Pregação feita pelo Ricardo Sá num acampamento para músicos.. Confira!
"Pois a fé vem da pregação e a pregação é pela Palavra de Deus" (Romanos 10, 17)
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
COERÊNCIA DOS MÚSICOS
Irmãos, paz e fogo.
Nas minhas andanças pelos eventos, grupos de oração, encontros, etc., tenho conferido algumas coisas que infelizmente não estão de acordo com o chamado que Deus fez a quem exerce tal ministério.
Quando voltei para a Igreja através da RCC, logo fui inserido num ministério de música, que aprendi a amar e respeitar tal ministério e também aprendi a zelar pelo mesmo.
Minha primeira formação foi com a Comunidade Recado. Três módulos de bênção que nunca me esqueci.
Passei a ter um zelo muito grande por este ministério e também a zelar pelo testemunho dos que assim exercem seu chamado.
Sabe, irmãos, depois disso, Deus me encaminhou para águas mais profundas e então veio o chamado à pregação.
A partir de então veio todo o amadurecimento espiritual, a estrutura espiritual, enfim, ainda amando tal ministério, mas exercendo agora um chamado de Deus que se estende até hoje.
Bem, a RCC me ensinou a zelar pela música dentro dos grupos de oração e creio, irmãos que alguns ainda não se deram conta que o ministério de música dentro dos grupos de oração é apenas o trampolim do povo para entrarem em oração. São apenas um cartão de visitas dentro de um grupo de oração, onde não são chamados a darem shows particulares, mostrarem vaidades, serem o centro das atenções... Pelo contrário!
São chamados à discrição, levando as pessoas a Deus e não a si mesmos!
Sem contar a falta de discernimento dos mesmos!
Sinto falta de ministérios atentos ao que está sendo pregado... Dos ministérios que fazem as pessoas entenderem o que está contecendo no grupo de oração, levam ao ciclo carismático, ministram conforme o tema sugerido pela coordenação ou dentro de um seminário...
Sem demagogia, irmãos! Tem hora que é duro de estar dentro do grupo de oração pela ausência de coerência dos ministérios.
Comecemos pelos instrumentos:
1 - Tem Igrejas e capelas onde aacústica do local não favorece uma bateria e enfiam uma bateria lá, agredindo os ouvidos da assembléia e não ajuda a prestarem atenção no que está sendo ministrado pela música, bem como, tem lugares onde não se cabe uma guitarra, primeiro pela potência sonora da mesma e outra que muitas vezes, o músico quer dar show e distorce o som, faz as estripulias incoerentes para mostrar a habilidade do instrumento...irmãos, isso não é necessário... E quando o grupo de oração é muito simples, não cabe a complicação dessa parafernália de instrumentos... Coopere com a simplicidade do grupo de oração e das pessoas.
2 - A mesa de som é outro problema sério em alguns lugares. O violão se sente muito baixo e aumenta o som. A guitarra se acha muito baixo e vai aumentar também. O contra-baixo se sente muito baixo e aumenta o volume também, o teclado sente que não está acompanhando os outros instrumentos e vai lá na mesa aumentar... Bem, em virtude desses fatos a voz de quem canta fica em último plano, sem nenhuma chance de ser notada! Vamos ser coerentes, né!
Vamos ao discernimento agora:
1 - O coordenador do grupo de oração ou do evento, sabe do que faz (pelo menos deduzimos isso, já que estamos a serviço deles), portanto, estar em unidade com a coordenação é imprescindível. Conheço coordenadores que estão ficando sem cabelo na cabeça de tanto esquentarem a mesma pelos ministérios desobedientes à moção do grupo, desobediente às ordens da coordenação... Músicos, lembrem-se do que São Francisco dizia: "O obediente não peca".
2 - Num grupo de oração, sempre gostei de seguir a moção que é dada pela intercessão ou pela coordenação pois assim define a necessidade do grupo e ajuda-nos no discernimento do que pregamos. Uma grande parte dos músicos não respeita isso. Cantam o que querem e não o que Deus quer! Não fazem as pessoas da assembléia entender o que foi pregado, não afunilam a ministração para a pregação, mas abrem um leque desnecessário de músicas cansativas, sem cristividade nenhuma e nem mesmo ora o que cantam, mostrando uma espiritualidade ridícula, medíocre e deficiente que prejudica o andamento do grupo ou evento. Sem contar que a irresponsabilidade da falta de espiritualidade acrescenta um baita fardo nas costas de quem reza dentro do ministério, banda, sei lá. Vamos ter coerência com nossa vida de oração e obediência!
3 - Muitos músicos, ministros e etc, cometem um erro sério num grupo de oração e eventos por aí: Ministram até a hora da pregação (muitas vezes ministram errado!), quando o pregador começa a pregação, muitos saem. Já vi alguns irem afinar instrumentos, outros a jogarem conversa fora, outros a darem uma volta, outros ainda para namorar!!!! Não ficam ali a serviço, estão em busca de prestígio! Desculpem, irmãos músicos, Deus pedirá conta disso! Ele chamou a todos para darem testemunho de, pelo menos, um pingo de interesse pela PALAVRA QUE INSPIRA SUA MÚSICA!!!!! Músico sem conteúdo da Palavra é um "címbalo que retine" como diz São Paulo aos Coríntios. É desrespeito, falta de educação com a Palavra pregada! Quando chega a hora do fechamento da pregação, não sabem o que tocam, e quando o fazem, fazem mal feito, com uma música que não dá o sentido real da pregação! Povo de Deus, coerência! Seja educado pelo menos!
4 - Muitos ministérios têm a graça de terem alguém que conduza, ministre a música, os momentos e, infelizmente, em alguns lugares, chega a me dar desespero para que acabe logo o ditocujo momento. Pois a oração começa com Maria, passa pelo Espírito Santo e aí se ora em línguas no momento mariano e o povo não entende se é para orar com Nossa Senhora ou no Espírito Santo... Que eu saiba, ambos são pessoas bem distintas uma da outra. Isso quando não se pede um batismo no Espírito Santo e depois de uma frase: "Vem Espírito Santo" - não era para pedir o BATISMO NO ESPÍRITO? - começa-se a orar por libertação, por cura e o povo que começa a pedir o Batismo no Espírito fica todo perdido pois quando se abre para pedir o mesmo, já está se pedindo cura e libertação, milagres e afins. Gente, parece que as pessoas não conseguem nem diferenciar as pessoas divinas mais! Não sabem separar os momentos e ainda vem me dizer que isso deixa o grupo mecânico! Ah, vai tomar banho! Mecânico é como deixamos o povo: Parados sem saber o que devem fazer primeiro, se louvar, orar por cura, clamar por Maria, pedir o Batismo no Espírito... Coerência, irmãos nos momentos e pessoas divinas...
Sabe, irmãos, é de chorar a situação de muitos grupos de oração quando não vemos um ministério de música a animar tal grupo, mas o que vejo, é a falta de humildade de muitos músicos, perguntando sobre quantidade de pessoas... Uma soberba sem tamanho invadiu muitos ministérios de música que eles chegam nas Igrejas, nem mesmo fazem um momento de oração, pois têm que arrumar instrumentos, afinar, arrumar microfones, e o Autor do chamado que o músico tem fica esquecido num canto da Igreja, pois o "maestro" está se preparando para o grande "show"...Misturar-se com os outros ministérios do grupo? Nem pensar!
Eles são os ilustres personagens principais de um grupo de oração que quer proporcionar aos seus participantes um encontro pessoal com... Jesus? Não. Com eles mesmos.
Desculpem os irmãos que não precisariam ler tais coisas. Não são todos os ministérios assim, irmãos, em nome de Jesus, não são todos!
Mas os que fazem tais coisas, vão muito além.
Uns tem o dom da "cisma". Cismaram que têm o chamado para serem ministros de música e ficam lá na frente, gritando - quando cantam - atrapalhando os outros irmãos que tocam - pois não sabem a música que ensaiaram, pois no lugar do ensaio tinha um evento mais importante, a saber, um jogo de futebol, um churrasco, um shopping, sabe como é... -, é difícil isso, pois para falar a verdade com tais pessoas, alguns ficam com medo de magoar, da pessoa se afastar... Deixemos de ser bobos e sejamos de Deus!
Onde tem Deus tem a verdade!
Irmão, músico, musicista... Busquem o alto! Afeiçoem-se ao alto!
Levem as pessoas para a meta que todos queremos: O Céu!
Busquem uma vida espiritual sólida, de santidade e oração, de unção, para assim, transbordarem quando tocarem para o povo que estará diante de vós.
Parem com essa frescura de quererem um Gianini, ou marcas que sejam o TOP de linha... Ainda que seja bom um desses, a unção está acima da técinca e quando colocamos esta unção, esse chamado, esta espiritualidade na técnica que possuimos, no aparelho que possuimos, na voz que possuimos, então Deus acontece na vida de quem nos escuta.
Esta é a missão! Fazer Deus acontecer na vida de quem nos escuta!
Vosso ministério, irmãos, é o único que a resposta vem de imediato. Pedimos para levantarem as mãos e as pessoas levantam, para dizer "a", "b" ou "c" e elas dizem. A resposta é imediata!
Vossa responsabilidade é grande.
Respeitem a Liturgia quando vocês a cantarem. Respeitem os momentos do grupo de oração onde vocês ministrarem, repeitem a espiritualidade, a identidade do movimento... Irmãos músicos, vosso dom foi dado por Deus para arrebanharem as almas a Ele!
Façam isso! Mostrem para que vieram! Não sejam ídolos que fingem ser de Deus!
Sejam músicos inspirados que sabem o Deus que os conduz e chamou!
Amem vosso ministério como Aquele que amou você por primeiro ama as almas que te ouvem!
Zelem pelo dom divino de fazer acontecer os hinos celestiais aqui na terra!
Façam ecoar no mundo a unção e inspiração de Deus em favor das almas...
Paz e fogo.
Seu irmão em Cristo, servo dos servos de Deus Antonio Lucio de Oliveira.
Nas minhas andanças pelos eventos, grupos de oração, encontros, etc., tenho conferido algumas coisas que infelizmente não estão de acordo com o chamado que Deus fez a quem exerce tal ministério.
Quando voltei para a Igreja através da RCC, logo fui inserido num ministério de música, que aprendi a amar e respeitar tal ministério e também aprendi a zelar pelo mesmo.
Minha primeira formação foi com a Comunidade Recado. Três módulos de bênção que nunca me esqueci.
Passei a ter um zelo muito grande por este ministério e também a zelar pelo testemunho dos que assim exercem seu chamado.
Sabe, irmãos, depois disso, Deus me encaminhou para águas mais profundas e então veio o chamado à pregação.
A partir de então veio todo o amadurecimento espiritual, a estrutura espiritual, enfim, ainda amando tal ministério, mas exercendo agora um chamado de Deus que se estende até hoje.
