quarta-feira, 26 de abril de 2017

DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA KOWALSKA

SANTA FAUSTINA
Helena Kowalska nasceu em 25 de Agosto de 1905 em Glogowice, na Polônia. Sua família era pobre, mas profundamente religiosa. Helena era dotada de grande inteligência, memória privilegiada e muito estudiosa. Mas, só pôde frequentar a escola durante três anos, pois necessitava ajudar a família. Foi preparada para receber a primeira comunhão com 9 anos de idade. Orama muito e recebia a Eucaristia todas as semanas na missa dominical. Aos 15 anos parte para a cidade vizinha em busca de trabalho para ajudar a família. Fica um ano e regressa com o propósito firme de dizer à sua mãe que deseja abraçar a vida religiosa. Sua mãe se opõe dizendo não possuir dinheiro para o dote exigido. A amargura invade seu coração. Aos 18 anos tenta novamente convencer os pais, mas em vão. parte, então para a cidade industrial de Lódz, em busca de trabalho. Lá cumpre seus deveres de cristã levando uma vida comum de vaidades como suas companheiras, porém não encontrado satisfação em nada, mas sempre recebendo o chamado interior do Senhor.

Sofria muito com isso, como relata em seus escritos: Numa ocasião eu estava com minhas irmãs num baile. Quando todos se divertiam, minha alma sentia tormentos interiores. No momento que comecei a dançar, de repente vislumbrei Jesus ao meu lado, Jesus sofredor, despido de suas vestes, todo coberto de chagas, que me disse estas palavras: "Até quando te suportarei e até quando su me enganarás?"
Tentando disfarçar o ocorrido, deixei dissimuladamente minhas irmãs e companheiras e fui à Catedral de São Estanislau Kostka. Deixei-me cair diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer. Então ouvi estas palavras:"Vai imediatamente à Varsóvia e lá entrarás no convento.Imediatamente contei as minhas irmãs que deveria partir para Varsóvia, fis
minha mala e disse a elas que se despedissem por mim de meus pais. Desci do trem sem saber a quem me dirigir e disse à Nossa Senhora: "Maria, dirigi-me, guia-me".
Imediatamente ouvi em minha alma que saísse da cidade e fosse a certa aldeia, onde poderia passar a noite em segurança. Foi o que fiz. No dia seguinte bem cedo, vim à cidade e e entrei na primeira igreja que encontrei e comecei a rezar. As missas se sucediam e em uma delas ouvi estas palavras: "Vai falar com esse padre e ele te dirá o que deves fazer em seguida" Fui à sacristia e contei o ocorrido e pedi conselho para saber qual convento ingressar. Por enquanto, disse o padre: vou enviar-te a uma senhora piedosa com a qual ficarás até ingressar no convento, a qual me recebeu muito bem. Depois de muito procurar e ser recusada, bati à porta do convento onde a madre superiora me recebeu e depois de uma breve conversação, disse-me que eu falasse com o Senhor da casa e perguntasse se ele me aceitaria. Fui até a capela e perguntei a Jesus: Senhor, Vós me aceitais? e logo ouvi esta voz: Eu te aceito, tú estás em meu Coração. Voltei e madre me aguardava. Então perguntou se o Senhor me aceitava. Respondi que sim ela me disse: Se o Senhor aceita, então eu também aceito. Citado convento pertencia à Congregação da Mãe de Deus da Divina Misericórdia. Mas Helena não poude entrar imediatamente, pois não tinha o dote. Teve que trabalhar durante um ano e juntar o dinheiro. Em 1º de Agosto de 1925, Helena atravessou , cheia de alegria, o umbral do convento. Após três
semanas, Helena já não se achava tão contente, pois percebeu que havia pouco tempo para as orações. Começou a achar que devia ingressar em uma congregação mais religiosa. Nos dias que se seguiram, este pensamento a atormentava e estava decidida a falar com a madre superiora, mas não conseguia. Certa noite entrou para a sua cela e as luzes estavam apagadas. Deitou-se no chão e rezou muito. Depois de um momento, sua cela clareou-se e viu o rosto de Nosso Senhor, muito triste..
Chagas vivas em toda a face e grandes lágrimas caiam na colcha da cama. Então perguntou a Jesus: Jesus, quem vos infligiu tanta dor? e Jesus respondeu:"Tu me infligirás tamanha dor se saíres desta ordem! Chamei-te para cá e não a outro lugar e preparei muitas graças para ti."

Helena disse ter pedido perdão a Ele e mudado a sua decisão. No dia seguinte confessou-se e passei a sentiu-se feliz e satisfeita. Depois de dois anos, em 30 de Abril de 1928, Ir. Maria Faustina faz os votos temporários. Ë enviada para Varsóvia e trabalha na cozinha das irmãs e das alunas. no ano de 1931 é enviada ao convento da cidade de Plock e permanece até 1932. Em 1933 regressa à casa de Cracóvia e em 1º de maio faz a profissão perpétua. Poucos dias depois Ir. Faustina é enviada à cidade
de Vilna e lá permanece três anos. Esse período é bastante importante em sua vida espiritual que encontra seu mentor espiritual o padre Miguel Sopocko, confessor do convento, que ajuda -a no desenvolvimento do culto da "Divina Misericórdia", juntamente com a superiora do convento. O artista - pintor Edmundo Kazimierowski - pinta a imagem "Jesus, eu confio em vós", de acordo com as indicações de Ir. Faustina. Em 11 de maio de 1936 ela regressa à Cracóvia. Sua saúde já enfraquecida desde 1932, decai até o ponto de não mais poder executar as tarefas. A superiora a envia a uma casa de saúde perto de Cracóvia. Seu comportamento durante a doença é um hino permanente à Divina Misericórdia, bem como um exemplo de paciência diante da dor, de humildade de completa entrega à vontade divina. Em 05 de Outubro de 1938, Ir. Faustina abandona esta terra, com a vista cravada no crucifixo, tranqüila, sem queixas.

O DIÁRIO DA IR. FAUSTINA

O Diário foi redigido por ordem expressa do Senhor.

Diz o Senhor à Ir. Faustina:
"Tua tarefa é escrever tudo que te dou a conhecer sobre a minha Misericórdia para o proveito das almas, as quais lendo estes escritos, experimentarão consolo na alma e terão coragem de se aproximar de mim. E, por isso, desejo que dediques todos os momentos livres a escrever" (n° 1693).
Seguindo os passos de Ir. Faustina, lembrem todas as almas e, em especial, aquelas afastadas de Deus e submersas no desespero, que Jesus espera-as com a sua infinita misericórdia e convida-as a mergulhar nela com total confiança.
Finalmente, repitamos com a Ir. Faustina as palavras dirigidas a Jesus: "O meu maior desejo é que as almas conheçam que Vós sois a sua felicidade eterna, que creiam na Vossa bondade e glorifiquem para sempre a vossa misericórdia" (n° 305).

O TERÇO

Sobre uma visão em 13 de setembro de 1935, Irmã Faustina escreve: "Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus... a ponto de atingir a terra ... Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição..."
No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta oração nas contas do rosário: "Primeiro reze um 'Pai Nosso', uma 'Ave Maria', e o 'Credo'. Então, nas contas maiores diga as seguintes palavras:
'Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diretíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.'
Nas contas menores, diga as seguintes palavras:
'Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.'
Conclua dizendo estas palavras três vezes:
'Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.'
Mais tarde, Jesus disse a Irmã Faustina:
"Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz. Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não desespere, mas se lance com confiança nos braços da minha Misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Estas almas têm sobre meu Coração misericordioso um direito de precedência. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido a minha Misericórdia se decepcionou nem experimentou vexame..."

"....Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

A HORA DA DIVINA MISERICÓRDIA

Em 1933, Deus ofereceu a Irmã Faustina uma impressionante visão de Sua Misericórdia. A Irmã nos conta:
"Vi uma grande luz, e nela Deus Pai. Entre esta luz e a Terra vi Jesus pregado na Cruz de tal maneira que Deus, querendo olhar para a Terra, tinha que olhar através das chagas de Jesus. E compreendi que somente por causa de Jesus Deus está abençoando a Terra ."
Jesus disse à Santa Irmã Faustina:
"Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha Paixão."
"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotência em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento ela está largamente aberta para cada alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Naquela hora, o mundo inteiro recebeu uma grande graça: a Misericórdia venceu a Justiça.
Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes rezar Via-Sacra, entra ao menos por um momento na capela, e adora a meu Coração, que está cheio de Misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento."
São poucas as almas que contemplam a Minha Paixão com um verdadeiro afeto. Concedo as graças mais abundantes às almas que meditam piedosamente sobre a Minha Paixão."
Uma invocação que se pode dizer às três horas da tarde é:
"Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de Misericórdia
para nós, eu confio em Vós."
Jesus estabeleceu três condições indispensáveis para atender às orações feitas na hora da  Misericórdia:

SANTA FAUSTINA KOWALSKA NO TERRÍVEL INFERNO

Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno um lugar de grande castigo, e como é grande a sua extensão.
Tipos de tormentos que vi:
Primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso de consciência; o terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; o quarto tormento, é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; o quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas vêem-se mutuamente e vêem todo o mal dos outros e o seu. O sexto é a continua companhia do demônio; o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias.
São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. mas não é ó fim dos tormentos.Existem
tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o
que pecou, de maneira horrivel e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de
castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terriveis tormentos,
se não me sustentasse a onipotência de Deus.
Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade.
Estou escrevendo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há
inferno ou que ninguém esteve 'lá e não sabe como é.
Eu, Irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos para falar às almas e testemunhar que
o Inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por
escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus tinham que me
obedecer. O que eu escrevi dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto,
uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam
que o Inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas,
sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores;
incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. "O meu Jesus, prefiro agonizar até o fim
do mundo nos maiores suplícios a ter que vos ofender com o menor pecado que seja."

1) A perda de Deus
Então Ele dirá aos que estiverem à Sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de Mim' (Mt 25:41).
Aqueles serão punidos de uma perda eterna, afastados da face do Senhor e da glõria da Sua força
(2 Ts 1:9).

2) O remordimento da conciência
O seu verme não morrerá (Mc 9,48).

3) O destino dos condenados nunca cambiará
"E estes irão para o castigo eterno" (Mt 25:46).

4) O fogo
'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno' (Mt 25:41).

5) As trevas
lancem-no para fora, nas trevas (Mt 22:13; Mt 25:30).

6) A companhia Satã
"Então Ele dirá aos que estiverem à Sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de Mim para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos." (Mt 25:41).

7) O desespero
ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 22:13; Mt 24:51; Mt 25:30).

SANTA FAUSTINA
No dia 05 de Outubro de 1938, às 22h45, a Irmã Maria Faustina Kowalska - Santa Faustina - após
longos sofrimentos suportados com grande paciência, parte para o encontro com o Senhor. É um
costume da Igreja Católica celebrar o dia do santo no dia de sua morte, ou melhor, do seu
"nascimento" para a vida eterna.
Santa Faustina nasceu na Polônia no dia 25 de Agosto de 1905. Neste ano comemoramos o
centenário do seu nascimento. Ele entrou para o Convento da Congregação das Irmãs de Nossa
Senhora da Misericórdia em 1925. Quando recebeu o hábito religioso Santa Faustina acrescentou
ao seu nome acrescentou ao seu nome a expressão "do Santíssimo Sacramento" tal era sua
devoção à Jesus na Eucaristia.
Em 1930, Santa Faustina recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo a mensagem da Divina
Misericórdia, a qual ela deveria divulgar para o mundo. A ela foi atribuída a tarefa de ser a apóstola
e secretaria da Misericórdia de Deus, um modelo de como ser misericordioso e um instrumento
para divulgar o plano de Deus de Misericórdia para o mundo.
AGORA É O TEMPO DE MISERICÓRDIA
As revelações de Nosso Senhor a Irmã Faustina falam de agora como tempo de misericórdia.
Existe uma urgência especial nessa mensagem.
Repetidamente Nosso Senhor enfatizou que agora é o dia da misericórdia, antes da vinda do dia
do julgamento. Agora é o tempo da preparação para a vinda do Senhor. "Escreva isto" - disse
Nosso Senhor a ela:
Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia... agora prolongo-lhes o
tempo da Misericórdia, mas ai deles, se não reconhecerem o tempo da Minha visita... (Diário
83, 1160).
Ajude a divulgar nosso site ainda mais! Clique aqui e obtenha um cartaz para divulgar esta
devoção na sua comunidade. Confiamos na promessa de Jesus:
Coloquem a esperança na Minha misericórdia os maiores pecadores. Eles têm mais direito
do que outros à confiança no abismo da Minha misericórdia. (...) A estas almas concedo
graças que excedem os seus pedidos. (Diário, 1146)
Todas as sextas-feiras na Hora da Misericórdia - 15 horas - rezamos por todos os devotos e
divulgadores da Divina Misericórdia no Santuário aqui em Curitiba. Se possível, una-se conosco
nesta oração, mesmo que espiritualmente.
Três horas da tarde tem especial significado, porque foi a hora em que Nosso Senhor morreu por
nós. Enquanto refletia nesta hora, o centurião romano Logino se deu conta de quem era Jesus.
Logino foi aquele que atirou a lança no lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Apóstolo São João
escreveu em seu Evangelho : "Chegando a JESUS e vendo-O morto, não lhe quebraram as
pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e
água". (Jo 19,33-34)
Conta uma lenda que ele tinha um problema na vista, e que pegou um pouco do sangue e água
que saíram do lado aberto de Jesus e esfregou em seus olhos e ficou curado. Ele se converteu ao
cristianismo, foi martirizado, e mais tarde foi declarado santo pela Igreja.
A hora da Misericórdia
Sabemos que Nosso Senhor quer que nós sempre rezemos e imploremos por misericórdia para o
mundo. Ele deu à Santa Faustina uma ordem especial sobre as Três Horas da Tarde: "Às três
horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos
por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que
Me encontrei no momento da agonia. Esta é a Hora de grande misericórdia para o Mundo
inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma
que Me pedir pela Minha Paixão" (Diário da Santa Faustina, n. 1320).
Em outra ocasião, Jesus Misericordioso disse a ela: "Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes
que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha
misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo
inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta
para toda a alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora,
realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça. Minha filha, procura
rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não
puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu
Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer
ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento.
Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei
a conhecer mais profundamente esse mistério" (Diário, 1572).
Na Sexta-feira Santa, dia 10 de Abril de 1936, Santa Faustina teve uma visão e escreveu: "Às três
horas vi Jesus crucificado, que olhou para mim e disse: Tenho sede. - Então, vi que do Seu lado
saíam os mesmos dois raios que estão na Imagem. Então, senti na alma um desejo de salvar
almas e de aniquilar-me pelos pobres pecadores. Ofereci-me em sacrifício ao Pai Eterno pelo
mundo inteiro, com Jesus agonizante. Com Jesus, por Jesus e em Jesus está a minha união
Convosco, Pai Eterno..." (Diário, 648).
Ao mesmo tempo que o Senhor nós pediu para parar às 3 horas da tarde e meditar, mesmo que
por alguns instantes, Ele também pediu que nós rezássemos o Terço da Divina Misericórdia
freqüentemente. Na verdade, Jesus Misericordioso disse à Santa Faustina: "Recita, sem cessar,
este Terço que te ensinei" (Diário, 687). Logo, é apropriado que paremos alguns instantes e
reflitamos sobre a Grande Paixão de Jesus Cristo por nós ao longo do dia e, especialmente, às três
horas da tarde.
Nas Filipinas acontece um fenômeno chamado "O hábito das Três Horas da Tarde". Neste horário
todos no país, a até mesmo na televisão, param e rezam a seguinte oração: "Ó Sangue e Água
que jorrastes do Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!"
(Diário, 84).
Como pecadores que precisam voltar para o amor e misericórdia de Deus, vamos sempre ter nos
lembrar da Hora da Misericórdia, refletindo sobre sua Paixão e amor por nós, mesmo que apenas
por um instante.
A Confiança e a Divina Misericórdia
O fundamento da mensagem da Divina Misericórdia é a confiança. Somos como vasos de
misericórdia e o quanto de misericórdia estes vasos irão armazenar e distribuir para os outros,
depende da nossa confiança. E a confiança requer conversão do nosso coração e de nossa alma
para entendermos a Misericórdia de Deus, sermos misericordiosos com os outros, e para
deixarmos Deus dirigir nossas vidas.
Em Provérbios 3,5 está escrito, "Tem confiança no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes
na tua prudência" . Confiar em Deus é fácil quando as coisas vão bem, contudo, em tempos de
provação, sofrimento, dúvida, fraqueza e ansiedade, começamos a imaginar "onde está Deus?"
"Ele realmente existe?" Se rezamos e acreditamos que estamos fazendo a Sua vontade, então nós
devemos pedir por força e firmeza na fé. Mas estamos tão acostumados a controlar e se
encarregar de tudo e somente mais tarde entendermos que Deus estava nos concedendo uma
oportunidade de fortalecermos nossa fé.
A confiança é a chave para se viver a mensagem da Divina Misericórdia. Quando nossa fé é
testada em tempos de provação e sofrimento, reflitamos no que Jesus falou para Santa Faustina:
"Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá" (Diário da Santa Faustina, 1577).
Certamente haverá momentos em nossas vidas em que o resultado de nossas ações não será
como planejado ou do jeito que pedimos em oração. Quando enfrentaros provações e sofrimentos
de alguma maneira, nossa reação normalmente é "o que eu fiz para merecer isto?" ou "se Deus é
mesmo misericordioso, como pode Ele permitir que isto aconteça?" Claro que há muitos tipos
sofrimentos difíceis de aceitar como doenças, vícios, perda de um ente querido, ofensas - na
realidade a lista de sofrimentos é sem fim. Qualquer que seja a causa do problema, dor é sempre
dor e nós devemos nos perguntar "o que Deus está tentando me ensinar com esta cruz?" Em cada
passo de nossa vida enfrentamos adversidades. Nosso Senhor disse à Santa Faustina "Minha
filha, o sofrimento será para ti um sinal de que estou contigo" (Diário, 699) e em outra ocasião
disse também, "Minha filha, não tenhas medo dos sofrimentos, Eu estou contigo" (Diário,
151).
Em Mateus 11, 28-30 está escrito: "Vinde a mim todos os que estais fatigados e carregados, e eu
os aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração,
e achareis descanso para as vossas almas, Porque o meu jugo é suave, e o meu peso é leve".
Estas provações na vida nos dão oportunidade de rever nossa fé e freqüentemente nos forçam a
questionar nossa relação com Deus. Santa Faustina escreveu: "Deus às vezes permite coisas
estranhas, mas isso acontece sempre para que se manifeste na alma a virtude" (Diário, 166). Esta
é a razão para as provas. O sofrimento tem um sempre um propósito, assim como escreveu São
Paulo: "Porque o que presentemente é para nós uma tribulação momentânea e ligeira, produz em
nós um peso eterno de uma sublime e incomparável glória, não atendendo nós às coisas que se
vêem, mas sim às que se não vêem" (2Cor 4, 17-18).
Na Primeira Carta de São Pedro (1Pdr 4, 12-13) lemos, "Caríssimos, não vos perturbeis com o
fogo que se acendeu no meio de vós para vos provar, como se vos acontecesse alguma coisa de
extraordinário; mas alegrai-vos de serdes participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos
alegreis também e exulteis, quando se manifestar a sua glória". Se entendermos e aceitarmos isso,
nosso sofrimento abrirá a porta para o crescimento espiritual e para a realização da total confiança
em Deus. Por exemplo, a pessoa com um vício provavelmente irá negar o problema até chegar ao
fundo do poço. A cura somente irá acontecer pela aceitação do problema e o reconhecimento de
que ela precisa de Deus.
Quando nós oferecemos nossos sofrimentos e cruzes para Jesus, nós vivemos as palavras de São
Paulo aos Gálatas: ... "Estou pregado com Cristo na cruz, e vivo, mas já não sou eu que vivo, é
Cristo que vive em mim. E a vida com que eu vivo agora na carne, vivo-a da fé do Filho de Deus,
que me amou e se entregou a si mesmo por mim" (Gal 2, 20).
Vamos lutar pela paz interior, pela paz que somente Ele pode nos dar. Quando enfrentarmos
adversidades, vamos rezar pedindo forças para fazermos a vontade de Deus e para responder a
estas provações com amor. Vamos pedir a Nosso Misericordioso Senhor para inundar nossas
almas com Seu amor e misericórdia. E, vamos refletir sobre a chaga do Coração de Jesus e clamar
por Sua Misericórdia por todos os pecadores, dizendo: Ó Sangue e Água que jorrastes do
Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!
Sinal do Filho do Homem

ESCREVE ISTO: ANTES DE VIR COMO JUSTO JUIZ, VENHO COMO REI DA MISERICÓRDIA.
ANTES DE VIR O DIA DA JUSTIÇA, NOS CÉUS SERÁ DADO. AOS HOMENS ESTE SINAL:
APAGAR-SE-Á TODA A LUZ NO CÉU E HAVERÁ UMA GRANDE ESCURIDÃO SOBRE A
TERRA. ENTÃO APARECERÁ O SINAL DA CRUZ NO CÉU*, E DOS ORIFÍCIOS ONDE FORAM PREGADAS AS MÃOS E OS PÉS DO SALVADOR SAIRÃO GRANDES LUZES, QUE, POR ALGUM TEMPO ILUMINARÃO A TERRA. ISTO ACONTECERÁ POUCO ANTES DO ÚLTIMO DIA**.

*"Logo após estes dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as
estrelas e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do
Homem." (Mt 24,29-30)

**"Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os
elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela
contém." 2Pd 3,10

"O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do
Senhor." At 2,20
"sim, o dia do Senhor será trevas e não claridade, escuridão, e não luz." Am 5,20
Fonte: Divina Misericórdia

”DESEJO QUE O MUNDO TODO CONHEÇA A MINHA MISERICÓRDIA” (Diário, 687).

”A HUMANIDADE NÃO ENCONTRARÁ A PAZ ENQUANTO NÃO SE VOLTAR,
COM CONFIANÇA, PARA A MINHA MISERICÓRDIA” (Diário, 300)

VATICANO, Praça de São Pedro. Solenidade da canonização de Faustina Kowalska.
No dia 30 de abril de 2000, o papa JOÃO PAULO II proclama a Irmã Faustina Kowalska santa
e institui a Festa da Misericórdia Divina para toda a Igreja. No dia 17 de agosto de 2002, em
Cracóvia-Lagiewniki, o Papa realiza o ato solene da entrega do mundo à Divina Misericórdia,
bem como a consagração do Santuário da Divina Misericórdia.
Trechos da homilia do Papa pronunciada durante a Santa Missa:
"Ó Misericórdia divina insondável e inesgotável,
Quem Vos poderá venerar e glorificar dignamente?
Atributo máximo de Deus Onipotente,
Sois a doce esperança para o homem pecador" (Diário, 951).
"Caros Irmãos e Irmãs!
Repito hoje essas simples e sinceras palavras de Santa Faustina, para juntamente com ela e
com vós todos glorificar o inconcebível e insondável mistério da Divina Misericórdia. Da
mesma forma que ela, queremos confessar que não existe para o homem uma outra fonte de
esperança que não seja a misericórdia de Deus. Queremos repetir com fé: Jesus, eu confio em Vós.
Essa profissão, na qual se expressa a confiança no onipotente amor de Deus, é especialmente necessária em nossos tempos, nos quais o homem se sente desorientado em face das variadas manifestações do mal. É preciso que o apelo pela divina misericórdia brote do fundo dos corações humanos, repletos de sofrimento, de inquietação e de dúvida, que buscam uma fonte segura
de esperança. (...)
Por isso hoje, neste Santuário, desejo, confiar solenemente o mundo à Misericórdia Divina.
Faço-o com o desejo ardente de que a mensagem do amor misericordioso de Deus, proclamado
por intermédio de Santa Faustina, chegue a todos os habitantes da terra e cumule os seus corações
de esperança. Esta mensagem se difunda deste lugar em toda a nossa Pátria e no mundo. (...)"

