Quero iniciar este artigo com a definição da palavra "relativismo" segundo o dicionário larousse cultural edição de 1999.
relativismo: s.m. 1. Qualidade ou caráter de relativo; relatividade. - 2. Concepção filosófica que admite que todo o conhecimento é relativo. - 3. Posição ideológica de quem pensa que não existe nada absoluto, mas que tudo é relativo.
Depois de ter esta definição, creio que dá para entender o teor deste artigo, irmãos.
Na segunda-feira, 13/02/2012 eu estive numa formação com um padre que nos dava a respeito das diretrizes da Igreja sobre a evangelização e num dado momento do documento referido e destrinchado, a Igreja nos fala das urgências e uma delas, a ser combatido é o relativismo. O outro é o fundamentalismo que pretendo trabalhar no próximo artigo que escreverei.
Visto que o relativismo é uma posição ideológica de quem pensa que não existe nada absoluto, mas que tudo é relativo, pensemos: O pecado e sua realidade é relativa? Os mandamentos são relativos? As verdades de fé que a Igreja nos apresenta são relativas?
Pergunto: Não vemos este tipo de atitude relativista dentro da Igreja?
Sim, vemos e não adianta tapar o sol com a peneira.
Os valores morais se tornaram algo relativo.
Valores familiares se tornaram relativos.
E aí a gente percebe o reflexo desse relativismo na sociedade.
Uma sociedade que vem se tornando ímpia em grande parte dela, apóstata em outra parte, tíbia em outra parte ainda... E graças a Deus vem sendo levantado um "pequeno resto" que luta contra essa maré altíssima de acusações injustas e descabidas contra a Igreja e seus valores, contra a família e seus valores e por aí vai...
Vemos uma juventude sendo envenenada pela mídia com as mais diversas programações remetendo a um preenchimento de "vazio" que faz a cabeça da juventude (não toda), virar de tal forma que percebemos hoje um "Linderberg" assassinando por orgulho ferido de um namoro terminado.
Vemos uma Vanessa Von Richtofen pagar pelo assassinato dos pais.
Vemos um casal "Nardoni" acabando com a vida de uma "Isabela" que não tinha nada a ver com a encrenca dos pais ou seja lá qual foi o motivo, que, nunca foi esclarecido devidamente.
Vemos mães prendendo seus filhos em correntes para que não usem crak!
Vemos esposos, noivos, namorados, casos de forma passional a acabarem com a vida de seus parceiros de relação.
E muita gente dizendo que isso é normal!!!!!
Normal para quem? Para Deus não é!
E escutamos a frase: "- Isso é relativo. cada um, cada um. Cada cabeça, uma sentença...".
Isso cabe a cristãos?
N Ã O!
Essa mentalidade relativista tem de ser combatida dentro e fora da Igreja para recuperarmos os valores que estão sendo perdidos e a consequência tem sido drástica, horrenda: juventude arrebentada e machucada, famílias desestruturadas, homens e mulheres adultos que traem seus cônjuges, mentem em seus empregos, esquecem-se de Deus e dizem: isso é relativo.
Gente, que é isso?
São vidas sendo exterminadas de forma covarde e muitos de nós cristãos estamos sentados numa cadeira cativa vendo os fatos acontecerem e não fazemos nada ou - como eu me sinto - não sabemos o que fazer!
A primeira coisa, creio eu, me permitam opinar, é tornarmo-nos Evangelhos vivos de Nosso Senhor Jesus Cristo para as pessoas lerem. testemunhando que a fé não é relativa, mas é dom de Deus, é absoluta verdade que foi enxertada em nosso coração!
A segunda, é ensinarmos aos nossos filhos que existem verdades absolutas indiscutíveis na nossa fé e provarmos com nosso testemunho paterno e materno destas verdades absolutas que vem sendo questionadas, relativizadas, esquecidas...