Bem, a RCC me ensinou a zelar pela música dentro dos grupos de oração e creio, irmãos que alguns ainda não se deram conta que o ministério de música dentro dos grupos de oração é apenas o trampolim do povo para entrarem em oração. São apenas um cartão de visitas dentro de um grupo de oração, onde não são chamados a darem shows particulares, mostrarem vaidades, serem o centro das atenções... Pelo contrário!
São chamados à discrição, levando as pessoas a Deus e não a si mesmos!
Sem contar a falta de discernimento dos mesmos!
Sinto falta de ministérios atentos ao que está sendo pregado... Dos ministérios que fazem as pessoas entenderem o que está contecendo no grupo de oração, levam ao ciclo carismático, ministram conforme o tema sugerido pela coordenação ou dentro de um seminário...
Sem demagogia, irmãos! Tem hora que é duro de estar dentro do grupo de oração pela ausência de coerência dos ministérios.
Comecemos pelos instrumentos:
1 - Tem Igrejas e capelas onde aacústica do local não favorece uma bateria e enfiam uma bateria lá, agredindo os ouvidos da assembléia e não ajuda a prestarem atenção no que está sendo ministrado pela música, bem como, tem lugares onde não se cabe uma guitarra, primeiro pela potência sonora da mesma e outra que muitas vezes, o músico quer dar show e distorce o som, faz as estripulias incoerentes para mostrar a habilidade do instrumento...irmãos, isso não é necessário... E quando o grupo de oração é muito simples, não cabe a complicação dessa parafernália de instrumentos... Coopere com a simplicidade do grupo de oração e das pessoas.
2 - A mesa de som é outro problema sério em alguns lugares. O violão se sente muito baixo e aumenta o som. A guitarra se acha muito baixo e vai aumentar também. O contra-baixo se sente muito baixo e aumenta o volume também, o teclado sente que não está acompanhando os outros instrumentos e vai lá na mesa aumentar... Bem, em virtude desses fatos a voz de quem canta fica em último plano, sem nenhuma chance de ser notada! Vamos ser coerentes, né!
Vamos ao discernimento agora:
1 - O coordenador do grupo de oração ou do evento, sabe do que faz (pelo menos deduzimos isso, já que estamos a serviço deles), portanto, estar em unidade com a coordenação é imprescindível. Conheço coordenadores que estão ficando sem cabelo na cabeça de tanto esquentarem a mesma pelos ministérios desobedientes à moção do grupo, desobediente às ordens da coordenação... Músicos, lembrem-se do que São Francisco dizia: "O obediente não peca".
2 - Num grupo de oração, sempre gostei de seguir a moção que é dada pela intercessão ou pela coordenação pois assim define a necessidade do grupo e ajuda-nos no discernimento do que pregamos. Uma grande parte dos músicos não respeita isso. Cantam o que querem e não o que Deus quer! Não fazem as pessoas da assembléia entender o que foi pregado, não afunilam a ministração para a pregação, mas abrem um leque desnecessário de músicas cansativas, sem cristividade nenhuma e nem mesmo ora o que cantam, mostrando uma espiritualidade ridícula, medíocre e deficiente que prejudica o andamento do grupo ou evento. Sem contar que a irresponsabilidade da falta de espiritualidade acrescenta um baita fardo nas costas de quem reza dentro do ministério, banda, sei lá. Vamos ter coerência com nossa vida de oração e obediência!
3 - Muitos músicos, ministros e etc, cometem um erro sério num grupo de oração e eventos por aí: Ministram até a hora da pregação (muitas vezes ministram errado!), quando o pregador começa a pregação, muitos saem. Já vi alguns irem afinar instrumentos, outros a jogarem conversa fora, outros a darem uma volta, outros ainda para namorar!!!! Não ficam ali a serviço, estão em busca de prestígio! Desculpem, irmãos músicos, Deus pedirá conta disso! Ele chamou a todos para darem testemunho de, pelo menos, um pingo de interesse pela PALAVRA QUE INSPIRA SUA MÚSICA!!!!! Músico sem conteúdo da Palavra é um "címbalo que retine" como diz São Paulo aos Coríntios. É desrespeito, falta de educação com a Palavra pregada! Quando chega a hora do fechamento da pregação, não sabem o que tocam, e quando o fazem, fazem mal feito, com uma música que não dá o sentido real da pregação! Povo de Deus, coerência! Seja educado pelo menos!
4 - Muitos ministérios têm a graça de terem alguém que conduza, ministre a música, os momentos e, infelizmente, em alguns lugares, chega a me dar desespero para que acabe logo o ditocujo momento. Pois a oração começa com Maria, passa pelo Espírito Santo e aí se ora em línguas no momento mariano e o povo não entende se é para orar com Nossa Senhora ou no Espírito Santo... Que eu saiba, ambos são pessoas bem distintas uma da outra. Isso quando não se pede um batismo no Espírito Santo e depois de uma frase: "Vem Espírito Santo" - não era para pedir o BATISMO NO ESPÍRITO? - começa-se a orar por libertação, por cura e o povo que começa a pedir o Batismo no Espírito fica todo perdido pois quando se abre para pedir o mesmo, já está se pedindo cura e libertação, milagres e afins. Gente, parece que as pessoas não conseguem nem diferenciar as pessoas divinas mais! Não sabem separar os momentos e ainda vem me dizer que isso deixa o grupo mecânico! Ah, vai tomar banho! Mecânico é como deixamos o povo: Parados sem saber o que devem fazer primeiro, se louvar, orar por cura, clamar por Maria, pedir o Batismo no Espírito... Coerência, irmãos nos momentos e pessoas divinas...
Sabe, irmãos, é de chorar a situação de muitos grupos de oração quando não vemos um ministério de música a animar tal grupo, mas o que vejo, é a falta de humildade de muitos músicos, perguntando sobre quantidade de pessoas... Uma soberba sem tamanho invadiu muitos ministérios de música que eles chegam nas Igrejas, nem mesmo fazem um momento de oração, pois têm que arrumar instrumentos, afinar, arrumar microfones, e o Autor do chamado que o músico tem fica esquecido num canto da Igreja, pois o "maestro" está se preparando para o grande "show"...Misturar-se com os outros ministérios do grupo? Nem pensar!
Eles são os ilustres personagens principais de um grupo de oração que quer proporcionar aos seus participantes um encontro pessoal com... Jesus? Não. Com eles mesmos.
Desculpem os irmãos que não precisariam ler tais coisas. Não são todos os ministérios assim, irmãos, em nome de Jesus, não são todos!
Mas os que fazem tais coisas, vão muito além.
Uns tem o dom da "cisma". Cismaram que têm o chamado para serem ministros de música e ficam lá na frente, gritando - quando cantam - atrapalhando os outros irmãos que tocam - pois não sabem a música que ensaiaram, pois no lugar do ensaio tinha um evento mais importante, a saber, um jogo de futebol, um churrasco, um shopping, sabe como é... -, é difícil isso, pois para falar a verdade com tais pessoas, alguns ficam com medo de magoar, da pessoa se afastar... Deixemos de ser bobos e sejamos de Deus!
Onde tem Deus tem a verdade!
Irmão, músico, musicista... Busquem o alto! Afeiçoem-se ao alto!
Levem as pessoas para a meta que todos queremos: O Céu!
Busquem uma vida espiritual sólida, de santidade e oração, de unção, para assim, transbordarem quando tocarem para o povo que estará diante de vós.
Parem com essa frescura de quererem um Gianini, ou marcas que sejam o TOP de linha... Ainda que seja bom um desses, a unção está acima da técinca e quando colocamos esta unção, esse chamado, esta espiritualidade na técnica que possuimos, no aparelho que possuimos, na voz que possuimos, então Deus acontece na vida de quem nos escuta.
Esta é a missão! Fazer Deus acontecer na vida de quem nos escuta!
Vosso ministério, irmãos, é o único que a resposta vem de imediato. Pedimos para levantarem as mãos e as pessoas levantam, para dizer "a", "b" ou "c" e elas dizem. A resposta é imediata!
Vossa responsabilidade é grande.
Respeitem a Liturgia quando vocês a cantarem. Respeitem os momentos do grupo de oração onde vocês ministrarem, repeitem a espiritualidade, a identidade do movimento... Irmãos músicos, vosso dom foi dado por Deus para arrebanharem as almas a Ele!
Façam isso! Mostrem para que vieram! Não sejam ídolos que fingem ser de Deus!
Sejam músicos inspirados que sabem o Deus que os conduz e chamou!
Amem vosso ministério como Aquele que amou você por primeiro ama as almas que te ouvem!
Zelem pelo dom divino de fazer acontecer os hinos celestiais aqui na terra!
Façam ecoar no mundo a unção e inspiração de Deus em favor das almas...
Paz e fogo.
Seu irmão em Cristo, servo dos servos de Deus Antonio Lucio de Oliveira.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Uma visão diferente sobre a morte
Uma visão diferente sobre a morte
Testemunho de Catalina sobre a Reconciliação e a Unção dos
Enfermos
Providência Divina
Propriedade registrada © 2004, La Gran Cruzada del
Amor y Misericordia. Todos os direitos reservados.
Este livro é publicado em coordenação com o Apostolado
de la Nueva Evangelización
(ANE – Apostolado da Nova Evangelização)
É permitida a reprodução deste livro em sua totalidade, sem
sofrer mudanças ou acréscimos, e sempre que a reprodução e distribuição forem
feitas unicamente sem fins lucrativos.
Este documento está disponível sem custo algum, através da
Internet. Pode-se entrar online e imprimi-lo dos seguintes sites na
“Fortalecei-vos com a oração, porque na
hora de prestar contas em Minha presença, estareis sozinhos e nus... Com as
mãos cheias ou vazias.”
À memória de minha mãe...
+ 27 de junho de 2003 (Dia do Sagrado
Coração de Jesus e da Virgem do Perpétuo Socorro)
À memória de meu irmão Carlos...
+ 7 de junho de 2003 (Véspera da Festa de
Pentecostes e Primeiro Sábado do mês)...
...que nos legaram um exemplo de amor e de
paz, oferecendo suas dores e sofrimentos pela salvação das almas. (Mons. René
Fernández A.) Cochabamba – Bolívia
Tendo lido o conteúdo deste impresso
em que Catalina descreve uma experiência espiritual frente à dor da morte de
seu irmão e de sua mãe, encontramos um conjunto de ensinamentos saudáveis sobre
a infinita misericórdia de Deus no momento supremo da vida. Por um lado,
leva-nos a meditar sobre o sentido da morte que, segundo a revelação Divina, é
a passagem definitiva da vida humana para a vida sobrenatural estabelecida por
Deus mesmo e que é o fim e destino de todos, porque todos, sem exceção, estamos
sujeitos à morte e a uma nova vida. Neste escrito se ressalta, sobretudo, o
perdão que Deus outorga àqueles que, com coração arrependido, mesmo no momento
de expirar, assim como o malfeitor que está cravado junto à cruz em que agoniza
Jesus, recebe o prêmio do paraíso, somente por reconhecer seus pecados e
implorar a misericórdia Divina.