ATO DE CONSAGRAÇÃO DO MUNDO À DIVINA MISERICÓRDIA

Deus, Pai misericordioso que revelaste o Teu amor no Teu Filho Jesus Cristo e o derramaste sobre nós no Espírito Santo, Consolador confiamos-te hoje o destino do mundo e de cada homem.
Inclina-te sobre nós, pecadores cura a nossa debilidade vence o mal faz com que todos os habitantes da terra conheçam a tua misericórdia para que em Ti, Deus Uno e Trino encontrem sempre a esperança.
Pai eterno pela dolorosa Paixão e Ressurreição do teu Filho tem misericórdia de nós e do mundo inteiro. Amém!

"Amo a Polônia de maneira especial e, se ela for obediente à Minha vontade, Eu a elevarei
em poder e santidade. Dela sairá a centelha que preparará o mundo para a Minha Vinda
derradeira" (Diário, 1732)

A MENSAGEM DA DIVINA MISERICÓRDIA

A Santa Faustina, uma religiosa polonesa da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, que tinha uma confiança ilimitada em Deus, Jesus Cristo confiou uma grande missão - a Mensagem da Misericórdia dirigida ao mundo inteiro. A sua missão consistia essencialmente em transmitir novas orações e formas de devoção à Divina Misericórdia, que devem lembrar a esquecida verdade do amor misericordioso de Deus para com toda criatura humana.
Na mensagem transmitida, Deus misericordioso revela-se em Jesus Cristo Salvador como Pai de amor e de misericórdia, especialmente diante dos infelizes, dos que erram e dos pecadores.

Santa Irmã Maria Faustina Kowalska (1905-1938)
"És a secretária da Minha misericórdia..." (Diário, 1605).
"A tua tarefa é escrever tudo que te dou a conhecer sobre a Minha misericórdia para o proveito das almas, que lendo estes escritos experimentarão consolo na alma e terão coragem de se aproximar de Mim" (Diário, 1693).
"Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não quero castigar
a sofrida humanidade, mas desejo curá-la estreitando-a ao Meu misericordioso Coração (...)
Antes do dia da justiça estou enviando o dia da Misericórdia" (Diário, 1588).
O Salvador deseja que o mundo inteiro conheça as novas formas do culto da Divina Misericórdia e as promessas com ele relacionadas, que Ele prometeu cumprir com a condição da nossa confiança na bondade de Deus e de misericórdia diante dos semelhantes.
"Abri o Meu Coração como fonte viva de misericórdia; que dela tirem vida todas as almas, que se aproximem desse mar de misericórdia com grande confiança. Os pecadores alcançarão justificação, e os justos serão confirmados no bem" (Diário, 1520).
"...e tanto o pecador como o justo necessitam da Minha misericórdia. A conversão e a perseverança são uma graça da Minha misericórdia" (Diário, 1577-1578).
"As graças da Minha misericórdia coIhem-se com o único vaso, que é a confiança. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá" (Diário, 1578).

NOVAS FORMAS DE DEVOÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA: A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO

No dia 22 de fevereiro de 1931, Jesus Cristo apareceu a Irmã Faustina numa cela do convento de Plock (Polônia) e lhe recomendou que pintasse uma imagem, apresentando-lhe o modelo na visão.
"Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá.
Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória. (...) Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pnicel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras" (Diário, 47-49).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela" (Diário, 570).

A FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA

"Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará" (Diário, 699).
"Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena" (Diário, 1448).

O TERÇO DA DIVINA MISERICÓRDIA

Jesus Cristo ditou a Irmã Faustina o Terço da Misericórdia Divina em Vilnius (Lituânia), nos dias 13-14 de setembro de 1935, como uma oração para aplacar a ira divina e pedir perdão pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro.
"Por ele [o Terço da Divina Misericórdia] conseguirás tudo, se o que pedires estiver de acordo com a Minha vontade" (Diário, 1731).
"Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia" (Diário, 687).
"Pela recitação deste Terço agrada-Me dar tudo o que Me peçam. Quando os pecadores empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas, e a hora da morte deles será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe. Essas almas têm prioridade no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia.
Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se decepcionou ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha bondade. "Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me colocarei entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso" (Diário, 1541).
"Defendo toda alma que recitar esse terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria glória, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguem a mesma indulgência. Quando recitam esse terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus, a misericórdia insondável envolve a alma " (Diário, 811).
Para ser rezado nas contas do terço. "No começo: Pai nosso, que estais no céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espirito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna Amém.
Nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.
Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras:
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.
No fim, rezarás três vezes estas palavras:
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro” (Diário, 476).

A HORA DA MISERICÓRDIA

Em outubro de 1937, em Cracóvia (Polônia), Jesus Cristo recomendou que fosse honrada a hora da Sua morte e que ao menos por um instante de oração se recorresse ao valor e aos méritos da Sua paixão.
"...que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, (...) Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça (...) procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura" (Diário, 1572).
"A fonte da Minha misericórdia foi na cruz aberta com a lança para todas as almas, — não excluí a ninguém" (Diário, 1182).

DIVULGANDO A DEVOÇÃO DA DIVINA MISERICÓRDIA

"Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar.
Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te. Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem uma prova irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia" (Diário, 742).
"...mas escreve-o para muitas almas que às vezes se preocupam por não possuírem bens materiais, para com elas praticar a misericórdia. No entanto, tem um mérito muito maior a misericórdia do espírito, para a qual não é preciso ter autorização nem armazém e que é acessível a todos. Se a alma nao praticar a misericórdia de um ou outro modo, não alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo" (Diário, 1317).
"...faz o que está ao teu alcance pela divulgação do culto da Minha misericórdia. Eu completarei o que não conseguires. Diz à Humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz (...) Quando uma alma se aproxima de Mim com confiança, encho-a com tantas graças, que ela não pode encerrá-las todas em si mesma e as irradia para as outras almas. As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho..." (Diário, 1074-1075).
"Aos sacerdotes que proclamarem e glorificarem a Minha misericórdia darei um poder extraordinário, ungindo as suas palavras, e tocarei os corações daqueles a quem falarem" (Diário, 1521).

NOVA CONGREGAÇÃO

Irmã Faustina procurava compreender o plano divino da fundação de uma nova congregação.
Nessa intenção oferecia a Deus muitas orações e sofrimentos. Em junho de 1935, em Vilnius
(Lituânia), anotou:
"Deus está exigindo que haja uma Congregação que proclame ao mundo a misericórdia de Deus e que a peça para o mundo" (Diário, 436).
"Desejo que haja uma tal Congregação" (Diário, 437).
"Hoje vi o convento dessa nova Congregação. Amplas e grandes instalações. Eu visitava cada peça sucessivamente. Via que em toda a parte a providência de Deus havia fornecido o que era necessário (...). Durante a Santa Missa veio-me a luz e uma profunda compreensão de toda essa obra, e não deixou em minha alma qualquer sombra de dúvida. O Senhor deu-me a conhecer Sua vontade como que em três matizes, mas é uma só coisa.
O primeiro: Que as almas separadas do mundo, arderão em sacrifício diante do Trono de Deus e pedirão misericórdia para o mundo inteiro... E pedirão a bênção para os sacerdotes e, por sua oração, prepararão o mundo para a última vinda de Cristo.
Segundo: A oração unida com o ato de misericórdia. Especialmente defenderão do mal as almas das crianças. A oração e as obras de misericórdia encerram em si tudo que essas almas devem fazer; e na sua comunidade podem ser aceitas até as mais pobres, e, no mundo egoísta, procurarão despertar o amor, a misericórdia de Jesus.
Terceiro: A oração e as obras de misericórdia não obrigatórias por voto, mas, pela realização, as pessoas possam participar de todos os méritos e privilégios da Comunidade. A este grupo podem pertencer todas as pessoas que vivem no mundo. O membro deste grupo deve praticar ao menos uma obra de misericórdia por dia, mas pode haver muitas, pois cada um, por mais pobre que seja. (...) existe uma tríplice forma de praticar a misericórdia: a palavra misericordiosa — pelo perdão e pelo consolo; em segundo lugar — onde não é possível pela palavra, oração — e isso também é misericórdia; em terceiro — obras de misericórdia.
E, quando vier o último dia, seremos julgados segundo tais disposições e, de acordo com isso, receberemos a sentença eterna" (Diário, 1154-1158).