Temos em nós a força do Espírito Santo que faz de nós vencedores em Cristo, que para nós é VERDADE ABSOLUTA, e Ele mesmo pode acabar com todo esse relativismo barato que vem nascendo, crescendo, sendo cultivado por muitos... Como eu disse anteriormente: Somos um pequeno resto que tem de se levantar contra esse relativismo de forma sábia, com caridade, pois não há necessidade de violência ou agressividade, mas de sabedoria e profetismo autêntico, sem mentiras disfarçadas de "meias-verdades", muito menos de contra-testemunhos.
A Igreja está convocando a juventude faz tempo através de João Paulo II e uma boa parte desta juventude têm dado a resposta nas jornadas mundiais e outros eventos que dá gosto de ver a juventude presente.
Levanta juventude essa bandeira das verdades absolutas contra o relativismo existente dentro da mídia, da escola, das faculdades, ambientes diversos que são povoados pos nós! A juventude já venceu o maligno, nos diz a Palavra de Deus. (conf. I João 2, 13-14)
Pais de família estão trocando sua família por casos fora do casamento... Pior! Às vezes trocam suas esposas por um caso homossexual! E se você e eu questionarmos a esses, ouviremos que o que falamos em nome de Deus é relativo! Que são livres para escolherem a opção sexual a qual os tornam felizes! Meu Deus! E a família, como vai? Como eu já escrevi num outro artigo.
Quando entramos dentro das famílias, vemos realidades assustadoras, como a mãe que prefere que a filha leve o namorado para dormir com ela dentro de casa do que num motel! E a castidade, onde fica?
O mandamento "NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE" é relativo então?
E o pai que apóia seu filho à vida promíscua dando-lhe preservativos...?
O que dizer de um governo que, através de uma de suas ministras, colocada lá para ajudar o gvoerno em favor do povo, quer legalizar o aborto? E se formos adentrar dentro da política, a coisa fica pior!
Ali já não é mais relativismo. É quase um paganismo. Claro que há exceções, irmãos.
Não generalizemos, mas uma grande maioria, infelizmente está numa situação caótica.
Muitos têm dito que o Brasil não tem jeito.
Discordo. Em gênero, número e grau.
Tem jeito sim, porque está se levantando um pequeno resto que pode fazer a diferença, desde a juventude até os anciãos, que buscam a autenticidade de vida com verdades absolutas de fé, ensinam, catequizam, anunciam... Eu sou testemunha de que a juventude, os adultos, as crianças têm jeito! Eu vejo um Ministério Jovem anunciando em diversos lugares e em diversas situações querendo não só fazer a diferença, mas SENDO a diferença.
Eu vejo adultos engajados em diversos movimentos e pastorais da Igreja, SENDO a diferença neste mundo tenebroso...
Eu vejo muitos idosos, anciãos, que com seu exemplo de vida e sabedoria adquirida com o tempo, são verdadeiros santos vivos que com simplicidade vivem a radicalidade do Evangelho em seu anonimato muitas vezes...
Eu vejo crianças que vivem sua infência de forma sadia, cristã, que fazem de tudo para se embrenharem nas verdades absolutas do Evangelho e da Igreja, sem questionamentos infundados e ridículos que a mídia joga na programação cotidiana da TV, rádio e de forma especial na internet.
Eu sou testemunha de que o Brasil tem jeito! É Terra da SANTA CRUZ!
Temos como padroeira (e querem tirar isso de nós!) a mãe de Deus!
Através deste artigo, quero levantar a bandeira das verdades e valores absolutos que foram perdidos no tempo e no espaço da vida onde muitos não se deram conta da sedução a qual caíram...
O relativismo atinge até Padres, povo de Deus!
E nós ao invés de orarmos, estamos tão envenenados às vezes, que entramos na onda do ataque, do julgamento, da condenação, visto que nem Deus condena! (conf. João 3, 15-19).
Nosso papel é orarmos pela santificação e não gritar pela condenação!
Nosso papel é fazer nascer mais vocações e não anular as que já existem!
A luta destes homens é dura, desleal, injusta contra o inferno, e por isso temos de levantar os cristãos de seu comodismo "relativo", para ficar de pé na Verdade que é Cristo, absoluto, único e verdadeiro Deus! Oremos pelos sacerdotes, freiras e consagrados que também lutam conosco, sem julgarmos, pois nosso papel é ajudá-los em sua santificação...