O fato da morte dos entes queridos
nos enche de uma profunda amargura, mas a fé, a certeza da ressurreição,
reconforta nossa dor convertendo-a em gozo espiritual e uma profunda paz do
espírito. O relato de Catalina nos leva a considerar estes aspectos que, sem
dúvida alguma influirão notavelmente em nosso caminhar em direção ao ponto
definitivo de nossa vida. Deus nos espera a todos, mas nem todos se fazem
merecedores dos bens divinos. A cena da agonia de sua mãe, ainda que constitua
um momento de profunda dor, é, no entanto um momento grandioso, glorificado
pela presença do Senhor que está pronto para recebê-la em Seu Santo Reino junto
ao coro dos anjos que a rodeiam neste supremo momento. Se a vitória humana e
passageira, enche de profunda satisfação e alegria aos que alcançam o triunfo,
quanto mais encherá a alma de infinita alegria sabendo que na hora da morte se
abre a vitória sobre a própria morte. Essa é a cena que nos faz viver o relato
de Catalina que, enfrentando a dor e a angústia pela morte de sua amada mãe,
sente o gozo profundo de saber que essa mulher que a trouxe ao mundo passa
desta terra à eternidade acompanhada de Cristo, da Virgem Maria nossa Mãe, dos
anjos de Deus, para receber a coroa da vitória.
Que Deus em Sua infinita
misericórdia nos conceda o arrependimento de nossos pecados e nos dê o perdão
para que possamos ter uma santa morte. O que foi expresso por Catalina
infundirá na pessoa que leia com atenção e sem preconceitos, uma garantia e
confiança plena na misericórdia Divina, ao mesmo tempo que servirá para
valorizar em alto grau a necessidade de estabelecer uma aliança com Deus por
meio do Sacramento do Perdão.
Estas considerações me movem a
recomendar a leitura deste pequeno impresso que produzirá um valioso fruto
espiritual.
+ René Fernández A.
Arcebispo Emérito de Cochabamba
“Dito
isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o
Senhor. Disse-lhes outra vez: ‘A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou,
assim também eu vos envio a vós. ’ Depois dessas palavras, soprou sobre eles
dizendo-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados,
ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’.” (Jo
20, 20-23)
Querido irmão leitor:
Você tem em suas mãos a experiência
de uma irmã sua, que por ordem do Senhor compartilha consigo vivências importantes
para as almas de todos os homens.
Os que seguimos suas experiências já
há vários anos, oferecemos a você um testemunho sincero sobre a autenticidade e
validade destas palavras. Cremos que este obséquio divino responde à
necessidade de oferecer ao homem mais informações sobre estes temas, que o
pensamento moderno trata com demasiada superficialidade.
A morte não é a frustração da vida.
É sim o “nascimento para a vida eterna”, mas o homem se rebela, e a desafia, em
muitos casos a rejeita, mostrando uma preparação insuficiente para enfrentar um
desenlace que orienta o destino de sua alma, para viver a eternidade junto a
Deus ou para afastar-se definitivamente Dele.
Esta perspectiva está inscrita na
existência de todo homem desde a sua concepção, seja crente ou não... Todos
teremos que nos confrontar com a morte e ali terminará de se definir nosso
destino.
O presente relato nos alerta sobre a
importância de viver na graça de Deus, de acudir sem temor ao amoroso abraço de
Jesus Cristo, através dos meios que Ele mesmo instituiu: a Confissão, a
Eucaristia e a Unção dos Enfermos; sacramentos que curam, santificam e
reabilitam o estado de graça.
Por isso, convidamos a todos os
irmãos que podemos fazer nos escutar, para que não esperem demais para voltar
ao Senhor... Porque quem pode assegurar que amanhã se terá tempo para isso?
Corram às fontes da graça! Voltem a contemplar a Cruz e inclinem-se diante de
Jesus, Deus de Amor, que somente espera o retorno de seus filhos, sãos e
salvos.
Os Editores
Primeira Parte: A morte, dor e esperança
“Deus, porém, lhe disse: ‘Insensato! Nesta noite ainda exigirão
de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão? ’ Assim acontece
ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus.” (Lc 12, 20-21)
Capítulo I
O amor bate à minha porta
No final do mês de maio, viajei para
a cidade de Orange County, (Califórnia) nos Estados Unidos, para cumprir um
compromisso em companhia de meu diretor espiritual e um casal de amigos muito
queridos. Nesse período, minha mãe estava muito doente, e o Senhor me pediu que
me ocupasse de preparar o luto para a família. Telefonei para casa, para saber
o estado de saúde de minha mãe e me disseram que era estável, informando-me
ainda que meu irmão Carlos chegaria para nos acompanhar nestes dias tão
delicados para nós.
Embora soubesse que não era o mais
importante, o fato de ter que procurar roupas pretas de luto para minha família
foi uma experiência muito especial, pois tinha a ver com a morte de alguém a
quem eu amava; neste caso, pensava em minha mãe. A maneira de o Senhor me
orientar me fazia entender que ia preparando meu espírito, meu estado de ânimo
e o de min3ha família. Dias antes, o Senhor nos havia pedido, ao meu diretor
espiritual e a mim, que fizéssemos durante um mês uma hora diário de adoração
noturna, em reparação por nossos pecados, pelos pecados de nossos familiares e
dos do mundo inteiro.
No dia 6 de junho, dois dias antes
de Pentecostes, o Senhor me ditou como habitualmente faz, algumas passagens
bíblicas para que as meditássemos. E acrescentou:
- Pede colaboração especial nos
afazeres de casa para o dia de sábado; preciso de ti quase reclusa em comunhão
Comigo.
Entendi que o Senhor queria que eu
não me distraísse com outros assuntos, pois deveria estar disponível para Ele,
para rezar e para esperar que me falasse.
Disseram-me que meu irmão Carlos
talvez não chegasse ainda porque tinha tido um problema renal.
No sábado, 7 de junho pela manhã,
véspera de Pentecostes, disse o Senhor logo depois das orações de laudes:
- Quero vossa disponibilidade, não
penseis em outros assuntos, conto convosco; deixai que os outros façam o que
tiverem planejado. É necessário que saibas agir com calma e firmeza. O
importante é o amor que se põe em tudo o que se faz...
Enquanto fazíamos nossas orações
matutinas, meu diretor espiritual e eu recebemos a visita de uma pessoa, que se
uniu a nós em orações. Mais tarde chegou meu filho com a tremenda e inesperada
notícia de que meu irmão Carlos tinha falecido em meu país.
Corri diante do Santíssimo e me pus
a chorar, perguntando ao Senhor por que o havia levado num momento em que ele
não estava preparado, pois era isso o que eu pensava. Eu estava preocupada
porque meu irmão, divorciado, havia contraído matrimônio em segundas núpcias e
não podia comungar. Essa situação o fazia sofrer muito, já que tinha iniciado
sua aproximação ao nosso apostolado e a uma vida de intensa oração.
Não podíamos dar esta notícia a
minha mãe, pois ela estava no período terminal de sua doença. Decidimos que eu
viajaria no dia seguinte para a Bolívia com meu filho. Voltei ao meu quarto
para rezar por sua alma, pedi misericórdia para que sua alma não se perdesse,
que minhas orações chegassem a tempo para interceder por sua salvação.
O consolo do Senhor
Inexplicavelmente, comecei a sentir
uma profunda paz e um gozo interior tão imenso que até tinha vontade de cantar
e rir. Assustei-me com minha reação e pedi que o Senhor me orientasse sobre o
que acontecia comigo.
Então Ele me disse: - Olha para Mim!
Contemplei o crucifixo ao lado de
minha cama; este começou a se iluminar o Senhor continuou:
- Novamente te digo: Não Me vês com
os braços abertos na cruz em frente a ti?... Teu pai e teu irmão já estão junto
de Mim... Comigo, porque Minha Misericórdia os cobriu. Esse é o teu gozo, ele
já está salvo.
Mais tarde, durante o jantar,
comentávamos a morte de meu irmão e o Senhor nos ditou uma passagem bíblica:
Atos 7, 55-56, que diz assim: “Mas, cheio do Espírito Santo, Estevão fitou o
céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: ‘Eis que vejo’,
disse ele, ‘os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus’”.
Lendo essa passagem fiquei ainda
mais reconfortada. Meu diretor espiritual celebrou a Missa por ele nessa noite.
Eu tinha pedido ao Senhor para saber como estava a alma de meu irmão, que me
permitisse sentir algo, e Ele, em Sua infinita Misericórdia, me permitiu ouvir
interiormente a voz de meu irmão que me dizia que estava muito feliz. Tinha uma
alegria e um entusiasmo inusitados.
No dia seguinte, domingo, dia 8,
preparando-me para viajar para seu enterro, arrumava minha bagagem quando
começou a me doer o braço esquerdo e o peito. Falei com minha família na
Bolívia e eles me aconselharam que não fosse, pois nesse estado minha saúde
poderia piorar. Apesar disso, eu tinha o profundo desejo de estar a seu lado,
já que ele tinha sido como meu filho, era seis anos mais novo que eu e me
chamava de “mãezinha”. Como usualmente faço, decidi colocar tudo nas mãos do
Senhor, pedindo que Ele me guiasse. Entrei no quarto de minha mãe para que me abençoasse
antes de viajar, dizendo que tinha que ir para o exterior, mas ela se pôs a
chorar como nunca e pediu que não viajasse que ela me queria muito e precisava de
mim. Entendi então que era Vontade do Senhor que eu não viajasse. Meu filho iria em meu nome, minha filha já
estava tratando da situação e meu esposo preparava o lugar para o velório. A
decisão me foi muito penosa, mais tive que optar por permanecer ao lado de
minha mãe, para passar junto dela os que seriam seus últimos dias.
Capítulo II
Conversão, doce obséquio de Deus
Ficamos sabendo depois que, quando
Carlos retornava ao meu país, logo após uma visita que nos fez no mês de
janeiro, havia pedido a um sacerdote que o ouvisse em confissão, dizendo-lhe
que compreendia que não podia receber a absolvição, mas que, no entanto, ele já
estava expiando com muito arrependimento seus pecados; sabia que estava se
confessando com Deus por meio do sacerdote, e que se acolhia em Sua infinita
Misericórdia. Pediu que o sacerdote rezasse por ele, porque esperava resolver
logo os trâmites para que se declarasse nulo seu casamento. Ele ansiava por acudir
formalmente à confissão e receber a esperada absolvição. Desejava receber a
Sagrada Comunhão para se unir à experiência espiritual que todos vivíamos. Com
sua conduta e conversão já havia começado a reparar os erros de sua vida passada.
