sexta-feira, 6 de julho de 2012

GERAÇÃO SUPERFICIAL OU INDIFERENTE?

Paz e fogo, amados(as) de Deus.Talvez este artigo seja o que mais demorei a escrever devido à pertinência da realidade dele em nosso meio.
Por isso orei muito para discernir a forma de escrever.
Já adianto que não quero agradar "A", "B" ou "C", mas a Deus, que me deu a graça de ser profeta e servo de Sua Palavra.
Irmãos, tenho percebido esta geração de fiéis por um lado que acredito, muitos veja mas não se pronunciam a respeito.
Você já percebeu que a maioria das pessoas estão sempre, hoje em dia, focando algum aparelho celular ou mesmo tablet, ou outro qualquer? Percebeu que a linguagem sempre é voltada para a era teconológica? Percebeu que as pessoas estão sempre "logadas" em algo?
Isso em especial na juventude.
Mas muitíssimos adultos aderiram a isso também.
A tecnologia veio e entrou com a "sola da chuteira" em todos os setores. Ajuda muito, não podemos negar.
Porém, existem alguns pontos que precisam ser considerados em nosso meio.
Esta geração tem sido a geração do "CLICK", do "delete", do "enter", dos aplicativos em celulares, dos tablets, notes, netbooks... Não que isso seja ruim, irmãos, mas, vejam bem, quando as coisas começam a passar de alguns limites, é necessário rever algumas coisas.
Tenho uma filha adolescente, que nesses dias atrás, pedi a ela que visse uma música no livro "louvemos o Senhor" sobre um assunto que iria abordar numa pregação.
Ela me enrolou uns 3 dias. Cobrei ela e dei o papel que havia pesquisado na internet sobre o assunto e ela deu uma lida. Ela disse: "Pai, não me vem nenhuma música na cabeça, mas eu posso pesquisar aqui na net..."
Comodidade, praticidade ou preguiça de pensar e orar?
E irmãos, esta minha filha de 15 anos, é só a ponta do iceberg que a juventude e além dela, muitos adultos, estão mergulhados, pois é inaceitável deixar a nossa capacidade, dada por Deus, de pensarmos, nossa necessidade diária de O buscarmos em oração, para colocar no lugar a suposta praticidade ou agilidade, comodidade, como queiram chamar, para que Deus possa manifestar sua glória através de seus filhos.
Mas isso não se resume no âmbito religioso, que desejo abordá-lo mais sobre ele adiante do artigo.
Isso se resume em todos os âmbitos, irmãos.
Social, profissional, pessoal, familiar... E por aí vai.
Papa Bento XVI disse há algum tempo atrás, que as redes sociais não poderiam tirar a forma pessoal com que nos relacionamos com as pessoas. Inclusive podem procurar o artigo referente nesse mesmo blog.
Você vai conversar com as pessoas e elas estão entretidas com celulares, tablets e afins.
Você pede para um filho que está jpgando um jogo qualquer, em PC ou videogame, ele responde: "Espera, estou passando de fase, não posso parar..." "Agora estou ocupado...".
Você pede um trabalho escolar para alguém e já não se pensa para fazer resumo, sabiam?
Seleciona-se o assunto ou a matéria pesquisada no Google, cola-se num documento do word e então vai se excluindo o que é irrelevante, portanto não é um resumo, mas uma cópia sincopada de um escrito de alguém, desrespeitando direitos autorais muitas vezes!
Coloca-se em algumas vezes a bibliografia ou opta-se por não fazê-lo.
Peça para um jovem fazer uma redação respeitando-se pontuações nas frases e parágrafos.
Veja o resultado.
Se não ver esse jovem entrando em parafuso por não conseguir fazê-lo, faz-se de forma relaxada, sem respeito algum ao português, sem respeito a conjugações verbais, sinais de expressão, enfim, empobrecimento da capacidade de pensar. Não quero aqui alongar este assunto para não entrar no mérito da educação atual que vai aprovando alunos totalmente despreparados, sem aprendizado autêntico, somente conhecimentos decorados de leitura e suposta sabedoria.
Isso nós vemos constantemente no âmbito familiar, escolar, profissional, pois hoje você não trabalha numa empresa sem acesso à internet, e quando assim acontece, muitos funcionários se utilizam da rede da empresa para acessarem suas redes sociais, e-mails particulares - muitas vezes por debaixo dos panos.
Muitos não gostam mais de ler um livro. Isso é "brega", antiquado, ultrapassado, obsoleto.
Basta olhar esta realidade nas prateleiras de livrarias.
O gosto de se ler um livro foi substituído pelo acesso direto do mesmo através de um tablet, por exemplo.
Peça para um jovem qualquer, menino ou menina, que pense na vida, quais são seus ideais enquanto ser humano.
O resultado pode ser decepcionante.
Se ele conseguir pensar em algo será depois de horas pensando ou então, na maioria das vezes, você terá a resposta: "Não sei".
Pergunte a essa "GERAÇÃO CLICK" qual o sentido da vida. Poderá ouvir qualquer resposta, menos a que se espera.