O relativismo tem de ser combatido, enfrentado e temos de nos levantar como profetas, sentinelas da manhã (jovens!), sentinelas das madrugadas, do dia, da noite!
Avante, povo de Deus! O céu nos espera e temos de dar as mãos para o máximo de pessoas que pudermos agregar e não afastar...
Fora relativismo!
Paz e fogo.
Nota: Quero agradecer ao Padre Lorenço que no dia 13/02/2012 na Igreja de São Gonçalo inspirou este artigo em meu coração com suas palavras sábias e bem colocadas.
"Pois a fé vem da pregação e a pregação é pela Palavra de Deus" (Romanos 10, 17)
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Santa Bernardete Soubirous
Comemoração
litúrgica: 16 de abril.
- Também nesta data: Santo
Acácio, Bispo,
Marçal, Calisto e Júlia
A santíssima Mãe de Deus, para conferir
aos homens mais uma de suas infinitas
graças, e para confundir o que no mundo se julga
forte, escolheu um instrumento, à
preferência de outros, débil, segundo
a divina economia que São Paulo exalta: "Deus
escolheu o que é fraco no mundo, para confundir os fortes"
(1Cor 1,27). Este instrumento era Bernarda Soubirous, nome hoje
caríssimo e celebérrimo no mundo inteiro, mas
naquele tempo, quando apenas quinze anos contava, de todos
desconhecida.
Nascida em Lourdes, região montanhosa dos
Pirineus, a 7 de janeiro de 1844, filha de Francisco e
Ludovica Casterot, dois dias depois foi batizada e
recebeu o nome de Maria Bernarda.
Vivendo pobremente e por algum tempo empregada
em tomar conta do gado, crescia sem alguma doutrina humana,
mas em suavíssima simplicidade de costumes
e admirável candura de espírito,
querida por Deus e pela Santíssima
Virgem Mãe. Maria observou a humildade
de sua filha e dignou a inocente menina , entre 11
de fevereiro a 16 de julho de 1858, de 18
aparições e de celeste
colóquio. Na época, o bispo local, que
inicialmente duvidara da versão da inculta menina,
que afirmava as aparições, pôs ela
à prova e pediu para que, na próxima
aparição, perguntasse à ela
qual o seu nome. Bernardete, cumprindo o pedido do bispo, esclareceu
à Virgem a indagação do bispo, no que
Nossa Senhora respondeu: "Eu sou a Imaculada
Conceição". Ao retornar, o bispo ouviu estupefato
a resposta da menina, já que tratava-se de um dogma
recém proclamado, o dogma da "Imaculada
Conceição" firmado há menos
de quatro anos por Pio IX (1854) que, pelas dificuldades de
comunicação da época, estava restrito
ao conhecimento ainda dos setores mais elevados da
Igreja.
Nesta, tão célebre aparição
e ilustrada por Deus por tantos sinais, pode-se notar um
tríplice carisma, conferido à piedosa jovem.
Chamamo-la antes de tudo: Vidente, porque diante
de numeroso povo, arrebatada em
êxtase, foi maravilhosamente deliciada com o
bondoso aspecto da Virgem. Chamamo-la de Mensageira
da Virgem ao mundo, porque por ordem de Maria
pregou penitência e oração ao
povo; mandou aos sacerdotes, que naquele lugar
construísse um Santuário; predisse a
todos a glória, a santidade e
os futuros benefícios do mesmo lugar. Por fim
vemos nela a Testemunha da Verdade,
porque a muitos contradizentes, com o máximo
candor de simplicidade, junto com suprema prudência
do mandamento confiado da Virgem, com
admiração de todos os eclesiásticos e
de juízes seculares.
Todas estas coisas levadas ao termo por divino impulso por
uma ignorante e inculta menina, Deus a
leva longe para a solidão de um
convento, e quase desprezada pelo mundo, preparou-se
para coisas mais admiráveis, para
que, pregada na cruz com Cristo e com
ele quase sepultada, atingisse profundamente na humildade
a vida interior sobrenatural e, um dia na luz da
santidade ressurgindo ao mundo, com este estábil testemunho
da santidade unisse nova glória
ao Santuário de Lourdes. Por
isto, obedecendo ao chamamento de Deus, em julho de
1867 se transferiu para Nevers, para iniciar a vida
religiosa na Casa-Mãe das Irmãs da Caridade
e instrução
cristã. Terminado o noviciado no mesmo ano, fez os
votos temporais e onze anos depois os perpétuos.