Posteriormente soube que ele rezava o terço em família todos os dias. Ele fazia
exercícios físicos devido ao seu problema cardíaco, e durante suas caminhadas completava
o Rosário inteiro. Todos os domingos visitava um Santuário mariano com sua
família, onde participava da Santa Missa. Depois da celebração, junto aos seus,
permanecia ainda meia hora em adoração diante do Santíssimo Sacramento. Lamentavelmente,
sua morte sobreveio depois de uma enfermidade muito breve porém fulminante. Uma
parada cardíaca encerrou sua vida. Ninguém havia suspeitado da gravidade de seu
estado, pelo que se insistiu mais na assistência médica. Não houve tempo
suficiente para buscar a ajuda espiritual. Em seus últimos momentos, sua esposa
lhe pediu que rezasse e, derramando uma lágrima, meu irmão morreu.
Nunca estás sozinha
No dia 11 de junho eu estava muito
triste, sobretudo porque não devia chorar, não podia para que minha mãe não
notasse. Para mim era difícil assumir a morte de meu jovem irmão, e me sentia
abandonada. Via meu outro irmão sofrer muito, eu devia ser forte... Algo
aconteceu, tive que guardar minha dor, como se tivesse deixado de lado uma
coisa para assumir a morte iminente de minha mãe, pois eu entendia que vivia
seus últimos dias. Dois meses antes, em outra viagem, eu me surpreendi
assegurando a meus amigos próximos que o Senhor levaria minha mãe no dia do Sagrado
Coração; eu tinha essa ideia, esse sentimento dentro de mim, como se escrito em
minha carne. Nessa noite de 11 de junho, depois de minha oração, o Senhor me
ditou:
- Minha filha, em nenhum momento te
abandonei. Quero que penses muitíssimo naquelas noites em que te permiti
saborear um pouquinho do Paraíso Celeste.
Pensa na Comunhão dos Santos e deste
modo descobrirás que o aparente adeus a teu querido irmão tem que se
transformar em gozo para tua família; gozo que vos trará o consolo. Lembra que
os bem-aventurados refletem sobre vós sua luz beatífica, e tem a certeza de que
por essa comunhão Eclesial, os que vos precederam partindo cheios de amor vos
ajudam com suas orações, estão próximos de vós para vos consolar nas penas,
para vos fortalecer nas provações; para desarmar os obstáculos que encontrais em
vosso caminho e ajudar-vos a superar as astutas armadilhas que costuma armar
para vós nosso adversário comum.
Eu te preparei e te guiei para
conduzires tua família no luto... Terias aceitado com a mesma passividade se Eu
te dissesse que o luto seria por teu irmão mais novo? E, diante do Divino
Querer, tu, pobre criatura, que terias feito?
A assistência de Maria, nossa Mãe
Jesus continuou dizendo:
- Foi obra de Minha Mãe preparar
aquela alma para que esteja disposta a receber Minha Misericórdia. Que esta
partida, prematura na linguagem humana, vos ensine a viver com vossa lâmpada
preparada, buscando a santidade diária; não aquela que se pode ver no homem,
porque isso não tem valor diante de Meus olhos, pelo contrário Me entristece.
Entristece-Me ver que em muitos
filhos se aparenta uma religiosidade que estão longe de viver, e que serve
somente para proveito pessoal... Enganam as pessoas para obter poder e com isso
se destacar; manipulam as coisas ao gosto e capricho próprios.
E o que pensa Jesus? Isso deveriam
perguntar-se quando a soberba, o espírito de crítica hipócrita faz da alma sua
presa.
Meu pequeno nada me oferece toda
essa carga que parece acabar com tuas forças.
Há tantas almas para salvar! Durante
toda esta semana, tu e o Padre fareis vossa Hora de Adoração noturna desde a
quinta-feira, em que se comemora Meu Sacerdócio Eterno, até a próxima
quinta-feira... Nela rezareis o terço e com vossa oração de reparação Me
consolareis por tantos que rejeitam Meu Coração Eucarístico.
(...) Fortalecei-vos com a oração
porque na hora de prestar contas diante de Minha Presença, estareis sozinhos e
nus... com as mãos cheias ou vazias. (...) Sede generosos em vossa entrega
pessoal, acima do egoísmo, do revanchismo, da impureza, da ingratidão. É
decisão de cada um pertencer a este grupo ou ficar ruminando a frustração de
ter falhado Comigo nas coisas que são verdadeiramente importantes para Mim. É
muito triste comprovar a cada instante que na terra o preceito do amor ao
próximo é destroçado pelo egoísmo, pela inveja, pelo ódio, pela divisão e,
deste modo, a dignidade das criaturas de Deus é triturada pela bigorna da
escravidão interior, que vos faz vítimas das paixões desordenadas (...) Segura
fortemente a mão de Minha Mãe e concede-Lhe o teu trabalho de cada dia, com a
segurança de que Meu Espírito fortalece, alenta e guia o teu.
Não crês que é Infinito o Meu Amor e
que pode tudo preencher? Sorri e descansa no Meu Coração...
Capítulo III
Doença, sofrimento e alívio
Na noite do dia 21 minha mãe começou
a ter dores muito fortes. Passamos a noite, com a enfermeira, sem descanso
algum. Eu me sentia tremendamente abalada ao ver seus sofrimentos, pedia ao
Senhor que me concedesse sofrer essas dores para aliviá-la, mas entendia que
devia sofrê-los ela mesma, para purificar-se.
A única coisa que ela repetia, junto
com suas queixas pela dor, era a frase:
“Minha Mãe, minha Mãe!”.
No domingo (22) ela sofria muito e
se queixava constantemente. Estando na igreja, dirigi-me ao Senhor e rezando
diante do crucifixo Lhe disse mais ou menos isto: “Senhor, da Cruz Vos
apiedastes da dor de Vossa Mãe. Mas creio que não A vistes como eu vejo sofrer
a minha, em um ‘ai!’ permanente. Eu Vos suplico, Jesus... que ela viva segundo
Vossa vontade, o tempo que quiserdes, mas que não tenha tanta dor. Apiedai-vos
de seus sofrimentos porque cada dor dela é como uma espada que atravessa o meu
coração”. (pedi-Lhe chorando).
O médico tinha lhe receitado um
analgésico em gotas. Quando voltei para casa, dei a ela, mas sei que não foram
as gotas, mas o Senhor Quem lhe tirou a dor. Concedeu-me o que Lhe havia pedido
em oração. As dores passaram quase imediatamente e completamente. Não voltou a
queixar-se mais até morrer.
O próprio médico estava surpreso com
o que acontecera, pois sabia que o medicamento não teria um efeito tão
imediato, tão intenso e prolongado.
A preparação do espírito
Uns dez dias antes de sua morte,
enquanto conversava com minha mãe, eu lhe propus levá-la para a praia para que
descansasse uns dias. Mas nesse período ela começou a me dizer que “via” a tal
ou qual pessoa (muitas que já haviam falecido).
Como havia momentos em que perdia a
lucidez devido a seu problema hepático, não levávamos em consideração, até que
ela disse ter visto meu irmão Carlos, que lhe havia contado que no Céu o mar
era muito maior e mais lindo que na terra.
Nesse instante me convenci de que
ela estava vendo pessoas que já não estavam neste mundo (porque ela não havia
sido informada de que meu irmão havia falecido) e pensei que era bom que estas
almas viessem prepará-la...
No entanto, nos últimos dias, ela
também demonstrava que via pessoas que vinham atormentá-la, que a insultavam e
que a maltratavam.
Meu irmão Eduardo lhe disse que eram
pessoas que não queriam que ela fizesse bem sua comunhão e lhe sugeriu que as
afastasse dizendo que ela era de Jesus.
Constatamos que ela dormia muito
pouco, como se lutando com alguém, despertava com pesadelos, dizia que
afastássemos essas pessoas que a incomodavam. Diante dessa situação decidimos
que durante o dia todo manteríamos ligado o Canal de Madre Angélica para que
ficasse pensando todo o tempo em assuntos relacionados ao Senhor e em oração.
Durante a noite rezávamos o Rosário com ela em turnos, minha cunhada, meu irmão
e eu.
Tentando compreender o porquê destes
“incômodos”, lembrei-me que em uma ocasião ela me havia contado que uma amiga a
havia levado a um adivinho... Suspeitei que era algo que não havia dito em
confissão. Pedi ao meu diretor espiritual que, como sacerdote, a ajudasse.
Suponho que ela tenha confessado o fato, pois desde aquele instante todo
incômodo desapareceu. Até seu semblante mudou, refletia uma serenidade e doçura
notáveis, e os amigos que chegavam para visitá-la diziam que parecia outra
pessoa.
Aqui devo fazer um parênteses para
pedir a quem ler estas linhas, que se alguma vez estiveram envolvidos nessas
coisas de adivinhação, tarô, magia ou bruxaria, que faça uma boa confissão,
porque nunca nos damos conta daquilo com o que estivemos brincando e das
conseqüências que pode trazer para nossa vida.
Jesus, presença sempre viva
No dia 23, durante minhas orações, o
Senhor, sabendo que me sentia muito sozinha, falou e me disse:
- Minha querida, aqui estou, atendo
ao teu chamado, mas nem por um instante te abandonei... Estás aparentemente só,
Eu estou contigo. Pensa em Minha angústia no horto, Eu Me sentia só. Tens medo?
Eu também tive. Precisas falar com alguém? Fala Comigo. Precisas de uma mão que
te acaricie? Aqui tem as Minhas. Precisas de um ombro no qual chorar? Chora no
Meu e Eu secarei tuas lágrimas com Meus beijos... Tuas lágrimas se confundirão
com as Minhas. Não sou indiferente aos teus sofrimentos.
Queres companhia para rezar? Aqui
tens os Santos e Meus Anjos... Oferece-me a paciência nesta vida de desterro e
assim, cada vez que Eu te procurar, fiques livre de toda tristeza e possas
gozar de uma grande paz interior. Coloca tudo o que é teu somente no Meu Divino
Querer. Deixa-te levar pelo meu Espírito Santo e agradece Suas generosas
dádivas... (Então, como
é meu costume, perguntei ao Senhor se Ele estava em mim e eu Nele. Assim me
respondeu)
- Sim, tu em Mim e Eu em ti, mas
lembra-te disso a todo momento. Agora reza o Salmo 121...
Primeiro, a vontade de Deus
No dia 25 eu estava muito esgotada
pelo sofrimento interior, com medo de sofrer mais. Então, comecei a ouvir a voz
da Virgem Maria:
- Não deveis temer o sofrimento,
porque o temor evita fazer a Vontade Divina.
Antes de tudo, deveis aceitar a
Vontade de Deus, tanto se vos envia acontecimentos felizes, como difíceis ou
desagradáveis.
Deveis pedir por um Espírito de
permanente oração para viver vossa existência com coragem, por amor ao Senhor,
inclusive quando vos parece amarga e cheia de sofrimentos.