Muitos desses desta "GERAÇÃO TECNOLÓGICA" não pensam, perderam esta capacidade. Descobrem os mais difíceis segredos de um aparelho celular de última geração - e nem pode ser qualquer celular! - mas não conseguem nem mesmo concentrar-se em Deus e Dele arrancarem as graças necessárias para sua vida.
E aqui entro de sola no âmbito religioso.
Em minha casa tenho as provas do que falo.
Estamos deixando de lado a espiritualidade, muitas vezes, em troca de uma "comodidade", de uma ferramenta que poderia ser melhor utilizada ao invés de tirar a pessoalidade da evangelização. Pois nada melhor do que o "olho-no-olho" na hora de evangelizar.
O povo da Igreja está caindo nessa cilada que não sei de onde partiu, mas torna-nos preguiçosos, mentirosos, muito informados, mas pouco espiritualizados...
Muito tecológicos, por isso, não temos muito tempo para ouvir o Senhor em nossa oração pessoal, pois até rezamos pelas pessoas pelos msn's da vida, facebook's da vida...
Não vejo nisso algo pecaminoso a partir do momento que não desrespeita minha espiritualidade, minhas obrigações cotidianas e espirituais.
Não há problema algum buscar uma praticicidade, contanto que isso não nos remova a capacidade de pensar, de sermos inteligentes como Deus nos criou.
Não é pecado ter um perfil numa rede social, contanto que isso não tome tanto seu tempo a ponto de não se ter uma horinha para Deus, e falo para servos! Conheço servos que passam o dia inteiro num facebook mas não dão 15 minutos para Deus e falam que rezam!
A boa árvore se conhece pelo fruto (cf. Mt. 7, 20).
Tenho visto alguns frutos meio que podres em nosso meio. E você?
Não tem visto também?
Lamentável isso penetrar de forma tão intensa dentro do âmbito religioso também. Mas existe e é grande o número de pessoas assim, e, de forma triste, a maior parte que sofre disso, desta "tecnofobia", é a juventude. Pois absorve e aprende rápido as melhores tecnologias, mas não conseguem nem mesmo escutar a mais simples palavra que vem de Deus em seu favor, dizendo muitas vezes: "Não consigo ouvir a Deus", "Não consigo fazer minha oração pessoal", "Não tenho ambiente para orar"... E por aí vão as desculpas, as justificativas esfarrapadas para ser tecnológico, atual, descolado, aceito pelas pessoas, pois se dá mais valor pelo que se tem e trabalha-se por fora do que temos por dentro!
GERAÇÃO SUPERFICIAL!
Pois é exatamente assim que se enxerga hoje as coisas... Sem essência, só superficialmente se enxergam as coisas... "Isso não tem nada a ver", "as coisas não são bem assim como dizem", "ah, isso é normal, hoje em dia", todo mundo faz assim, pensa assim...".
Já ouviram estas frases? Eu vivo ouvindo!
DENTRO DA IGREJA INCLUSIVE!
Irmãos, tudo isso tem de facilitar a nossa vida de forma positiva, sem excluir nossas obrigações para com Deus, com a família, com as pessoas... É impresisonante como os diálogos hoje em família tem sido feitos através de redes sociais, msn's, facebook's... Que é isso?
Deus nos deu a tecnologia para bem desfrutarmos dela e não fazer dela a razão de tudo o que somos, fazemos, pensamos! Quantos não perdem tempo descobrindo os segredos tecnológicos de um jogo, por exemplo, mas não gastam tempo com Deus?
Impressionante o quanto a capacidade de ser deu lugar ao ter conhecimento dos botóes e segredos de um celular, de um jogo cheio de códigos, mas a simplicidade do Coração de Jesus, a ternura da maternidade de Maria, a docilidade poderosa do Espírito Santo, a paternidade onipotente de Deus Pai, isso é muito complicado... Pensar em silêncio, então! Um desafio impossível!
Silêncio, tão necessário para nossa espiritualidade, pessoalidade e intimidade com Deus deu lugar a uma juventude barulhenta, cheia de conhecimentos tecnológicos, mas vazia de essência, é só barulho e aparência, só cuida-se do exterior e o interior se deteriora...
Cuida-se do cabelo, maquiagem, roupas, calçados, mas do espírito, da alma... Não precisa...
Beleza exterior que não reflete o interior é superficialidade.
Esta geração tem estas marcas: CLICK, TECNOLOGIA E SUPERFICIALIDADE.
Quando retirarmos estas marcas poderemos dizer se o que vem pela frente poderá satisfazer a preocupação de Jesus: "... Porém, quando o Filho do Homem chegar, encontrará essa fé sobre a terra?"
Essa fé: Expectante, insistente, contemplativa, certa da ação de Deus, viva...
Saiamos da superficialidade tecnológica que se resume num click, e vamos de encontro àquilo que nos dá sentido e nos preenche por completo sem espaços...
Paz e fogo.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Máximas Eternas - Meditações para cada dia da semana