Admiravelmente fulguraram nela as virtudes, mas sua alma virgem foi
principalmente adornada daquelas que mais convinha
à discípula predileta da Virgem Maria:
Humildade profunda, terníssima pureza e ardente
caridade. Provou-as e aumentou-as com as dores
de uma longa enfermidade e angústias de
espírito que a atormentaram suportando-as com
suma paciência. Na mesma casa religiosa
a humildíssima virgem ficou
até a morte, que depois de recebidos
os sacramentos da Igreja, invocando sua
dulcíssima Mãe Maria, descansou santamente
a 16 de abril de 1879, no trigésimo
sexto ano de idade, e
duodécimo de vida religiosa.
Tendo ficado até este ponto como debaixo do
alqueire da humildade, com a morte tornou-se
resplandecente a todo o mundo. Debaixo do
pontificado de Pio X, em 1923, foi iniciado o
processo de sua beatificação. A 14 de julho
de 1925 o Papa Pio XI lançou o nome da
serva de Deus nos fatos dos bem-aventurados. Em
contemplação aos grandes e inegáveis
milagres, que Deus se dignou operar por sua serva, a causa foi
reassumida em junho de 1926 e levada ao fim em 2 de julho de 1933.
"Os acontecimentos que então se desenrolaram em Lourdes e
cujas proporções espirituais melhor medimos hoje,
são-vos bem conhecidos. Sabeis, caros filhos e
veneráveis irmãos, em que
condições estupendas, apesar de zombarias, de
dúvidas e de oposições, a voz daquela
menina, mensageira da Imaculada, se impôs ao mundo. Sabeis a
firmeza e a pureza do testemunho, experimentado com sabedoria pela
autoridade episcopal e por ela sancionado desde 1862. Já as
multidões haviam acorrido e não têm
cessado de precipitar-se para a gruta das
aparições, para a fonte milagrosa, para o
santuário elevado a pedido de Maria. É o
comovente cortejo dos humildes, dos doentes e dos aflitos; é
a imponente peregrinação de milhares de
fiéis de uma diocese ou de uma nação;
é a discreta diligência de uma alma inquieta que
busca a verdade... Dizíamos nós: "Jamais num
lugar da terra se viu semelhante cortejo de sofrimento, jamais
semelhante irradiação de paz, de serenidade e de
alegria!. E, poderíamos acrescentar, jamais se
saberá a soma de benefícios de que o mundo
é devedor à Virgem auxiliadora! "Ó
gruta feliz, honrada pela presença da Mãe de
Deus! Rocha digna de veneração, da qual brotaram
abundantes as águas vivificadoras!" (...) Estes
cem anos de culto mariano teceram, ademais, entre a Sé de
Pedro e o santuário pirenaico laços estreitos,
que nos apraz reconhecer. A própria virgem Maria
não desejou essas aproximações? "O que
em Roma, pelo seu magistério infalível, o sumo
pontífice definia, a Virgem Imaculada Mãe de
Deus, a bendita entre as mulheres, quis, ao que parece,
confïrmá-lo por sua boca, quando pouco depois se
manifestou por uma célebre aparição na
gruta de Massabielle". Certamente, a palavra infalível do
pontífice romano, intérprete autêntico
da verdade revelada, não necessitava de nenhuma
confirmação celeste para se impor à
fé dos fiéis. Mas com que
emoção e com que gratidão o povo
cristão e seus pastores não recolheram dos
lábios de Bernardete essa resposta vinda do céu:
"Eu sou a Imaculada Conceição"! "
(Trecho da Carta Encíclica do Papa Pio XI - durante o
centenário das aparições da SS. Virgem
em Lourdes - 02 de julho de 1957)
Reflexões:
Bernardete,
cavando o solo com os seus dedos afiados,
fazia surgir, pela graça de Nossa Senhora, uma fonte de
água do milagre, o mais fecundo capítulo da
apologética moderna. Recebeu um ministério novo,
confiado a todos os Santos. Cada um deles,
porém, tem as suas características. As
de Bernadete são a sua pequenez engrandecida pela
força e pelo amor de Cristo. A sua
condição humilde de ontem, elevada
hoje, à distribuidora de grandes
lições ao gênero humano.