Infelizmente, há muitos filhos Meus
que buscam uma coisa e outra e quando as conseguem descobrem que não lhes
trouxeram a felicidade que esperavam... Que tristeza sente Meu Coração materno
quando se queixam das pessoas ao seu redor e do lugar em que lhes coube viver.
Estes filhos, em qualquer circunstância e com quem for, sentirão o mesmo,
porque a mudança deve vir de dentro de si mesmos.
Pensai que somente o domínio das
faltas, o desapego ao “eu”, deverá levar-vos ao caminho da santidade. Não
façais pacto com vossos erros mas atacai-os praticando esforçadamente a virtude
oposta. Preocupai-vos com os outros e esquecei um pouco mais de vós mesmos.
Detestai o pecado pelo que ele verdadeiramente é: ofensa a Deus e derrota
pessoal.
Minha querida refugia teus
sofrimentos no regaço de tua Mãe celeste; Eu nunca te abandono, e peço por tua
fortaleza. Pensa em São João Batista e, como ele, bendiz o ventre materno no
qual o Altíssimo colocou Seu olhar cheio de Amor.
Paz, paz, paz... Pede ao Senhor que
te conceda o dom da paz em todo instante.
Assim foi que com muito amor,
aproximei-me de minha mãe e, colocando minha mão sobre seu ventre lhe disse:
“Mãezinha, bendito seja o teu ventre, porque aqui Deus pousou Seu olhar cheio
de Amor para que nos trouxeste à vida”.
Beijando-me, ela respondeu: “Bendita
és tu, amor de meu amor, porque foste mãe de teu pai e agora és mãe de tua
mãe...” Creio que a herança mais bela que recebi de meus pais, de ambos, foi
ouvir estas palavras deles antes de morrer. Nessa noite, após minhas orações,
ao me despedir de Jesus Lhe disse: “Faço um trato Convosco, Senhor, troco um
pouquinho Vosso Coração pelo meu... Sem dúvida que saireis perdendo, mas, sabe
por que Vos peço isso? Porque se me dais Vosso Coração, ireis me santificar e
ao receberdes o meu, feio, pequeno e indigno, ao entrar em Vós, da mesma forma
ireis santificá-lo...”.
Capítulo IV
Dia do Sagrado Coração: a hora do adeus
Nos primeiros minutos do dia 27, dia
do Sagrado Coração de Jesus, por volta da meia-noite e dez comecei a rezar e
veio o seguinte diálogo. Jesus me disse:
- Ama-Me!
- Em quem quereis que Vos ame hoje,
Senhor?
- Nos que te magoam.
- Então terei que amar a muitos.
- Não tantos quantos os que Me
magoam e Eu os amo.
Senti uma grande doçura, pensei em
todas as pessoas que tinham me ferido e magoado. Senti somente amor, tinha todo
o desejo de expressá-lo e dizer a todos eles. Seguramente esse imenso amor é o
Amor que Jesus sente por todos nós. Disse ao Senhor:
- Queria ser a primeira pessoa a
beijar hoje o Vosso Sagrado Coração.
- Deu meia-noite quando Meu Coração
beijava o teu. Lembra durante este dia que Eu te sustenho.
De manhã, durante minha oração,
disse ao Senhor que se eu tivesse que escolher um dia para que Ele levasse
minha mãe, seria o dia do Sagrado Coração, ou seja, nesse dia. Depois lhe disse
algo assim: “se estivésseis em meu lugar, Vós também escolheríeis esse dia para
que Vossa Mãe fosse ao céu. Hoje eu a entrego a Vós com todo meu amor”.
Às duas e quarenta e cinco da tarde,
mais ou menos, minha mãe passou mal.
Arrebentou uma veia no seu esôfago e
começou sua agonia. Diferentemente dos dias anteriores, nesse dia ela amanheceu
lúcida como para dizer tudo o que deveria.
Corremos para ajudá-la e ela nos tranquilizava.
Pediu que rezássemos o Terço da Divina Misericórdia. Ela repetia as orações
entre espasmos nos quais perdia muito sangue, mas estava completamente
consciente... E assim começou a misturar-se a dor com a alegria, o medo com a
confiança, a impotência com a esperança e o amor... Em um clima de oração
recolhida e cantos. Meu diretor espiritual tinha que celebrar a Santa Missa em
uma paróquia, então antes que saísse lhe pedi que ministrasse a ela mais uma
vez a Unção dos Enfermos. Ela comungava todos os dias, pois estava se
preparando para este momento importante. Pediu a bênção do sacerdote e lhe
disse: “Padre, lembra- te sempre de mim e não te esqueças de mim em tuas
orações...”.
A experiência que vivemos em casa
será inesquecível para todos os que estávamos com mamãe. Podíamos experimentar
o amor de Deus vivo e presente em uma mulher tão debilitada e frágil.
Durante a doença, minha mãe foi
atendida por um médico para quem só tenho palavras de gratidão, porque não
apenas é um dos melhores especialistas que conhecemos, como vive sua fé
católica e oferece um valioso testemunho de vida no exercício de sua profissão.
Ele havia viajado para um Congresso, então chamamos o seu substituto, mas este
lamentavelmente não teve a mesma atitude, pelo que tive que pedir ao Senhor a
cada momento para que Ele nos guiasse.
Parece-me muito importante sugerir
agora a todos que em circunstâncias difíceis procurem um médico católico
praticante, sensível ao sofrimento da família que acompanha a um doente
terminal. Os médicos devem compreender que os pacientes são seres humanos e que
não precisam somente de uma receita, mas também de proximidade, de segurança,
estima e confiança, o amor que uma profissão desse tipo requer.
Compreendendo que tinha chegado o
fim, pensei que deveríamos despedi-la de acordo com os que vivem e morrem na
graça de Deus. Voltamos a rezar, colocando uma música de louvor como fundo. Ela
podia escutar alguns Salmos, cantos religiosos e o terço. Em meio ao seu
sofrimento, parecia encantada com o que escutava.
Eu via a dor de meu irmão Eduardo e
me doía muito mais porque é uma pessoa muito sensível. Em determinado momento,
pedi a minha mãe sua bênção e ela abençoou a cada um de nós.
Em certo momento, por volta das seis
e meia da tarde, ela disse que já tinha que ir com “eles” e fazia menção de
levantar-se. Respondi a ela que esperasse um pouco, que se acalmasse. Ela me
olhava com as pupilas dilatadas e me dizia “agora, agora!...” No começo não
compreendi, mas depois de duas ou três vezes que ela fez assim, entendi que
queria rezar a jaculatória do Terço da Misericórdia e dizia “Deus Santo, minha
Mãe, minha Mãe”. Então a convidávamos a repetir: “Deus Santo, Deus Forte, Deus
Imortal... tende piedade de nós”, “Jesus, Maria e José, salvai almas e salvai a
minha alma”, “Senhor, em Vossas Mãos entrego o meu espírito”, e ela repetia
várias vezes.
Dava a impressão de que sua alma
queria sair do corpo, mas ela queria ir em corpo e alma juntos, com um
entusiasmo que verdadeiramente nos surpreendia. Começou de novo a sangrar pelo
nariz e pela boca. Nós a recostamos. Em certo momento chamou a jovem que ajuda
em casa, que havia cuidado dela por cerca de quatro anos, e lhe disse: “Doris,
cuida de minha filha, de meus filhos”.
Depois disse para mim “Agora serás a
mãe de teus irmãos, como foi minha mãe”... No fim, despedindo-se, dirigiu
algumas palavras para cada um.
Tenho que ir, deixem-me ir!
Ela abria muito os olhos, como se
procurando alguma coisa, e repetia: “Pai, meu espírito...” e novamente: “já,
já!”.
Compreendemos que queria dizer “Pai,
em tuas mãos entrego meu espírito”, nós a ajudamos e ela repetiu quatro vezes...
Depois disse: “não me detenham,
tenho que ir, deixem-me ir”.
Tinha suas mãos muito frias entre as
minhas, e lhe disse que fosse sem temores para os braços de Jesus, que era um
dia maravilhoso, do Sagrado Coração, que todos nos despedíamos dela com
alegria... Comecei a cantar “além do sol, tenho um lugar...” Ela se uniu ao meu
canto, depois comecei a cantar uma canção de ninar e ela também me acompanhou.
Enquanto isso, todos os demais permaneciam em oração ao redor dela, rezando o
Santo Rosário.
Depois de uns momentos ela disse:
“Não posso ir! Primeiro tenho que ver a Virgem...” Demos para ela o quadro de
Nossa Senhora Auxiliadora e eu lhe disse que ali estava ela. Mas ela olhou em
outra direção e retrucou: “Sim, já está aqui, qual é seu nome?”... Minha
cunhada Anita lhe perguntou: É Maria Auxiliadora? Disse que não. Anita lhe
perguntou se era Nossa Senhora de Guadalupe. Respondeu: “Sim, é Ela, é esse Seu
nome... Dêem lugar para a Mãezinha, dêem espaço... Deus Santo...! Minha Mãe...!
Meu Pai, em Tuas mãos...!” e, levantando sua mão, caiu inconsciente, como para
segurar a mão de alguém que não víamos. Durou menos de um minuto nesse estado e
expirou...
Tanto sofrimento, especialmente nos
últimos meses, havia acabado com suas forças. Creio que não podíamos esperar
morte mais santa e mais serena.
Seu velório foi tão humilde quanto
ela era. Não quisemos que a pusessem em um caixão, nós a deitamos em sua cama,
alugada de hospital. Isso me levou a meditar mais uma vez o quão vão é o apego
às coisas materiais, porque na hora que se vai, em verdade não se tem nada. Nós
a vestimos com o vestido branco que uns dias antes ela havia pedido
insistentemente que aprontassem, e chegou o pessoal da funerária para preparar
seu corpo. Pedi somente um crucifixo com duas luzes internas e nada de cordões,
nem adornos que, de tão chamativos, destoam do luto e dos sentimentos da
família.
Rodeava o seu corpo inerte somente a
parte de minha família que vive nesta cidade, e o grupo mais próximo de nosso
Apostolado, uma amiga muito querida que chegou do México para acompanhar meu
irmão ao crematório, Analupe, e eu.
Em meio a toda essa dor, demos
graças ao Senhor pelas pessoas a quem minha mãe queria muito, como David Lago,
que se encarregou de tudo como se fosse mais um filho, o Dr. William Rosado,
que, deixando de lado compromissos familiares, liderou a parte dos trâmites
médicos. Miguel, Cecília, Pepe... E o resto do grupo, cada um com sua cota de
afeto e solidariedade.
O sacerdote que nos dirige celebrou
a Missa de Corpo Presente no quarto, junto à cama em que mamãe parecia
adormecida.