Por Santo Afonso Maria de Ligório
Tradução do Italiano para o Português de Pier Giorgio Citeroni

Atos de preparação às meditações

1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

3. Procura Luz em Deus por amor de Jesus Cristo. Recomenda-te a Maria Santíssima e aos Santos com uma Ave-Maria, Glória ao Pai, etc.
Meditação para o Domingo

Sobre a Finalidade do HomemConsidera, ó alma, que teu ser foi dado por Deus, que te criou à sua imagem, sem teres mérito algum. Adotou-te como filho através do batismo, amou-te mais que um Pai, criando-te para que o amasses e o servisses nesta vida para gozá-Lo, depois, no Paraíso. Não nasceste, pois, nem deves viver para te satisfazeres, para tornar-te rico e poderoso, para comer, para beber e dormir, como fazem os brutos, mas somente para amar teu Deus e para que te salves eternamente. As coisas criadas foram-te dadas para que te ajudassem a alcançar o grande fim. "Ai de mi, infeliz, que em tudo pensei, menos no meu fim! Pai meu, por amor de Jesus, fazei que eu comece uma vida nova, toda ela santa e em conformidade com a vossa vontade divina".

Considera quais terríveis remorosos, pois, sentirás na hora da morte, se aogra não te aplicares em servir a Deus. Que pesar quando, no termo da vida, perceberes que não te resta senão um punhado de moscas de todas as tuas riquezas, grandezas, glórias e prazeres! Ficaras atônito ao ver como, por vaidade e ninharias, perdeste tua alma e a graça de Deus, sem que possas refazer o mal feito; nem terás tempo para tomar o bom caminho. Ó desespero! Ó tormento! Verás então o quanto vale o tempo, mas será tarde. Gostarias de comprá-lo com teu sangue, mas não poderás.

Ó dia amargo para quem não serviu nem amou a Deus.

Considera o quanto se descura este grande fim. Pensa-se em acumular riquezas, em banquetear-se, em festejar, em viver a tôa: E não se serve a Deus, e não se pensa na salvação da alma e o fim eterno. Estima-se com nada. E assim, a maior parte dos cristãos, banqueteando, cantando, tocando, vão para o inferno. Ah! se eles soubessem o que significa o inferno! Ó homem, te fadigas tanto para danar-te e nada queres fazer para salvar-te...Enquanto morria, um secretário de Francisco, Rei da Inglaterra, dizia "Misero de mim! Gastei tanto papel escrevendo cartas para meu príncipe e não gastei nem uma folha para lembrar-me de meus pecados e fazer, assim, uma boa confissão!" Filipe II, Rei da Espanha dizia ao morrer: "Óh, tivesse eu ido ao deserto servir a Deus e jamais tivesse sido Rei!" Mas para que servem estes suspiros, estes lamentos? Servem

para aumentar o desespero. Aprende, à custa de outros, a viver, se não queres cair no mesmo desespero. Fora do gosto de Deus, tudo está perdido. Vamos logo, é tempo de mudar de vida. Queres esperar a morte chegar? Às portas da eternidade, sobre a boca do inferno, quando não mais existe a chance de emendar o erro? "Deus meu perdoa-me. Eu te amo acima de tudo. Arrependo-me de ofender-vos".