Mostrou-nos
ela a Rainha dos Santos; hoje começa a
ensinar-nos o espírito de santidade. Já
não é o sobrenatural acima de nós, mas
dentro de nós. Já não nos
convida a irmos às bordas do Gave beber da
água milagrosa; o seu apelo é
para que vamos ao grande rio sacramental, onde as
almas bebem a santidade; e para que consideremos
como a humanidade se refaz, se nobilita, se sublima, modelada
em Cristo.
A
sua voz dir-nos-á de futuro: Vêde,
homens pequeninos, materializados em gozos
efêmeros, o que pode a ignorância, a
humildade de uma camponesa iletrada, transformada pelo
Espírito Santo.
É
talvez mais bela esta segunda missão do que a
primeira. Depois de nos revelar a Virgem, mostra-nos o
Espírito Divino. Com uma diferença: é
que a Virgem vimo-la
através dos olhos dela; o
Espírito vemo-la nela
própria.
Fonte: Pàgina Oriente
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
SÃO JOÃO BOSCO
São João Bosco, bispo
Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).
Fundador
da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos
de Dom Bosco - SDB)
S. João Bosco nasceu em
Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família
de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua
vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas
dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios.
Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e
todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas
para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes
populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.
A 5 de Agosto de 1872, São
João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou
as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção
das jovens. Anos depois, fundou os "Salesianos
Externos", os "Cooperadores Salesianos". São leigos que
desejam partilhar os mesmos anseios educativos para o bem da juventude
pobre.
Desta espiritualidade salesiana, desabrochou um amplo movimento
salesiano: um instituto de leigas consagradas (as "voluntárias de
Dom Bosco"); muitas Congregações que aderem a este estilo de vida
e tantos "amigos de Dom Bosco", que afetiva e operativamente
se relacionam com este "mundo salesiano". Com sentimento de
humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu apenas de
projeto humano mas por iniciativa de Deus. Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).
DECRETO
PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)
No decorrer do século XIX, quando por toda a
parte, chegavam à maturação os venenosos frutos de
destruição da sociedade cristã, cujos germes haviam sido tão
largamente disseminados pelo século anterior,
a Igreja, principalmente
na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas contra si levantadas,
nesses tristes tempos, pela
maldade dos homens.
Contemporaneamente, porém, a
misericórdia divina enviou, para auxílio de sua Igreja, válidos
campeões, para que
evitassem a ruína e conservassem
entre o nosso povo a mais
preciosa das heranças recebidas
dos Apóstolos – a fé genuína de Cristo.
De fato, no meio das
dificuldades daqueles
tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e,
mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos
inimigos, logrou desmantelar as muralhas de Israel.
Sobressai entre os demais, por elevação
e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João Bosco
que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o século
passado, qual marco miliário apontando aos
povos o caminho da salvação. Porquanto,
“Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão de
Isaías, e “dirigiu todos os seus
passos”. E, na verdade,
o Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo,
resplandeceu diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o
coração de Deus, como educador inigualável da juventude, como
fundador de novas famílias religiosas e
como propagador da fé.
De humilde condição, nasceu João Bosco numa
casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de
Francisco e
Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de
agosto de 1815. Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos, cresceu na piedade sob a sábia e santa
guia materna. Desde menino, resplandeceu nele
uma índole excelente, a que andavam unidas grande agudeza de engenho
e tenacidade de memória,
aprendendo num instante quanto lhe era ensinado pelos
mestres, primando sempre, sem contestação, nas classes, pela
rapidez no aprender e facilidade
de intuição.