Mas o Senhor maravilhoso, quis nos
dar algo mais para ela, como um cartão de condolências enviado pelo Céu: as
irmãs Dominicanas, nossas tão queridas amigas, apareceram em casa para cantar
na Santa Missa. Verdadeiramente parecia que estávamos em um lugar muito distante
da dor e da terra; em certo momento nos pareceu mesmo escutar coros de anjos.
Nós a velamos a noite toda, ela com
o rostinho descoberto. Chegou a nos acompanhar por umas horas um sacerdote a
quem minha mãe especialmente apreciou muito, e que generosamente ofereceu sua
igreja para celebrar a Missa e depositar suas cinzas.
Quanto amor das pessoas próximas a
nós! Especialmente de uma jovem a quem quero como se fosse minha filha, e que
permaneceu junto a mim nas 24 horas seguintes:
Martha, que Deus te pague por tua
companhia. Houve lágrimas sim, mas não um pranto desesperado. Estivemos em
oração por toda a noite. No dia seguinte, à uma da tarde ela foi levada ao
Crematório. Eu havia telefonado a um Arcebispo para que me orientasse sobre
essas coisas, pois em meu país não se costuma tomar essa medida e sua resposta
me deixou tranquila a respeito.
Quando mamãe deixava a casa, eu me
dirigi ao Oratório para rezar o Santo Rosário com meu diretor espiritual
(bendito homem que o Senhor colocou para nos fortalecer e salvar a minha
mãezinha). Eu sabia que somente a oração poderia me oferecer a paz esperada. Os
membros do Apostolado acompanharam o corpo enquanto cantavam à Virgem: “Oh vem
conosco vem caminhar, Santa Maria, vem…”.
Mais tarde, a Santa Missa foi celebrada
em um clima de profundo gozo espiritual e paz, no Santuário da Divina
Misericórdia. Ali, na Cripta, descansam os restos daquela mulher que confiou
tanto na Misericórdia de Deus.
Capítulo V
Sua herança: Caridade, humildade, coragem
Dela só ficou o amor que nos deixou
sua profunda caridade para com o próximo, a admirável humildade que reconhecia
nela quem a conheceu, sua coragem exemplar e o desejo de expiação por nossas
culpas, para chegar mais purificada aos braços do Senhor...
Penso sorrindo: que surpresa ela
terá tido ao ver que dois filhos a despediam e o mais novo a esperava lá!...
Não deixo de agradecer ao Senhor que esteve em cada detalhe, e esse Coração
maravilhoso de nossa Mãe do céu, que perfumou toda a minha casa com um perfume
de flores desde o momento em que começou sua agonia.
O espírito voa para Deus
Por volta das 9 horas da noite, eu
rezava diante do quadro do Coração de Jesus. De repente, este começou a
encher-se de luz. O Coração começou a crescer até alcançar um tamanho bem
grande, de tal modo que diante de mim havia somente uma luz dourada e mais
nada, tudo o mais havia desaparecido.
No meio dessa luz vi uma mulher de
costas, vestida com um traje branco comprido, que parecia feito de gaze.
Dava-me a impressão de vê-la voando, mas erguida, como se correndo, porém sem
mover os pés. O cabelo comprido lhe chegava até o meio das costas, castanho,
bastante ondulado, salpicado com flores brancas como amor-perfeito, eram lindas
flores naturais.
Atrás dela iam, em duas filas,
pessoas vestidas com túnicas de tom pastel: azul celeste, rosa, verde... Pouco
olhei para elas.
Logo pensei que a mulher podia ser
minha mãe, mas estava jovem, e me lembrei que nunca a vi com o cabelo tão
comprido... Por uma fração de segundos, ela se voltou para me olhar e pude
reconhecê-la! Com um belo sorriso, mas jovem, muito jovem, enquanto prosseguia
seu vôo para essa enorme Luz, que é certamente onde se encontra o Trono de
Deus. Essa visão mitigou minha dor e senti uma grande paz; rodeava-me aquele
silêncio que senti certa vez quando um sacerdote, depois de me impor as mãos,
ajudou- me a conhecer aquele estado especial conhecido como “repouso no
Espírito”.
Devo comentar que durante a
celebração da Santa Missa com o corpo presente de minha mãe, quando o sacerdote
rezava o responso e dizia: “Que os anjos te levem para o céu; que os mártires
te acolham à tua chegada; e te introduzam na cidade santa...”, Jesus me falou:
- Foi isso o que viste... – disse-me.
Chorei de alegria, agradecida ao meu
Senhor por cada uma de suas delicadezas nesses momentos de tanta dor. Obrigada,
Senhor, porque cuidas de cada detalhe para me demonstrar Teu infinito Amor!
Dor e misericórdia
No dia 29 o Senhor me disse:
- O ouro se prova no ardente crisol.
Tudo o que estais vivendo é necessário para o crescimento... Eu te amo muito,
crê nisso, e ama-Me mais. Embora creias que não podes amar mais, continua
exercitando-te nisso, o amor é como um recipiente de borracha que se dilata,
com a única diferença de que o recipiente não arrebenta, mas se afina até
converter-se em material nobre.
Mais tarde prosseguiu:
- Meu desejo é que toda alma seja
santa para chegar até Mim no momento de sua morte, e permanecer no Reino que o
Pai lhe tem preparado desde sempre. No entanto, desejo purificar essa alma ainda
na terra, para que, na medida do possível, não purgue o que lhe faltou limpar
em vida. Por isso, quando uma pessoa está bem disposta e deseja Me conhecer,
amar-Me, dar-Me a conhecer e purificar-se na terra, Eu faço Meu trabalho de
oleiro e modelo esse barro algumas vezes acrescentando algo mais que água para
afinar a massa; outras vezes, batendo ou apertando a massa para amaciá-la e,
quando está lisa, Eu a cozinho no forno ardente das virtudes, para que essa
obra fique suave ao tato, brilhante e digna de ser apresentada e oferecida a um
Rei.
Embora tivesse a certeza de ter
visto a viagem de minha mãe até o Trono do Senhor, eu me perguntava se sua alma
teria que expiar um tempo no Purgatório...
Foi então que o Senhor me disse:
- Por que permites que o demônio
semeie dúvidas em tua mente? Confia e ora... Não compreendereis até que
estejais deste lado, mas embora tenhais a quase certeza (como revelei a certas
almas) de que seus mortos já gozam do Paraíso, continuai rezando por eles,
porque desse modo concluireis o que a eles faltava ou aumentareis o que outras
almas próximas apresentaram em suas mãos ao se encontrarem Comigo.
Quando disse “Vinde a Mim todos os
que estais cansados ou oprimidos...”, também o disse para ti. Muitas coisas que
Eu permito ou que envio, às vezes parecem tolas ou injustas. A fé tem que
ensinar-vos que Eu planejo tudo para o bem. Lembra que a alma que conserva a
paz e a fé na adversidade tem o direito de esperar Meu Amor e seus benefícios.
Como presente especial de Deus
tivemos a visita de nosso Assessor Eclesiástico Internacional, um grande amigo
e sacerdote muito ungido pelo Senhor, que celebrou junto com meu diretor
espiritual uma Missa de cura e perdão, na qual sentimos muito fortemente a
Presença viva de Jesus entre nós. Ambos sacerdotes estavam unidos a Jesus no
amor e na piedade por esta porção de Seu Povo sofredor.
Minha família e um casal muito
querido por nós, a quem sempre deveremos gratidão, participamos da Eucaristia.
Quantas coisas há para curar na alma de cada ser humano! Com gratidão pudemos
comprovar isso.
Capítulo VI
Confissão, morte e transformação
Haviam transcorrido dez dias desde a
morte de minha querida mamãe quando uma manhã, ao terminar de fazer minhas
primeiras orações do dia, em meu quarto, o Senhor me pediu que permanecesse ali
por alguns instantes. Logo, como em um filme, apareceu diante de meus olhos a
cena da morte de mamãe.
Volto então ao dia em que minha mãe
agonizava, tal como pude ver nesta visão...
Ela estava em sua cama, acabávamos
de recostá-la sobre seu lado direito e eu lhe limpava o sangue que perdia pelo
nariz. Ela olhou acima de mim, em direção à janela, apertou minha mão e me
disse: “Quero estar contigo”.
- Tens medo, mamãezinha? -
perguntei-lhe, um tanto angustiada.
- Não, não tenho medo, mas quero
estar contigo.
Nesse momento vi umas pessoas que se
aproximavam por trás de mim e de minha mãe, do lado direito dela.
Reconheci São José, Santo Antônio de
Pádua, Santa Rosa de Lima, São Domingos de Guzmão e São Silvestre, que se
colocaram por trás da cabeceira de minha mãe, ao lado de “Leopoldo”; assim se
chamava o Anjo da Guarda de minha mãe, um jovenzinho muito bonito que de
joelhos parecia estar em oração enquanto com suas mãos acariciava sua cabeça.
Havia outras mulheres e homens,
jovens e velhos, eram cerca de quarenta pessoas, todas rezando. Um jovem,
vestido com uma Alba branca, tinha uma pequena fonte dourada nas mãos. De
tempos em tempos punha uma mão nela e tirava fumaça, lançando-a para cima como
incenso.
Com isso ele parecia evitar que se
aproximassem umas sombras escuras, que se viam como afastadas do quarto,
temerosas de se aproximar. O jovem movia os lábios como se rezando algo, depois
mudava a pequena fonte de mão e fazia o mesmo com a outra, lançando no ar essa
fumaça. Dava voltas ao redor de todos os que rodeavam a cama de minha mãe, por
trás de nós. Fiquei espantada de ver tantas pessoas. Então Jesus falou e me
disse:
- São seus santos protetores e
aquelas almas que ela ajudou a salvar com sua oração e seus sofrimentos, e
embora ela não as conhecesse, vieram para acompanhar seu trânsito.
Quando a viramos do outro lado para
trocá-la, mamãe disse:
- Já tenho que ir com eles. -
enquanto olhava por cima de meu ombro.
Aconselhamo-la a tranquilizar-se.
Cantamos para ela um Salmo e ela foi repetindo o canto. Abriu os olhos quase
maravilhados, como se contemplando algo que não podia exprimir e disse:
- Acendam a luz!
Fizemos isso, porém entendendo que
ela já não via o que havia na terra, mas que estava mais além. Então, apertando
minha mão, disse: Deus Santo!... Deus Santo!... Como se me levasse a rezar, a
repetir a jaculatória: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de
nós e do mundo inteiro!
Ela repetia e repetia a jaculatória
enquanto insistia:
- Tenho que ir! - mexia os pés como
se fosse andar e dizia: “Não me detenham”...
E novamente tornava a dizer: “Deus
Santo, Deus Forte... tende piedade de mim e do mundo inteiro”.
As pessoas que a rodeávamos
começamos a rezar a oração do Terço da Misericórdia.
Mas ao mesmo tempo ela repetia suas
próprias orações. Insistia dizendo:
“Pai, meu espírito! Já..., já!...”