"Maria, esperança minha, roga a Jesus por mim".
Meditação para segunda-feira:

Sobre a Importância do fim último

Considera, homem, o quão importante é o conseguires alcançar tua meta final: importa tudo; porque se o consegues e te salvas, serás para sempre Beato e gozarás de corpo e alma de todos os bens: mas se não o consegues, perderas alma e corpo, paraíso e Deus: serás eternamente mísero, serás para sempre danado. Então este é o negócio de todos os negócios, o úncio importante, o único necessáiro: o servir a Deus e salvar-se a alma. Então não diga: Irei satisfazer-me e depois me darei a Deus e espero salvar-me. Esta falsa esperança quantos não mandou para o inferno, os quais assim diziam e agora são danados, e não existe remédio para eles! Qual o danado, que queria realmente danar-se? Mas Deus amaldiçoa quem peca com esperaça no perdão: "Maledictus homo qui peccat in spe". Tu dizes: Quero fazer este pecado, e depois me confessarei. E quem sabe tu terás este tempo? Quem te dá a certeza de que não morrerás logo após o pecado? Entrementes perdes a graça de deus. E se não a achas mais? Deus é misericordioso para quem o teme e não para quem o despreza: "Et misericordia eius timentibus eum" (Lc I). Não digas mais que dois ou três pecados dão no mesmo: Não, porque Deus perdoar-te-á dois pecados, mas não três. Deus suporta, mas não para sempre: "In plenitudine peccatorum puniat" (II Mc 5). Quando cheia está a medida Deus não perdoa mais; ou castiga com a morte ou com o abandono do pecador, de maneira que, de pecado em pecado, acabará no inferno, castigo este pior do que a morte. Atenção irmão a isto que agora lês. Acabe com isso, doa-te a Deus. Pense que este é o último aviso que te manda Deus. Basta o quanto já o ofendeste. Basta o tanto que Ele te suportou. Fica trêmulo ao pensar que ao cometer mais um pecado Deus não mais te erdoará. Presta atenção: Trata-se da alma e da eternidade. A quantos este pensamento levou para o deserto, para os conventos, para as grutas. Pobre de mim que estou repleto de pecados! Com o coração aflito, a alma pesada, o inferno adquirido, Deus perdido. Ah! Deus meu e Pai meu, ata-me em teu amor".

Considera como este negócio é de todos o mais descurado. Em tudo pensamos, na salvação nunca. Para tudo achamos tempo, menos para Deus. Fale-se a um mundano para que frequente os sacramentos, que por meia hora ao dia faça orações, responderá: Tenho filhos, netos, posses, tenho mais o que fazer... Ó Deus, e tu não tens alma? chama teus filhos e netos, eles te tirarão do inferno, terão este poder? Você não pode por de acordo Deus e o mundo, paraíso e pecado. A salvação não é negócio que possa ser tratado levianamente; é preciso usar de violência contra si mesmo, é preciso coragem se queres ganhar a coroa imortal. Quantos cristãos se vangloriavam de poder postergar o serviço devido a Deus, e mesmo assim, salvarem-se... Agora estão no inferno!Que rematada loucura, pensar no que logo passa, e tão pouco pensar no que jamais terá fim! Ah cristão, pensa no que já fizeste! Pensa que em breve desalojarás

desta terra e irás para a casa da eternidade!Pobre de ti se fores danado! Não terás mais a chance de remediar.

Considera o que vem a seguir e diga: "Tenho uma alma, se a perder perdi tudo: Tenho uma alma, se em troca dela obtiver um mundo de que me servirá? Se me torno um grande homem e perdo a minha alma o que me ajuda? Se acumulo riquezas, se aumento o tamanho de minha casa, se faço crescer os meus filhos, nada lhes faltando, se perder a minha alma do que me valerá tudo isso? A que valeram as riquezas, as grandezas, os prazeres, as vaidades a tantos que viveram no mundo e que agora são pó numa fossa e já confinados no inferno? Então, se a alma é minha, se tenho uma alma e a perder, perde-la-ei para todo o sempre, devo pensar na minha salvação". Este ponto é muito importante. Trata-se de sermos para sempre felizes ou para sempre infelizes. "Ó meu Deus, confesso e envergonho-me de, até agora, ter vivido como cego, se ter ido para tão longe de Ti e de não ter pensado em salvar esta única, minha alma. Salvai-me, ó Pai, por Jesus Cristo: Alegro-me em tudo perder contanto que não vos perda, meu Deus.

