou talvez com um pouco de pressa, ele é aconselhado a seguir o Rito Escocês, que o faz avançar a jato através dos vinte e nove graus em alguns fins-de-semana, e o habilita a ir em frente e integrar-se ao Santuário. O santuário é ainda mais caro, mas é a parte 'divertida' da Maçonaria (...). Nestas duas 'organizações superiores', o conteúdo dos segredos maçônicos começa a tomar um tom mais solene. No Rito de York, em especial, o candidato maçônico percebe que irá adquirir conhecimento de uma natureza profundamente mística. Ele aprenderá o nome verdadeiro de Deus! Essa é supostamente a 'Palavra do Mestre' que foi perdida para sempre, mas que é milagrosamente recuperada quatro graus (e duzentos dólares) depois. Isso é excitante para quase todos, inclusive para o maçon que está dentro só por causa da festa ou da influência" (pp. 53-54).

Contudo, tal nome assim revelado - conforme documenta perturbadoramente o mesmo autor - "não é o [do] Deus da Bíblia. E se ele (ou isso) não é Deus, deve ser um falso deus - uma máscara de Satanás" (p. 56).

Realmente, algumas páginas antes, informara que: "descobrir o nome da divindade da maçonaria" é muito difícil, "visto que este é um segredo bem guardado! Para os de fora, o deus da loja é geralmente descrito como 'o Grande Arquiteto do Universo' (ou G.A.D.U.). Isso soa correto, apesar de um pouco vago. Infelizmente, a intenção é exatamente essa. (...) Nos graus inferiores, a divindade é chamada de 'Deus' (como quando o candidato jura, dizendo: 'Deus me ajude...') ou como G.A.D.U.. Quando se progride para os graus mais elevados, a natureza de deus começa a tomar uma forma menos suave. (...) O deus da maçonaria é um deus 'genérico'. Seu rótulo está em branco, de maneira que se quiser escrever nele Alá, Krishna ou até Satanás, você pode, e nenhum maçon objetará" (pp. 41-42).

E, então, o mesmo Schnoebelen passa a abordar aquilo que "mais temíamos": a aceitação natural de Satanistas, Ocultistas e Bruxos pelas Lojas Maçônicas:

"Albert Mackey, autoridade maçônica, colocou a coisa assim: 'Pode estar certo (...) que Deus está igualmente presente com o hindu piedoso no templo, o judeu na sinagoga, o muçulmano na mesquita e o cristão na igreja' (Mackey's Revised Encyclopedia of Freemasonry, pp.409-410). Alguém, usando apenas a lógica, poderia prosseguir com a idéia de Mackey, dizendo que esse 'deus' está igualmente presente com o satanista no seu antro macabro, quando ele arranca o coração de uma criança. Antes que um maçon ache essa declaração absurda, vejamos quão discriminatórias são as autoridades sobre a natureza do deus que adoram. Henry W. Coil, o erudito maçônico tido em mais alta conta, declara: 'A pedra de toque maçônica é um Ser Supremo, e qualquer qualificação que se adicione é uma inovação. (...) O monoteísmo foi adotado como o único dogma religioso da maçonaria por alguns autores. (...) Isso obviamente viola princípios maçônicos, pois requer a crença em um tipo específico de divindade suprema' (Coil's Masonic Encyclopedia, pp.516-517). Deste modo, se você disser ao satanista que ele não pode ser maçon porque o seu ser supremo, o diabo, não é um deus de primeira linha, estará violando os 'princípios maçônicos'. Quando solicitei filiação na Loja eu era um bruxo, e freqüentava a Igreja Episcopal. Era suficientemente estúpido para pensar que o deus da bruxaria, Lúcifer, era o Ser Supremo, o pai de Jesus. Assim, quando dois maçons me convidaram para candidatar-me e perguntaram se eu acreditava em Deus, eu disse que sim, sem hesitação, sabendo que meu deus era Lúcifer. Fui recebido na Loja de braços abertos, e fiquei lá por nove anos. Durante esse tempo nenhum dos meus 'irmãos cristãos' sequer me deu testemunho sobre Jesus. Isso seria contra os princípios maçônicos" (pp. 42-43).

E completa:

"Após alguns anos, conheci dois maçons de grau elevado que também eram adoradores de Lúcifer. Um era um famoso ritualista do Rito de York, e o outro era o Mestre de uma Loja" (p. 43).

Realmente, a História lista muitos cabalistas, bruxos, ocultistas e satanistas influentes como membros iniciados na Maçonaria, entre eles:

- Albert Pike
- Aleister Crowley
- Alex Sanders
- Alice Bailey
- Annie Besant
- Arthur Edward Waite
- C.W.Leadbeter
- Dion Fortune
- George Pickingill
- Gerald B. Gardner
- Gerard Encaussé
- Henry Adamson
- Manly P. Hall
- Theodore Reuss
- Wynn Westcott
etc.

Não é a toa que Schnoebelen, uma vez convertido ao Cristianismo, passou a se perguntar: "Se a maçonaria fosse tão virtuosa, como pode ser freqüentada tão livremente por bruxos e satanistas?" (p. 218).