Não recordava a oração completa. Começamos a dizer:
“Pai, em Tuas mãos entrego meu
espírito...”, entendendo que era isso o que ela queria expressar... Assentindo,
ela repetia nossas palavras. Na visão que tive, observei que para o lado
esquerdo de minha mãe, atrás de onde estávamos, começava a chegar outro grupo
de gente, e entre eles pude reconhecer a figura de meu pai, uma de minhas avós,
uma tia que viveu conosco, e outras pessoas cujos rostos não consegui ver
claramente. Estava deslumbrada pelo que contemplava, mas tratava de me
concentrar mais em minha mãe.
Diante dela se acendeu uma luz e vi
aproximar-se, como se baixando do teto, um coro de anjos que cantava. Formavam
duas fileiras de personagens celestes, e ao chegar junto a nós se separaram
para rodear o lugar. Tudo era muito solene.
Em um momento minha mãe disse, como
se dirigindo às pessoas que certamente vinham acompanhar seu trânsito:
- Esperem, primeiro tenho que ver
Nossa Senhora!
Meu irmão lhe disse: “Mãezinha, o
Senhor está aqui, está te esperando...” Disse isto porque antes minha mãe havia
manifestado ter visto o Senhor. E ela retrucou... “ainda devo ver a Virgem...”
Muitas vezes ela havia ouvido que
Nossa Senhora recolhia as almas daqueles que esperavam a morte rezando o
Rosário.
Passamos para ela o quadro de Nossa
Senhora Auxiliadora para que visse a Virgem, pensamos que era isso que queria
ver, mas ela olhava por cima do quadro, parecia que já não via as coisas deste
mundo, mas tudo o que existe além... Logo disse: “Aí A vejo, aí está... deem
lugar à Mãezinha! Devemos pedir perdão a Nossa Senhora...”.
O terno abraço da Mãe
Nesse instante vi que Nossa Senhora
descia do céu e, suspensa no ar, ficou aos pés de minha mãe; vi que estendia as
mãos em direção a minha mãe. Em um dos braços, a Virgem Maria tinha um vestido
branco. Minha mãe estendeu a mão como para receber algo ou tocar algo, observei
como Nossa Senhora lhe tomou a mão. Mamãe perdeu os sentidos nesse momento, por
menos de um minuto, e expirou.
Quando sua cabeça ficou quieta sobre
minha mão, pois eu a estava sustendo, pensei que toda a visão desapareceria,
mas imediatamente contemplei o instante em que se ergueu a alma de minha mãe,
separando-se de seu corpo…
Dirigiu-se até Nossa Senhora, que
nesse momento lhe apresentou o traje branco com as duas mãos, como se medindo-o
por cima do camisão que ela vestia. Imediatamente apareceu vestida com esse
traje... Nossa Senhora tinha muita doçura em Sua expressão, sorria e tomou
minha mãe abraçando-a. Ela, por sua vez, fez o mesmo apoiando sua cabeça no
ombro da Virgem e subiram juntas com todo o séquito de personagens que
acompanhavam a cena.
O quarto ficou quase vazio. São José
nos dirigiu um olhar, tocou a mão de São Silvestre e este nos deu a bênção a
todos. Deu meia volta e saiu, seguido por São José.
Jesus me disse muito solenemente:
- Conta ao mundo, para que os homens
valorizem a Graça que é estar junto a um moribundo que parte auxiliado pelo
céu. O recolhimento deve ser absoluto, pois parte do céu se encontra nesse
recinto. É o momento em que Deus visita esse lugar.
Concluída a visão, ajoelhei-me para
agradecer a Deus, chorando, por nos ter presenteado com toda essa graça, e por
ter me permitido ver essa maravilha que hoje posso relatar ao mundo, para que
se dê conta da importância e do dever que temos, de ajudar a nossos moribundos
e a todo moribundo, para que iniciem felizes a viagem para a eternidade do Amor
de Deus.
Capítulo VII
Um chamado urgente: a assistência ao
moribundo
Alguns dias depois, eu estava
rezando o Terço da Misericórdia quando ouvi a voz do Senhor que me dizia:
- Preste atenção ao que irás ver não
temas, mas é necessário que vejas. Nesse momento tive a visão de um quarto em um hospital. Ali se
encontrava um senhor, entre 50 e 65 anos (não podia estimar melhor sua idade
porque estava doente e muito consumido).
Havia várias pessoas junto dele,
umas choravam mas todas esperavam sua morte. Escutavam-se prantos desesperados,
o homem se contorcia de dor, sabia que estava morrendo, percebia-se que estava
irritado, renegava enquanto dizia:
- Como vou morrer?...! Como Deus vai
permitir que eu morra?... Façam algo... não quero morrer!
Enquanto isso, agitava o corpo
bruscamente. Rebelava-se diante da iminência da morte. Percebia-se o conflito,
a tortura, a falta de paz. E me impressionava que as pessoas que estavam com
ele não levavam de maneira alguma a paz para esta alma, ninguém rezava.
No corredor externo reconheci um
pequeno pátio em que algumas pessoas conversavam e riam, algumas fumavam e
bebiam, absolutamente alheias ao sublime momento que vivia, em conflito, esse
doente tão próximo. O cenário era parecido com qualquer evento social
cotidiano.
Então vi chegar uma religiosa e o
Senhor me disse:
- É uma enviada de Minha Mãe. Pude ver então Nossa Senhora que, à
distância, contemplava a cena, com as mãos postas rezando, enquanto lhe
escorriam lágrimas pelo rosto. Havia um anjo ao lado do doente com um semblante
muito triste, com uma mão cobria o rosto e com a outra tocava o doente. Logo o
anjo se levantou e com as mãos tratava de afastar muitas sombras que se
acercavam do homem.
Estas formas pareciam desfiguradas
com cabeças de veados, ursos, cavalos, não podia ver com mais nitidez porque
eram sombras.
Quando a religiosa entrou no quarto,
aproximou-se da cama... Tomou a mão do moribundo. Tentou dar-lhe uma estampa,
dizendo-lhe algo. O homem ergueu a mão em sinal de recusa, a religiosa insistiu
outra vez para aproximar a estampa, mas com o pouco fôlego que lhe restava o
moribundo gesticulava, negando essa aproximação. Gritava, irritado. A religiosa
saiu muito triste.No corredor, tomou seu terço e começou a rezar. As pessoas
que a viam, sorriam de maneira gozadora, não consideravam minimamente a
importância que tinha sua oração nesse momento delicado. Ela os convidava a
rezar mas os olhos e as expressões manifestavam sua clara recusa.Em poucos
minutos o homem faleceu, e pude ver que quando sua alma deixava o corpo, todas
essas sombras saltaram sobre ele, cada uma o disputava, pareciam feras, lobos,
cachorros que esquartejavam uma presa. Imediatamente o anjo se pôs diante deles
e levantando a mão, ordenou:
- Alto! Soltai-o, primeiro deve
apresentar-se diante do trono de Deus para ser julgado!
Algumas pessoas se puseram a chorar
ao redor do defunto de maneira desesperada, ou melhor, histérica.
Compreendi então a diferença que
existe quando despedimos uma alma que está em paz e parte com a esperança na
Misericórdia de Deus.
Segunda Parte: O Sacramento da Reconciliação
“Quem
de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove
no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E depois de
encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os
amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que
se havia perdido. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só
pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento.” (Lc 15,4-7)
Capítulo VIII
Vós que tirais os pecados do mundo...
Na terça-feira, 8 de julho, viajamos
a Cozumel, pois havíamos sido convidados a dar uma palestra ali. O Senhor me
ditou uma mensagem para uma jovem, dizendo-me: “Diz-lhe que por muito tempo
esperei por este momento e espero sua entrega”.
Era uma jovem que foi procurar nosso
diretor espiritual para fazer uma confissão de vida. Quando lhe entreguei a
mensagem, ela chorou. Então o Senhor me pediu que a ajudasse.
Conversamos até a chegada do
sacerdote. Quando saíam juntos de uma sala, dirigindo-se a outra para a
Confissão, vi de repente que ao redor dela havia uma grande quantidade de
pessoas, talvez dez ou doze, que queriam entrar com ela no recinto. Eu me
surpreendi muito ao ver aquilo, mas logo compreendi que era uma experiência
mística e me pus em oração.
Ouvia-se por um lado umas vozes que
falavam alto, com uma música em ritmo de tambores que aturdia, e ao mesmo tempo
um coro, umas pessoas que cantavam o Ave de Fátima e outro coro que na ladainha
cantava e dizia: “Glória e louvor a Deus Criador, ao Filho Redentor, e ao
Espírito Santo...!” Ajoelhei-me e pedi que o Senhor iluminasse essa confissão.
Logo ouvi um barulho de gente que gritava. Olhei imediatamente para o lugar de
que provinham os ruídos e era a sacada da sala em que estava se confessando a
jovem.
O que vi foi espantoso: figuras
absolutamente desagradáveis, criaturas disformes, que saíam correndo e gritando
e se lançavam pela sacada ao vazio. Ao ir à janela ver a queda, que foi o meu
primeiro impulso, não vi a mais ninguém.
Nesse momento entrou o amigo que
havia pedido ao padre a Confissão para a jovem, e ambos pudemos ouvir
claramente o ruído de correntes e ferros que pareciam rasgar o teto e as
paredes. Pusemo-nos a rezar, disse a ele que não tivesse medo, que são os
barulhos e expressões de raiva típicos do demônio, porque uma alma lhe estava
sendo tirada. Acompanhou-me uns minutos na oração, e depois precisou ir embora.
Fiquei sozinha em oração por uns
minutos, não sei quantos, e logo uma luz me fez abrir os olhos. Constatei que
diante de mim havia desaparecido a parede que separava a sala em que se
realizava a Confissão do lugar em que eu me encontrava. Pude ver então a jovem
que estava sentada, confessando-se, porém não diante do sacerdote, mas diante
do próprio Jesus. Eu não via o sacerdote, era Jesus que havia tomado seu lugar.
Via o Senhor de perfil, com as mãos entrelaçadas como em oração, enquanto
apoiava sobre elas o queixo; mas Sua atitude era de escuta atenta.
Atrás da moça e perto da porta da
sala estava o grupo de pessoas entre as quais se reconhecia uma monja, vestida
de azul e com véu negro. Perto dela, sobressaía um Anjo com as asas muito
grandes, uma figura majestosa, com uma grande lança na mão direita, olhado à
esquerda e à direita, em atitude de alerta.
Pensei que poderia ser São Miguel
Arcanjo, ou algum capitão de sua Milícia Celeste.
Ao fundo, à direita de Jesus e da
jovem que se confessava, reconheci a Virgem Maria, de pé, vestida como Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro, com um traje que parecia de seda, cor de pérola, e
um manto de cor “tostada”, ou de caramelo, com os emblemas que essa imagem
usualmente tem.