PADRE MIGUEL SOPOCKO

"Eis a tua ajuda visível na Terra. Ele te ajudará a cumprir a Minha vontade na Terra" (Diário, 53).
Na missão da santa Irmã Faustina, a providência Divina assinalou um papel especial ao seu
confessor e diretor espiritual – o pe. Miguel Sopocko, durante permanência da Irmã Faustina
em Vilnius, Lituânia (1933-36), que foi para ela um auxiliar insubstituível no reconhecimento
das vivências e das revelações interiores. Por recomendação sua ela escreveu um DIÁRIO,
que era um documento de mística católica de valor excepcional. Nesse DIÁRIO apresenta-se
também a figura singular do pe. Miguel Sopocko, bem como a contribuição do seu trabalho
para a realização das exigências de Jesus Cristo.
Servo de Deus pe. Miguel Sopocko (1888-1975)
"É um sacerdote segundo o Meu Coração. (...) Por ele agradou-Me divulgar a honra à Minha misericórdia" (Diário, 1256).
"O pensamento dele está estreitamente unido com o Meu e, portanto, fica tranquila quanto à Minha obra. Não permitirei que ele se engane e nada faças sem a permissão dele!" (Diário, 1408).
A pintura da imagem, a sua exposição para o culto público, a divulgação do terço da Misericórdia Divina, a tomada das providências iniciais pela instituição da festa da Misericórdia Divina e para
a fundação de uma nova congregação religiosa – realizou-se em Vilnius graças aos empenhos do pe. Miguel Sopocko. Desde aquela época, a obra comum, alcançada graças à oração e ao sofrimento de ambos, irradia-se pelo mundo inteiro.
"Ao considerar o trabalho e a dedicação do padre Dr. Sopocko nesta questão, eu admirava a sua paciência e humildade. Tudo isso custava muito, não apenas dificuldades e diversos dissabores, mas também muito dinheiro e, no entanto, o padre Dr. Sopocko fez todos os gastos. Noto que a Providência Divina preparou-o para cumprir esta Obra da Misericórdia antes que eu pedisse isso a Deus. Oh! como são admiráveis os Vossos caminhos, ó meu Deus, e como são felizes as almas que seguem o chamado da graça de Deus" (Diário, 422).
O padre Miguel Sopocko nasceu em Nowosady, nas proximidades de Vilnius (atual Lituânia).
Nos anos 1910-1914 estudou teologia na Universidade de Vilnius, e posteriormente em
Varsóvia, onde concluiu também o Instituto Superior de Pedagogia. Depois de obter o grau
de doutor
em teologia moral em 1926, foi nomeado diretor espiritual no seminário de Vilnius. Defendeu
sua tese de docente em 1934. Trabalhou como professor de teologia moral na Faculdade
de Teologia Stefan Batory em Vilnius e no Seminário Maior de Bialystok (1928-1962).
Nos anos 1918-1932 foi capelão do exército polonês em Varsóvia e em Vilnius.
Nos trabalhos científicos que publicou, o padre Miguel Sopocko forneceu os fundamentos
teológicos para as novas formas do culto da Misericórdia Divina, que ele propagava com
zelo, envolvendo-se na atividade evangelizadora e social. Foi confessor de diversas
comunidades religiosas e leigas. Para a primeira comunidade de irmas, que deu origem a
nova congregaçao religiosa, escreveu cartas de formaçao. A seguir, para a organizaçao da
congregaçao fundada, redigiu as suas constituiçoes - de acordo com os ideais e as
propostas de Irmã Faustina. Com base nos textos da religiosa, compunha oraçoes a
Misericórdia Divina. Após a morte de Irmã Faustina, com a qual manteve contato até o final
da vida dela, de forma coerente procurou realizar as tarefas assinaladas nas revelaçoes. No
DIÁRIO de Irmã Faustina que escreveu, permaneceu o testemunho que apresenta a bela
personalidade e a riqueza interior desse piedoso sacerdote.
"Ó meu Jesus, Vós vedes que grande gratidão tenho para com o padre Sopocko, que levou
tão longe a Vossa obra. Essa alma tão humilde soube suportar todas as tempestades e não
se abalou com as adversidades, mas respondeu fielmente ao chamado de Deus" (Diário,
1586).
"Quando conversava com o meu diretor espiritual, vi interiormente, a sua alma em grande
sofrimento, num tal martírio que só poucas almas o experimentam. Êsse sofrimento provém
dessa obra. Virá o tempo em que esta obra, que Deus tanto recomenda, será como que
totalmente destruída e, depois disso, a ação de Deus se manifestará com grande força, que
dará testemunho da verdade. Ela será um novo splendor para a Igreja, ainda que há muito
tempo nela já existe.
Que Deus é infinitamente misericordioso, ninguém o poderá negar; mas Ele deseja que
todos saibam disso, antes que venha a segunda vez como Juiz; quer que primeiro as almas
O conheçam como Rei da Misericórdia. Quando esse triunfo sobrevier, nós já estaremos na
vida nova, na qual não há sofrimentos. Mas, antes disso, a alma dele será saciada de
amargura à vista da ruína dos seus esforços. Contudo, essa destruição será apenas ilusória,
visto que Deus não muda o que uma vez tenha decidido; mas, ainda que a destruição seja
aparente, o sofrimento será bem real. Quando isso susederá, não sei; quanto tempo vai
durar, não sei" (Diário, 378).
"Jesus, essa obra é Vossa; por que então procedeis com ele dessa maneira? Parece que Ihe
crias dificuldades e ao mesmo tempo exigis que a faça. Escreve que dia e noite o Meu olhar
repousa sobre ele, e se permito essas contrariedades é só para multiplicar os méritos dele.
Não recompenso pelo bom êxito, mas pela paciência e pelo trabalho suportado por Minha
causa" (Diário, 86).
"Haverá tantas palmas na sua coroa quantas almas se salvarem por essa obra.
Não recompenso o bom êxito no trabalho, mas o sofrimento" (Diário, 90).
"Recebi uma carta do padre Sopocko. Fiquei sabendo que a causa de Deus está
progredindo, embora aos poucos.(...) Conheci que neste momento Deus está exigindo de
mim, nessa obra, orações e sacrifícios.(...) Conheci nessa carta a grande luz que Deus está
concedendo a esse sacerdote. Isso me confirma [na] convicção de que Deus realizará essa
obra através dele, apesar das contrariedades, de que realizará essa obra, ainda que as
adversidades se acumulem. Bem sei que, quanto mais bela e maior a obra, tanto mais
terríveis as tempestades que se desencadearão contra ela" (Diário, 1401).
"Deus permite, às vezes, em Seus insondáveis desígnios, que aqueles que empreenderam
os maiores esforços em alguma obra, na maioria das vezes não gozem o fruto dessa obra
aqui na Terra. Deus reserva-lhes toda a felicidade para a eternidade, mas, apesar de tudo,
algumas vezes Deus lhes dá a conhecer quanto Lhe agradam os esforços deles; e esses
momentos fortalecem-nas para novas lutas e provações. São essas almas que mais se
assemelham ao Salvador, o qual, em Sua obra fundada aqui na Terra, só sentiu amarguras"
(Diário, 1402).
"Jesus deu-me a conhecer como tudo depende de Sua vontade, dando-me assim uma
profunda tranqüilidade quanto a toda essa obra. Ouve, Minha filha! Embora todas as obras
que surgem da Minha vontade estejam sujeitas a grandes sofrimentos, reflete se alguma
delas esteve sujeita a maiores dificuldades do que a obra diretamente Minha — a obra da
Redenção. Não deves preocupar-te demais com as adversidades. O mundo não é tão forte
como parece; sua força é estritamente limitada" (Diário, 1642-1643).
O padre Sopocko escreve em seu DIÁRIO: “Existem verdades que são conhecidas
e a respeito das quais com freqüência se ouve falar e se fala, mas que não são
compreendidas. Foi o que aconteceu comigo no que diz respeito à verdade da Misericórdia
Divina. Tantas vezes eu havia lembrado essa verdade nos sermões, refletido
a respeito dela nos retiros e repetido nas orações da Igreja – especialmente nos salmos –
mas eu não compreendia o seu significado nem penetrava o seu conteúdo mais profundo, o
de ser o mais elevado atributo da atividade divina exterior. Foi preciso que aparecesse uma
simples religiosa, S. Faustina, da Congregação da Proteção de Nossa Senhora (das
Madalenas), que, levada pela intuição, falou-me a respeito dessa verdade de forma sucinta, e
com freqüência repetia isso, estimulando-me a pesquisar, a estudar e a pensar com
freqüência a seu respeito. (...) No início eu não sabia bem do que se tratava. Eu ouvia,
demonstrava descrença, refletia, pesquisava, buscava os conselhos de outras pessoas
– e somente anos mais tarde compreendi a importância dessa obra, a grandeza desse ideal e
me convenci da eficácia desse grande e vivificante culto, na realidade antigo, mas
negligenciado e necessitado de renovação nos nossos tempos. (...) A confiança na
Misericórdia Divina, a propagação desse culto da misericórdia entre os outros e a ilimitada
dedicação a ele de todos os meus pensamentos, palavras e ações, sem sombra de busca de
mim mesmo, será o princípio fundamental de toda a minha vida subseqüente,
com a ajuda dessa imensurável misericórdia”.
“O Evangelho não consiste em anunciar
que os pecadores devem tornar-se bons,
mas que Deus é bom para os pecadores” (Pe. Miguel Sopocko).
O padre Miguel Sopocko faleceu com fama de santidade no dia 15 de fevereiro de 1975 em
Bialystok (no dia da festa onomástica de Irmã Faustina). No dia 20 de dezembro de 2004 a
Congregação de Assuntos de Canonização, em Roma, promulgou o decreto que confirma o
heroísmo das virtudes
do Servo de Deus pe. Sopocko. As solenidades da Beatificação do Servo de Deus pe. Miguel
Sopocko, serão realizadas no dia 28 de setembro de 2008 em Santuário da Divina
Misericórdia
em Bialystok (Polônia).
SALA DA MEMÓRIA. Casa onde passou seus últimos anos de vida o pe. Miguel Sopocko,
Atualmente CASA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÄS DE JESUS MISERICORDIOSO.
Bialystok, Rua Poleska 42.
SANTUÁRIO DA MISERICÓRDIA DIVINA.
Lugar de descanso dos restos mortais do padre Miguel Sopocko.
Bialystok, Rua Radzyminska 1.
O padre Miguel Sopocko entre as suas filhas espirituais.
"Pelos seus esforços uma nova luz brilhará na
Igreja de Deus para o consolo das almas" (Diário, 1390).
"Aos pés de Jesus, estava o meu confessor, e, atrás dele, um grande número de altos
dignitários, cujas vestes nunca tinha visto, a não ser nesta visão. E, atrás deles, havia
membros da vida consagrada; mais além vi grandes multidões de pessoas, que a minha
vista não podia abarcar. Vi saindo da Hóstia esses dois raios tal como na Imagem, que se
uniram estreitamente, mas não se misturaram, e passaram às mãos do meu confessor, e,
depois, às mãos desses religiosos, e de suas mãos passaram às pessoas e voltaram à
Hóstia... e, nesse momento, me vi na cela, como se mal tivesse acabado de entrar..." (Diário,
344).
ORAÇÃO
para pedir graças ela intercessão
do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko
Deus Misericordioso, que fizestes do Vosso Servo pe. Miguel Sopocko um apóstolo
da Vossa infinita Misericórdia e um fervoroso devoto de Maria, Mãe de Misericórdia,
fazei com que – para a propagação da Vossa Misericórdia e para que se desperte
a confiança em Vossa paternal bondade – eu alcance pela sua intercessão a graça...,
que Vos peço por Cristo Senhor nosso. Amém.
Pai nosso...
Ave Maria...
Glória ao Pai...
ORAÇÃO
pela beatificação do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko
Deus Todo-Poderoso, que sempre acolheis com paternal bondade aqueles que com
contrição e esperança aproximam-se de Vós a fim de alcançar a Vossa misericórdia, dignaivos
envolver com a glória dos santos da Igreja o Vosso Servo Miguel, que pela palavra, pela
ação e pelo testemunho da sua vida anunciou e apresentou ao mundo o mistério da
insondável Misericórdia, que da forma mais perfeita foi revelada em Vosso Filho Jesus
Cristo, que convosco vive e reina por todos os séculos dos séculos. Amém.
RECORDAÇÕES
No original com a assinatura:
Bialystok (Polônia), 27.01.1948.
/-/ Pe. Miguel Sopocko confessor de Irmã Faustina
MINHAS RECORDAÇÕES SOBRE A FALECIDA IRMÃ FAUSTINA
Existem verdades da santa fé que na realidade a gente conhece e que recorda, mas que
não compreende bem nem com elas vive. Assim aconteceu comigo quanto à verdade da
Misericórdia Divina. Tantas vezes pensei a respeito dessa verdade nas meditações,
especialmente nos retiros, tantas vezes dela falei nos sermões e a repeti nas orações
litúrgicas, mas não penetrei o seu conteúdo e o seu significado para a vida espiritual; de
maneira especial eu não compreendia, e num primeiro momento não podia concordar que
a Misericórdia Divina seja o supremo atributo do Criador, Redentor e Santificador.
Foi preciso que surgisse uma alma simples e piedosa, estreitamente unida com Deus,
a qual – como acredito – por inspiração divina me falou sobre isso e me estimulou a
estudos, pesquisas e reflexões a esse respeito. Essa alma foi a falecida Irmã Faustina
(Helena Kowalski), da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, que aos
poucos conseguiu fazer com que eu considerasse a questão do culto da Misericórdia Divina,
e de maneira especial
a instituição da festa da Misericórdia Divina no primeiro domingo depois da Páscoa,
como um dos principais objetivos da minha vida.
Eu conheci a Irmã Faustina no verão (julho ou agosto) de 1933, como minha penitente
na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia em Vilna (Vilnius, Lituânia)
(Rua Senatorska, 25), na qual eu era então confessor comum. Ela chamou a minha atenção
pela extraordinária delicadeza de consciência e pela íntima união com Deus; principalmente
porque não havia matéria para absolvição, e ela nunca ofendeu a Deus com um pecado
grave. Já no início ela me declarou que me conhecia havia muito tempo de alguma visão,
que eu devia ser o seu diretor de consciência e que devia concretizar certos planos divinos
que
deviam ser por ela apresentados.
Eu menosprezei esse seu relato e a submeti a certa prova, a qual fez com que, com
a autorização da Superiora, Ir. Faustina começasse a procurar um outro confessor.
Algum tempo depois voltou para falar comigo e declarou que suportaria tudo, mas que de
mim já não se afastaria. Não posso, aqui, repetir todos os detalhes da nossa conversa, que
em parte encerra-se em seu Diário, escrito por ela por minha recomendação, visto que lhe
proibi depois falar das suas vivências na confissão.
Tendo conhecido mais de perto Irmã Faustina, constatei que os dons do Espírito atuavam
nela em estado oculto, mas que em certos momentos bem freqüentes manifestavam-se de
maneira evidente, concedendo parcialmente uma intuição que envolvia a sua alma,
despertava ímpetos de amor, de sublimes e heróicos atos de sacrifício e de abnegação de si
mesma. De maneira especialmente freqüente manifestava-se a ação dos dons da ciência,
sabedoria e inteligência, graças aos quais Irmã Faustina via claramente a nulidade dos bens
terrenos e a importância dos sofrimentos e das humilhações.
Ela conhecia simplesmente os atributos de Deus, sobretudo a Sua Infinita Misericórdia,
enquanto muitas outras vezes contemplava uma luz inacessível e beatífica; mantinha por
algum tempo fixo o seu olhar nessa luz inconcebivelmente beatífica, da qual surgia a figura
de Cristo caminhando, abençoando o mundo com a mão direita e com a esquerda
levantando
o manto na região do coração, de onde brotavam dois raios – um branco e um vermelho.
Irmã Faustina tinha essas e outras visões sensitivas e intelectuais já havia alguns anos e
ouvia palavras sobrenaturais, captadas pelo sentido da audição, pela imaginação e pela
mente.
Temeroso da ilusão, da alucinação e da fantasia de Irmã Faustina, eu me dirigi à Superiora,
Irmã Irene, a fim de que me informasse a respeito de quem era Irmã Faustina, de que fama
gozava na Congregação junto às Irmãs e Superioras, bem como solicitei um exame da sua
saúde psíquica e física. Após ter recebido uma resposta lisonjeira para ela sob todos os
aspectos, por algum tempo continuei ainda a manter uma posição de expectativa; em parte
eu não acreditava, refletia, rezava e investigava, da mesma forma que me aconselhava com
alguns sacerdotes doutos a respeito do que fazer, sem revelar do que e de quem se tratava.
E tratava-se da concretização de supostas exigências categóricas de Jesus Cristo no
sentido
de pintar uma imagem que Irmã Faustina via, bem como de instituir a festa da Misericórdia
Divina no primeiro domingo depois da Páscoa.
Finalmente, levado mais pela curiosidade de que tipo de imagem seria essa do que pela fé
na veracidade das visões de Irmã Faustina, decidi dar início à pintura dessa imagem.
Conversei com o artista e pintor Eugênio Kazimirowski, que residia juntamente comigo na
mesma casa,
o qual a troco de certa importância prontificou-se a realizar a pintura, e ainda com a Irmã
Superiora, a qual permitiu que Irmã Faustina duas vezes por semana fosse ter com o pintor
a fim de mostrar como devia ser essa imagem.
Esse trabalho durou alguns meses, e finalmente, em junho ou julho de 1934, a imagem
estava pronta. Irmã Faustina queixava-se de que a imagem não estava tão bonita como ela a
via, mas Jesus Cristo a tranqüilizou e disse que naquela forma a imagem seria suficiente. E
acrescentou: “Estou fornecendo aos homens um vaso com que devem vir buscar as graças
junto a Mim.
Esse vaso é esta imagem com a legenda: Jesus, confio em Vós” (veja Imagem)
De início Irmã Faustina não conseguia explicar o que significavam os raios na imagem.
Mas depois de alguns dias disse que Jesus Cristo lhe havia explicado em oração: “Os raios
nessa imagem significam o Sangue e a Água. O raio pálido significa a Água que justifica as
almas, e o raio vermelho – o Sangue, que é a vida da alma. Eles brotam do Meu Coração, que
foi aberto na Cruz. Esses raios protegerão a alma diante da ira do Pai Celestial. Feliz aquele
que viver à sua sombra, porque não será atingido pela justa mão de Deus... Prometo que a
alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também já aqui na terra a vitória
sobre os inimigos, especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como a Minha
glória... Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a festa da Misericórdia
Divina. Quem nesse dia participar do Sacramento
do Amor, alcançará o perdão de todas as culpas e castigos... A humanidade não encontrará
paz enquanto não se dirigir com confiança à Misericórdia Divina. Antes de vir como juiz
imparcial, venho como Rei de Misericórdia, para que ninguém se escuse no dia do
julgamento, que já não está distante...”
Essa imagem tinha um conteúdo um pouco diferente, e por isso eu não podia colocá-la na
igreja sem a autorização do Arcebispo, a quem eu tinha vergonha de pedir isso, e mais ainda
falar da origem dessa imagem. Por isso a coloquei num corredor escuro ao lado da igreja
de Santa Miguel (no convento das Irmãs Beneditinas), da qual eu então havia sido nomeado
reitor. A respeito das dificuldades da permanência junto a essa igreja já me havia predito
Irmã Faustina, e realmente acontecimentos extraordinários começaram a ocorrer muito
rápido.
Irmã Faustina exigia que a todo custo eu expusesse a imagem na igreja, mas eu não me
apressava.
Finalmente, na Sexta-Feira Santa de 1935 ela me declarou que Jesus Cristo estava exigindo
que eu expusesse a imagem por três dias no santuário de Ostra Brama (Ausros Vartau),onde
haveria um tríduo para o encerramento do jubileu da Redenção, que aconteceria no dia da
festa projetada, no Domingo “in albis”. Em breve fiquei sabendo que haveria esse tríduo,
para o qual o pároco de Ostra Brama (Ausros Vartau),o cônego Estanislau Zawadzki, me
convidou para pregar um sermão. Eu aceitei, com a condição de expor aquela imagem
como decoração no claustro, onde o quadro tinha uma aparência imponente e chamava
a atenção de todos, mais que a imagem de Nossa Senhora.
Após a celebração a imagem foi levada de volta ao antigo lugar, escondido, e ali
permaneceu por mais dois anos. Somente no dia 01.04.1937 pedi a Sua Excelência o
Arcebispo Metropolitano de Vilna (Vilnius, Lituânia) a autorização para expor essa imagem
na igreja
de Santa Miguel, da qual eu ainda então era reitor. Sua Excelência o Arcebispo
Metropolitano disse que não queria decidir isso por conta própria. Ordenou que a imagem
fosse examinada por uma comissão que foi organizada pelo cônego Adão Sawicki,
chanceler da Cúria Metropolitana. O chanceler ordenou que a imagem fosse exposta no dia
2 de abril na sacristia da igreja de Santa Miguel, visto que não sabia a hora em que ocorreria
a sua observação.
Estando ocupado no meu trabalho no Seminário religioso e na Universidade, não estive
presente na observação da imagem e não sei como se compunha aquela comissão.
No dia 3 de abril de 1937 Sua Excelência o Arcebispo Metropolitano de Vilnius avisou-me
que
já tinha informações exatas sobre essa imagem e que permitia a sua exposição na igreja
com
a restrição de que fosse exposta no altar e que a ninguém fosse falado da sua origem.
Nesse dia a imagem foi benta e exposta ao lado do altar-mor, do lado esquerdo, de onde
por diversas vezes foi levada à paróquia de Santa Francisco (que havia sido dos
Bernardinos)
para a procissão de Corpus Christi, aos altares que eram preparados para a ocasião. No dia
28.12.1940 as Irmãs Bernardinas transferiram-na a um outro lugar, quando a imagem foi um
pouco danificada, e em 1942, quando elas foram detidas pelas autoridades alemãs, a
imagem voltou ao lugar antigo, ao lado do altar-mor, onde permanece até agora, cercada de
grande veneração dos fiéis e adornada de numerosos votos.
Alguns dias após o tríduo em Ostra Brama (Ausros Vartau), Irmã Faustina contou-me as
suas vivências durante essa solenidade, que estão detalhadamente descritas em seu Diário.
A seguir, no dia 12 de maio, ela viu em espírito o agonizante Marechal José Pilsudski
e falou-me dos seus terríveis sofrimentos. Jesus Cristo lhe teria mostrado isso e dito:
“Vê em que termina a grandeza deste mundo”. Viu a seguir o seu julgamento e, quando
perguntei como esse julgamento terminou, ela respondeu: “Parece que a Misericórdia
Divina, pela intercessão de Nossa Senhora, saiu vencedora”.
Em breve tiveram início as grandes dificuldades preditas por Irmã Faustina (e relacionadas
com a minha permanência junto à igreja de S. Miguel) e que continuamente se
intensificavam, e finalmente chegaram ao ponto culminante em janeiro de 1936.
A respeito dessas dificuldades eu não falei a quase ninguém, até que no dia crítico pedi
a oração de Irmã Faustina. Para o meu grande espanto, naquele mesmo dia todas as
dificuldades desapareceram, como uma bolha de sabão, e Irmã Faustina me disse que havia
assumido os meus sofrimentos e que naquele dia eles haviam sido tantos como nunca
antes em sua vida. Quando a seguir pediu a ajuda de Jesus Cristo, ouviu estas palavras: “Tu
mesma te dispuseste a sofrer por ele, e agora sentes aversão? Eu permiti que sobre ti
recaísse apenas uma parte dos sofrimentos dele”.
Então com toda a exatidão contou-me o motivo dos meus sofrimentos, que lhe teriam sido
comunicados de maneira sobrenatural. Essa exatidão era muito surpreendente, tanto mais
que de forma alguma ela podia ter conhecimento desses detalhes. Os acontecimentos desse
tipo foram vários.
Em meados de abril de 1936 Irmã Faustina, por ordem da Superiora Geral, viajou a
Walendow,
e a seguir a Cracóvia, enquanto eu passei a refletir mais seriamente sobre a questão da
Misericórdia Divina e comecei a buscar junto aos Padres da Igreja a confirmação de que
ela é o maior atributo de Deus, como dizia Ir. Faustina, porque nas obras dos teólogos mais
recentes nada havia encontrado a esse respeito. Com grande alegria encontrei expressões
semelhantes em S. Fulgêncio e em S. Ildefonso, e mais ainda em S. Tomás e S. Agostinho,
o qual – comentando os salmos – fazia amplos comentários sobre a Misericórdia Divina,
chamando-a de maior atributo divino. Então eu já não tinha dúvidas a respeito da seriedade
das revelações de Irmã Faustina no que dizia respeito ao seu caráter sobrenatural e de vez
em quando comecei a publicar artigos a respeito da Misericórdia Divina em publicações
teológicas, fundamentando de forma racional e litúrgica a necessidade da uma Festa da
Divina Misericórdia no primeiro domingo depois da Páscoa.
Em junho de 1936 publiquei em Vilnius a primeira brochura, “A Misericórdia Divina”,
com a imagem de Cristo Misericordiosíssimo na capa. Enviei essa primeira publicação
sobretudo aos Excelentíssimos Bispos reunidos na conferência do Episcopado em
Czestochowa, mas de nenhum deles recebi uma resposta. No ano seguinte, em 1937,
publiquei em Poznan uma outra brochura, intitulada “A Misericórdia Divina na liturgia”, cuja
resenha, em geral muito favorável, encontrei em diversas publicações teológicas. Publiquei
também diversos artigos
nos jornais de Vilnius, sem jamais revelar que a Ir. Faustina era a “causa movens”.
Em agosto de 1937 fiz uma vista a Irmã Faustina em Lagiewniki e encontrei em seu Diário
a novena da Misericórdia Divina, da qual gostei muito. Quando lhe perguntei onde a havia
conseguido, ela me respondeu que essa oração lhe havia sido ditada pelo próprio Jesus
Cristo. Disse ainda que antes disso Jesus Cristo lhe havia ensinado o Terço da Misericórdia
e outras orações, que decidi publicar. Com base em algumas expressões contidas nessas
orações,
redigi uma ladainha da Misericórdia Divina, que juntamente com o terço e a novena
entreguei ao Sr. Cebulski (Cracóvia, Rua Szewska, 22) com o objetivo de obter o
“imprimatur” na Cúria de Cracóvia e de publicar essas orações com a imagem da Divina
Misericórdia na capa.
A Cúria de Cravóvia concedeu o “imprimatur” sob o n. 671, e em outubro aquela novena,
com o terço e a ladainha, estava disponível nas estantes das livrarias. Em 1939 eu mandei
trazer certa quantidade desses santinhos e novenas a Vilnius, e após a eclosão da guerra
e a invasão dos exércitos da URSS (19.09.1939) pedi a Sua Excelência o Arcebispo
Metropolitano de Vilnius a autorização para a sua divulgação, com a informação sobre
a sua origem e a da imagem representada nesses terços, para o que obtive autorização oral.
Então comecei a difundir o culto privado dessa imagem (para o que obtive autorização oral),
bem como das orações compostas pela Irmã Faustina e aprovadas em Cracóvia.
Quando se esgotou a edição de Cracóvia, eu me vi forçado a multiplicar essas orações
em cópias feitas à máquina, e quando não podia mais dar conta, em razão da grande
procura, pedi à Cúria Metropolitana de Vilnius a autorização para uma reimpressão, com o
acréscimo, na primeira página, de esclarecimentos sobre o conteúdo da imagem. Obtive
essa autorização com a assinatura do censor monsenhor Leon Zebrowski, do dia 06.02.1940,
bem como
de S. Exa. o Bispo Auxiliar Casimiro Michalkiewicz e do notário da Cúria, pe. J. Ostrewko,
do dia 07.02.1940, sob o n. 35. Enfatizo que eu não sabia se o “imprimatur” seria assinado
e por quem, e que a esse respeito não havia falado com S. Exa. o Bispo Auxiliar, que
algumas semanas depois faleceu.
Na qualidade de censor, o monsenhor pe. Zebrowski introduziu algumas correções
estilísticas no texto da edição de Cracóvia, mas a maioria dos fiéis preferiu deixar esse texto
sem mudanças. Por isso, com a aprovação do censor, eu me dirigi à Cúria novamente (já
após
a morte de S. Exa. o Bispo Auxiliar) pedindo a aprovação dessas orações sem as correções.
O padre notário J. Ostrewko levou o requerimento ao Metropolita, que através desse notário
disse que eu fizesse uso da aprovação assinada pelo falecido Bispo Auxiliar, o que acabei
fazendo. Eu me estendi a respeito dessa circunstância porque depois surgiram boatos