Como se isso não bastasse, alguns símbolos normalmente usados pela Maçonaria estão também relacionados ao Satanismo e Bruxaria: o pentagrama invertido, o homem com cabeça de bode (Baphomet), o trapézio etc. O pentagrama invertido, às vezes, é combinado com a cabeça de bode (=selo de Baphomet) e aparecem em algumas Bíblias maçônicas. O interessante é que tal selo também é usado pela denominada "Igreja de Satã", fundada em 1966, por Anton Szandor La Vey, não obstante - segundo dizem - La Vey desprezar a Maçonaria.

Sobre o "selo de Baphomet", escreve Giuseppe Ferrari[2]: "Símbolo desta seita é o chamado 'selo de Baphomet', ou seja, a cabeça de um bode dentro de um pentagrama invertido (estrela de cinco pontas ao contrário) inscrito num círculo; além disso, na extremidade de cada ponta ponta há cinco letras hebraicas, e tudo é encerrado por um outro círculo" (p. 18).

Sabe-se, ainda, que as lojas maçônicas são providas de altares (logo, deve oferecer sacrifícios em alguma de suas cerimônias), rituais detalhadíssimos (dotados de suprema autoridade), seguramente protegidos dos olhares "profanos" (como eles chamam os não-maçons) e ceias/banquetes (também regidos por rituais próprios). Só Daniel Ligou, em seu "Dicionário Universal da Franco-Maçonaria", recolheu mais de 150 ritos maçônicos, alguns deles incluindo fórmulas de magia, astrologia e iluminismo.

Que se diga ainda que o próprio Schnoebelen admite (p. 168) a existência de Lojas originalmente ligadas ao Ocultismo, como seria a O.T.O.-Ordem dos Templários do Oriente (que foi presidida pelo maior satanista da História, Aleister Crowley) e o Rito do Paladium (que, segundo Domenico Margiotta, maçon do 33º grau, "é um rito necessariamente luciferiano", visto que "a divindade é dupla e que Lúcifer é igual [e combate] a Adonai").

Daí o novo questionamento de Schnoebelen: "Como a Maçonaria pode ser uma representação dos ritos do templo de Salomão, quando a coisa toda está 'orientada' na direção errada? É um conceito semelhante ao da Missa Negra, onde todos os símbolos cristãos, como a cruz ou a oração do Pai-Nosso, são invertidos ou ditos de trás para a frente" (p. 220).

De fato, um outro estudioso, Robin de Ruiter, em sua obra[2], declara: "[Gabriel Jogand Pages], melhor conhecido como [Leo Taxil] (...) em seu livro 'Os Mistérios da Franco-Maçonaria', acusou os maçons de adoradores do diabo. Em outra obra intitulada 'Les Frères Trois Points' (Paris, 1885), disse que as práticas dos maçons estavam baseada em um culto diabólico, com louvores a Lúcifer. Em 1891, publicou o livro 'Soeurs Maçonnes', no qual informou detalhadamente sobre a missa satânica que se celebrava entre os maçons de altos graus dos Cavaleiros de Padilla do "Papa Diabólico" Albert Pike, o primeiro grande líder dos iluminados nos Estados Unidos. Apesar de se ter comprovado que Taxil era um falsário, que foi expulso de uma loja de Marseille, cumpre-nos perguntar se pelo fato de ter sido falsário as acusações a respeito do íntimo parentesco entre a Maçonaria e o Luciferianismo ficam refutadas. A resposta tem de ser negativa, porque evidentemente os graus mais elevados da Maçonaria pertencem à elite de Satanás. A. Protkovsky, em sua obra 'B'naïB'rith y sus Esclavos' (México, 1941), salienta que em Charleston existe um templo dedicado a Lúcifer. Acima de um altar eleva-se uma enorme estátua (...) que representa Lúcifer. De acordo com Protkovsky, é nesse templo que se celebram os conselhos secretos que decidem a sorte do mundo" (p. 71).

Ruiter apresenta ainda outros casos em que a Maçonaria se viu próxima do Satanismo, ao que parece, em seus últimos graus de iniciação: "A Rivista della Massoneria Italiana, do ano de 1887, na página 27, afirma que a Maçonaria considera Satanás como seu chefe supremo. Em 1937, o maçon francês Albert Lantoine, grau 33 (...) reconhece: 'Os franco-maçons são servidores de Satanás'. Em [outra] carta (...), afirmou isto: 'Nós somos servidores de Lúcifer'. Em 1935, o pesquisador da Maçonaria, Fara (...), disse o seguinte: 'A cerimônia para o grau 29 (Baphomet) celebra-se sob um símbolo panteísta: uma cabeça de bode com uma tocha entre os cornos, asas de arcanjo, braços e mãos de homem, corpo de mulher com rosa e uma cruz no peito'. Também o arcebispo francês Leon Meurin (...), atribui a adoração ao diabo aos maçons e iluminados. O antimaçon e político austríaco, dr. Friederich Wichtl (...), escreve: 'Os maçons consideram Satanás como seu chefe supremo e seu deus'. Todavia, mais claras são as palavras do maçon Albert Pike, no dia 14 de julho de 1889 (...): 'A doutrina do Satanismo é uma heresia; e a verdadeira e pura religião filosófica é a fé em Lúcifer, tal qual a Adonai; todavia Lúcifer, 'Deus da Luz e Deus do Bem', está lutando a favor da humanidade contra Adonai, Deus da Escuridão e do Mal'" (pp. 72-73).