Dois anjos muito altos, de pé,
sustinham suas lanças em uma das mãos, observando de maneira atenta, assim como
o Anjo da porta. Estavam vigilantes e alertas, como se custodiando a Virgem,
que permanecida de pé com as mãos em oração, olhando para o céu, enquanto eles
pareciam vigiar todo o recinto.
Havia muitos anjos pequenos que iam
e vinham como se fossem transparentes.
Em dado momento, Jesus levantou a
mão direita, dirigindo a palma a certa distância da cabeça da jovem. Toda Sua
mão estava cheia de luz, dela saíam raios dourados que a cobriam inteiramente
com todo esplendor, transformando-a. Eu via como o rosto da penitente ia
mudando, como se lhe tirassem uma máscara...
Vi como esse rosto duro de antes se
transformava em outro mais nobre, doce e pacífico.
No momento em que o Senhor lhe dava
a absolvição, Nossa Senhora fez uma genuflexão e inclinou a cabeça e todos os seres
que estavam ao seu redor fizeram o mesmo. Jesus se pôs de pé, aproximou-se da
penitente e então pude ver o sacerdote sentado onde antes estava Jesus.
O Senhor abraçou a jovem e a beijou
no rosto. Depois voltou-se, abraçou o sacerdote e também o beijou no rosto.
Nesse instante, tudo se encheu de intensa luz que desapareceu como se
ascendendo em direção ao teto ao mesmo tempo que desaparecia toda a visão e me
encontrava de novo olhando para a parede.
Depois de me haver concedido esta
inusitada experiência mística, o Senhor me falou, dizendo:
- Se soubésseis como se transforma
uma alma que fez uma boa confissão, todos os que estivessem próximos a ela a
receberiam de joelhos, porque em virtude da graça santificante, está cheia do
Espírito Santo.
Quando a jovem saiu da confissão,
senti um verdadeiro desejo de me ajoelhar diante dela, mas a abracei com todo o
meu amor, pois sabia que estava abraçando a pessoa que o Senhor havia abraçado
antes. Ela parecia diferente, muito mais jovem e muito feliz. Relatei tudo ao
meu diretor espiritual e permanecemos ambos em oração, dando graças a Deus. À
noite o Senhor me pediu que me preparasse para escrever o que havia visto, em
uma publicação dedicada ao Sacramento
da Misericórdia: a Reconciliação;
que é o presente texto.
Capítulo IX
O delicado momento da Reconciliação
Dois dias depois, o Senhor disse que
continuaríamos com nosso trabalho e logo me vi em uma Igreja, diante de um
grupo de pessoas que esperavam sua vez para se confessar.
Apareceram diante de meus olhos muitas
“sombras”, com figuras que tinham corpo de gente mas cabeças de animais. Estas
enlaçavam uma pessoa que ia em direção ao confessionário, com cordas no pescoço
e na frente; enquanto isso, diziam-lhe algo ao ouvido... Logo uma dessas
sombras se separou discretamente do resto e tomou a forma de uma mulher
vestida, arrumada de maneira muito provocante, que passou diante do homem que
ia se confessar. Ele, distraindo-se, deteve seu olhar nela. Aqueles seres
horríveis riam a gargalhadas, muito satisfeitos. Um anjo lutava com as mãos,
procurando afugentar essas feras. Outra das pessoas que esperava a confissão,
uma jovem muito humilde, tinha um livrinho de orações entre as mãos, via-se que
estava recolhida, lendo e então meditando... As sombras se aproximaram a certa
distância, mas não podiam laçá-la, parecia que o anjo que a acompanhava era
mais forte do que elas (isto pensei). Fiquei observando e, quando esta jovem
terminou de se confessar, não estava mais vestida como antes, tinha um traje
longo cor de pérola, quase branco, com um diadema de flores na cabeça, rodeada
de quatro anjos que acompanhavam seu passo até o Altar. Tinha o rosto cheio de
paz. Ali se ajoelhou para rezar, certamente sua penitência, e os anjos
permaneceram com as mãos em atitude orante. Então terminou a visão e voltei a
ver os móveis de minha casa. O Senhor me disse:
- Acabas de ver duas pessoas
acudindo ao Sacramento da Reconciliação. Uma que distraidamente e sem prévia
preparação vai ao confessionário. Em tal circunstância, qualquer coisa que
façam os maus espíritos tem mais força.
Por outro lado, a jovem esteve em
oração, preparando sua confissão, pedindo assistência do céu. Por isso o
demônio não pôde se aproximar dela e seu Anjo da Guarda pode agir melhor em sua
defesa, pois ela o invocava.
E acrescentou:
- Todos deveriam rezar pelas pessoas
que vão se confessar, para que façam uma boa confissão, pois poderia ser a
última de sua vida.
Fez-me compreender que todas as
pessoas que ficavam na Igreja também poderiam ajudar com suas orações,
intercedendo pelo confessor e por quem vai se confessar.
Assombrei-me que pedisse orações em
favor do confessor, já que dias antes eu mesma tinha visto que era Jesus quem
perdoava em lugar do sacerdote.
Então o Senhor disse:
- Certamente que precisam de orações.
Também estão expostos às tentações, às distrações, ao cansaço. Recorda-te de
que são seres humanos.
O dom concedido ao sacerdote
Durante a noite, o Senhor me
instruiu sobre o que acontece quando uma pessoa pede a confissão e não lha
concedem, por negligência ou descuido. Assim disse Jesus:
- Se uma alma procura um sacerdote
para se confessar, a menos que seja um caso de força maior, este está obrigado
a ouvir a confissão do fiel; porque, se este pecador morre, imediatamente é
admitido ao Paraíso, em virtude de seu arrependimento e desejo de purificação.
Eu mesmo lhe dou a absolvição.
Mas o sacerdote que se negou a
confessá-lo por comodidade ou negligência, sem ter um motivo justificável
diante de Deus, terá que responder diante da Justiça Divina e dar contas por
uma falta muito grave, tanto como se ele mesmo fosse culpado dos pecados que se
negou a ouvir e perdoar, a menos que tenha se confessado e se emendado de sua
culpa. O sacerdote recebeu dons que não foram outorgados nem à Minha Mãe; está
unido a Mim e opera em Mim, portanto merece muito respeito por parte das
pessoas que vão buscar o Sacramento. Respeito no tratamento, na forma de se
vestir, na forma de aceitar seus conselhos e a penitência imposta. Por isso
lhes peço orações pelos sacerdotes, para que fiéis a sua vocação e à Graça que
lhes é conferida em Minha própria Pessoa, (in persona Christi),
concedam o perdão e a Misericórdia às almas. Recorda Minha filha, que tudo tem um valor relativo na terra.
Algumas coisas podem ter uma alto valor material e, se uma pessoa as perde,
fica na ruína econômica... mas isso é tudo. Pode tentar e voltar a recuperar
tudo ou ao menos algo do que foi perdido. Mas se perde sua alma, nada poderá salvá-la
do fogo eterno.
Uma breve reflexão para finalizar
Irmão, irmã: você que chegou a este
ponto de meu testemunho, já se perguntou há quanto tempo não faz uma boa e
consciente confissão?
Se o Senhor tivesse que chamá-lo
neste momento, você acredita que se salvaria? Você tem se dedicado
conscientemente às coisas de Deus, ou tem sido um cristão acomodado, de
assistir à Santa Missa dominical, mais por costume ou aparência do que por um fervor
autêntico? Já se perguntou quantas almas tem ajudado a salvar? Toma sempre o cuidado
de receber a Sagrada Eucaristia estando na graça do Senhor, ou você é dos que pensam
que se deve confessar somente diante de Deus e não de um sacerdote?
Enquanto você lê estas linhas,
haverá alguém que estará dizendo uma oração por você, para que no momento de
sua morte – que chegará sem falta – você não esteja privado dos auxílios dos
Sacramentos; para que com sua partida haja festa no Céu e na terra. Para que
não sintas medo mas amor e júbilo!
Abra as portas de seu coração à
Graça e ao perdão de que todos necessitamos! Peça a assistência da Virgem Maria
para viver desde hoje conforme a Vontade do Pai!
Isto lhe deseja, no Amor
Misericordioso de Jesus, Catalina
Missionária leiga do Coração Eucarístico de Jesus
18 de julho de 2003, dia do Preciosissimo Sangue de Jesus (*)
(*) No Brasil, a data
desta Festa é 1º de julho. Nota
dos editores
O presente livro é
propriedade privada, no entanto se permite sua cópia, sempre e desde que se
respeite o layout, as capas e se mantenha intacto o texto e o conteúdo do
mesmo.
Apostolado da Nova
Evangelização (ANE) (Julho de 2003)
Calle 1-H No.104 esquina
20 – Col. México Norte, C.P. 97128
Telefones: (52) (999)
944-05-40 Fax: (52) (999) 948-17-77
Mérida, Yucatán, México
Apostolado da Nova
Evangelização
México 2003 Brasil 2005 ANE
Brasil
Caixa Postal 464 – São
Carlos-SP – 13560-970
A morte não é a frustração da vida. É, isto sim, o “nascimento
para a vida eterna”, mas o homem se rebela e a desafia, em muitos casos a
rejeita, mostrando uma preparação insuficiente para enfrentar um desenlace que
orienta o destino de sua alma, para viver a eternidade junto de Deus, ou para
afastar-se definitivamente Dele.
Esta perspectiva está inscrita na existência de todo homem desde
sua concepção, seja crente ou não... Todos teremos que nos defrontar com a
morte e ali acabará de se definir nosso destino. A partir do relato de alguns
acontecimentos vividos pela autora, este livro pretende transmitir uma nova
ótica sobre este “trânsito forçoso” para todo ser humano. Trata-se de uma
verdadeira ajuda, a partir da Fé, para encontrar em Deus a Paz que nos devolve
a esperança. Ao final do caminho, nossa proximidade ou afastamento de Deus marcará
o verdadeiro êxito ou fracasso, definitivo e transcendental de nossa vida. A
morte não é a frustração da vida. É, isto sim, o “nascimento para a vida eterna”,
mas o homem se rebela e a desafia, em muitos casos a rejeita, mostrando uma
preparação insuficiente para enfrentar um desenlace que orienta o destino de
sua alma, para viver a eternidade junto de Deus, ou para afastar-se
definitivamente Dele. Esta perspectiva está inscrita na existência de todo
homem desde sua concepção, seja crente ou não... Todos teremos que nos
defrontar com a morte e ali acabará de se definir nosso destino. A partir do
relato de alguns acontecimentos vividos pela autora, este livro pretende
transmitir uma nova ótica sobre este “trânsito forçoso” para todo ser humano.
Trata-se de uma verdadeira ajuda, a partir da Fé, para encontrar em Deus a Paz
que nos devolve a esperança. Ao final do caminho, nossa proximidade ou
afastamento de Deus marcará o verdadeiro êxito ou fracasso, definitivo e
transcendental de nossa vida.
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