-Maria, esperança minha, salvai-me com vossa intercessão".

Meditação para terça-feira

Sobre o pecado mortal

Considera como tu, criado por Deus para amá-Lo, te rebelaste contra Ele com ingratidão infernal; tratas-te-o como inimigo, desprezas-te sua graça, a sua amizade. Quem peca o que faz? Dá de costas a Deus, perde o respeito para com Ele, levanta a mão para dar-Lhe uma bofetada, põe aflito o coração de Deus: "Et afflixerunt Spiritum Sanctum eius" (Is 63). Quem peca diz a Deus: "Vá para longe de mim, não quero obedecer-Te, não, não quero servir, não quero reconhecer-Te como meu Senhor: Não Te quero como Deus, o meu Deus é o prazer, o interesse, a vingança". Assim você falou em teu coração quando preferindo a criatura no lugar de Deus. Santa Maria dos Loucos não podia acreditar que um cristão pudesse, de olhos abertos, cometer um pecado mortal: E você que está lendo, o que diz? Quantos pecados mortais você cometeu? "Deus meu, perdoa-me, tenha piedade de mim. Te ofendi, bondade infinita: odei os meu pecados e me arrependo de, erramente, ter-te ofendido, ó meu Deus digno de infinito amor".

Considera o que te dizia Deus quando pecavas: Filho, eu sou o teu Deus, que do nada te criou e te recomprou com o meu sangue; proíbo-te pecares sob pena de tua desgraça. Mas você, pecando, disse a Deus: "Não quero obedecer-te, quero ter este prazer e não importa o quanto Te dôa e que eu fique sem tua graça". "Dixisti, non serviam". "Ah! meu Deus...E dizer que várias vezes fiz isso... Como pudeste me suportar? Ó tivesse eu morrido antes de ofender-Vos...Não quero mais magoar-Vos: Quero amar-Vos, Bondade infinita! Dá-nos a perseverança; dá-nos o Teu Santo Amor".

Considera que Deus abandona o pecador quando o número de pecados chega a certo ponto: "Dominus Patienter Exspectat, ut cum iudicii dies advenerit in plenitudine peccatorum puniat (II Mac 6,14)". Então, irmão meu, se de novo tiver gana de pecar não digas mais: "Depois hei de confessar-me!" E se Deus, neste mesmo instante, tira tua vida? E se Deus te abandona? O que será de ti por toda a eternidade? Muitos perderam-se desta maneira. No entanto, esses muitos, esperavam o perdão mas aí chegou a morte e então danaram-se. Teme, e treme, que o mesmo não suceda a ti. Não é digno de misericórdia quem

quer servir-se da bondade de Deus para ofendê-Lo. Depois de perdoar tantos pecados mortais que você cometeu, é justo temer a falta de perdão ao cometer mais um pecado mortal. Dê graças por Ele te esperado até agora. De hoje em diante diga sempre: "Senhor, Já basta o tanto que Vos ofendi; o restante de minha vida quero gastá-Lo amando-Vos e a chorar pelas ofensas que Vos dirigi. Arrependo-me de todo o coração. Meu Jesus, quero amar-Vos, daí-me forças. Maria, minha Mãe, ajudai-me. Amém".

Meditação para Quarta-feira:

Sobre a Morte

Considera como esta vida há de acabar. A sentença proferida: você tem que morrer. A morte é certa, mas não se sabe em que momento virá. O que se requer para morrer? Uma parada do coração, o rompimento de uma veia no peito, uma sufocação por catarro, um bocado de algo da garganta a mordedura de um animal venenoso, uma febre, uma picada, uma chaga, uma inundação, um terremoto, um relâmpago, bastam para tirar-te a vida. A morte te assaltará quando menos pensares. Quantos, à noite, puseram-se a dormir e de manhã, foram encontrados mortos. E então, isso pode ocorrer contigo também. Tnatos dos que morreram de repente não pensavam em morrer assim; mas assim morreram e, se morreram em pecado, aonde estão agora? E onde estarão por toda a eternidade? Mas , de qualquer maneira haverá de chegar o dia em que verás a anoitecer mas não o amanhecer ou far-se-á dia mas a noite não verás". Virei às escondidas, como a um ladrão à noite" diz Nosso Senhor (Mt 24,46-44). Isto foi, avisado pelo teu bom Senhor, pois que ama tua saúde espiritual.