(nas esferas oficiais) de que eu havia obtido essa aprovação através de algum ardil.
Ainda em Vilnius a Irmã Faustina me contava que se sentia impelida a sair da Congregação
de Nossa Senhora da Misericórdia com o objetivo de fundar uma nova congregação
religiosa. Eu reconheci nisso uma tentação e aconselhei que ela não levasse isso a sério.
Depois, nas cartas de Cracóvia, ela sempre escrevia dessa pressão e finalmente obteve a
autorização
do seu novo confessor e da Superiora Geral para deixar a sua Congregação, com a condição
de que eu concordasse com isso. Eu receava assumir a responsabilidade por isso e
respondi que concordaria somente se o confessor de Cracóvia e a Superiora Geral não
apenas permitissem, mas ordenassem que ela se afastasse. Irmã Faustina não obteve uma
ordem
desse tipo. Por isso tranqüilizou-se e permaneceu em sua Congregação até a morte.
Eu a visitei no decorrer da semana e entre outras coisas conversei a respeito dessa
Congregação que ela queria fundar, e agora estava à morte, assinalando que isso
certamente havia sido uma ilusão, da mesma forma que talvez tivessem sido uma ilusão
todas as outras coisas a respeito de que ela falara. Irmã Faustina prometeu conversar a esse
respeito com Jesus Cristo em oração. No dia seguinte celebrei uma missa na intenção de
Irmã Faustina, durante a qual tive a idéia de que, da mesma forma que ela não havia sido
capaz de pintar essa imagem, tendo apenas fornecido as informações, também não seria
capaz de fundar uma
nova congregação, mas apenas de fornecer para isso as indicações básicas; e essas
pressões significavam que nos tempos terríveis que se aproximavam haveria a necessidade
dessa
nova Congregação.
A seguir, quando cheguei ao hospital e perguntei se tinha algo a dizer a respeito desse
assunto, ela respondeu que não precisava dizer nada, porque durante a missa Jesus Cristo
já me havia iluminado. Em seguida acrescentou que eu devia principalmente preocupar-me
com a festa
da Divina Misericórdia no primeiro domingo depois da Páscoa; que com a nova
Congregação eu não devia preocupar-me muito; que através de certos sinais eu saberia o
que devia ser feito a esse respeito e por quem; que no sermão que naquele dia eu havia
pronunciado pelo rádio não tinha havido uma intenção pura (e realmente assim foi) – e que
nessa questão eu devia empenhar-me principalmente por ela; e que estava vendo que numa
pequena capela
de madeira, à noite, eu estava aceitando os votos das primeiras seis candidatas a essa
Congregação; que ela morreria depressa; que tudo que tinha para dizer e escrever já havia
feito. Ainda antes disso ela me descreveu a aparência da igrejinha e da casa da primeira
Congregação, lamentando o destino da Polônia, que ela muito amava e pela qual muitas
vezes rezava.
Seguindo o conselho de S. João da Cruz, quase sempre eu tratava os relatos de Irmã
Faustina com indiferença e não indagava a respeito de detalhes. Nesse caso também não
perguntei
que destino era esse que estava à espera da Polônia e que a deixava tão magoada.
E ela mesma não me disse isso, mas, suspirando, cobriu o rosto diante do horror da imagem
que provavelmente então estava vendo.
Quase tudo que ela predisse a respeito dessa Congregação cumpriu-se nos mínimos
detalhes. No dia 10 de novembro de 1944, quando em Vilnius eu estava aceitando à noite os
votos particulares das primeiras seis candidatas na capela de madeira das Irmãs Carmelitas,
(veja Congregação) ou quando três anos mais tarde eu fui à primeira casa dessa
Congregação
(veja Santuário) em Myslibórz, eu me sentia assombrado com a impressionante semelhança
com tudo que havia dito a falecida Irmã Faustina.
Ele predisse também, com muitos detalhes, as dificuldades e até as perseguições com que
eu me defrontaria por motivo da difusão do culto da Misericórdia Divina e dos meus
empenhos pela instituição da Festa com esse nome no Domingo da Pascoela. (Foi mais fácil
suportar tudo isso com a convicção de que desde o início essa havia sido a vontade divina
em toda essa questão.)
Ela me predisse a sua morte para o dia 26 de setembro, dizendo que morreria dentro
de dez dias, e faleceu no dia 5 de outubro. Por falta de tempo, não pude participar
do seu sepultamento.
O QUE JULGAR DE IRMA FAUSTINA E DAS SUAS REVELAÇÕES?
No que diz respeito à índole natural, era uma pessoa inteiramente equilibrada, sem sombra
de psiconeurose ou de histeria. A naturalidade e a simplicidade eram as marcas da sua
convivência, tanto com as irmãs na congregação como com outras pessoas. Não havia nela
nenhuma artificialidade ou teatralidade, nenhum fingimento nem vontade de chamar a
atenção dos outros para si. Pelo contrário, ela procurava não se distinguir em nada das
outras,
e a respeito das suas vivências interiores não falava a ninguém, além do confessor e das
superioras. A sua sensibilidade era normal, controlada pela vontade, mas manifestava-se
facilmente em humores diferentes e emoções. Não estava sujeita a nenhuma depressão
psíquica, nem ao nervosismo nos insucessos, que suportava tranqüilamente, com
submissão
à vontade divina.
Sob o aspecto mental era prudente e distinguia-se por um sadio discernimento das coisas,
embora não tivesse quase nenhuma instrução: mal sabia escrever com erros e ler. Dava
acertados conselhos a suas companheiras quando a ela se dirigiam, e por diversas vezes
eu mesmo, a título de teste, apresentei-lhe certas dúvidas, que ela resolveu com muito
acerto. A sua imaginação era rica, mas não exaltada. Muitas vezes não era capaz de
distinguir sozinha a ação da sua imaginação da ação sobrenatural, principalmente quando
se tratava de recordações do passado. E quando chamei a sua atenção a isso e mandei que
sublinhasse
no Diário apenas aquilo a respeito do que pudesse jurar que não era um fruto da sua
imaginação, ela deixou de lado uma boa parte das suas antigas recordações.
Sob o aspecto moral era inteiramente sincera, sem a mínima tendência ao exagero ou
sombra de mentira: sempre dizia a verdade, ainda que às vezes isso lhe causasse dissabor.
No verão de 1934 fiquei ausente por algumas semanas, e Irmã Faustina não confidenciava a
outras pessoas as suas vivências. Após a minha volta, fiquei sabendo que ela havia
queimado o seu diário, o que aconteceu nas seguintes circunstâncias. Dizia ela que lhe
havia aparecido um anjo, dizendo que lançasse esse diário no forno, dizendo: “É uma
bobagem o que estás escrevendo, expondo apenas a ti mesma e aos outros a grandes
dissabores. O que tens a lucrar com essa misericórdia? Por que perdes o tempo escrevendo
tais fantasias?! Queima tudo isso, e ficarás mais tranqüila e mais feliz!” Irmã Faustina não
tinha com quem aconselhar-se e, quando essa visão se repetiu, cumpriu a recomendação do
pretenso anjo. Depois percebeu que havia
agido mal, contou-me tudo e cumpriu a minha ordem de escrever tudo novamente.
No que diz respeito às virtudes sobrenaturais, ela fazia visíveis progressos. Na realidade,
desde o início eu havia visto nela as fundamentadas e testadas virtudes da castidade,
da humildade, do zelo, da obediência, da pobreza e do amor a Deus e ao próximo,
mas podia-se facilmente constatar o seu gradual crescimento, especialmente no final da
vida
a intensificação do amor a Deus, que ela manifestava em seus versos. Hoje não me lembro
exatamente do seu conteúdo, mas de modo geral lembro-me do meu enlevo quanto ao seu
conteúdo (não quanto à forma), quando os lia no ano de 1938.
Uma vez vi Irmã Faustina em êxtase. Foi no dia 2 de setembro e 1938, quando a visitei
o hospital em Pradnik e dela me despedi para viajar a Vilnius. Tendo-me afastado alguns
passos, lembrei que tinha trazido para ela alguns exemplares das orações (novena, ladainha
e terço) à Misericórdia Divina por ela compostas e publicadas em Cracóvia e então voltei de
imediato para entregá-los. Quando abri a porta do quarto em que se encontrava, eu a vi
mergulhada em oração e sentada, mas quase elevando-se sobre a cama. O seu olhar estava
fixo em algum objeto invisível, as pupilas um tanto dilatadas. Ela não deu atenção à minha
entrada, mas eu não queria perturbá-la e fiz menção de retirar-me. Em breve, no entanto,
voltou a si, percebeu-me e pediu desculpas por não ter ouvido eu bater à porta, dizendo que
não me tinha ouvido bater nem entrar. Então já não tive a mínima dúvida de que o que
constava no Diário a respeito da santa Comunhão oferecida no hospital por um Anjo
correspondia à realidade.
No que diz respeito ao objeto das revelações de Irmã Faustina, não há nele nada que se
oponha à fé ou aos bons costumes, ou que diga respeito a opiniões controvertidas entre os
teólogos. Ao contrário, tudo visa ao melhor conhecimento e ao amor de Deus. “A imagem
apresenta uma execução artística e constitui um valioso patrimônio na arte religiosa
contemporânea” (Protocolo da Comissão encarregada da avaliação e conservação da
imagem do Salvador Misericordiosíssimo na igreja de S. Miguel em Vilnius, do dia 27 de
maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de história da arte dr. M. Morelowski,
professor de dogma
pe. dr. L. Puchaty e conservador pe. dr. P. Sledziewski).
O culto da Misericórdia Divina (privado, em forma de novena, terço e ladainha) não apenas
não se opõe em nada aos dogmas nem à liturgia, mas visa a esclarecer as verdades da
santa
fé e à apresentação prática daquilo que até então tinha com a liturgia apenas uma relação;
a enfatizar e apresentar ao mundo inteiro aquilo a respeito do que amplamente haviam
escrito os Padres da Igreja, o que tinha em mente o autor da liturgia e o que hoje exige a
grande miséria humana.
A intuição de uma simples religiosa, que mal conhecia o catecismo, em coisas tão
delicadas, tão acertadas e adequadas à psicologia da sociedade de hoje não pode ser
explicada de outra forma que não seja a ação e a iluminação sobrenatural. Muitos teólogos,
após longos estudos, não seriam capazes nem de perto de resolver essas dificuldades de
forma tão acertada e fácil como o fez Irmã Faustina.
Na realidade, à ação sobrenatural na alma de Irmã Faustina muitas vezes aliava-se a ação
da sua imaginação humana e bastante viva, em conseqüência do que certas coisas foram
por ela inconscientemente um pouco deturpadas. Mas isso tem ocorrido com todas as
pessoas desse tipo, como confirmam as suas biografias, p. ex.: S. Brígida, Catarina
Emmerich,
Maria de Zgreda, Joana d´Arc, etc. Com isso pode ser explicada a divergência entre a
descrição
de Irmã Faustina a respeito da sua aceitação no convento e os depoimentos da
Reverendíssima Madre Geral Michaela Moraczewski, e possivelmente também outras
expressões semelhantes no Diário. Aliás trata-se de assuntos antigos, a respeito dos quais
ambas as partes podiam ter-se esquecido ou que podiam ter parcialmente mudado, mas
assuntos que não dizem respeito
à essência da questão.
Os efeitos das revelações de Irmã Faustina, tanto na sua alma como nas almas de outras
pessoas, superaram todas as expectativas. Enquanto no início Ir. Faustina estava um pouco
assustada, temia a possibilidade de executar as ordens e esquivava-se a elas, aos poucos
se tranqüilizou e chegou a um estado de total segurança, certeza e profunda alegria interior:
tornava-se cada vez mais humilde e obediente, cada vez mais unida a Deus e paciente,
concordando inteiramente e em tudo com a Sua vontade. Parece que não há necessidade de
nos estendermos sobre os efeitos dessas revelações nas almas das outras pessoas que a
respeito delas tiveram conhecimento, visto que os próprios fatos dão a esse respeito o
melhor testemunho.
Os numerosos votos (cerca de 150) junto à imagem do Salvador Misericordiosíssimo em
Vilnius e em muitas outras cidades testemunham suficientemente as graças concedidas aos
devotos
da Misericórdia Divina, tanto na Polônia como no exterior. De todos os lados chegam
notícias
a respeito de milagrosos atendimentos por parte da Misericórdia Divina, muitas vezes
nitidamente milagrosos.
Sintetizando o dito acima, poderíamos facilmente tirar uma conclusão; mas, visto que
a decisão definitiva a esse respeito depende da infalível instituição da Igreja, com toda
a submissão a ela nos submetemos e com a máxima tranqüilidade aguardamos o seu
veredicto.
/-/ Pe. Miguel Sopocko confessor de Irmã Faustina
CONGREGAÇÃO
DAS IRMÃS DE JESUS MISERICORDIOSO
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina) Vilnius, Lituânia "29.06.1935.
Quando conversava com o diretor da minha alma sbre diversos assuntos que o Senhor
exiga de mim, pensei que me responderia que seria incapaz de cumprir essas coisas e que
Nosso Senhor não utilizava almas tão miseráveis como a minha, para as obras que deseja
realizar. Ouvi, porém, palavras de que Deus, na maioria das vezes, escolhe justamente almas
assim para a realização de Seus desígnios. Este sacerdote, por certo guiado pelo Espírito de
Deus, penetrou no mais íntimo da minha alma e nos segredos mais ocultos que havia entre
mim e Deus, sobre os quais nunca Ihe havia falado. E não
o fizera, porque eu mesma não os tinha compreendido bem, o e Senhor não me havia
ordenado claramente que falasse sobre isso. Esse segredo é que Deus está exigindo que
haja uma Congregação que proclame ao mundo a misericórdia de Deus e que a peça para o
mundo.
Quando esse sacerdote me perguntou se en não tinha inspirações a esse respeito, respondi
que ordens claras eu não tinha, porém, imediatamente penetrou uma luz na minha alma e
tive a compreensão de que era realmente o Senhor que me falava através dele. Em vão me
defendia, dizendo que não tenho uma ordem expressa, porque, no fim da conversa, vi Nosso
Senhor no limiar da porta, na mesma forma que está pintada nessa Imagem, que me disse:
Desejo que haja uma tal Congregação.
(...) No dia seguinte, já no início da Santa Missa, vi Jesus, em beleza indizível. Disse-me que
exigia que fosse essa Congregação fundada quanto antes. Tu viverás nela, com as tuas
companheiras. O Meu espírito será a regra da vossa vida. Vossa vida deve modelar-se pela
Minha, desde a manjedoura até a morte na cruz. Penetra nos Meus mistérios e conhecerás o
abismo da Minha misericórdia para com as criaturas e a Minha insondável bondade - e a
darás a conhecer ao Mundo. Através da oração, serás medianeira entre a Terra e o Céu.
Nesse instante, veio a hora de receber a Santa Comunhão: Jesus desapareceu e vi uma
grande claridade. Então, ouvi estas palavras: Concedemos-te Nossa bênção - e,
imediatamente, daquela claridade saiu um raio fulgurante e atravessou o meu coração. Um
fogo estranho acendeu-se na minha alma; pensei que morreria de alegria e felicidade; sentia
a separação do espírito e do corpo, sentia uma total absorção em Deus, sentia que estava
sendo arrebatada pelo Todo-poderoso, como um pozinho em vastidões desconhecidas"
(Diário, 436-439).
"Oh meu Jesus, como me alegro imensamente por me terdes dado a garantia de que esta
Congregação vai existir. (...) e vejo que grande glória ela dará a Deus; será o reflexo do
maior atributo que existe em Deus, isto é, a Misericórdia de Deus. Incessantemente pedirão
a misericórdia de Deus para si mesmas e para todo o mundo, (...)
Esta Congregação da Misericórdia Divina será, na Igreja de Deus, tão escondida
e silenciosa, como uma colméia num jardim magnífico; as irmãs trabalharão como
abelhinhas" (Diário, 664).
"O Meu prazer é unir-Me contigo; espero e aguardo com grande ansiedade o momento em
que possa habitar, sacramentalmente, no teu Convento. O Meu espírito descansará nesse
Convento, e abençoarei especialmente a região onde ele se encontrará"
(Diário, 570).
"...penetra no espírito da Minha pobreza e dispõe tudo de tal forma que os mais pobres em
nada te possam invejar. Não são grandes prédios e magníficas instalações que Me dão
satisfação, mas um coração puro e humilde" (Diário, 532).
"Hoje, o Senhor deu-me a conhecer, em espírito, o Convento da Misericórdia Divina, que
embora muito pobre e bastante modesto, reflete uma grande interioridade. Ó meu Jesus,
Vós me concedeis conviver espiritualmente com essas almas, mas talvez os meus pés
lá não pisem. Mas bendito seja o Vosso Nome e faça-se o que planejastes" (Diário, 892).
"Um dia, vi uma capelinha e nela seis Irmãs que recebiam a Santa Comunhão, dada pelo
nosso confessor, vestido de sobrepeliz e estola. Nessa capela não havia nem decoração,
nem genuflexórios. Depois da Santa Comunhão, vi Nosso Senhor como está representado
na Imagem. Jesus ia-se afastando e eu exclamei: Senhor, como podeis passar por mim e
não me dizer nada? Eu, sozinha, nada farei sem Vós, tendes que ficar comigo, abençoar-me,
a mim e a esta Congregação e também a minha Pátria. Jesus fez o sinal da cruz e disse:
Nada temas, Eu estou sempre contigo” (Diário, 613).
Nas últimas semanas que precederam a morte da Santa Irmã Faustina, o padre Sopocko por
duas vezes encontrou-se com ela em Cracóvia. No decorrer desses encontros ele obteve as
últimas orientações e o testamento que realizaria após a morte da religiosa.
"Eu fui visitá-la durante a semana e com junto de outras coisas eu falei com ela sobre
o assunto deste congregação a qual ela tinha encontrado mas estava morrendo agora.
Eu indiquei-lhe que era um ilusão, como outras coisas que ela falou. A Irmã Faustina
prometeu falar sobre este assunto com o Senhor Jesus, durante seu oração. No dia
seguinte, rezei a Santa Missa na intenção da Irmã Faustina. Durante a Santa Missa um
pensamento veio a minha mente de que como ela era incapaz de pintar o retrato mas pode
dar a instrução, era incapaz encontrar a congregação mas podia dar somente as instruções.
A urgência demonstrava necessidade deste nova congregação na vinda dos novos tempos
terríveis. A próxima vez que eu vim ao hospital, eu perguntei-lhe se teve algo para me dizer
sobre esse assunto. Disse que não não necessita dizer qualquer coisa porque a Nosso
Senhor já me iluminou durante a Santa Missa.
Enquanto eu estava me preparando para sair, ela falou-me a respeito de três assuntos:
I. Eu não devo parar de espalhar a devoção para Divina Misericórdia, e para trabalhar
especialmente em estabelecer seu dia da festa no primeiro domingo após a Páscoa. Nunca
poderei dizer que eu fiz o bastante. Mesmo que as dificuldades acumulassem, mesmo que
parecesse que Deus não quer isto, eu não devia parar. A profundeza da Divina Misericórdia
é inesgotável e nossa vida não é o bastante para esgotá-la.
Já, não demora muito, o mundo não existirá. Deus quer ainda dar graças aos povos antes do
fim do mundo de modo que ninguém possam dizer durante o julgamento,
que não sabia da bondade de Deus ou não ouvir falar de Sua Misericórdia.
II. Eu devo ser indiferente com consideração ao assunto da congregação, que começará das
coisas pequenas e minúsculas e então a iniciativa virá de outros (...) Deus por Ele mesmo
trará uma pessoa do mundo que terá determinados sinais para reconhecer
que é essa pessoa mesmo.
III. Tenha intenções puras em todos estes assuntos e trabalhos. Não procurare por si
mesmo, mas somente pela glória de Deus e pela salvação do próximo (...). mesmo se
a congregação foi fundada, outros vão dirigi-lá, não eu mesmo. Eu devo estarpreparado para
as dificuldades as mais grandes, abandonos, desapontamentos, ingratidão e perseguição
(...) após um momento, eu retornei a seu quarto, dar-lhe alguns mais retratos, encontrei-a no
êxtase da oração não como um ser terrena. Eu senti a dor grande em minha alma em ter me
despedir desta pessoa incomum, aquela no presente que eu sou assim que abandonado por
todos. Mas eu compreendi que de todos, eu devo sobretudo confiar na Divina Misericórdia."
(Diário do Padre M. Sopocko)
O padre Miguel Sopocko foi obediente às palavras que ouviu de Irmã Faustina no seu leito
de morte. Por isso esperou pacientemente por um sinal da vontade Divina.
Em 1939 eclodiu a II Guerra Mundial. Nesse tempo terrível o padre Sopocko fez o que pôde
para falar aos homens da Misericórdia Divina. Em sua casa realizavam-se os encontros da
Associação
dos Intelectuais Católicos e do Sodalício Mariano das Acadêmicas. Nessas reuniões
distinguia-se uma ex-aluna de filologia clássica da Universidade Stefan Batory em Vilnius –
Edviges Osinski.
Certo dia ela confessou ao padre Sopocko que pretendia dedicar-se exclusivamente ao
serviço
de Deus, mas não estava conseguindo encontrar uma congregação adequada. Pediu a
oração
e a ajuda do padre, acrescentado que tinha algumas colegas que estavam pensando em
fazer
a mesma coisa.
Em novembro de 1940 o pe. Sopocko propôs a Edviges que passasse o período de férias na
casa
das Irmãs Angélicas sem hábito em Pryciny, para que pudesse conhecer mais de perto a
regra
da vida religiosa. Após as férias, Edviges Osinski declarou que havia decidido “dedicar-se
ao serviço do Salvador Misericordiosíssimo e fundar uma nova congregação ou algo
semelhante com o objetivo de bendizer a Deus em Sua infinita misericórdia” e que desejava
professar os votos particulares. Fascinada com a lembrança da irmã Faustina Kowalski,
adotou o novo nome religioso de Faustina – tendo-se tornado a primeira Faustina.
Em novembro de 1941, do grupo dirigido pelo padre Sopocko surgiu uma outra candidata
– Isabel Naborowski (Irmã Benigna). A seguir, no dia 26 de janeiro de 1942, juntaram-se a
elas
as outras religiosas: Ludmila Roszko, Sofia Komorowski, Adélia Alibekow e Edviges
Malkiewicz. Dessa forma criou-se o “primeiro sexteto”. O padre Sopocko deu a todas elas
nomes religiosos. Escreveu para elas um regulamento provisório e programou uma
conferência semanal sobre
vida interior. As irmãs planejavam iniciar a vida comum após o término da guerra.
No dia 3 de fevereiro de 1943, na residência do padre Sopocko realizou-se o primeiro
encontro
das seis candidatas da congregação que se formava. Houve outras reuniões desse tipo.
Mas infelizmente, no dia 3 de março de 1943, os alemães organizaram uma batida policial
e prenderam quase todos os padres. O padre Miguel Sopocko, procurado pela polícia alemã
por proporcionar ajuda aos judeus, fugiu de Vilnius. Conseguiu chegar ao convento das
Irmãs Ursulinas em Czarny Bór, a quatro quilômetros de Vilnius, onde passou dois anos e
meio trabalhando como carpinteiro. Com as irmãs mantinha contato epistolar. De vez em
quando, individualmente, ia encontrar-se com ele alguém do “primeiro sexteto”, em geral a
irmã
Faustina Osinski.
Naquele tempo as irmãs encontravam-se todas as semanas para uma conferência com
o pe. Zebrowski, a quem o pe. Sopocko havia pedido que lhes desse assistência espiritual.
No dia 11 de abril de 1942, na véspera da festa da Misericórdia Divina, as seis candidatas
fizeram
os votos religiosos temporários. As irmãs adotaram o nome de Servas de Jesus
Misericordioso e, embora continuassem residindo com suas famílias, a partir de então a vida
delas tinha um caráter religioso. Para o pe. Sopocko, esse era o sinal esperado da
Providência.
“Eu vos felicito, prezadas Irmãs, pela graça especial da Misericórdia Divina que se
manifestou em Vossa vocação, Escolhidas do Coração de Jesus, colunas da futura
comunidade religiosa, confidentes dos mistérios divinos, por quem tenho ansiado
e rezado diariamente há cinco anos, durante cada Missa”
(trecho de uma carta de Czarny Bór).
Neste convento as irmãs da nova congregação professaram os primeiros votos religiosos.
Vilnius - Carmel (Lituânia).
O padre Sopocko voltou a Vilnius no dia 19 de setembro de 1944. Em novembro, Faustina
Osinski
e suas colegas pediram-lhe para em sua presença professarem os votos. Em razão disso,
no dia 9 de novembro de 1944 ele iniciou com o “primeiro sexteto” um retiro, que era a
preparação direta para a cerimônia da renovação dos votos, marcados para o dia 16 de
novembro.
“Após o retiro, no dia assinalado, nas primeiras horas da manhã e no escuro, visto que
ainda estava em vigor a hora policial, de diversos cantos da cidade seis moças chegam ao
subúrbio de Zarzece, à capela das Irmãs Carmelitas, onde num ambiente que lembrava as
catacumbas, após ouvirem a santa Missa, às cinco horas fizeram os votos particulares e
simples de fiel serviço ao Salvador Misericordiosíssimo e à Sua Mãe de Misericórdia. Não é
possível expressar com palavras o clima de alegria que reinava entre essas esposas de
Cristo. Durante uma modesta refeição, preparada na portaria do convento pelas
hospitaleiras Irmãs Carmelitas, como elas estavam felizes, apesar das inúmeras
deficiências; como estavam ricas, apesar da pobreza que se assinalava por toda a parte;
como eram valorosas e repletas de confiança, apesar dos perigos que espreitavam a cada
passo!” (Pe. Sopocko, Memórias).
Após o término da guerra em 1945, a Lituânia foi anexada à URSS. Ocorreu uma emigração
maciça de pessoas de Vilnius e da região para a Polônia. Também foi forçado a deixar
Vilnius
o arcebispo Jalbrzykowski, com toda a cúria e o seminário religioso. Naquele tempo também
viajaram à Polônia três irmãs. Em razão da partida delas, no dia 16 de novembro de 1945
renovaram os votos religiosos apenas as que ficaram. As irmãs Faustina e Benigna
ansiavam por vestir o hábito, por um convento, por encontrar um lugar – por mais modesto
que fosse – onde vivendo em comum pudessem bendizer a Deus misericordioso. Vilnius
naquele tempo não oferecia essa esperança.
A fim e realizar os seus anseios, decidiram partir para a Polônia.
No dia 24 de agosto de 1946 fizeram a última visita ao pe. Sopocko.
“O nosso transporte saiu silenciosamente de Vilnius. Um capítulo em nossa vida havia sido
encerrado. Estávamos nos dirigindo a uma nova vida, a fim de cumprir a vontade d’Aquele
que nos escolheu...” (Diário de Irmã Benigna).
No dia 16 de novembro de 1946, mais uma vez “todo o sexteto” reuniu-se para a renovação
dos votos, dessa vez em Poznan. A santa Missa foi celebrada pelo jesuíta pe. Siwek. As
irmãs queriam realizar de diversas maneiras em sua vida o ideal da Misericórdia Divina.
Umas queriam fundar
uma congregação religiosa; outras, um instituto leigo; outras ainda queriam permanecer na
congregação, mas sentiam-se responsáveis pelas suas famílias. Dessa forma o “primeiro
sexteto” dividiu-se nos três matizes dos quais havia falado Irmã Faustina.
As irmãs Faustina Osinski e Benigna Naborowski
As irmãs Faustina Osinski e Benigna Naborowski decidiram apresentar um pedido a algum
bispo, pedindo para abrir em sua diocese uma casa religiosa. Ajudou-lhes nisso o jesuíta
frei Ladislau Wantuchowski, no qual, após a vinda à Polônia, encontraram o seu protetor
espiritual. Ele se dirigiu ao administrador apostólico de Gorzów Wielkopolski, pe. Edmundo
Nowicki, pedindo autorização para as irmãs se estabelecerem na área dessa diocese e que
lhes fosse atribuído algum trabalho.
O padre administrador atendeu gentilmente ao pedido e indicou-lhes a paróquia de
Mysliborz (Polônia).
“Uma linda paisagem a de Mysliborz. (...) Do lado esquerdo estendia-se um enorme lago,
cuja superfície metálica se refletia entre as brumas da manhã que surgia. (...) Qual foi a
nossa alegria quando vimos o portão ainda fechado da pequena igrejinha com o letreiro
“Caritas” – com a casa avarandada de dois andares. Vimos que era um lugar ideal para uma
casa religiosa e suspiramos interiormente, imaginando que seria tão bom se ali pudéssemos
residir. (...) Muito verde, com jardins, um canto tranqüilo na terra, com uma casa religiosa.
