quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

RECONSTRUÇÃO DE SI MESMO

 Irmãos, paz e fogo.
Revisando o texto de alguns artigos, este é um dos que mais deu trabalho para escrever, pois implica uma série de coisas que vivia na época que escrevi ele.
Vamos lá.
Quando vamos começar uma construção, sempre começamos pelos alicerces, estruturas, para, então, se levantar a construção propriamente dita.
Quando falamos de RECONSTRUÇÃO, é como se falássemos de restauração de algo já existente, onde já se tem uma estrutura.
Mesmo assim, se começa verificando as bases estruturais, verificando as condições dos alicerces da construção para saber se não precisam ser refeitos ou reestruturados.
Quando se trata de reconstrução humana, no nosso caso, espiritualmente falando, precisamos verificar nossos alicerces e estruturas espirituais adquiridas naquela primeira experiência com Deus, onde parece que tudo havia sido mexido, onde parecia-nos que podíamos tocar o céu!
Lembram-se disso?
Eu me lembro muito bem desta minha experiência...
Deus foi me arrancando das trevas de forma estratégica, pelas bases...
Deu-me um impacto para perceber Seu poder, depois começou a me estruturar nas bases: Juntando meus cacos, juntando os fragmentos da minha história.
Através de grupos de oração e encontros, experiências de oração, seminários onde eram-nos proporcionados momento intensos de oração e transformação, onde o "KERIGMA" era aplicado de forma fiel e intensa, diferentemente de hoje em dia em qua muitas das pregações e encontros são mais uma mostra ridícula de "quem conhece mais", "quem tem maior conteúdo" ou mesmo um palco de discursos moralistas ou adocicados ao ponto de uma "diabetes espiritual" que não converte ninguém, mas contribui para a pessoa - muitas vezes - se manter na vida medíocre e torta porque ninguém teve coragem de anunciar uma verdade com unção genuína a ponto de libertar esta(s) pessoa(s) da escravidão mentirosa.
Me recordo que os seminários sempre se iniciavam com a frase:

"O que aprendermos da parte de Deus neste seminário é para se colocar em prática!"