Correspondas a Deus, aproveite de seu aviso, prepara-te a bem morrer, antes que a morte chegue: "Estote parati" (Lc 12,40). É certo que tens de morrer. Acabara tua cena no palco da vida e não sabes quando. Quem sabe se em um ano, um mês, ou até mesmo amanhã. "Meu Jesus, daí-me Luz e perdoa-me".

Conside que na hora da morte estarás estendido em teu leito, assistido por um sacerdote que te lembrará de tua alma, com teus parentes, ao lado de ti, chorando... Com um crucifixo na cabeceira e uma vela aos pés, já próximo de passares para a eternidade... Tu sentirás a cabeça doendo, a visão turva, a língua seca, as mandíbulas fechadas, o peito pesado, o sangue gelado, a carne consumida, o coração trespassado: Deidarás tudo para trás e pobre, e nú, serás jogado numa vala; aqui os vermes em os ratos roerão toda a tua carne e não restará de ti senão um bocado de pó fedorento e alguns ossos carcomidos. Abra uma fossa e veja o que restou daquele ricaço, daquele avarento, daquela mulher vã! Assim acaba a vida. Na hora da morte ver-te-ás rodeado de demônios que te porão face a face com todos os teus pecados, desde quando eras criança. Pois bem, saiba que o demônio para induzir-te a pecar, cobre e perdoa a culpa; te diz que aquela vaidade, aquele prazer, aquele rancor, nada têm de mal; que aquela conversa nada teve de malévolo... Mas na hora da morte te fará conhecer a gravidade de teu pecado é, a luz daquela eternidade para a qual hás de passar, conhecerás o mal que fizestes para ofender um Deus inifinito... Vamos pois, remedia em tempo, agora que o podes, porquanto, então, não haverás mais tempo.

Considera como a morte é um momento do qual a eternidade depende.Jaz o homem perto de morrer e, por conseguinte, vizinho a uma das dua eternidades; do último suspiro depende a sorte de estar a alma a salvo ou danada para sempre, momento do qual depende uma eternidade; uma

eternidade de glórias ou de penas. Uma eternidade sempre feliz ou infeliz: ou de contentamentos ou de angústias e ansiedade. Uma eternidade gozando de todo o bem ou padecendo de todo o mal. Um paraíso ou um inferno, pela eternidade. Se naquele momento te salvares, não terás mais problemas, viverás contente e beato; mas se perdes a oportunidade serás feliz e desesperado enquanto que Deus será sempre Deus. Na morte conhecerás o que significa paraíso, inferno, pecado, ofender a Deus, lei de Deus desprezada, pecados sem confissão, coisas a restituir. "Mísero de mim!" dirá o moribundo. "Daqui a poucos momentos comparecerei perante o Senhor e sabe-se lá qual será minha sentença. Para onde irei, para o Paraíso ou para o inferno? Gozar entre os anjos ou arder entre os danados? Serei, eu, um filho de Deus ou um escravo do demônio? Em poucos minutos sabe-lo-ei e, ai de mim, onde alojarei da primeira vez, ali ficarei em eterno. Ah...Daqui a algumas horas, alguns minutos, o que será de mim? O que acontecerá comigo se não ressacir aquele dano, se não restituir aquilo que não é meu, se não restituir a fama a quem a fez perder, se, de coração, não perdoar ao meu inimigo, se não me confessar bem?". Então detestarás mil vezes aquele dia em que pecaste, aquele gosto, aquela vingança... O arrependimento será tardiu e sem frutos porquanto vindo do temor do castigo e não do amor a Deus". Ah Senhor, deste momento converto-me a Vós, não quero esperar a morte; eis que, agora, eu Vos amo, vos abraço e quero morrer abraçado a Vós. Maria minha mãe, fazei-me morrer sob Vosso manto, ajudai-me!