Dávamos graças a Deus por nos ter encaminhado para aquele lugar silencioso e tranqüilo...”
(Memórias da Irmã Faustina Osinski).
DO SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA
- MYSLIBÓRZ (Polônia)
CASA MATRIZ DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE JESUS MISERICORDIOSO
fundada pelo pe. Miguel Sopocko de 1941 em Vilnius
Após o término da Segunda Guerra Mundial e a incorporação da Lituânia à URSS, ocorreu
a transferência forçada da população polonesa de Vilnius para a Polônia, igualmente as
Imãs partiram de Vilnius. Na Polônia, após muitos empenhos, no dia 25 de agosto de 1947
(na data do aniversário de Irmã Faustina Kowalski), fixaram residência e iniciaram a vida
comum na paróquia de Myslibórz, numa casa que lhes havia sido fornecida pelo
administrador apostólico de Gorzów Wielkopoki, o pe. Edmundo Nowicki. Deram ciência
desse fato ao pe. Sopocko, o qual, convocado pelo arcebispo Jalbrzykowski, veio à Polônia
juntamente com o último transporte de repatriados da Lituânia e passou a residir em
Bialystok.
Nessa cidade o pe. Sopocko trabalhou e exerceu o ministério sacerdotal até o fim da sua
vida.
Ao mesmo tempo mantinha contínuo contato com as irmãs em Myslibórz, cuidando do
desenvolvimento da congregação que havia fundado. A congregação, a que foi dado o nome
de Congregação das Irmãs de Jesus Cristo Redentor Misericordioso, teve a aprovação
jurídica
em nível diocesano no dia 6 de agosto de 1955. No dia 21 de agosto de 1955, na
Congregação
já legalmente existente, realizaram-se os primeiros votos perpétuos, aceitos pelo bispo
Zygmunt Szelazek, na presença do pe. Miguel Sopocko. Com isso iniciou-se uma nova etapa
na história
da Congregação.
No dia 6 de agosto de 1955 as irmãs vestiram os hábitos religiosos.
Por ocasião dessa solenidade, o pe. José Andrasz, confessor de Irmã Faustina em Cracóvia,
enviou às irmãs as suas felicitações e um trecho do DIÁRIO de santa Irmã Faustina
relacionado com a nova congregação. Naquele tempo nenhuma irmã conhecia o seu
conteúdo, visto que o DIÁRIO estava guardado no convento das Irmãs Madalenas em
Cracóvia. No DIÁRIO de santa Irmã Faustina encontram-se as palavras de Jesus Cristo, que
definem a espiritualidade e o objetivo dessa nova comunidade religiosa:
"Deus está exigindo que haja uma Congregação que proclame ao mundo a misericórdia de
Deus e que a peça para o mundo" (Diário, 436).
"... vi Jesus, Em beleza indizível. Disse-me que exigia que fosse essa Congregação fundada
quanto antes. Tu viverás nela, com as tuas companheiras. O Meu espírito
será a regra da vossa vida. Vossa vida deve modelar-se pela Minha, desde a manjedoura até
a morte na Cruz. Penetra nos Meus mistérios e conhecerás o abismo da Minha misericórdia
para com as criaturas e a Minha insondável bondade - e a darás a conhecer ao Mundo.
Através da oração, serás medianeira entre a Terra e o Céu” (Diário, 438).
"A tua finalidade e das tuas companheiras é a de se unirem Comigo, da maneira mais
estreita possível, pelo amor. Reconciliarás a Terra com o Céu, abrandando a justa ira de
Deus e rogando misericórdia para o mundo. Estou a entregar-te duas pérolas preciosas ao
Meu Coração, que são as almas dos sacerdotes e as almas religiosas. Rezarás
especialmente por elas, e a força delas estará [no] vosso despojamento" (Diário, 531).
"Desejo que haja uma tal Congregação" (Diário, 437).
Em 1973 (dois anos antes da morte do pe. Miguel Sopocko) a congregação recebeu o novo
nome de Irmãs de Jesus Misericordioso. Atualmente Congregação das Irmãs de Jesus
Misericordioso desenvolve atividade apostólica procurando responder às necessidades
presentes da Igreja.
As irmãs dessa Congregação propagam o culto de Jesus Misericordioso e pela sua oração
pedem a misericórdia para o mundo em 33 casas religiosas na Polônia e no exterior. Entre
as suas obras há um albergue, uma casa de defesa da vida concebida e, além disso, elas
promovem retiros
e trabalham na catequese.
Em cada casa da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso,
diariamente é venerada a hora da morte do Salvador
– a HORA DA MISERICÓRDIA.
”Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se
a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça” (Diário, 1572).
(veja Hora da Misericórdia)
“Quase tudo que a Irmã Faustina havia predito a respeito dessa congregação cumpriu-se da
forma mais exata. Quando no dia 16 de novembro de 1944 eu estava aceitando em Vilnius, à
noite, os votos particulares das seis primeiras candidatas, ou quando três anos mais tarde
cheguei à primeira casa dessa congregação em Mysliborz, eu estava espantado com a
impressionante semelhança com o que me havia dito a Irmã Faustina (...) Percebi na nave do
altar uma janela com um vitrô um tanto arruinado, representando a agonia de Jesus Cristo
na cruz. Fiquei contemplando esse vitrô com alegria e com espanto, visto que Irmã Faustina
me havia falado dessa igrejinha e desse vitrô.”
(M. Sopocko, Memórias)
Igreja de S. Cruz em Myslibórz, construída em 1905 (no ano do nascimento de S. Faustina)
por operários poloneses, que na região era a única igreja católica em território alemão.
Vitral no altar-mor da igreja da Santa Cruz,
a respeito do qual irmã Faustina falou ao padre Sopocko.
A Casa-Mãe da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso em Myslibiorz (Polônia)
SANTUÁRIO DA MISERICÓRDIA DIVINA – Casa de Retiros.
No dia 1 de agosto de 1993, o arcebispo Dom Mariano Przykucki introduziu solenemente
no convento de Mysliborz as relíquias de S. Faustina. Naquele dia, a igreja e o convento,
através de um decreto seu, foram elevados à categoria de Santuário da Misericórdia Divina.
Nova casa da Congregaçao em Mysliborz.
O prédio – juntamente com todas as suas instalaçoes – foi doado pelo Sr. Roman Kluska
(um empresário polonês) em 2003 para servir como casa de formaçao religiosa das Irmas.
No dia 14 de fevereiro de 2004, o arcebispo Dom Sigismundo Kaminski realizou
a bênção da casa religiosa e da capela de JESUS REI DE MISERICÓRDIA.
"Hoje vi o convento dessa nova Congregação.
Amplas e grandes instalações. Eu visitava cada peça sucessivamente.
Via que em toda a parte a providência de Deus havia fornecido o que era necessário"
(Diário, 1154).
A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina) Plock, Polônia “1931, dia 22 de fevereiro.
À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco.
Uma das mãos erguida para a bênção, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito.
Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido.
Em silêncio, eu contemplava o Senhor; a minha alma estava cheia de temor,
mas também de grande alegria. Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo
com o modelo que estás vendo, com a inserição: Jesus, eu confio em Vós.
(...) Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na
Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte.
(...) Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o
pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo
deve ser a Festa da Misericórdia.
Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas
pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim.
(...) Uma vez, cansada dessas diversas dificuldades que tinha por causa de Jesus falar-me e
exigir a pintura da Imagem, decidi firmemente, antes dos votos perpétous, pedir a Frei
Andrasz que me dispensasse daquelas inspirações interiores e da obrigação de pintar a
Imagem. Depois de me ouvir em confissão, Frei Andrasz deu-me esta resposta: Não
dispenso a Irmã de nada e a Irmã não pode esquivar-se dessas inspirações interiores, mas a
Irmã deve, necessariamente, relatar tudo ao confessor, sem falta, porque de outra forma a
Irmã incorrerá em erro apesar dessas grandes graças de Deus.
Neste Momento, a Irmã está se confessando comigo, mas saiba que devia ter um confessor
permanente, isto é, um diretor espiritual. Fiquei imensamente preocupada com tudo isso.
Pensei que me livraria de tudo e aconteceu o contrário: uma ordem explícita para atender às
exigências de Jesus. E agora um novo tormento, de não ter
um confessor permanente.
(...) Contudo, a bondade de Jesus é infinita e Ele prometeu-me ajuda visível na Terra
e recebi-a em breve em Vilnius (Lituânia). Reconheci no Padre Sopocko essa ajuda de Deus.
Antes de chegar a Vilnius, conheci-o por uma visão interior. Certo dia, vi-o na nossa capela
entre o altar e o confessionário. Então ouvi uma voz na alma: Eis a tua ajuda visível na Terra.
Ele te ajudará a cumprir a Minha vontade na Terra” (Diário, 47-53).
Para Irmã Faustina, a tarefa imposta por Jesus Cristo era simplesmente irrealizável, visto
que
ela não possuía as aptidões plásticas necessárias para isso. Apesar disso, ela procurava ser
obediente à vontade de Jesus e tentava pintar o quadro por conta própria, mas sem
resultado.
A insistência de Jesus Cristo para que ela realizasse essa tarefa, por um lado, e, por outro
lado,
a descrença dos confessores e dos superiores tornou-se para Irmã Faustina um grande
sofrimento pessoal. Após três anos de permanência em Plock, ela foi transferida a Varsóvia,
Polônia,
no entanto também aqui continuou preocupada com a exigência não realizada de Jesus,
que lhe fez sentir como nos planos divinos era importante a tarefa que dela estava exigindo:
”De repente vi o Senhor, que me disse: Fica sabendo que, se negligenciares a tarefa da
pintura dessa imagem e de toda a obra da misericórdia, serás responsável por um grande
número de almas no dia do julgamento” (Diário, 154).
Após professar os votos perpétuos Irmã Faustina foi transferida a Vilnius. Onde se
encontrou com diretor espiritual o pe. Sopocko, que previamente lhe havia sido anunciada e
que empreende
a tentativa de concretizar as exigências de Jesus Cisto.
”Levado mais pela curiosidade de ver que imagem seria essa do que pela crença na
veracidade dessas visões, pedi ao pintor Eugênio Kazimirowski que pintasse esse quadro”
(O pe. Sopocko, Memórias).
O pe. Miguel Sopocko familiarizou parcialmente o pintor com a missão de Irmã Faustina
e obrigou-o a manter segredo. Esse conhecido e abalizado pintor, que se mostrou digno
de pintar a imagem de Jesus misericordioso, concluiu os seus estudos artísticos em
Cracóvia,
sob a orientação de Luszczakiewicz, Axentowicz e Wyczólkowski. O conhecido artista de
Vilnius
E. Kazimirowski. Como bolsista, esteve em Lvov, Munique e Paris. Aprofundou as suas
aptidões igualmente na Academia S. Lucas em Roma.
Pintar sob ditado significava renunciar à própria visão artística em prol de uma transmissão
fiel do que lhe era relatado por Irmã Faustina, que vinha ao ateliê do pintor ao menos uma
vez
por semana, durante seis meses, a fim de sugerir detalhes e apontar os erros.
Ela estava buscando uma reprodução fiel da imagem de Jesus Misericordioso, de acordo
com
a vontade divina e segundo o desenho que lhe havia sido revelado na visão.
Da pintura da imagem participou ativamente o fundador da obra, o pe. Sopocko, que a
pedido
do pintor posou vestido de alba. O período da pintura comum serviu de ocasião para uma
interpretação mais profunda do conteúdo da imagem. As questões controvertidas eram decididas
pelo próprio Jesus Cristo (D. 299; 326; 327; 344). Foi muito eloqüente um diálogo de Irmã Faustina
com Jesus Cristo a respeito do quadro pintado:
”...quando fui à casa daquele pintor que estava pintando a Imagem e vi que ela não era tão
bela como é Jesus, figuei muito triste com isso, mas escondi essa mágoa no fundo do meu
coração. (…) a Madre Superiora ficou na citade para resolver diversos assuntos e eu voltei
para casa sozinha. Imediatamente dirigi-me à capela e chorei muito. Eu disse ao Senhor:
Quem vos pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: O valor da imagem não
está na beleza da tinta nem na habilidade do pintor, mas na Minha graça” (Diário, 313).
Desse diálogo emana a sinceridade de uma pessoa agraciada com graça sobrenatural, que em
suas vivências místicas via a beleza do Salvador ressuscitado. Por diversas vezes Jesus Cristo lhe
apareceu da forma como se encontra na imagem (D. 473; 500; 851; 1046; 1565) e também exigiu
várias vezes que essa imagem fosse acessível ao culto público. Isso confirma que Jesus Cristo
aceitou a imagem pintada no quadro - santificando-a com a Sua presença viva.
Graças aos empenhos do pe. Sopocko, nos dias 26-28 de abril de 1935 a efígie do Salvador
Misericordioso pela primeira vez recebeu a veneração dos numerosos fiéis que rezavam
durante as solenidades do encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo. Essa
solenidade coincidiu com o primeiro domingo depois da Páscoa, como o havia exigido
Jesus Cristo. Participou dela
Irmã Faustina, e o sermão sobre a Misericórdia Divina foi pregado pelo pe. Sopocko.
”Por admirável desígnio tudo aconteceu como o Senhor havia exigido: a primeira honra que
a Imagem recebeu das multidões - foi no primeiro Domingo depois da Páscoa. Durante três
dias, ela ficou exposta publicamente e recebeu a honra dos fiéis, pois estava exposta em
”Ausros Vartu”, na parte alta da janela e, por isso, podia ser vista de muito longe. Em
”Ausros Vartu” era comemorado solenemente, por esses três dias, o encerramento do
Jubileu da Redenção do Mundo - os 1900 anos da Paixão do Salvador. ”Agora vejo que a
obra da Redenção está ligada com a obra da misericórdia que o Senhor está exigindo”
(Diário, 89).
”Quando a Imagem foi exposta, vi o braço de Jesus fazer um movimento e traçar um grande
sinal da cruz. Nesse mesmo dia, (...) vi como essa Imagem pairava sobre uma cidade, e essa
cidade estava coberta de fios e de redes. À medida que Jesus ia passando, cortava todas
essas redes e, no fim, traçou um grande sinal da cruz e desapareceu...”
(Diário, 416).
”Quando estava em “Ausros Vartau”, durante as solenidades em que a Imagem foi exposta,
assisti ao sermão, que foi pronunciado por meu confessor (M. Sopocko); o sermão tratava
da misericórdia de Deus; era a primeira coisa que Jesus havia tanto tempo tinha exigido.
Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do Senhor,
a Imagem tornou-se viva e os raios penetravam no coração das pessoas ali reunidas,
embora não na mesma medida; uns recebiam mais, outros menos. Uma grande alegria
inundou minha alma ao ver a graça de Deus” (Diário, 417).
”Quando estava se encerrando a celebração e o sacerdote segurou o Santíssimo
Sacramento para dar a bênção, então vi Jesus tal como está pintado na Imagem.
O Senhor deu a Sua bênção e os dois raios espalharam-se pelo mundo inteiro.
Então, vi uma claridade impenetrável, sob a forma de uma casa de cristal, tecida de ondas
de claridade inacessível a nenhuma criatura, nem espírito. A essa claridade conduziam três
portas - e nesse momento Jesus, como aparece na Imagem, entrou nessa claridade pela
segunda porta - no interior da Unidade” (Diário, 420).
As solenidades de ”Ausros Vartu” foram a manifestação pública do poder da Divina
Misericórdia,
e para Irmã Faustina - o sinal e o cumprimento das graças previamente anunciadas.
Aspecto atual da capela em Ostra Brama (Ausros Vartu)
DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA - VILNIUS (Lituânia)
Em sua correspondência posterior com o pe. Sopocko, Irmã Faustina escreve:
”Deus me deu a conhecer que está satisfeito com o que já foi feito. Mergulhando na oração e
na proximidade de Deus, senti em minha alma uma profunda paz quanto ao conjunto dessa
obra. (...) E agora, no que diz respeito a essas imagens (pequenas cópias), (...) aos poucos
as pessoas as vão comprando e muitas almas já alcançaram a graça divina, que brotou
dessa fonte. Como tudo, também esta obra vai progredir aos poucos. Esses santinhos não
são tão bonitos como aquela imagem grande, mas são comprados por aqueles que se
sentem atraídos pela graça divina...” (Trecho de uma carta, Cracóvia, 21 de fevereiro de
1938).
No dia 4 de abril de 1937, com a autorização do metropolita de Vilnius, o arcebispo
Romualdo Jalbrzykowski, e após uma opinião positiva dos peritos, a imagem de Jesus
Misericordioso
foi benta e exposta na igreja de S. Miguel em Vilnius, onde começou a ser alvo de veneração
cada vez maior. Em 1941 uma comissão de peritos, convocada a pedido do metropolita,
declarou que ”essa imagem foi executada artisticamente e constitui um precioso patrimônio
da arte religiosa contemporânea”. (Protocolo da Comissão relacionado com a avaliação e a
preservação da imagem do Salvador Misericordiosíssimo na igreja de S. Miguel em Vilnius,
do dia 27 de maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de História da Arte Dr. M.
Morelowski, professor
de dogma pe. Dr. L. Puchaty e conservador pe. Dr. P. Sledziewski).
Em conseqüência das operações de guerra (1939-1945), a imagem de Jesus Misericordioso
permaneceu na área da URSS e por algumas dezenas de anos tornou-se inacessível aos
romeiros. Apesar das muitas ameaças (por muitos anos a imagem permaneceu escondida
num sótão, enrolada, guardada num ambiente úmido e frio e diversas vezes restaurada de
forma incompetente), por uma milagrosa intervenção divina nada sofreu durante os tempos
do comunismo.
Durante os anos seguintes a imagem se encontrou: na igreja de Santa Miguel (1937-1948);
na igreja de Nowa Ruda, na atual Bielo-Rússia (1949-1986); na igreja do Espírito Santo em
Vilnius (1987-2005). Desde 2005 a imagem é venerada no Santuário da Misericórdia Divina
em Vilnius.
Por ocasião da sua peregrinação à Lituânia, no dia 5 de setembro de 1993, diante da imagem
de Jesus Misericordioso em Vilnius, rezou o Papa João Paulo II. Na sua alocução aos fiéis,
chamou essa imagem de
”A SAGRADA IMAGEM”
Na história das aparições, é conhecido apenas um caso em que Jesus Cristo expressou o desejo
de que fosse pintado um quadro com a Sua imagem e apresentou a sua configuração plástica.
Após a pintura da imagem, por diversas vezes revelou a Irmã Faustina a Sua presença viva
na forma como ela fora pintada na imagem. Além disso, pela promessa de conceder graças
especiais aos devotos dessa imagem, conferiu-lhe um excepcional valor religioso.
”Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas;
que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário, 570).
A Imagem no Santuário da Divina Misericórdia em Vilnius
”Ofereço aos homens um vaso,
com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia.
Esse vaso é a Imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 327).
”Os dois raios (na imagem) representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa
a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas.
Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia, quando na Cruz
o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança (...). Feliz aquele que viver à sua sombra,
porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299).
”Hoje vi duas colunas muito grandes fincadas no chão: uma delas coloquei-a eu
e a segunda, outra pessoa, S.M. (M. Sopocko). (...) Essas duas colunas encontravam-se
perto uma da outra na largura da Imagem, e vi essa Imagem pendurada nelas muito alto.
Num instante, sobre estas duas colunas surgiu um grande santuário, interior
e exteriormente. Vi a mão que terminava a construção desse santuário, mas não
vi a pessoa. Havia uma grande multidão de pessoas fora e dentro do santuário,
e as torrentes que saíam do compassivo Coração de Jesus desciam sobre todos”
(Diário, 1689).
HISTÓRIA
DAS IMAGENS DE JESUS MISERICORDIOSO
de Adolfo Hyla em Cracóvia Lagiewniki (Polônia)
Em 1943, passados dez anos desde o surgimento da primeira imagem de Jesus
Misericordioso
em Vilnius e cinco anos da morte de Faustina em Cracóvia, apresentou-se à Congregação
das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia em Cracóvia – Lagiewniki o artista pintor
Adolfo Hyla, com a proposta de pintar algum tipo de imagem e de oferecê-la à capela das
irmãs como um
voto de agradecimento em razão de sua família ter saído incólume dos acontecimentos da
guerra.
As irmãs propuseram que ele pintasse um quadro de Jesus Misericordioso utilizando como
modelo a imagem pintada com a co-participação de irmã Faustina (reprodução de uma cópia
do quadro de Kazimirowski). Elas também familiarizaram o pintor com a descrição da
imagem
em trechos do DIÁRO de santa Irmã Faustina. Mas, apesar disso, o artista pintou um quadro
segundo a sua própria concepção.
Em razão das dimensões, a imagem pintada não se adaptava ao altar na capela das irmãs.
Por essa razão a madre Irene Krzyzanowski encomendou a esse mesmo pintor uma outra
imagem, que em 1944 foi benta e exposta na capela das religiosas em Cracóvia, onde é
venerada até os dias de hoje. Nessa imagem, o artista localizou a figura de Jesus
Misericordioso tendo ao fundo uma relva e arbustos visíveis ao longe. Após a intervenção
do pe. Sopocko em 1954, o fundo
da imagem foi pintado em cor escura, e sob os pés de Jesus Cristo foi adicionado um piso.
O quadro de autoria de Adolfo Hyla, oferecido como voto de ação de graças, está exposto na
igreja paroquial do Divino Coração em Wroclaw. Essa igreja tem relação com a casa
religiosa das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. (V. notas do DIÁRO de santa Irmã
Faustina, p. 437; 448.)
Após o término da II Guerra Mundial (1939-1945), a primeiro imagem de Jesus
Misericordioso, pintada por Eugênio Kazimirowski em Vilnius (Lituânia), permaneceu na
área da URSS,
onde perseguições cruéis em razão da fé eram uma prática diária. Em conseqüência disso,
milhares de pessoas, por algumas dezenas de anos, tiveram de ocultar a sua fé em Deus.
A imagem também permaneceu escondida. A divulgação, naquela época, de uma outra
imagem na Polônia pode ter sido uma forma providencial de afastar a atenção da milagrosa
Santa Imagem. Praticamente não havia para ela, naquele tempo, outras possibilidades
de salvaguarda.
Além disso, tiveram uma influência negativa na aparência da imagem os trabalhos
de conservação que por diversas vezes foram realizados de maneira não profissional.
A camada de parafina imposta então na imagem, ainda que tivesse diminuído sensivelmente
os efeitos da umidade, provocou a mudança nos matizes das suas cores originais.
Essas intervenções por muitos anos encobriram os valores artísticos da imagem.
Após um profundo trabalho de restauração em 2003, a imagem recuperou a eloqüência
visível da mensagem. A bela imagem do Salvador Misericordioso que se apresenta no
espaço escuro encaminha a atenção das pessoas que rezam à luz dos raios de misericórdia
que brotam do Coração de Jesus aberto na cruz.
“Eu vi saindo da Hóstia esses dois raios tais como na imagem,
que se uniram estreitamente, mas não se misturaram...” (Diário, 344).
“... Os dois raios [na imagem] representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água
que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Esses
dois raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia quando na Cruz o Meu Coração
agonizante foi aberto pela lança” (Diário, 299).
Imagem pintada na presença de
Irmã Faustina (Eugênio
Kazimirowski, Vilnius 1934).
Imagem pintada após a morte de
Irmã Faustina (Adolfo Hyla,
Cracóvia 1944).
A imagem pintada por Adolfo Hyla sem dúvida contribuiu muito para o desenvolvimento
do culto da Divina Misericórdia, o que é confirmado por testemunhos de graças alcançadas
por seu intermédio. No entanto a sua popularidade não diminuiu o valor da primeira imagem
em Vilnius, exatamente de acordo com o modelo transmitido por Jesus Cristo. Chegou o
tempo
em que essa imagem pôde ser dignamente exposta no altar-mor do Santuário da Divina
Misericórdia em Vilnius, onde, envolvida de incessante oração da parte das irmãs religiosas
e dos peregrinos que vêm visitá-la, é alvo de veneração pública.
“O Meu olhar, nesta imagem, é o mesmo que Eu tinha na cruz” (Diário, 326).
“Hoje vi a glória de Deus que desce da Imagem. Muitas almas recebem graças, embora não
falem sobre elas em voz alta. Embora diversas sejam as suas vicissitudes, Deus recebe
glória por ela, e os esforços do demônio e das pessoas más desmoronam e transformam-se
em nada. Apesar da maldade do demônio, a misericórdia divina triunfará no mundo inteiro e
será venerada por todas as almas” (Diário, 1789).
A primeira imagem de Jesus Misericordioso, exposta a partir de 1987 na igreja do Espírito
Santo
em Vilnius, não despertou especial interesse, tanto dos peregrinos como das autoridades
eclesiásticas. A falta de condições adequadas da exposição da imagem contribuiu para novas
mudanças desfavoráveis em sua matéria. Somente a partir de julho de 2001, com o consentimento
do pe. Miroslau Grabowski, pároco da igreja do Espírito Santo, a Congregação das Irmãs de Jesus
Misericordioso pôde envolver com a sua proteção essa singular e valiosa imagem. Há algumas
dezenas de anos, essa Congregação se empenha pela propagação da primeira imagem de Jesus
Misericordioso, daquela que surgiu na atmosfera do milagre divino – da oração e do sofrimento
de Irmã Faustina, da sua presença e co-participação.
Graças aos empenhos e à dedicação das irmãs, em abril de 2003 foi realizada uma restauração
geral da imagem, que se realizou na casa religiosa das Irmãs em Vilnius. Da imagem foram
retirados todos os acréscimos pintados, foram consertadas as partes danificadas e removidas
as manchas que haviam surgido em conseqüência de umidade e de tentativas de removê-las
com produtos químicos. Em conseqüência da conservação realizada, devolveu-se à imagem
o seu aspecto primitivo.
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA CONSERVAÇÃO DA IMAGEM
Antes da restauração Após a remoção do verniz Após o descascamento
Detalhe antes da restauração Durante o processo Após a remoção do
de descascamento descascamento
Remoção do descascamento Consolidação da pintura original do artista
Apesar de ter sido realizada uma restauração geral da imagem, o estado do seu material ficou
sensivelmente enfraquecido, razão pela qual ela deve ser exposta em condições adequadas,
de acordo com as recomendações dos técnicos. A restauração da imagem foi realizada pela Sra.
Edite Hankowski-Czerwinski, de Wloclawek (Polônia), retauradora de obras de arte, formada pela
Faculdade de Belas Artes da Universidade Nicolau Copérnico de Torun (Polônia).
e-mail: edycja@autograf.pl
HISTÓRIA
DA PRIMEIRA IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO
O padre Sopocko confiou a pintura da imagem de Jesus Misericordioso no início de 1934 em
Vilnius (Lituânia) ao pintor Eugênio Kazimirowski, que residia com ele na mesma casa. A
partir
de então a Irmã Faustina, durante seis meses ia ao ateliê a fim de fornecer orientações e
sugerir detalhes relacionados com a aparência da imagem. O padre Sopocko cuidou
pessoalmente que
a imagem fosse pintada exatamente de acordo com as orientações da religiosa. A tela em que
havia ordenado a pintura da imagem de Jesus Misericordioso foi por ele adaptada às dimensões de
uma velha moldura que anteriormente lhe havia sido presenteada por uma paroquiana. Quando o
quadro já estava pintado e pronto para ser exposto (junho de 1934) (veja recordações),
o pe. Sopocko, querendo ainda certificar-se quanto à legenda que nele devia figurar,
pediu a irmã Faustina que se informasse a esse respeito com Jesus Cristo:
”Em determinado momento, o confessor perguntou-me como deveria ser colocada