Depois de alguns anos de
áspera e laboriosa
pobreza, que lhe
rebusteceu a fibra, preparando-o para as mais árduas
provas, com o
consentimento da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso,
entrou para o seminário de Chieri, onde,
por espaço de seis anos,
se dedicou com ótimo aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação sacerdotal, em
Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos
meses após, admitido ao Colégio Eclesiástico de
São Francisco de Assis, sob a direção do bem-aventurado José
Cafasso, exercitou com grande vantagem
das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais,
nos cárceres, no confessionário e
na pregação da palavra de
Deus.
Formado assim neste exercício prático do
sagrado ministério, sentiu acender-se,
mais viva do que nunca em seu espírito,
a peculiar vocação alimentada por inspiração divina desde
sua adolescência, qual a de
atender e dirigir para o bom caminho a
juventude, particularmente a
abandonada. Sua
perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este
meio para preservar a sociedade da
ruína a que estava
ameaçada e, para a atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de
seu nobre coração com tão felizes resultados que, entre os educadores
cristãos contemporâneos, figura ele
indubitavelmente, em primeiro lugar.
O próprio nome “Oratório”, dado à sua instituição,
faz-nos ver sobre
quão firme base tenha construído todo o edifício, isto é,
sobre a doutrina e piedade cristã, sem a
que baldada se torna,
qualquer tentativa de arrancar
às paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais
mais nobres. Nisto,
porém, usava ele tanta
doçura que os jovens quase que, espontaneamente, sorviam e amavam a
piedade, não já constrangidos, mas por verdadeira convicção,
e uma vez ganho seu afeto,
levá-los-ia sem dificuldade para
o bem.
A fim de perpetuar a existência
de sua obra e prover assim
mais eficazmente a educação
juvenil, animado pelo Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX,
de santa memória, fundou a
“Pia Sociedade de São
Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o “Instituto das Filhas
de Maria Auxiliadora”.
Hoje as duas famílias
formam um conjunto de
quase vinte mil
membros, espalhados por
todo o mundo em cerca de mil
e quinhentas Casas. Milhares
e milhares de crianças de
ambos os sexos recebem sua formação literária e profissional.
Seus Filhos e
Filhas também se encarregam , generosamente,
da assistência aos enfermos
e aos leprosos e, alguns deles, contraindo
este terrível morbo,
sucumbiram vítimas
de sua caridade. Dignos
filhos de tão grande Pai!
Nem deve passar
desapercebida a instituição
dos Cooperadores, isto é,
uma associação de fiéis, em sua maioria
leigos que, animados
do mesmo espírito da
Sociedade Salesiana e como
essa dispostos a
qualquer obra de caridade, tem
por escopo prestar, segundo as circunstâncias, válido auxílio
aos párocos, aos bispos e ao
mesmo Sumo Pontífice.
Primeiro e notável
ensaio de “”Ação
católica!”
A Associação foi aprovada
por Pio IX e, em vida ainda
do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou
a cifra de oitenta
mil sócios.
Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito,
não se limitou tão somente ao
círculo das nações
católicas; alargando o
horizonte de sua caridade, enviou os missionários de
sua família religiosa à conquista dos gentios
para Cristo.
Aos primeiros que, chefiados
por João Cagliero, de santa e gloriosa
memória, se dedicaram à
evangelização das extremas terras da
América Meridional,
surgiram muitos e muitos
outros salesianos
que espalhados agora aqui e ali pelo mundo,
levam intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.
Quantas e quão grandes coisas tenha ele feito
e padecido pela Igreja e pela
tutela dos direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar,
portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de
Salomão: Deus lhe deu
sapiência e prudência extremamente
grande, e magnitude
imensurável como a areia que
está na praia do mar. (3
Re, 4, 29).
Deu-lhe Deus sapiência, pois
que, renunciando a todas as
coisas terrenas, aspirou unicamente promover a
glória de Deus e a salvação
das almas. Era seu mote: “Dai-me
as almas e ficai-vos com o
resto”.
Cultivou em grau supremo a humildade;
tornou-se insigne no espírito de oração, tendo a mente sempre
unida a Deus, se
bem que parecesse continuamente distraída por uma multidão de
afazeres.