Meditação para Quinta-Feira

Sobre o Juízo Final

Considera que tão logo a alma sair do corpo será conduzida para diante do tribunal do Senhor Deus, para ser julgada. O Juíz é um Deus Onipotente, por ti maltratado, e encolerizado. Teus acusadores são os demônios inimigos; os processos são teus pecados; a sentença sem apelo; a pena o inferno... Não existem mais companheiros, parentes, amigos...Deverás ter-te com Deus.Então perceberás a feiura de teus pecados e não poderás desculpá-los como agora fazes. Serás examinado a respeito de teus pecados por pensamentos, por palavras, por complacência, por obras, por omissões e escândalos. Tudo será pesado na grande balança da Justiça Divina e se faltares em algo estarás perdido.

"Meu Jesus e meu juiz, perdoa-me antes de julgar-me".

Considera como a Divina Justiça há de julgar toda a gente no vale de Josafá, quando (no fim do mundo) ressuscitarão os corpos para receber, junto com a alma, o prêmio ou a pena. Reflete que se fores danado pegarás de volta teu mesmo corpo que, então, servira de prisão para tua alma desventurada. Na ocasião deste amargo encontro a alma amaldiçoará o corpo e o corpo à alma, de maneira que a alma e o corpo que agora concordam entre si na procura de prazeres proibidos, unir-seão a força, depois da morte, para serem verdugos de si mesmos. Se te salvares do dito encontro, teu corpo ressurgirá belo, impassível e resplandescente: e assim em corpo e alma serás digno da vida beata. E assim acabará tua cena neste teatro da vida. Acabar-se-ão todas as riquezas, os prazeres, as pompas desta terra; tudo acabou. Somente existem duas eternidades, uma de glória e outra de pena; uma bem-aventurada e outra infeliz: uma de alegrias, outra de tormentos. No Paraíso os justos, no inferno os pecadores. Pobre daquele que tiver amado o mundo e por causa dos míseros prazeres desta terra tudo terá perdido: a alma, o corpo, o paraíso e Deus.

Considera a eterna sentença. Cristo Jesus voltar-se-á contra os réprobos e a eles dirá: Acabaram? Acabaram? Já, minha hora chegou, hora de verdade e de justiça, hora de desdém e de vingança. E ia, celerados, vocês amaram a maldição, que ela caia sobre vocês: Que vocês sejam malditos nos tempos, malditos por toda a eternidade. Saí da minha frente, ide, privados de quaisquer bens e carregados todas as renas, para o fogo eterno". "Discedite a me, maledicti, in ignem aeternum" (Mt 25,41). Depois Jesus se voltará para os eleitos e dirá: "Vinde filhos meus benditos, possuir o reino dos céus posto para vós. Vinde para ser herdeiros das minhas riquezas, companheiros de minha glória; vinde cantar, em eterno, as minhas misericórdias; vinde do exílio à Pátria, das misérias à alegria; vinde das lágrimas ao riso, vinde das penas ao eterno repouso: "Venite, benedicti Patris Mei, possidete paratum vobis regnum" (Mt 25,34)". "Jesusmeu, espero, eu também, ser um destes benditos. Eu Vos ama acima de todas as coisas; desta hora em diante bendizei-me; e bendizei-me Vós, Maria minha Mãe".

Meditação para Sexta-Feira

Sobre o Inferno

Considera como o inferno é uma prisão infeliscíssima, cheia de fogo. Neste fogo estão submersos os danados, tendo um abismo de fogo acima, um abismo aos lados, um abismo abaixo. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo por inteiro. Todos os sentidos têm sua própria pena: os olhos cegos pelo fumo e pelas trevas, aterrorizados pela vista dos demônios e dos outros danados. Com a audição escutarão dia e noite urros contínuos, prantos e blasfêmias. O olfato será afetado pelo fedor daqueles corpos mal cheirosos. O paladar atormentado por uma ardentíssima sede e por uma fome canina, sem jamais obter uma gota d’água nem uma côdea de pão. Por isso, aqueles infelizes encarcerados, abrasados, pela sede, devorados pelo fogo, afligidos por todo tipo de tormentos, choram, gritam, desesperam-se, mas não existe, nem existirá, quem os alivie ou console. Ó inferno, inferno! Muitas só creem quando em ti caem. Que dizes, tu que está lendo? Se tivesses, agora, que morrer, para onde irias? Tu que não suportas uma centelha de vela em tua mão, suportarás, depois, o estar em um lago de fogo, desconsolado e abandonado por todos, por toda a eternidade? A memória dos danados será sempre atormentada pelo remorso da consciência: Este é o verme que sempre roerá o danado, pensar no porque, por poucos prazeres envenenados, danou-se voluntariamente. Ó Deus, o que lhe padecerão, então, aqueles prazeres momentaneos, depois de cem mil, milhões de anos de inferno? Este verme recordar-lhe-á o tempo que Deus pôs à sua disposição para salvar-se; as comodidades que lhe apresentou o Senhor; os bons exemplos dos companheiros; os bons propósitos feitos, mas nunca seguidos. E então verá que não mais existe remédio para sua eterna ruína. Ó Deus, ó Deus que não quer ou seja todos os tormentos. O intelecto conhecerá o grande bem que perdeu: o Paraíso e Deus. "Ó Deus, ó Deus, perdoai-me por amor de Jesus Cristo".