essa inscrição, visto que tudo isso não cabia nessa Imagem. Respondi que rezaria
e responderia na semana seguinte. Quando saí do confessionário e estava passando diante
do Santíssimo Sacramento, recebi a compreensão interior de como devia ser
essa inscrição. Jesus me lembrou o que tinha dito na primeira vez, isto é, as palavras que
devem ser salientadas: Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 327).
”Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo,
com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 47).
”Ofereço aos homens um vaso,
com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia.
Esse vaso é a Imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 327).
Após obter a resposta, o pe. Sopocko localizou na parte inferior do quadro a legenda,
que constitui um elemento essencial dessa imagem. A seguir, no dia 4 de abril de 1937,
atendendo a um pedido expresso de Jesus Cristo, transmitido por Irmã Faustina,
expôs a imagem na igreja de Santo Miguel em Vilnius, da qual era reitor.
Imagem na igreja de Santo Miguel (1937-1948).
Em 1948, depois que as autoridades comunistas fecharam a igreja de Santo Miguel, a
imagem
foi guardada na igreja do Espírito Santo, onde era pároco o pe. João Ellert, que não estava
interessado em ficar com ela. Por isso o pe. José Grasewicz, amigo do pe. Sopocko,
levou-a para ser guardada na paróquia de Nowa Ruda, onde, apesar das muitas mudanças
na administração da igreja, a imagem permaneceu por quarenta anos.
A imagem na igreja de Nowa Ruda, na atual Bielo-Rússia (1949-1986).
Por volta de 1970, as autoridades de Nowa Ruda decidiram transformar a igreja num armazém.
O pe. Sopocko, que se encontrava na Polônia e estava interessado no destino da imagem,
pediu ao pe. Grasewicz que a transferisse para um lugar mais seguro. A proposta confidencial
do pe. Sopocko no sentido de que a imagem fosse exposta na galeria de”Ausros Vartu” em Vilnius
(Lituânia), onde havia sido exposta pela primeira vez para o culto público, foi transmitida somente
em 1982 (já após a morte do pe. Sopocko). O então vigário de ”Ausros Vartu”, pe. Tadeusz
Kondrusiewicz, achou essa idéia infudada e propôs que a imagem fosse exposta na igreja
do Espírito Santo, onde era pároco o pe. Alexandre Kaszkiewicz, o qual inicialmente se opôs
à idéia, mas finalmente concordou com a exposição da imagem. Dessa forma o pe. Grasewicz
tomou a decisão de trazer a imagem novamente a Vilnius.
Por ordem do pe. Kaszkiewicz, foi realizada em 1986 uma restauração da pintura da imagem,
em conseqüência do que foi deformada a face de Jesus Cristo. Foi feita a restauração da pintura
em cor vermelha da legenda ”JESUS, EU CONFIO EM VÓS” e foi acrescentado à imagem um
remate oval, que encobria o nicho na parte superior do altar. Essas mudanças não estavam de
acordo com a composição artística primitiva da imagem elaborada em 1934 por E. Kazimirowski
com a co-participação de Irmã Faustina e do pe. Sopocko. Em 1987 a imagem de Jesus
Misericordioso foi exposta num altar lateral da igreja do Espírito Santo e, sem chamar muita
atenção, por diversos anos esperou pela sua redescoberta.
Antes da restauração
Após o restauração
A imagem na igreja do Espírito Santo em Vilnius (1987-2005).
Em conseqüência da conservação realizada em 2003, devolveu-se à imagem o seu aspecto
primitivo. Na nova moldura foi localizada uma placa, projetada pelo restaurador, com a legenda:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS. (A moldura com a legenda original perdeu-se no período em que
a imagem permaneceu escondida).
SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA – VILNIUS (Lituânia)
Na festa da Divina Misericórdia, 18 de abril de 2004, o metropolita de Vilnius cardeal Audrys
Juozas Backis fez a nova consagração da igreja reformada da Santíssima Trindade, em Vilnius,
como Santuário da Divina Misericórdia. Ao mesmo tempo atribuiu às irmãs o ministério da oração
nesse Santuário. Em setembro de 2005, nesse Santuário foi exposta a primeira imagem de Jesus
Misericordioso. Com isso realizou-se uma tentativa de cumprir a vontade expressa dois anos
antes da sua morte (1975) no testamento do divulgador da imagem – o Servo de Deus pe. Miguel
Sopocko, fundador da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso: “A imagem
do Misericordiosíssimo Salvador é por mim destinada ao Santuário da Misericórdia Divina
em Vilnius…”
SANTUÁRIO DA MISERICÓRDIA DIVINA
Vilnius, Rua Dominikonu 12, Telefone: 0037 05 2505598
e-mail: misericordiadei@yahoo.com
A nova Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso foi fundada pelo Servo de Deus
pe. Miguel Sopocko como uma resposta ao desejo de Jesus Cristo, transmitido a Irmã Faustina:
”Deus está exigindo que haja uma Congregação que proclame ao mundo
a misericórdia de Deus e que a peça para o mundo” (Diário, 436).
A nova Congregação (veja Congregação) originou-se em 1941 em Vilnius (três anos após a morte
da Irmã Faustina). Em razão da sitação política existente em 1946, as irmãs tiveram de partir
de Vilnius para a Polônia. Após muitos empenhos, no dia 25 de agosto de 1947 iniciaram a vida
comunitária no centro que lhes havia sido designado em Mysliborz. Atualmente a Congregação
desenvolve atividade apostólica em 33 casas religiosas na Polônia e no exterior. Em 2001,
graças à benevolência do metropolita de Vilnius, tornou-se possível a volta das irmãs àquela
cidade, para ali assumirem o ministério de acordo com o carisma da Congregação. Para a
atividade da Congregação, o metropolita destinou a casa na qual foi pintada a primeira imagem de
Jesus Misericordioso. Graças à liberalidade dos benfeitores, essa casa passou por uma
reforma geral.
Casa na qual foi pintada a primeira imagem de Jesus Misericordioso.
Residiram nela o pe. M. Sopocko e o pintor E. Kazimirowski.
Atualmente CASA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE JESUS MISERICORDIOSO
Vilnius (Lituânia), Rua Rasu, 6.
No dia 24 de setembro de 2005 o cardeal Audrys Juozas Backis realizou a bênção desta
Casa.
CRONOLOGIA DE ACONTECIMENTOS DOS ÚLTIMOS ANOS
2000 Em Vatican 30 de abril – O papa João Paulo II proclama a Irmã Faustina santa
e institui a Festa da Divina Misericórdia para o mundo inteiro.
2001 Em Vilnius Após a celebração, com a autorização do então cura da paróquia do
Espírito Santo em Vilnius, o pe. João Kasiukiewicz, da grande novena
de nove meses diante da Imagem do Salvador Misericordiosíssimo
(agosto de 1999 - abril de 2000), a Congregação das Irmãs de Jesus
Misericordioso, apoiada pela oração das Ordens Contemplativas
convidadas, alcançou a graça da volta a Vilnius.
2002 Em Cracóvia O papa João Paulo II celebra o ato da entrega do destino do mundo
à Divina Misericórdia e realiza a consagração do Santuário da Divina
Misericórdia.
2003 Em Vilnius Graças aos empenhos das irmãs da Congregação das Irmãs de Jesus
Misericordioso, realiza-se a restauração geral da primeira imagem
de Jesus Misericordioso.
2004 Em Vatican A Congregação dos Assuntos de Canonização promulga o decreto
que atesta o heroísmo das virtudes do Servo de Deus pe. Sopocko.
Em Mysliborz Bênção da nova casa religiosa com a capela em honra de “Jesus
Rei de Misericórdia” – oferecida à Congregação das Irmãs de Jesus
Misericordioso para funcionar como casa de formação religiosa das
irmãs.
2005 Em Vilnius Bênção da casa religiosa com a capela dedicada a Santa Faustina,
oferecida à Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso (casa onde
em 1934 foi pintada a primeira imagem de Jesus Misericordioso).
Em Vilnius O cardeal Audrys Juozas Backis, aprovação official da nova
comunidade religiosa dos Irmãos de Jesus Misericordioso, que
iniciou a vida comum em 2000 na Itália.
Em Vilnius 25 de agosto de 2005, início da II novena de ação de graças de nove
meses à Misericórdia Divina, realizada pela Congregação das Irmãs de
Jesus Misericordioso. Agradecendo a Deus pela graça da volta a
Vilnius, a Congregação desejava honrar pela oração:
desejando homenagear
o centenário do nascimento de Santa Faustina,
o cinqüentenário da aprovação da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso
e o setuagésimo aniversário da primeira veneração pública
da imagem de Jesus Misericordioso.
2007 Em Vilnius 23 de abril, na festa da Misericórdia Divina, solene encerramento
da novena de ação de graças.
Em Vilnius Bênção da casa religiosa com a capela de Jesus Misericordioso,
oferecida à comunidade dos Irmãos de Jesus Misericordioso.
Realizaram-se os primeiros votos perpétuos dos Irmãos.
As solenidades da Beatificação do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko,
confessor da Irmã Faustina Kowalski,
fundadora da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso, serão realizadas
no dia 28 de setembro de 2008 em Santuário da Divina Misericórdia em Bialystok (Polônia)
(70 anos após a morte da santa Irmã Faustina).
Servo de Deus pe. Miguel Sopocko
(1888-1975)
A CONTEMPLAÇÃO DE JESUS
A presente reflexão nasceu do enlevo com Jesus,
que é Misericórdia.
Seremos felizes se também você O amar
e se fizer do seu coração um vale de confiança
que Ele possa semear com a chuva de Misericórdia
IRMÃS DE JESUS MISERICORDIOSO
ELE É A IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL (Col 1, 15)
Creio
que é por mim
que surges
desta imagem,
não queres ser encerrado
na moldura
de qualquer perfeição,
não queres ser apenas
um “retrato de lembrança”
de Deus.
Simplesmente te apresentas
para hoje
me encontrares
Vens
sempre o primeiro em amor.
Apressas-te
para amar
como um escravo,
descalço,
pedindo a aceitação
do Dom do Amor.
Saíste ao meu encontro.
Agora só falta o segundo passo,
quer dizer, o meu passo.
Uma escuridão
aterradora, que cresce diante
do olhar
já assustado pelo temor.
Nessa escuridão
estão mergulhadas as cores
da nossa vida,
o cotidiano azul-escuro
dividido por uma faixa
de verde esperança,
com o laranja de um sorriso.
Somente agora vejo
que as cores da minha vida
são um nada diante de Ti,
que és a luz do mundo.
Eu Te convido –
entra em minha vida
Acenda-se em mim a chama
da Misericórdia.
Tu me buscas com os olhos,
com o olhar repleto de amor.
Olhas
pacientemente,
suavemente,
sem ciúme
e sem buscares a Ti mesmo,
sem te irritares,
sem te lembrares do mal.
Tudo suportas,
em tudo acreditas,
sempre em mim
depositas a esperança.
Olhas para mim
com amor
Falas com o olhar,
Não preciso investigar
até que nível
devo buscar
o Teu reconhecimento,
encantar-te comigo.
Tu me aceitas como sou,
sempre me abençoas
e sempre perdoas
Diante de mim te desvendas
e me convidas
para o centro do amor.
Aqui está o meu lugar,
Tu me preparaste esse lugar
e ninguém o ocupará.
Tu me gravaste em Tuas mãos,
eu me gravei como
uma ferida em Teu lado.
Foi dolorido o Teu
amor para comigo,
por isso tenho dele tanta certeza,
nele quero apoiar-me.
Acalenta-me, Deus
Tenda do encontro,
feixes de raios
que penetram tudo,
que entram tímidos
nos corações fechados
pelo buraco da fechadura.
Correntes de graças.
Não são presentes baratos.
Tu dás a Ti mesmo,
Tu és o Dom,
volto-me para Ti
como a flor para o sol,
quero haurir a vida
dos Teus raios
e Te peço –
cubra-me como um escudo
a Tua Misericórdia
Jesus, eu confio em Vós
Senha
que abre o coração de Deus
de par em par.
Tu és, Senhor,
o único digno de confiança
e não existe nome nenhum
em que eu possa confiar.
Meu Jesus,
meu Salvador,
meu Rei,
minha Misericórdia
"Alma pecadora, não tenhas medo do teu Salvador. Eu, o primeiro tomo a iniciativa
de Me aproximar de ti, pois sei que por ti mesma não és capaz de elevar-te até Mim.
Não fujas, filha, de teu Pai, dispõe-te a dialogar a sós com o teu Deus de misericórdia, que
quer dizer-te palavras de perdão e cumular-te com Suas graças" (Diário, 1485).
"Abri o Meu Coração como fonte viva de misericórdia; que dela tirem vida todas
as almas, que se aproximem desse mar de misericórdia com grande confiança"
(Diário, 1520).
"As graças da Minha misericórdia coIhem-se com o único vaso, que é a confiança. Quanto
mais a alma confiar, tanto mais receberá. Grande consolo Me dao as almas de ilimitada
confiança, porque, em almas assim derramo todos os tesouros das Minhas graças. Alegro-
Me por pedirem muito, porque o Meu desejo é dar muito, muito mesmo. Fico triste,
entretanto, quando as almas pedem pouco, quando estreitam os seus coraçoes" (Diário,
1578).
O DIÁRIO DE SANTA IRMÃ FUSTINA
O DIÁRIO, escrito em forma de memórias,
relaciona-se com os últimos quatro anos
de vida de Irmã Faustina.
Apresenta a imagem da união dessa alma com Deus,
bem como a profundeza da sua vida espiritual.
O Senhor proporcionou a Irmã Faustina
grandes graças; o dom da contemplação,
o profundo conhecimento do mistério da Misericórdia
Divina, as visões, as revelações, os estigmas ocultos,
o dom de profetizar e de ler nas almas humanas,
bem como o dom raramente encontrado
dos esponsais místicos
(v. Introdução do Diário de santa Irmã Faustina, p. 9).
"Secretária do Meu mais profundo mistério, deves saber que estás em exclusiva intimidade
Comigo. A tua tarefa é escrever tudo que te dou a conhecer sobre a Minha misericórdia para
o proveito das almas, que lendo estes escritos experimentarão consolo na alma e terão
coragem de se aproximar de Mim. E, por isso, desejo que dediques todos os momentos
livres a escrever" (Diário, 1693).
"Através de ti, como através dessa Hóstia, passarão os raios da misericórdia para
o mundo" (Diário, 441).
"Meu Coração está repleto de grande misericórdia para com as almas, e especialmente para
com os pobres pecadores. Oxalá, possam compreender que Eu sou para eles o melhor Pai,
que por eles jorrou do Meu Coração o Sangue e a Água como de uma fonte transbordante de
misericórdia. Para eles resido no Sacrário e como Rei de Misericórdia desejo conceder
graças às almas (...) Oh! como é grande a indiferença das almas para com tanta bondade,
para com tantas provas de amor. (...) para tudo têm tempo, apenas não têm tempo para vir
buscar as Minhas graças" (Diário, 367).
"Ó infelizes, que não aproveitais esse milagre de misericórdia de Deus! Clamareis em vão,
pois já será tarde demais" (Diário, 1448).
"Diz aos pecadores que ninguém escapará ao Meu braço. Se fogem do Meu misericordioso
Coração, hão-de cair nas mãos da Minha justiça. Diz aos pecadores que sempre espero por
eles, presto atenção ao pulsar dos coraçãos deles, para ver quando batem por Mim. Escreve
que falo a eles pelos remorsos da consciência, pelos malogros e sofrimentos, pelas
tempestades e raios; falo pela voz da Igreja e, se menosprezarem todas as Minhas graças,
começarei a Me zangar com eles, deixando-os a si mesmos,
e dou-lhes o que desejam" (Diário, 1728).
"Deus nunca força a nossa livre vontade. De nós depende se queremos aceitar a graça
de Deus, ou não, se queremos colaborar com ela, ou desperdiçá-la" (Diário, 1107).
"...vi duas estradas: Uma estrada larga, atapetada de areia e flores, cheia de alegria
e de música e de vários prazeres. As pessoas caminhavam por essa estrada dançando
e divertindo-se — estavam chegando ao fim, sem se aperceberem disso. E, no final dessa
estrada, havia um enorme precipício, ou seja, o abismo do Inferno. Essas almas caíam
às cegas na voragem desse abismo; à medida que iam chegando, assim tombavam.
E seu número era tão grande que não era possível contá-las. E avistei uma outra estrada, ou
antes uma vereda, porque era estreita e cheia de espinhos e de pedras, por onde as pessoas
seguiam com lágrimas nos olhos e sofrendo dores diversas. Uns tropeçavam
e caíam por cima dessas pedras, mas logo se levantavam e iam adiante. E no final da
estrada havia um magnífico jardim, repleto de todos os tipos de felicidade e aí entravam
todas essas almas. Já no primeiro momento, esqueciam de seus sofrimentos"
(Diário, 153).
"...Oh! como sinto que estou num exílio! Vejo que ninguém compreende a minha vida
interior. Só Vós me compreendeis, Vós que estais oculto no meu coração e eternamente
vivo" (Diário, 1141).
"...se a alma ama sinceramente a Deus e está unida com Ele interiormente, ainda que
exteriormente se encontre em condições difíceis, nada consegue perturbar o seu interior e,
mesmo no meio da corrupção, pode permanecer pura e íntegra, porque o grande amor a
Deus lhe dá força para a luta, e também Deus a defende de maneira especial,
até milagrosamente, se O ama sinceramente" (Diário, 1094).
"Nesse tempo o Senhor concedeu-me muitas luzes, para conhecer os Seus atributos.
O primeiro atributo que o Senhor me deu a conhecer foi a Sua santidade. Essa santidade é
tão elevada que tremem diante d’Ele todas as potestades e virtudes. (...) A santidade de
Deus derrama-se sobre a Sua Igreja e sobre toda a alma que nela vive, embora nem sempre
com a mesma intensidade. Existem almas inteiramente divinizadas, enquanto há outras que
apenas vivem. O Senhor concedeu-me também o conhecimento do segundo atributo — o da
Sua justiça. E esta é tão imensa e penetrante que atinge o fundo do ser
e tudo diante d’Ele é manifesto em toda a nudez da verdade, e nada Lhe pode resistir.
O terceiro atributo é o Amor e a Misericórdia. E compreendi que o Amor e a Misericórdia é o
maior atributo. É ele que une a criatura ao Criador. E reconhece-se este imenso amor e o
abismo da misericórdia na Encarnação do Verbo, na Sua Redenção;
e foi aqui que reconheci que este é o maior atributo em Deus" (Diário, 180).
"Tudo o que é nobre e belo está em Deus (...). Ó sábios do mundo e grandes inteligências,
conhecei que a verdadeira grandeza está em amar a Deus." (Diário, 990).
"Jesus, Vós me dais a conhecer e compreender em que consiste a grandeza da alma: não
em grandes ações, mas em um grande amor. O amor tem valor e ele dá grandeza aos
nossos atos. Embora as nossas ações sejam banais e vulgares por si mesmas, pelo amor
tornam-se importantes e poderosas diante de Deus." (Diário, 889)
"A verdadeira grandeza da alma está no amor a Deus e na humildade" (Diário, 427).
"Quando a alma se aprofunda no abismo da sua Miséria, Deus utiliza Sua onipotência para
enaltecê-la. Se existe na Terra uma alma verdadeiramente feliz, é apenas a alma
verdadeiramente humilde. De início, sofre muito com isso o amor próprio, mas Deus, após o
corajoso combate, concede à alma muitas luzes, pelas quais ela conhece como tudo é
desprezível e cheio de ilusão." (Diário, 593).
"Para a alma humilde estão abertas as comportas do Céu, e cai sobre ela um mar de graças
(...). Deus nada nega a uma alma assim. Uma alma assim é onipotente, ela influi no destino
do Mundo inteiro. Deus exalta uma alma assim até o Seu Trono e, quanto mais ela se
rebaixa, tanto mais Deus se inclina para ela, persegue-a com Suas graças
e acompanha-a em todos os momentos com Seu poder. Uma alma assim está unida com
Deus da maneira mais profunda" (Diário, 1306).
"no coração puro e humilde reside Deus, que é a própria Luz, e todos os sofrimentos
e adversidades existem para que se manifeste a santidade da alma" (Diário, 573).
"...humildade é tão só a verdade. Na autêntica humildade não existe servilismo. Embora me
considere a menor em todo o convento, alegro-me com a dignidade de esposa de Jesus"
(Diário, 1502).
"Ó meu Jesus, Vós sabeis quantos esforços são necessários para conviver sinceramente
e com simplicidade com as pessoas das quais a nossa natureza foge, ou com aquelas que,
consciente ou inconscientemente, nos tenham feito sofrer; humanamente, isso
é impossível. Em momentos assim procuro descobrir, mais do que em outra ocasião,
a pessoa de Nosso Senhor nessas pessoas e, por Jesus, faço tudo por elas. Nessas ações,
o amor é puro e tal exercício de amor dá vigor e força à alma. Nada espero das criaturas
e por isso não sofro nenhuma decepção..." (Diário, 766).
"JJesus, meu modelo perfeitíssimo, com o olhar fixo em Vós irei pela vida seguindo
os Vossos passos, adaptando a natureza à graça segundo a Vossa santa vontade e aquela
luz que ilumina a minha alma, totalmente confiante em Vosso auxílio" (Diário, 1351).
"Este teu decidido propósito de te tornares santa é Me imensamente agradável. Abençôo os
teus esforços e te darei a oportunidade de te santificares. Sê cuidadosa para não perderes
nenhuma oportunidade que a Minha providência te oferecer para tua santificação. Se não
conseguires aproveitar uma determinada oportunidade, não te inquietes, mas humilha-te
profundamente diante de Mim e com grande confiança mergulha toda na Minha misericórdia.
Dessa maneira, ganharás mais do que perdeste, porque a uma alma humilde se dá mais
generosamente, mais do que ela mesma pede... " (Diário, 1361).
"Procuro e anseio por almas como a tua, mas elas são poucas. Tua grande confiança
em Mim Me obriga a conceder-te graças sem cessar" (Diário, 718).
"...três virtudes devem adornar-te especialmente: humildade, pureza de intenção
e amor" (Diário, 1779).
"Desejo ter-te nas minhas mãos como instrumento apto para realizar obras" (Diário, 1359).
"Estou exigindo de ti um sacrifício perfeito de oblação — o sacrifício da vontade. Nenhum
outro sacrifício pode-se comparar com ele. Sou Eu mesmo que dirijo a tua vida e faço tudo
de tal forma que sejas para Mim contínuo sacrifício. Farás sempre a Minha vontade e, para
completar esse sacrifício, te unirás a Mim na cruz. Sei o que podes.
Eu mesmo te darei muitas ordens diretamente, mas atrasarei e farei depender de outros
a possibilidade de execução das mesmas. (...) deves saber, Minha filha, que esse sacrifício
durará até a morte." (Diário, 923).
"Exteriormente, o teu sacrifício deve ter esta aparência: oculto, silencioso, repleto
de amor, embebido de oração. Exijo de ti, Minha filha, que o teu sacrifício seja puro
e cheio de humildade, para que Eu possa ter predileção por ele. (...) Aceitarás com amor
todos os sofrimentos. Não te preocupes, se o teu coração, muitas vezes, sentir aversão
e má vontade para com esse sacrifício. Todo o seu poder está contido na vontade e,
portanto, esses sentimentos contrários não diminuirão a Meus olhos esse sacrifício,
mas até o aumentarão o seu valor" (Diário, 1767).
"...mas cada conversão de uma alma pecadora exige sacrifício" (Diário, 961).
"...necessito de sacrifício repleto de amor, porque apenas este tem valor diante de Mim.
Grandes são as dívidas contraídas pelo Mundo diante de Mim. Podem pagá-las as almas
puras, pelo seu sacrifício, praticando a misericórdia em espírito" (Diário, 1316).
"...mas escreve-o para muitas almas que às vezes se preocupam por não possuírem bens
materiais, para com elas praticar a misericórdia. No entanto, tem um mérito muito maior a
misericórdia do espírito, para a qual não é preciso ter autorização nem armazém e que é
acessível a todos. Se a alma nao praticar a misericórdia de um ou outro modo, nao
alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo. Oh! se as almas soubessem armazenar os
tesouros eternos, não seriam julgadas, antecipando o Meu julgamento com obras
de misericórdia" (Diário, 1317).
"...conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. (...) Eu teria morrido vendo
esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus.
Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda
a eternidade. Estou escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma
se escuse dizendo que não há Inferno, ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.
Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão, é justamente
daqueles que não acreditavam que o Inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me
refazer do terror de ver como as almas sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais
fervor ainda pela conversão dos pecadores" (Diário, 741).
"encontrei-me num lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas
sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas;
apenas nós podemos ajudá-las. (...) O maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi
Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria “Estrela do
Mar.” Ela lhes traz alívio" (Diário, 20).
"...Hoje estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a felicidade que nos
espera depois da morte. Vi como todas as criaturas prestam incessantemente honra e glória
a Deus. Vi como é grande a felicidade em Deus, que se derrama sobre todas as criaturas,
tornando-as felizes: e então toda a glória e honra procedente da felicidade voltam à sua
fonte e penetram na profundeza de Deus, contemplando a Sua vida interior. (...) Essa Fonte
de felicidade é imutável em sua essência, mas sempre nova, jorrando para a felicidade de
toda a criatura" (Diário, 777).
"Não tenho muitas visões desse tipo, mas mais freqüentemente convivo com o Senhor de
maneira mais profunda. Os sentidos ficam adormecidos e, ainda que de um modo invisível,
todas as coisas se tornam mais reais e mais claras do que se as visse com os meus olhos. A
mente conhece mais num momento desses do que por longos anos de profunda reflexão e
meditação, tanto em relação à natureza de Deus, como em relação às verdades reveladas, e
também quanto ao conhecimento da própria miséria"
(Diário, 882).
"Na minha vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas
pelas quais a alma recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem
foi instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior, que o próprio
Deus concede à alma. São grandes mistérios" (Diário, 1102).
"Deus aproxima-se da alma duma maneira especial, conhecida apenas por Deus e pela alma.
Ninguém percebe essa união misteriosa. Nessa união preside o amor e é só o amor que
realiza tudo. Jesus se comunica com a alma de forma delicada e doce e, no Seu âmago, há a
paz. Jesus lhe concede muitas graças, torna a alma capaz de participar dos Seus
pensamentos eternos e, algumas vezes, desvenda à alma Seus divinos desígnios"
(Diário, 622).
"...O Senhor, se exige alguma coisa da alma, dá-lhe a possibilidade de executá-la e, pela
graça, torna-a capaz de realizar o que dela exige. E, assim, ainda que a alma seja a mais
miserável, pode, por ordem do Senhor empreender coisas que ultrapassam o seu
entendimento. O sinal, pelo qual se pode conhecer que o Senhor está com essa alma,
é que nela se manifesta esse poder e essa força de Deus que a torna corajosa e valente.
Quanto a mim, sempre de início me atemorizo um pouco com a grandeza do Senhor, mas
depois penetra na minha alma uma paz profunda e imperturbável, uma força interior para o
que o Senhor está exigindo em determinado momento" (Diário, 1090).
"Deus se comunica à alma de maneira amorosa e a atrai para a profundeza inescrutável da
Sua divindade, mas, ao mesmo tempo, a deixa aqui na Terra unicamente para que sofra e
agonize de saudade d’Ele. E esse amor forte é tão puro que o próprio Deus se deleita nele, e
o amor-próprio não tem parte nas suas ações, (...) e assim [a alma] é capaz de grandes feitos
por Deus" (Diário, 856).
"As almas eleitas são como luzes em Minhas mãos, luzes que lanço na escuridão do mundo
e o ilumino. Como as estrelas iluminam a noite, assim as almas eleitas iluminam a Terra, e
quanto mais perfeita é a alma, tanto mais luz lança em torno de si e alcança mais longe.
Pode ser oculta e desconhecida até pelos mais próximos, porém a sua santidade reflete-se
nas almas até nos mais distantes confins do mundo" (Diário, 1601).
"...existem almas que vivem no mundo que Me amam sinceramente, permaneço com prazer