Nutria extraordinária
devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora,
e experimentou
inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na cidade de Turim, o
célebre templo, do alto de cuja
cúpula campeia a Virgem
Auxiliadora, Mãe e Rainha,
sobre toda a casa de Valdoco.
Morreu santamente no
Senhor, em Turim, aos
31 de janeiro de 1888. Crescendo,
dia a dia, sua fama de
santidade, foram, pela Autoridade Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi introduzida por Pio X, de santa
memória, em 1907. A
Beatificação foi depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana,
com regozijo de toda a
Igreja, no dia 2 de junho de 1929.
Reencetada a Causa no ano
seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam
devessem ser atribuídas a milagre
divino. Pelo decreto de 19 de novembro deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e
atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.
Desfeita
a última dúvida, isto é, se
em vista da aprovação dos
dois milagres,
depois que a Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder
com segurança à sua solene Canonização.
Esta dúvida foi
proposta ao Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator
da Causa, na Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em
presença do Santo Padre no dia 28 de novembro.
Todos os eminentíssimos Cardeais presentes, Oficiais, Prelados e
Padres Consultores deram parecer unânime e
afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou,
deferindo, todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro
domingo do advento. Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de
1933, dia também consagrado a São Francisco Xavier,
padroeiro da Obra da Propagação da fé, fez a solene
declaração neste sentido.
A canonização teve lugar a 1 de abril de
1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção,
na presença de toda a Corte
Pontifical, no meio de um esplendor extraordinário,
diante de perto de 300.000
pessoas.
São José Cafasso – canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. (Consta no
texto como “bem-aventurado” porque o decreto pontifício é anterior
à sua canonização.)
Corpo
Incorrupto
Seu corpo permanece incorrupto na Basílica Maria
Auxiliadora de Turim, Itália. (Fonte da incorrupção:
http://sanjuanbosco33135.tripod.com/id31.html)
Reflexões:
São João Bosco é uma das figuras mais eminentes,
entre os santos dos nossos dias.
O bem que fez à família de
Cristo na terra e com isto às almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra, é o zelo
pelas almas. Outro
interesse não conhecia, a
não ser este: Ganhar almas
para o céu. Este
zelo o fazia exclamar: “Dai-me
almas, senhor, com todo
o mais podereis ficar”.
No trabalho pela salvação das almas, se esquece
de si próprio, sacrifica comodidade, conforto e
saúde. É incansável.
Dia e noite está ocupado com a realização de seu ideal:
Implantar nos corações dos jovens o amor a
Cristo e à Mãe Santíssima.
Seu apostolado, abençoado e
acompanhado pela mãe, é
grandioso e universal. Não
há ramo de ação católica que a obra de São João Bosco não abranja:
Ensino, doutrina, arte, caridade e
imprensa. Assim,
este grande santo apresenta
a personificação mais completa de Nosso Senhor em nossos
dias. Sua vida ativa e
contemplativa é a vida de Jesus
Cristo em perfeita imitação.
Demos graças a Deus por ter dado este grande apóstolo
à Igreja Católica e peçamos-lhe
a graça de, por intercessão de seu
santo servo, crescermos
cada vez mais no amor a Jesus Cristo,
a sua Santa Igreja
e aumente-nos de dia para
dia o zelo apostólico pela salvação das almas.
Zelo pela salvação das almas não é virtude que
somente aos sacerdotes deve
pertencer. O
mandamento da caridade se dirige
a todos, e a petição
“venha a nós ,o Vosso reino”, do Pai-Nosso,
fala-nos do dever que temos de trabalhar pela solidificação e
propagação do Reino de Deus sobre
a terra. Os pais devem
zelar pela santificação dos seus filhos;
os superiores tem
obrigação de promover a vida em
Deus dos seus súditos. Cada estado
tem deveres especiais,
que se relacionam ao bem espiritual
do próximo.
Quem julga que nada pode fazer pela salvação do
próximo, faça uso da oração
e edifique o próximo pelo
bom exemplo. Quem
diz não saber em que intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções mensais do Apostolado da Oração, abençoadas
pelo Santo Padre.
Fonte: Página Oriente
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