Diante disto, somado ao fato de aceitarem em seu meio "bruxos, ocultistas e satanistas"; proferirem graves juramentos de ocultar os segredos que recebem durante suas "iniciações", sob duras penas, inclusive de risco a vida (o que claramente contradiz a mensagem pública dos Evangelhos); a existência de lojas ligadas diretamente ao Ocultismo e, por fim, pelo menos em seu(s) último(s) grau(s), adotarem um deus que não corresponde ao Deus revelado por Jesus Cristo à sua Igreja (como aponta explicitamente Schnoebelen) podemos supor, legitimamente e com certa lógica, que não se pode excluir TOTALMENTE a hipótese de que a Maçonaria possua alguma ligação com o Satanismo, caso contrário não se justificaria tanto segredo...

E, como o estudioso Giuseppe Ferrari relata[3], o Satanismo tem um rito principal, envolvendo a Hóstia consagrada, que é seguido com pequenas alterações entre os diversos grupos satânicos:

"O rito principal, pode dizer-se de cada um dos grupos satânicos, ou seja, a Missa Negra, está descrito por La Vey quer em 'The Satanic Bible' [A Bíblia Satânica], quer em 'The Satanic Rituals' [Os Rituais Satânicos]. Os diversos grupos satânicos introduzem algumas alterações em relação ao rito aplicado por La Vey, que segue o modelo das mais antigas Missas Negras européias e parte, dentre outros, de escritos do poeta francês [maçon] Charles Baudelaire (1821-1867) e do escritor [ex-satanista] Charles Georges Huysmans (1848-1907). O rito é oficiado por um celebrante, um diácono e um subdiácono; como instrumentos utilizam-se algumas velas, pentagrama invertido, um cálice cheio de vinho ou licor, um pequeno sino, uma espada, um hissope ou falo, e um crucifixo invertido; é ainda usada uma hóstia. (...) O altar da Missa Negra é uma mulher nua, os participantes vestem trajes negros com capuz. O rito segue mais ou menos o da missa católica, com as orações ditas em latim, inglês e francês. Naturalmente, em vez do nome de Deus é invocado o nome de Satanás; invoca-se o nome de vários demônio, pronuncia-se o Pai Nosso em sentido contrário e negativo ("Pai Nosso que estás no inferno"...), lançam-se invectivas contra Jesus Cristo e a Hóstia é profanada de diversos modos (utilizando-a em práticas sexuais, pisando-a repetidamente com ódio...)" (p. 19).

D. Angelo Scola[4], abordando pastoralmente a questão dos ritos satânicos segundo a doutrina da Igreja, em certo ponto observa:

"Convém recordar, mesmo entre parêntesis, que os ritos satânicos muitas vezes comportam o sacrilégio (sobretudo da Eucaristia), como parte integrante do seu processo. Daí que se torna necessário advertir que 'quem profana as espécies consagradas ou as toma e as conserva com fins sacrílegos, incorre na excomunhão 'latae sententiae' reservada à Santa Sé (CDC, cânon 1367). Já daí se deduzir a gravidade de tais práticas" (p. 44).

Escreve, finalmente, o prof. André Porcarelli[5]:

"Ainda que La Vey sublinhe muitas vezes o caráter psicodramático de tais ritos, persiste a ambigüidade tipicamente satanista de, por um lado, se afirmar não acreditar em Deus, em Jesus Cristo, na Igreja, nos Sacramentos e no seu valor salvífico e, por outro lado, de se dirigir diretamente a Deus (para afirmar que não existe), a Jesus Cristo (...) e, de muitas vezes, se servir de hóstias consagradas para as profanar nos rituais, manifestando assim todas as contradições dessa 'fé rebelde', em que a negação de Deus se pode considerar uma simples forma concreta do ódio satânico contra Ele e não vice-versa" (p. 50).

Com efeito, ainda que não se possa afirmar que a Maçonaria, no seu todo ou em parte, promova rituais satânicos, em que se profanam hóstias consagradas, também não é possível afirmar o inverso, tendo em vista tudo o que foi apresentado acima e diante dos "segredos irreveláveis" a que estão sujeitos os maçons, por grave juramento, desde o 1º grau da Maçonaria, sendo que a mensagem de salvação cristã encontra-se aberta e disponível a todos os homens de boa vontade, consistindo portanto em algo TOTALMENTE PÚBLICO, incompatível com graus e segredos!

É por essas e outras coisas que a Igreja Católica insiste em AFIRMAR para todos os seus fiéis, sem exceção: É IMPOSSÍVEL CONCILIAR A MAÇONARIA COM A FÉ CATÓLICA, pouco importando o que acham ou dizem em sentido contrário outras pessoas, inclusive eventuais "bispos", "padres" ou "religiosos".

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