nos seus corações, mas não são muitas. Existem, também, nos conventos almas que
enchem de alegria Meu Coração. Nelas estão gravadas Minhas feições (...) mas o seu
número é muito pequeno. Elas são o baluarte contra a justiça do Pai Celestial e eles
alcancem a misericórdia para o mundo. O amor e o sacrifício dessas almas sustentam
a existência do mundo" (Diário, 367).
O TESTAMENTO DE SANTA IRMÃ FAUSTINA
“Domingo da Pascoela. [Festa da Divina Misericórdia] Hoje novamente me ofereci em
sacrifício ao Senhor, como holocausto pelos pecadores. Meu Jesus, se já está próximo
o fim da minha vida, suplico-Vos humildemente, aceitai a minha morte em união Convosco
como um holocausto que hoje Vos faço no pleno gozo das minhas faculdades mentais e
com toda a consciência, com um tríplice objetivo:
Primeiro — para que a obra da Vossa misericórdia se difunda pelo mundo todo e para que a
Festa da Misericórdia seja solenemente aprovada e comemorada.
Segundo — para que os pecadores recorram à Vossa misericórdia, experimentando
os inefáveis efeitos dessa misericórdia, especialmente as almas agonizantes.
Terceiro — para que toda a obra da Vossa misericórdia seja executada de acordo com
os Vossos desejos e por certa pessoa, que dirige esta obra..." (Diário, 1680).
VATICANO, Praça de São Pedro. Solenidade da canonização de Faustina Kowalski.
No dia 30 de abril de 2000, o papa JOÃO PAULO II proclama a Irmã Faustina Kowalski santa
e institui a Festa da Misericórdia Divina para toda a Igreja. No dia 17 de agosto de 2002, em
Cracóvia-Lagiewniki, o Papa realiza o ato solene da entrega do mundo à Divina Misericórdia,
bem como a consagração do Santuário da Divina Misericórdia.
No dia 20 de dezembro de 2004 a Congregação de Assuntos de Canonização, em Roma,
promulgou o decreto que confirma o heroísmo das virtudes do Servo de Deus pe. Sopocko.
As solenidades da Beatificação do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko, serão realizadas no
dia 28 de setembro de 2008 em Santuário da Divina Misericórdia em Bialystok (Polônia).
"Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas (...).
Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.
Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados
sejam como o escarlate" (Diário, 699).
O TERÇO DA DIVINA MISERICÓRDIA
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina) Vilnius, Lituânia "Na sexta-feira 13.09.1935.
A noite, quando me encontrava na minha cela, vi o Anjo executor da ira de Deus.
Estava vestido de branco, o rosto radiante e una nuven a seus pés. Da nuvem saíam trovoes
e relâmpagos para as suas maos e delas só entao atingiam a Terra. Quando
vi esse sinal da ira de Deus, que deveria atingir a Terra, e especialmente um determinado
lugar que nao posso mencionar por motivos bem compreensíveis, comecei a predir ao Anjo
que se detivesse por alguns momentos, pois o mundo faria penitencia. Mas o meu pedido de
nada valeu perante a Cólera de Deus.
(...) Porém, nesse mesmo momento senti em mim a força da graça de Jesus que reside na
minha alma; e, quando me veio a consciencia dessa graça, imediatamente fui arrebatada até
o Trono de Deus.
(...) Comecei, entao, suplicar a Deus pelo Mundo com palavras ouvidas interiormente.
Quando assim rezava, vi a impossibilidade do Anjo em poder executar aquele justo castigo,
merecido por causa dos pecados. Nunca tinha rezado com tanta forca interior como naquela
ocasiao. As palavras com que suplicava a Deus eram as seguintes:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho,
Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiaçao dos nossos pecados e do mundo inteiro; pela Sua
dolorosa Paixao, tende misericórdia de nós.
No dia seguinte pela manha, quando entrei na nossa capela, ouvi interiormente estas
palavras: Toda vez que entrares na capela, reza logo essa oraçao que te ensinei ontem.
Quando rezei essa oraçao, ouvi na alma estas palavras: Essa oraçao serve para aplacar
a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário da seguinte maneira:
Primeiro dirás o PAI NOSSO, a AVE MARIA e o CREDO. Depois, nas contas
de PAI NOSSO, dirás as seguintes palavras: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo
e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiaçao dos nossos pecados e do mundo inteiro. Nas contas de AVE MARIA erzarás as
seguintes palavras: Pela Sua dolorosa Paixao, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro. No fim, rezarás rtes vezes estas palavras: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal,
tende piedade de nós e do mundo inteiro" (Diario, 474- 476).
Casa da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, onde nos anos 1933-1936
residiu Irmã Faustina e onde Jesus Cristo lhe ditou o terço da Misericórdia Divina.
Vilnius (Lituânia), Rua Grybo, 29
"Oh! que grandes graças concederei às almas que recitarem esse Terço. (...) Anota estas
palavras, Minha filha, fala ao mundo da Minha misericórdia, que toda a humanidade conheça
a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o
dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia, tirem proveito do
Sangue e da Àgua que jorraram para eles" ( Diário, 848).
"Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande
misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a
última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido,
se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia"
(Diário, 687).
A PROMESSA
DA MISERICÓRDIA PARA OS AGONIZANTES
"Pela recitação deste Terço agrada-Me dar tudo o que Me peçam. Quando os pecadores
empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas, e a hora da morte deles será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos
seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que
mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha
misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe. Essas almas têm prioridade
no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia.
Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se decepcionou
ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha
bondade. Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me colocarei
entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso"
(Diário, 1541).
"Quando recitam esse Terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus,
a misericórdia insondável envolve a alma" (Diário, 811).
Para ser rezado nas contas do terço. "No começo:
Pai nosso, que estais no céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai
hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por n6s, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém.
Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único
Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espirito Santo; nasceu da Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos
mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todopoderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa
Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da
carne, na vida eterna Amém.
Nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo
Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados
e dos do mundo inteiro.
Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras:
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.
No fim, rezarás três vezes estas palavras:
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”
(Diário, 476).
Jesus Cristo disse a Santa Faustina: "Desejo que essa misericórdia se derrame sobre o
mundo todo pelo teu coração. Quem quer que se aproxime de ti, que não se afaste sem essa
confiança na Minha misericórdia, que desejo tanto para as almas. Reza quanto puderes
pelos agonizantes; pede para eles a confiança na Minha misericórdia, porque eles são os
que mais necessitam de confiança e os que menos a têm" (Diário, 1777).
"Minha filha, ajuda-Me a salvar um pecador agonizante; reza por ele o Terço que te ensinei.
Quando comecei a recitar este Terço, vi o agonizante em terríveis tormentos
e lutas. Defendia-o o Anjo da Guarda, mas estava como que impotente diante
da enormidade da miséria dessa alma. (...) No entanto, durante a recitação do Terço
vi a Jesus da forma como está pintado na Imagem. Os raios que saíam do Coração
de Jesus envolveram o enfermo, e as forças do mal fugiram em pânico. O enfermo exalou
tranqüilamente o último suspiro" (Diário, 1565).
"Freqüentemente convivo com almas agonizantes, pedindo para elas a misericórdia
de Deus. Oh! como é grande a bondade de Deus, maior do que podemos compreender.
Existem momentos e mistérios da misericórdia de Deus com que até os Céus se
assombram. Que se calem os nossos juízos sobre as almas, porque é maravilhosa
com elas a misericórdia de Deus" (Diário, 1684).
"Muitas vezes, faço companhia a almas agonizantes, e peço para elas confiança na
misericórdia divina e suplico a Deus aquela grande abundância da graça de Deus que
sempre vence. A misericórdia de Deus atinge às vezes o pecador no último instante,
de maneira surpreendente e misteriosa. Exteriormente vemos como se tudo estivesse
perdido, mas não é assim. A alma, iluminada pelo raio da forte graça de Deus extrema,
dirige-se a Deus no último instante com tanta força de amor que imediatamente recebe de
Deus [o perdão] das culpas e dos castigos, e exteriormente não nos dá nenhum sinal nem
de arrependimento nem de contrição, visto que já não reage a coisas exteriores.
Oh! quão inconcebível é a misericórdia de Deus. Mas oh! horror — existem também almas
que voluntária e conscientemente afastam essa graça e a desprezam. Embora já em meio à
própria agonia, Deus misericordioso dá à alma esse momento de luz interior com que, se a
alma quiser, tem a possibilidade de voltar a Deus. Mas, muitas vezes,
as almas têm tamanha dureza de coração que conscientemente escolhem o Inferno, anulam
todas as orações que as outras almas fazem por elas a Deus, e até os próprios esforços de
Deus..." (Diário, 1698).
"União com os agonizantes. Pedem-me orações, e posso rezar, pois admiravelmente
o Senhor está me dando um espírito de oração. Estou continuamente unida com Ele, sinto
plenamente que vivo pelas almas, para conduzi-las à Vossa misericórdia, Senhor. Quanto a
isso, nenhum sacrifício é pequeno demais" (Diário, 971).
"Quando mergulhei em oração e me uni com todas as Santas Missas que, neste momento,
estavam sendo celebradas no mundo inteiro, supliquei a Deus, por meio de todas essas
Santas Missas, misericórdia para o mundo, especialmente para os pobres pecadores, que
estivessem em agonia naquele momento. E, nesse instante, recebi interiormente a resposta
divina interior de que mil almas receberam a graça por intermédio da oração que eu estava
elevando a Deus. Não sabemos que número de almas vamos salvar com as nossas orações
e sacrifícios; por isso rezemos sempre pelos pecadores" (Diário, 1783).
"Ó vida cinzenta e monótona, quantos tesouros há em ti! Nenhuma hora se assemelha
a outra, e por isso o enfado e a monotonia desaparecem quando olho para tudo com
os olhos da fé. A graça que é destinada para mim nesta hora não se repetirá na hora
seguinte. Ser-me-á dada ainda, mas já não será a mesma. O tempo passa e nunca volta. O
que, porém, nele se encerra não mudará nunca, fica selado por todos os séculos"
(Diário, 62).
"Oh! como devemos rezar pelos agonizantes! Aproveitemos a misericórdia, enquanto
é tempo de compaixão" (Diário, 1035).
"...O Senhor me deu a conhecer como deseja que a alma se distinga por atos de amor,
e vi, em espírito, quantas almas clamam a nós: “Dai-nos Deus,” — e ferveu em mim
o sangue apostólico. Não o pouparei, mas entregarei até a última gota pelas almas imortais,
embora fisicamente talvez Deus não o exija, em espírito, posso fazê-lo,
e não será menos meritório" (Diário, 1249).
Desejo percorrer o mundo todo e falar às almas da grande misericórdia de Deus.
SACERDOTES, AJUDAI-ME NISSO..." (Diário, 491).
"Diz aos Meus sacerdotes que os pecadores empedernidos se arrependerão diante das
palavras deles, quando falarem da Minha insondável misericórdia, da compaixão que tenho
para com eles no Meu Coração. Aos sacerdotes que proclamarem e glorificarem
a Minha misericórdia darei um poder extraordinário, ungindo as suas palavras,
e tocarei os corações daqueles a quem falarem" (Diário, 1521).
"Minha filha, olha para o abismo da Minha misericórdia e dá a esta misericórdia louvor
e glória. Faz-o da seguinte maneira: reúne todos os pecadores do mundo inteiro
e mergulha-os no abismo da Minha misericórdia" (Diário, 206).
"Penetra nos Meus mistérios e conhecerás o abismo da Minha misericórdia para com
as criaturas e a Minha insondável bondade — e a darás a conhecer ao Mundo. Através
da oração, serás medianeira entre a Terra e o Céu" (Diário, 438).
"PREPARARÁS O MUNDO PARA A MINHA ÚLTIMA VINDA" (Diário, 429).
"O Meu reino está sobre a Terra
a Minha Vida, na alma humana" (Diário, 1784).
FRUTOS DA ORAÇÃO
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina)
"É pela oração que a alma se arma para toda espécie de combate. Em qualquer estado em
que se encontre, a alma deve rezar. Tem que rezar a alma pura e bela, porque
de outra forma perderia a sua beleza; deve rezar a alma que está buscando essa pureza,
porque de outra forma não a atingiria; deve rezar a alma recém-convertida, porque de outra
forma cairia novamente; deve rezar a alma pecadora, atolada em pecados, para que possa
levantar-se. E não existe uma só alma que não tenha a obrigação de rezar, porque toda a
graça provém da oração" (Diário, 146).
"...a alma deve ser fiel à oração, apesar dos tormentos, da aridez e das tentações, porque em
grande parte e principalmente de uma oração assim depende, às vezes,
a concretização de grandes desígnios de Deus. E, se não perseveramos nessa oração,
transtornamos o que Deus queria realizar através de nós, ou em nós. Que toda alma
se lembre destas palavras: E, estando em agonia, rezou mais longamente" (Diário, 872).
"A paciência, a oração e o silêncio — eis o que fortalece a minha alma. Há ocasiões em que
a alma deve calar-se e não lhe convém conversar com as criaturas. São momentos em que
não está satisfeita consigo mesma (...) nestes momentos vivo exclusivamente pela fé..."
(Diário, 944).
"O silêncio é como a espada na luta espiritual (...) A alma recolhida é capaz da mais
profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus
opera sem obstáculo na alma silenciosa" (Diário, 477).
"Devemos rezar, muitas vezes, ao Espírito Santo pedindo a graça da prudência.
A prudência compõe-se de: ponderação, consideração inteligente e propósito firme. Sempre
a decisão final pertence a nós" (Diário, 1106).
"O próprio Senhor me estimula
a escrever orações e hinos sobre a Sua misericórdia..." (Diário, 1593).
"Desejo que conheças mais a fundo o Meu amor, de que está inflamado o Meu Coração
pelas almas, e compreenderás isso quando refletires sobre a Minha Paixão. Invoca a Minha
misericórdia para com os pecadores, pois desejo a salvação deles. Quando de coração
contrito e confiante rezares essa oração por algum pecador, Eu lhe darei a graça da
conversão. Esta pequena prece é a seguinte:
— Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para
nós, eu confio em Vós" (Diário, 187).
ORAÇÕES DE SANTA IRMÃ FAUSTINA
"Amor Eterno, chama pura, ardei sem cessar no meu coração e divinizai todo o meu
ser de acordo com a Vossa eterna predileção, pela qual me chamastes à existência
e convocastes à participação na Vossa felicidade eterna" (Diário, 1523).
"Ó Deus misericordioso, que não nos desprezais, mas nos cumulais sem cessar com as
Vossas graças! Vós nos tornais dignos do Vosso Reino e, em Vossa bondade, preencheis
com homens os lugares deixados pelos anjos ingratos. Ó Deus de grande misericórdia, que
afastastes o Vosso santo olhar dos anjos revoltados e o voltastes para o homem contrito,
seja dada honra e glória à Vossa insondável misericórdia" (Diário, 1339).
"Ó Jesus estendido na cruz, suplico-Vos, concedei-me a graça de sempre, em toda parte e
em tudo cumprir fielmente a Santíssima vontade de Vosso Pai. E, quando essa vontade de
Deus me parecer penosa e difícil de cumprir, então suplico-Vos, Jesus, que das Vossas
Chagas desça para mim força e vigor, e que a minha boca repita: Seja feita
a Vossa vontade, Senhor. (...) Jesus cheio de compaixão, concedei-me a graça de me
esquecer de mim mesma, a fim de viver inteiramente para as almas, ajudando-Vos na obra
da salvação, segundo a santíssima vontade de Vosso Pai..." (Diário, 1265).
"Desejo transformar-me toda em Vossa misericórdia, para tornar-me o Vosso reflexo vivo, ó
meu Senhor! Que a Vossa misericórdia, que é insondável e de todos os atributos de Deus o
mais sublime, se derrame do meu coração e da minha alma sobre o próximo.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos, de modo que eu jamais
suspeite nem julgue as pessoas pela aparência externa, mas perceba a beleza interior dos
outros e possa ajudá-los.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos, de modo que eu
esteja atenta às necessidades dos meus irmãos e não me permitais permanecer indiferente
diante de suas dores e lágrimas.
Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa, de modo que eu nunca fale
mal dos meus irmãos; que eu tenha para cada um deles uma palavra de conforto
e de perdão.
Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e transbordantes de
boas obras, nem se cansem jamais de fazer o bem aos outros, enquanto, aceite para mim as
tarefas mais difíceis e penosas.
Ajudai-me, Senhor, para que sejam misericordiosos também os meus pés, para que levem
sem descanso ajuda aos meus irmãos, vencendo a fadiga e o cansaço (...)
Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso e se torne sensível
a todos os sofrimentos do próximo. (...)
Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, porque Vós tudo podeis" (Diário, 163).
"Rei de Misericórdia, guiai a minha alma" (Diário, 3).
"Ó Jesus, Deus eterno, agradeço-Vos pelas Vossas inúmeras graças e benefícios.
Que cada batida do meu coração seja um novo hino de ação de graças para Convosco,
ó Deus! Que cada gota do meu sangue circule por Vós, Senhor. A minha alma é um só hino
de adoração da Vossa misericórdia. Amo-Vos, Deus, por Vós mesmo" (Diário, 1794).
"Ó Jesus, desejo viver o momento presente, viver como se este dia fosse o último da minha
vida: aproveitar cuidadosamente cada momento para a maior glória de Deus; fazer uso de
cada circunstância, de tal maneira, que a alma possa tirar proveito. Olhar para tudo do ponto
de vista de que nada suceda sem a Vontade de Deus. Deus de insondável misericórdia,
envolvei o mundo todo e derramai-Vos sobre nós, pelo compassivo Coração de Jesus"
(Diário, 1183).
"Ó Deus de grande misericórdia, bondade infinita, eis que hoje a Humanidade toda clama do
abismo da sua miséria à Vossa misericórdia, à Vossa compaixão, ó Deus,
e clama com a potente voz da sua miséria. Ó Deus clemente, não rejeiteis a oração dos
exilados desta Terra. Ó Senhor, bondade inconcebível, que conheceis profundamente
a nossa miséria e sabeis que, com nossas próprias forças, não temos condições de nos
elevar até Vós, por isso Vos suplicamos: adiantai-Vos ao nosso pedido com a Vossa graça e
aumentai em nós sem cessar a Vossa misericórdia, a fim de que possamos cumprir
fielmente a Vossa santa vontade durante toda a nossa vida e na hora da morte. Que o poder
da Vossa misericórdia nos defenda dos ataques dos inimigos da nossa salvação, para que
aguardemos com confiança, como Vossos filhos, a Vossa vinda última, dia que somente Vós
conheceis..." (Diário, 1570).
LADAINHA DA DIVINA MISERICÓRDIA
O AMOR DE DEUS É A FLOR - E A MISERICÓRDIA O FRUTO
Que a alma que desconfia leia estes louvores da misericórdia e torne-se confiante.
Misericórdia Divina, que brota do seio do Pai, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, atributo máximo de Deus, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, mistério inefável, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, fonte que brota do mistério da Santíssima Trindade,
eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nenhuma mente, nem humana nem angélica pode perscrutar,
eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, da qual provém toda a vida e felicidade, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, mais sublime do que os Céus, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, fonte de milagres e prodígios, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que envolve o universo todo, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que desce ao mundo na Pessoa do Verbo Encarnado,
eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que brotou da chaga aberta do Coração de Jesus, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, encerrada no Coração de Jesus para nós e sobretudo para os
pecadores, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, imperscrutável na instituição da Eucaristia, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, na instituição da Santa Igreja, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, no sacramento do Santo Batismo, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, na nossa justificação por Jesus Cristo, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos acompanha por toda a vida, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos envolve de modo particular na hora da morte,
eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos concede a vida imortal, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos acompanha em todos os momentos da vida,
eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos defende do fogo do Inferno, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, na conversão dos pecadores endurecidos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, enlevo para os anjos, inefável para os Santos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, insondável em todos os mistérios divinos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que nos eleva de toda miséria, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, fonte de nossa felicidade e alegria, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que do nada nos chama para a existência, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que abrange todas as obras das Suas mãos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que coroa tudo que existe e que existirá, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, na qual todos somos imersos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, doce consolo para os corações atormentados, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, única esperança dos desesperados, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, repouso dos corações, paz em meio ao terror, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, delícia e êxtase dos Santos, eu confio em Vós.
Misericórdia Divina, que desperta a confiança onde não há esperança, eu confio em Vós.
Ó Deus eterno, em quem a misericórdia é insondável e o tesouro da compaixão
é inesgotável, olhai propício para nós e multiplicai em nós a Vossa misericórdia,
para que não desesperemos nos momentos difíceis, nem esmoreçamos, mas nos
submetamos com grande confiança à Vossa santa vontade, que é Amor e a própria
Misericórdia" (Diário, 949).
A NOVENA À DIVINA MISERICÓRDIA
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina)
"NOVENA à Misericórdia Divina que Jesus me mandou escrever e rezar antes da Festa da
Misericórdia (veja Festa da Misericórdia). Começa na sexta-feira santa.
Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia,
a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da
vida e, especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao Meu Coração um grupo
diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei
todas essas almas à Casa de Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Por Minha
parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia
pedirás a Meu Pai, pela Minha amarga Paixão, graças para essas almas.
Primeiro Dia
Hoje, traze-Me a Humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no
oceano da Minha misericórdia (...).
Ó onipotencia da misericórdia divina,
Socorro para o homem pecador,
Vós sois o oceano de misericórdia a de amor,
E ajudais a quem Vos pede humildemente.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda Humanidade, encerrada no Coração
compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa
Paixão mostrai-nos a Vossa misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa
misericórdia, pelos séculos dos séculos. Amém.
Segundo Dia
Hoje, traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na Minha insondável
misericórdia (...).
A fonte do amor divino
Mora nos coraçoes puros,
Banhados no mar da misericórdia ,
Brilhantes como as estrelas, luminosos como a aurora.
Eterno Pai, dirigi o olhar da Vossa misericórdia para a porção eleita da Vossa vinha:
para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e,
pelos sentimentos do Coração de Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da
Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação, e juntamente com
eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.
Terceiro Dia
Hoje, traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da Minha
misericórdia (...).
As maravilhas da misericórdia sao insondáveis;
Nem o pecador nem o justo as entenderá;
Para todos olahis com o olhar da compaixao
E a todos atraís para oVosso amor.
Eterno Pai, olhai com o olhar da Vossa misericórdia para as almas fiéis, como a herança do
Vosso Filho. Pela Sua dolorosa Paixão concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da Vossa
incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda
multidão dos Anjos e dos Santos glorifiquem a Vossa imensa misericórdia,
por toda a eternidade. Amem.
Quarto Dia
Hoje, traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na
Minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o Meu Coração. Mergulha-os no mar da
Minha misericórdia (...).
Que a luz do Vosso amor
Ilumine as trevas das almas!
Fazei que essas almas Vos conheçam
E glorifiquem a Vossa misericórdia, juntamente conosco!
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos
conhecem e que estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do
Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que
também elas glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém.
Quinto Dia
Hoje traze-me as almas dos cristãos separadas da unidade da Igreja e mergulha-as
no mar da Minha misericórdia (...).
Mesmo para aqueles que rasgaram o manto da Vossa Unidade
Flui do Vosso Coraçao uma fonte de compaixao;
A onipotencia da Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode tirar também essas almas do erro.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que
esbanjaram os Vossos bens e abusaram das Vossas graças, permanecendo teimosamente
nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do Vosso Filho e para sua
amaga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estãp encerrados no Coração
compassivo de Jesus. Fazei com que tqmbém eles glorifiquem a Vossa misericórdia poe
todos os séculos eternos. Amém
Sexto Dia
Hoje, traze-me as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas
e mergulha-as na Minha misericórdia (...).