E isso foi levado a sério por muitos como eu, outros se dispersaram no meio do caminho, desanimaram, se decepcionaram, e aí está o segredo de muitos afastamentos - se não todos!
Quando chega a decepção com pessoas - e elas sempre chegam -, Deus paga o pato, um grupo de oração ou pastoral paga o pato!
Almas ficam sem nosso testemunho por causa de nossa decepção.
Com as bases abaladas a estrutura fica deformada, os alicerces que ficam defeituosos se ninguém busca a reforma ou reconstrução daqueles alicerces.
Até se refazer, alguns levam mais tempo, outros, menos, dependendo da maturidade espiritual de
cada um.
Muita maturidade = menos tempo. Pouca maturidade = mais tempo.
Porém, exigir das pessoas uma maturidade imediata ou total é um erro!
Esperar delas algo que não tem é falta de
discernimento, mas ajudá-las a enxergar a necessidade de crescer e amadurecer na fé para reconstruir-se é um DEVER de quem JÁ É MADURO espiritualmente e adquiriu um grau de discernimento suficiente de saber onde a pessoa precisa chegar e como ser uma SETA que aponta à esta necessidade.
Como um arquiteto que analisa o que é necessário ser feito naquela construção.
Analisa as bases, o material necessário e o quanto será necessário para se compor uma equipe que execute o serviço.
E aqui, irmãos, chega o momento crucial de muitos de nós, que, movidos pelas carências, pelas marcas negativas que trazemos como herança dentro de nós, nossos traumas, melindres e cicatrizes mal curadas que damos carona a cada dia de nossa vida, acabamos por preferir o afastamento, o abandono, a fuga, a busca de culpados, as críticas agudas ao invés de reconstruir-se, começando pelas estruturas, alicerces que um dia foram plantados em nós, refazendo-as em Deus, com decisão, determinação e disciplina, movidos e regidos pelo Espírito Santo de Deus, verdadeiro Operário e Executor de tal obra, segundo as ordens do Arquiteto maior (Deus Pai) e seu "Engenheiro-mor" (Jesus Cristo).
Algo importante a ser levado em conta nesse momento em que detectamos a necessidade da reconstrução e dependermos inteiramente de Deus na reconstrução de nossas estruturas e alicerces, é que Deus jamais fará algo sem a permissão do dono do terreno, da obra! Eu e você!
E eu quero dizer, amados, que muitos estão abandonando o terreno, deixando a "Deus-dará" tudo o que já havia sido conquistado e construído em troca de um conforto humano, um entretenimento momentâneo, para não se falar em comodismo.
Começamos a deixar o terreno aos "invasores", que, não sendo os donos, passam a fazer do terreno ou construção deteriorada e abandonada, um "QG" criminal, onde nascem - ou renascem - vícios que vão poluindo o terreno, velhas manias que vão voltando, antigas atitudes que haviam sido superadas e, que de forma sorrateira, vão voltando, nos anestesiando espiritualmente e vamos achando normal "voltar ao vômito" do qual havíamos saído.
Trabalhar as estruturas implica se buscar dentro de si mesmo!
Buscar a nossa verdade interior! O que sou e quem sou...
Para onde quero ir, até onde quero chegar, qual minha meta, são perguntas que precisam estar no topo dos pensamentos e na primeira linha da oração de cada dia... Aliás, quando nos perdemos no meio do caminho, a oração é a última coisa que queremos fazer ou ter como prática primordial, infelizmente.
Caímos num fingimento ridículo de sermos espirituais demais quando, na verdade, somos carnais demais.
Fugimos de mexer nas estruturas por medo, por covardia de cair em si como fez o "filho pródigo" de Lucas 15.
Preferimos a auto-suficiência de achar que precisamos servir as pessoas, dar a elas o melhor que Deus tem em nós, quando na verdade, nem temos a nós mesmos, então como se doar aos outros, sendo que nem sequer nos descobrimos ou nos temos?
Caímos num ativismo monstruoso e nos achamos "TOP" de espiritualidade...
Caímos na tentação horrível de achar que estamos prontos! Que não precisamos mexer em nenhum lugar nosso, que já sabemos disso ou daquilo, já ouvi isso ou aquilo, já escutei e ouvi esta pregação milhares de vezes, já sei decor o que o pregador vai falar e quais passagens bíblicas usará... E isso desde lideranças até se alastrar em servos recém chegados que se dão ao ridículo de seguirem tais péssimos exemplos.
Tenho certeza de que você já viu e ouviu esse tipo de coisa como eu ouço quase sempre de diversas maneiras e nas mais diversas áreas da Igreja, fora dela...
Ah, se fôssemos mansos e humildes como rezamos nas jaculatórias que intercalam os mistérios do Santo terço quando o rezamos...
Ah, se realmente descêssemos do salto alto da soberba e do orgulho e nos prostrássemos humildemente aos pés de Jesus, deixando Ele mexer onde nós escondemos com o passar dos tempos...
Ah, se deixássemos o Espírito Santo iluminar onde nós apagamos a luz, com o medo de perdermos o prestígio que ganhamos ao nos destacarmos em algum serviço na Igreja, ou mesmo, pela covardia de perder o status que algum "cargo" que conquistamos na Igreja, pois afinal, temos uma "imagem" a zelar, quando a imagem a ser cuidada e mostrada é a que Deus imprimiu em nós ao nos criar...
Reconstruir-se interiormente e espiritualmente, irmãos, implica esse tipo de atitude!
Pois com o passar do tempo percebemos que muitos se afastaram - e eu sou testemunha disso! - por falta de testemunho de gente que está à frente de um movimento, pastoral, independente do local, muitos arrefeceram da primeira chama e não quiseram transformar a pequena chama acesa em incêndio permanente no Espírito, por isso, relaxaram na conduta, na vida espiritual e, com isso,  começaram a aparecer as rachaduras na obra que Deus começou em muitos de nós e a obra começou a ficar parada demais e ficou como que abandonada, começaram a aparecerem os tijolos quebrados de tribulações não superadas, começaram a aparecer o material perdido, se esvaindo na chuva das preocupações e do respeito humano, e só passamos a querer aparecer, fingir para manter essa imagem, sem essência, sem unção, sem sentido...
Se a nossa vitória está na nossa fé, esta fé implica atitudes concernentes à mesma como temos visto
Bento XVI na carta Porta Fidei e Dom Odilo Scherer da Arquidiocese de São Paulo na sua carta pastoral "Aumentai a nossa fé" dizendo que a fé que adquirimos num encontro pessoal e comunitário precisa se reverter em testemunho de fé!
Reconstruir-se em Deus implica testemunho!
Atitude de quem tem metas!
Atitude de quem crê!
Reconstruir-se é sair da paralisia espiritual, da tibieza espiritual, é sair do comodismo humano, sair do conformismo humano, é acreditar que Deus tem mais para mim sempre!
É crer que dentro de nós existe um Deus que pode ser exalado sempre com o bom perfume de Cristo através de atitudes de amor cristão, sem o julgamento condenatório de um olhar, mas com o estender as mãos como quem diz: "Te ajudo a se levantar".
A Bíblia nos ensina isso! E se cremos nas verdades bíblicas, precisamos vivê-las antes de conhecê-las, pois ninguém conhece aquilo que não se vive!
Ninguém ama o que não se conhece....
Amados, é tempo de reconstrução da alma com suas características divinas que nos foram roubadas pelas situações que a vida nos impôs, pelo demônio com suas seduções e nós com nossas vaidades, acabamos por ceder em muitas delas, mas Deus nunca nos dá uma última chance, mas sempre chega em nós com MAIS UMA CHANCE nas mãos, pois, Ele se achega em nós com a misericórdia na frente para nos alcançar, recolher nossos cacos, e RECONSTRUIR ESSA OBRA QUE SOMOS COM ESSES CACOS ESQUECIDOS E DEIXADOS DE LADO... DEUS NÃO INOVA: RENOVA!
DEUS NÃO PRECISA DE NADA EXTERIOR PARA RECONSTRUIR A OBRA DELE, POIS A MATÉRIA PRIMA ESTÁ EM NÓS, ELE MESMO DEIXOU ESTA MATÉRIA PRIMA QUANDO NOS TECEU NO VENTRE MATERNO!
Nos deixemos reconstruir...
Vamos dar uma chance de Deus ser realmente DEUS em nossa vida....
Paz e fogo...
Deixem seus testemunhos nos comentários... isso confirma o ministério e edifica o mesmo.
Seu servo e irmão em Cristo, Antonio Lucio

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