Pecador, tu que agora não te importas em perder o paraíso e Deus, conhecerás a tua cegueira ao ver os bem-aventurados triunfarem e gozar no reino dos céus; e tu, como um cão fétido, serás expulso daquela pátria beata privado, da bela face de Deus, da companhia de Maria, dos Anjos e dos santos. Então, delirando, gritarás: "Ó paraíso de contentes, ó Deus infinito, não és, e

nem serás, mais meu?". Então vamos com a penitência...Muda de vida: não esperes que o tempo termine. Dê-te a Deus: começa a amá-lo verdadeiramente . Roga a Jesus, Roga a Maria – que eles tenha piedade de ti.

Meditação para Sábado

Sobre a Eternidade das Penas

Considera como o inferno não tem fim: sofre-se todas as penas e todas são eternas. De modo que passar-se-ão cem anos daquelas penas, mil anos, e o inferno estará começando. Passar-se-ão cem mil, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos e o inferno começará sempre de novo. Se um anjo levasse a um danado a notícia que Deus o quer tirar do inferno quando passados tantos milhões de séculos quantas forem as gotas de água, as folhas de todas as árvores frondosas, os grãos de areia do mar e da terra, vocês ficariam espantados; mas a verdade é que Ele (o danado) faria uma festa tão grande que vocês não superariam se recebecem a notícia de ter ganhado um reinado. Sim, pois o danado diria a si mesmo: É verdade que muitos séculos terão que escoar-se, mas chegará um dia em que eles acabarão...Mas, ao contrário, este fim não chegará jamais; passar-se-ão todos estes séculos e o inferno de novo, começará; multiplicar-se-ão estes séculos pelos números de grãos de areia, das gotas, das folhas e, mesmo assim, o inferno começará outra vez. Todo danado faria, com Deus, o seguinte pacto: "Senhor, acrescei minha pena o quanto quiseres, basta que haja um termo e ficarei contente". Mas não, este termo jamais existirá. Se ao menos o danado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: "Quem sabe um dia, Deus terá piedade de mim e me tirará do inferno!". Não, o danado verá sempre, diante de si, a sentença de sua danação eterna e, então, dirá: "De maneira que todas estas penas que agora padeço, não terão nunca fim? Nunca?". Durarão para sempre, sempre...Ó nunca! Ó eternidade!Ó inferno!Como? Os homens creem na tua existência e mesmo assim pecam e seguem vivendo em pecado?

Meu irmão, preste atenção, pense que ainda mereces o inferno, se pecares. Já arde sob teus pés esta horenda fornalha; e neste momento em que estás lendo, quantas almas nela estão caindo? Pense que se você lá chegar não mais sairá. E se algumas vezes já mereceste o inferno, agradece a Deus por lá não estar; e depressa remedia o quanto puderes, depressa; chora por teus pecados; leia este ou outro livreto de espiritualidade, todos os dias; torna tua devoção a Maria com o santo rosário diariamente e com o jejum todos os sábados; resiste às tentações chamando frequentemente por Jesus e Maria; foge às ocasiões de pecar e se Deus te chama a deixar o mundo faze-o, deixa-o; cada coisa feita para escapar de uma eternidade de penas é pouco, é nada. "Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas" (S.Bern). Não há cautela bastante para nos assegurar a vida eterna. Veja quantos anacoretas, para escapar do inferno, foram viver em grutas, em desertos...E você, que tantas vezes mereceu o inferno, o que faz? Que faz? Cuidado para não te danares. Dá-te a Deus. "Maria ajudai-me".

Fonte: Volta pra casa.com