A alma verdadeiramente humilde e mansa
Já respira aqui na terra o ar do paraíso,
E o perfume do seu coraçao humilde
Encanta o próprio Criador.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas mansas, humildes e para as almas das
criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas
almas são as mais semelhantes a Vosso Filho. O perfume destas almas eleva-se da Terra e
alcança o Vosso Trono. Pai de misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e
predileção que tendes para com estas almas: abençoai o mundo todo, para que todas as
almas cantem juntamente a glória à Vossa misericórdia, pelos séculos eternos. Amém
Sétimo Dia
Hoje, traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a Minha misericórdia
e mergulha-as na Minha misericórdia (...).
A alma que glorifica a bondade do Senhor
É por Ele especialmente amada;
Ela está sempre próxima da fonte viva
Ebebe as graças da misericórdia divina.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que glorificam e honram o Vosso maior
atributo, isto é, a Vossa insondável misericórdia. Elas estão encerradas no Coração
compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de
obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam um hino da misericórdia ao
Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a Vossa misericórdia segundo a esperança e a
confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: As
almas que veneram a Minha insondável misericórdia, Eu mesmo as defenderei durante a sua
vida, e especialmente na hora da morte,
como Minha glória. Amém
Oitavo Dia
Hoje, traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as
no abismo da Minha misericórdia (...).
Do terrível ardor do fogo do purgatório
Ergue-se um lamento das almas a Vossa misericórdia;
E recebem consolo, alívio e conforto
Na torrente derramada do Sangue e da Água.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão
encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão
de Jesus, Vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a sua Santíssima
Alma, mostreis Vossa misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da Vossa justiça.
Não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, Vosso Filho muito
amado, porque nós cremos que a Vossa bondade e misericórdia são incomensuráveis.
Amém
Nono Dia
Hoje, traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia (...).
O fogo e o gelo nao podem ser unidos,
Porque ou o fogo se apaga, ou o gelo se derrete;
Mas a Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode auxiliar indigencias ainda maiores.
Eterno Pai, olhai com Vossa misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no
Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão de
Vosso Filho e por Sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o
abismo da Vossa misericórdia... Amém" (Diário 1209-1228).
NOVENA
"O Senhor me disse para rezar o Terço [da misericórdia]
por nove dias antes da Festa da Misericórdia (...)
Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças" (Diário 796).
(veja o Terço da Divina Misericórdia)
NOVAS FORMAS
DE DEVOÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA
A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO
No dia 22 de fevereiro de 1931, Jesus Cristo apareceu a Irmã Faustina numa cela do
convento
de Plock (Polônia) e lhe recomendou que pintasse uma imagem, apresentando-lhe o modelo
na visão.
"Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus,
eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e,
depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá.
Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da
morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória. (...) Eu desejo que haja a Festa da
Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pnicel, seja benzida solenemente
no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia.
Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas
pecadoras" (Diário, 47-49).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas;
que toda alma tenha, por isso, acesso a ela" (Diário, 570).
A FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA
"Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas,
especialmente para os pecadores. (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que
se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar
alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas
divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de
Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande
que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará"
(Diário, 699).
"Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já
não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa
maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena"
(Diário, 1448).
O TERÇO DA DIVINA MISERICÓRDIA
Jesus Cristo ditou a Irmã Faustina o Terço da Misericórdia Divina em Vilnius (Lituânia), nos
dias 13-14 de setembro de 1935, como uma oração para aplacar a ira divina e pedir perdão
pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro.
"Por ele [o Terço da Divina Misericórdia] conseguirás tudo, se o que pedires estiver
de acordo com a Minha vontade" (Diário, 1731).
"Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande
misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como
a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este
Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia" (Diário, 687).
"Pela recitação deste Terço agrada-Me dar tudo o que Me peçam. Quando os pecadores
empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas, e a hora da morte deles será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos
seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que
mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha
misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe. Essas almas têm prioridade
no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia.
Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se decepcionou
ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha
bondade. "Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me
colocarei entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador
misericordioso" (Diário, 1541).
"Defendo toda alma que recitar esse terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria
glória, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguem
a mesma indulgência. Quando recitam esse terço junto a um agonizante, aplaca-se
a ira de Deus, a misericórdia insondável envolve a alma " (Diário, 811).
Para ser rezado nas contas do terço. "No começo:
Pai nosso, que estais no céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai
hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por n6s,
pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único
Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espirito Santo; nasceu da Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos
mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todopoderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa
Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da
carne, na vida eterna Amém.
Nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo
Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados
e dos do mundo inteiro.
Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras:
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.
No fim, rezarás três vezes estas palavras:
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”
(Diário, 476).
A HORA DA MISERICÓRDIA
Em outubro de 1937, em Cracóvia (Polônia), Jesus Cristo recomendou que fosse honrada
a hora da Sua morte e que ao menos por um instante de oração se recorresse ao valor
e aos méritos da Sua paixão.
"...que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves
mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora
a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores,
(...) Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça
para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça (...) procura rezar, nessa hora,
a Via-sacra, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela
e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não
puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um
breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura" (Diário, 1572).
"A fonte da Minha misericórdia foi na cruz aberta com a lança para todas as almas,
— não excluí a ninguém" (Diário, 1182).
DIVULGANDO A DEVOÇÃO DA DIVINA MISERICÓRDIA
"Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar.
Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te. Eu te indico três maneiras de praticar a
misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a
oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem uma prova
irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha
misericórdia" (Diário, 742).
mas escreve-o para muitas almas que às vezes se preocupam por não possuírem bens materiais,
com elas praticar a misericórdia. No entanto, tem um mérito muito maior
misericórdia do espírito, para a qual não é preciso ter autorização nem armazém e que
acessível a todos. Se a alma nao praticar a misericórdia de um ou outro modo, nao alcançará a Minha
misericórdia no dia do Juízo" (Diário, 1317).
"...faz o que está ao teu alcance pela divulgação do culto da Minha misericórdia.
Eu completarei o que não conseguires. Diz à Humanidade sofredora que se aconchegue no
Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz (...) Quando uma alma se aproxima de
Mim com confiança, encho-a com tantas graças, que ela não pode encerrá-las todas em si
mesma e as irradia para as outras almas. As almas que divulgam
o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende
seu filhinho..." (Diário, 1074-1075).
"Aos sacerdotes que proclamarem e glorificarem a Minha misericórdia darei um poder
extraordinário, ungindo as suas palavras, e tocarei os corações daqueles a quem falarem"
(Diário, 1521).
NOVA CONGREGAÇÃO
Irmã Faustina procurava compreender o plano divino da fundação de uma nova
congregação.
Nessa intenção oferecia a Deus muitas orações e sofrimentos. Em junho de 1935, em Vilnius
(Lituânia), anotou:
"Deus está exigindo que haja uma Congregação que proclame ao mundo a misericórdia de
Deus e que a peça para o mundo" (Diário, 436).
"Desejo que haja uma tal Congregação" (Diário, 437).
"Hoje vi o convento dessa nova Congregação. Amplas e grandes instalações. Eu visitava
cada peça sucessivamente. Via que em toda a parte a providência de Deus havia fornecido o
que era necessário (...). Durante a Santa Missa veio-me a luz e uma profunda compreensão
de toda essa obra, e não deixou em minha alma qualquer sombra de dúvida. O Senhor deume
a conhecer Sua vontade como que em três matizes, mas é uma só coisa.
O primeiro: Que as almas separadas do mundo, arderão em sacrifício diante do Trono
de Deus e pedirão misericórdia para o mundo inteiro... E pedirão a bênção para os
sacerdotes e, por sua oração, prepararão o mundo para a última vinda de Cristo.
Segundo: A oração unida com o ato de misericórdia. Especialmente defenderão do mal
as almas das crianças. A oração e as obras de misericórdia encerram em si tudo que essas
almas devem fazer; e na sua comunidade podem ser aceitas até as mais pobres, e,
no mundo egoísta, procurarão despertar o amor, a misericórdia de Jesus.
Terceiro: A oração e as obras de misericórdia não obrigatórias por voto, mas, pela
realização, as pessoas possam participar de todos os méritos e privilégios da Comunidade.
A este grupo podem pertencer todas as pessoas que vivem no mundo. O membro deste
grupo deve praticar ao menos uma obra de misericórdia por dia, mas pode haver muitas,
pois cada um, por mais pobre que seja. (...) existe uma tríplice forma de praticar
a misericórdia: a palavra misericordiosa — pelo perdão e pelo consolo; em segundo lugar —
onde não é possível pela palavra, oração — e isso também é misericórdia; em terceiro —
obras de misericórdia.
E, quando vier o último dia, seremos julgados segundo tais disposições e, de acordo
com isso, receberemos a sentença eterna" (Diário, 1154-1158).
"Meu Jesus,
agradeço-Vos por esse livro
que abristes diante
dos olhos da minha alma.
Esse livro é a Vossa Paixão
que assumistes porque me amastes.
Aprendi nele como
amar a Deus e as almas.
Nele estão contidos para nós
tesouros inesgotáveis.
Ó Jesus,
quão poucas almas
Vos compreendem no
Vosso martírio de amor!"
(Diário 304).
VIA-SACRA
Elaborada com base em trechos do livro
A MISERICÓRDIA DE DEUS EM SUAS OBRAS
do pe. dr. Miguel Sopocko
ESTAÇÃO I
JESUS CRISTO É CONDENADO À MORTE
"Envergonho-me, Senhor, de me apresentar diante da Tua santa face, porque sou tão pouco
parecido contigo. Tu sofreste tanto por mim na flagelação que somente esse tormento teria
sido suficiente para Te causar a morte se não fosse a vontade e a sentença do Pai Celestial
de que devias morrer na cruz. E para mim é difícil suportar as pequenas falhas e defeitos
dos que comigo convivem e dos meus semelhantes. Tu por Tua misericórdia derramaste
tanto sangue por mim, e a mim todo sacrifício e esforço em favor dos semelhantes parece
ser pesado. Tu com indizível paciência e em silêncio suportaste as dores da flagelação, e eu
me queixo e gemo quando tenho de suportar por Ti algum sofrimento ou desprezo da parte
do próximo" (Volume II, p. 103).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO II
JESUS CRISTO TOMA A CRUZ EM SEUS OMBROS
"Com profunda compaixão seguirei os passos de Jesus! Suportarei pacientemente
o dissabor com que hoje me defrontar, que é tão pequeno, para homenagear o Seu caminho
ao Gólgota. Pois é por mim que Ele vai enfrentar a morte! É pelos meus pecados que sofre!
Como posso ser indiferente a isso? Não exiges de mim, Senhor,
que eu carregue contigo a Tua pesada cruz, mas que suporte com paciência as minhas
pequenas cruzes diárias. No entanto até agora não o tenho feito. Tenho vergonha
e me arrependo dessa minha covardia e ingratidão. Faço o propósito de aceitar com
confiança e de suportar com amor tudo que por Tua misericórdia me impuseres"
(Volume II, p. 119).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO III
JESUS CRISTO CAI SOB O PESO DA CRUZ
"Tomaste em Teus ombros, Senhor, um peso terrível – os pecados do mundo inteiro
e de todos os tempos. (...) Por isso desfaleces. Não consegues carregar adiante esse peso
e cais sob o seu peso por terra. Cordeiro de Deus, que por Tua misericórdia tiras os
pecados do mundo pelo peso da Tua cruz, retira de mim o grande peso dos meus pecados e
acende o fogo do Teu amor, para que a sua chama nunca se apague"
(Volume II, p. 123).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO IV
JESUS CRISTO ENCONTRA SUA MÃE
"Mãe Santíssima, Mãe Virgem, que a dor da Tua alma se comunique também a mim!
Eu Teu amo, Mãe das Dores, que segues o caminho que foi trilhado por Teu Filho diletíssimo
– o caminho da infâmia e da humilhação, o caminho do desprezo e da maldição. Grava-me
em Teu Imaculado Coração e como Mãe de Misericórdia alcança-me a graça de – seguindo
os passos de Jesus e Teus – eu não tropece nesse espinhoso caminho do Calvário que
também a mim a misericórdia divina destinou"
(Volume II, p. 126).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO V
SIMÃO DE CIRENE AJUDA A JESUS A CARREGAR A CRUZ
"Como para Simão, também para mim a cruz é uma coisa desagradável. Por natureza
estremeço diante dela, mas as circunstâncias me obrigam a familiarizar-me com ela.
Vou procurar, a partir de agora, carregar a minha cruz com a disposição de Cristo Senhor.
Vou carregar a cruz pelos meus pecados, pelos pecados das outras pessoas, pelas almas
que sofrem no purgatório, imitando o misericordiosíssimo Salvador. Então andarei pelo
caminho real de Cristo, e caminharei por ele mesmo quando me cercar uma multidão de
pessoas inimigas e que de mim escarnecem" (Volume II, p. 129).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO VI
VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS
"Jesus Cristo já não sofre, por isso não Lhe posso oferecer um lenço para enxugar o suor e
o sangue. Mas o Salvador vive e sofre continuamente em Seu corpo místico, em Seus
coirmãos, sobrecarregados pela cruz, isto é, nos doentes, nos agonizantes, nos pobres
e nos necessitados, que necessitam de um lenço para enxugar o suor. Porquanto Ele disse:
“Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim
o fizestes” (Mt 25, 40). Por isso me colocarei ao lado do doente e do agonizante com
verdadeiro amor e paciência, para enxugar o seu suor, para o fortalecer e consolar"
(Volume II, p. 132).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO VII
JESUS CRISTO CAI PELA SEGUNDA VEZ SOB O PESO DA CRUZ
"Senhor, (...) como podes ainda tolerar a mim pecador, que Te ofendo com meus pecados
diários inúmeras vezes? Posso explicar apenas pela grandeza da Tua misericórdia que
ainda estejas à espera da minha emenda. Ilumina-me, Senhor,
ilumina-me com a luz da Tua graça, para que eu possa conhecer todas as minhas maldades
e más inclinações, que provocaram a Tua segunda queda sob o peso da cruz, e para que a
partir de agora eu as extermine sistematicamente. Sem a Tua graça não serei capaz de livrarme
delas" (Volume II, p. 136).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO VIII
JESUS CRISTO CONSOLA AS MULHERES QUE CHORAM
"Também para mim existe o tempo de misericórdia, mas ele é limitado. Após
a passagem desse tempo, será aplicada a justiça lembrada pelas ameaçadoras palavras
de Jesus Cristo. (...) Sobre mim pesam numerosas culpas, por isso vou definhando
e murchando de temor, mas seguirei os passos de Cristo, serei tomado de contrição
e buscarei satisfazer aqui a justiça através de uma sincera penitência. (...) A essa penitência
estimula-me a infinita misericórdia de Jesus, que trocou a coroa de glória
por uma coroa de espinhos, saiu à minha procura e – tendo-me encontrado
– aconchegou-me ao Seu coração" (Volume II, p. 139)
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO IX
JESUS CRISTO CAI SOB O PESO DA CRUZ PELA TERCEIRA VEZ
"É por mim que Jesus sofre e é por mim que cai sob o peso da cruz! Onde eu estaria hoje
sem esses sofrimentos do Salvador? (...) Por isso, tudo que hoje temos e que hoje somos
em sentido sobrenatural, nós o devemos unicamente à paixão de Jesus Cristo. Mesmo
carregarmos a nossa cruz nada significa sem a graça. Somente a paixão do Salvador torna a
nossa contrição meritória, e a nossa penitência eficaz. Somente
a Sua misericórdia, manifestada na tríplice queda, é a garantia da minha salvação"
(Volume II, p. 142).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO X
JESUS CRISTO É DESPOJADO DE SUAS VESTES
"Junto a esse terrível mistério esteve presente a Mãe Santíssima, que tudo viu e ouviu, que a
tudo assistiu. Pode-se imaginar a dor interior que Ela vivenciou vendo Seu Filho
profundamente envergonhado, em sangrenta nudez, degustando a bebida amarga a que
também eu adicionei amargores pelo pecado da imoderação no comer e no beber.
A partir de agora quero fazer o firme propósito de – com a ajuda da graça divina
– praticar a prudente mortificação nessa matéria, para que a nudez da minha alma
não ofenda a Jesus Cristo nem a Sua Mãe Imaculada" (Volume I, p. 145).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO XI
JESUS CRISTO É PREGADO À CRUZ
"Coloquemo-nos em nossos pensamentos no Gólgota, junto à cruz de Cristo,
e meditemos sobre essa cena terrível. Entre o céu e a terra está suspenso o Salvador
fora da cidade, afastado do Seu povo; está suspenso como um criminoso entre dois
criminosos, como a imagem da mais terrível miséria, abandono e dor. Mas Ele é semelhante
a um líder que conquista nações – não pela espada e pelas armas, mas pela cruz – não para
as destruir, mas para as salvar. Porque a partir de então a cruz do Salvador se tornará o
instrumento da glória divina, da justiça e da infinita misericórdia" (Volume II, p. 150).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO XII
JESUS CRISTO MORRE NA CRUZ
"Ninguém acompanhou essa ação devotada com sentimentos e pensamentos tão
maravilhosos e adequados como a Mãe de Misericórdia. Da mesma forma que na concepção
e no nascimento Ela substituiu toda a humanidade, adorando e amando ardentemente o
Senhor dos Exércitos, também na morte de Seu Filho Ela venera o corpo inanimado
suspenso na cruz, sofre diante dele, mas ao mesmo tempo lembra-se também de Seus filhos
adotivos. O representante deles é João Apóstolo e o recém-nascido ladrão agonizante, pelo
qual intercedeu junto ao Filho. Intercede também
por mim, Mãe de Misericórdia, quando na minha agonia eu recomendar ao Pai
o meu espírito" (Volume II, p. 195).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO XIII
O CORPO DE JESUS CRISTO É RETIRADO DA CRUZ
"Misericordiosíssimo Salvador, existirá um coração capaz de resistir à arrebatadora
e esmagadora eloqüência com que nos falas pelas inúmeras feridas do Teu corpo sem vida,
que descansa no seio de Tua Dolorosa Mãe?
(...) Qualquer ato Teu seria suficiente para satisfazer a justiça e prestar reparação pelas
ofensas. Mas escolheste esse gênero de Redenção a fim de mostrar o elevado preço da
nossa alma e a Tua ilimitada misericórdia, para que até o maior dos pecadores possa
aproximar-se de Ti com confiança e contrição e alcançar o perdão, como o alcançou
o ladrão agonizante" (Volume II, p. 208).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
ESTAÇÃO XIV
O CORPO DE JESUS CRISTO É DEPOSITADO NO SEPULCRO
"Mãe de Misericórdia, Tu me escolheste como Teu filho para que eu me tornasse um irmão
de Jesus, sobre quem choras após ter sido depositado no sepulcro! (...) Não leves em conta
a minha fraqueza, inconstância e negligência, que lamento sem cessar e a que renuncio
incessantemente, mas lembra a vontade de Jesus Cristo, que me entregou à Tua proteção.
Cumpre então, em relação a mim indigno, a Tua missão, aplica as graças do Salvador à
minha fraqueza e sê para mim, sempre, a Mãe de Misericórdia!"
(Volume II, p. 224).
SENHOR, AJUDA-ME A SEGUIR COM CONFIANÇA OS TEUS PASSOS.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO
"A ressurreição de Jesus Cristo é o coroamento da vida e da atividade do Salvador
do mundo" (Volume II, p. 232).
"O que o Salvador iniciou no monte Tabor tornou-se agora uma realidade plena; revestiu o
Seu corpo de esplendor e beleza, espiritualizou-o completamente, tornou-o sutil
e penetrante, inteiramente dependente da Sua vontade. (...) Nós também ansiamos por uma
vida glorificada, pela espiritualização do corpo, pela espiritualização das formas exteriores.
Desejamos vivenciar a Páscoa, queremos conquistar para a nossa alma
a vitória sobre os instintos inferiores do nosso corpo e alcançar a imortalidade feliz"
(Volume II, p. 227).
"Podemos ter certeza de que ressuscitaremos? Para termos certeza dessa verdade,
lembremo-nos de que este é um dogma da nossa fé: “O corpo ressuscitará”. Sobretudo
devemos já nesta vida ressuscitar espiritualmente (...). Existem mortos espiritualmente,
que podem ser chamados de cadáveres vivos. A Sagrada Escritura fala a respeito deles:
“Tens fama de estar vivo, mas estás morto. (...) pois não achei perfeita a tua conduta diante
do meu Deus” (Ap 3, 1-2). É morto todo aquele que vive apenas pelo mundo,
que trabalha, cria e busca a glória terrena. Essa é a tragédia da vida terrena, da vida
mundana, da vida dos descrentes" (Volume II, p. 231).
'Do espírito de vida oco, vazio e desprovido de espírito não se desenvolverá a vida eterna,
da mesma forma que de uma glande vazia não nasce um carvalho. Por isso
já aqui na terra devo levar uma vida planejada para a eternidade, ou seja, uma vida
sobrenatural. Devo então pensar, querer, sofrer, lutar, alegrar-me e amar segundo
os princípios da fé" (Volume II, p. 234).
"E vós também dareis testemunho” (Jo 15, 27). Essas palavras dirigidas aos Apóstolos
aplicam-se também a mim. Devo dar testemunho de Cristo pela minha vida e pelo meu
procedimento diário, um testemunho de virtude e de santidade, um testemunho de palavra e
de ação, e talvez um testemunho de sangue e de martírio, ou pelo menos um testemunho de
misericórdia em relação à alma e ao corpo dos meus semelhantes.
Sei que por mim mesmo sou incapaz de fazer isso. Por isso, Espírito Santo, ajuda-me!
Tenho consciência de que devo dar testemunho, mas sem o Teu sopro não serei capaz de
fazê-lo. Por isso cria em mim um espírito novo! Com o raio da glória paradisíaca ilumina o
meu rosto desfigurado. Dá-me asas, para que eu alce vôo ao cume da alegria, para que
conduza o meu barco ao alto mar, para que não me afogue na margem!"
(Volume II, p. 18).
A MISERICÓRDIA DIVINA
Trechos do livro
A MISERICÓRDIA DE DEUS EM SUAS OBRAS
do pe. dr. Miguel Sopocko
"Os pensamentos dos homens a respeito de Deus são muito obscuros, visto que “Ninguém
jamais viu a Deus” (Jo 1, 18).
(...) Se nunca tivéssemos visto o sol, e o imaginássemos apenas a partir da luz que
se apresenta num dia nublado, não seríamos capazes de ter uma idéia exata
a respeito dessa fonte da luz do dia. Ou se nunca tivéssemos visto uma luz branca,
e a conhecêssemos pelas sete cores do arco-íris, não poderíamos conhecer a brancura.
Da mesma forma, nós mesmos não podemos ter uma idéia sobre a Essência de Deus, mas
podemos apenas conhecer as Suas perfeições, que as criaturas nos apresentam em estado
de multiplicidade e divisão, quando em Deus elas são todas uma unidade absolutamente
simples. Deus – como ser perfeitíssimo – é o espírito mais puro e mais simples, ou seja, não
contém em si partes que O componham.
(...) Não é possível perscrutar todas as perfeições que se relacionam com a Essência de
Deus: elas são numerosas e difíceis de conhecer. (...) Dentre todas essas perfeições, Jesus
Cristo destaca uma, da qual – como de uma fonte – brota tudo que encontramos na terra e
na qual Deus quer ser glorificado por toda a eternidade. Trata-se da Misericórdia Divina.
“Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).
A Misericórdia de Deus é a perfeição da Sua ação, que se debruça sobre os seres inferiores
com o objetivo de retirá-los da miséria e de completar as suas falhas
– é a Sua vontade de fazer o bem a todos que sofrem alguma sorte de deficiências
e eles mesmos não têm condições de completá-las. O ato singular de misericórdia
é a compaixão, e o estado imutável de compaixão – a misericórdia. O relacionamento
de Deus com as criaturas manifesta-se em afastar as suas falhas e em lhes conceder
menores ou maiores perfeições. A concessão de perfeições considerada em si mesma,
independentemente de qualquer circunstância, é uma obra da benevolência divina,
que proporciona os dons a todos, segundo a sua predileção.
Na medida em que atribuímos a Deus o desinteresse na concessão de benefícios, nós
a atribuímos à generosidade divina. A vigilância de Deus, para que com a ajuda dos
benefícios recebidos cheguemos ao objetivo que nos foi assinalado, é por nós chamada
de providência. A concessão de perfeições segundo um plano e uma ordem previamente
estabelecidos será uma obra de justiça. E finalmente a concessão de perfeições às criaturas
com o objetivo de retirá-las da miséria e de afastar as suas falhas é uma obra
de Misericórdia.
Nem em todo ser uma falha significa sua miséria, visto que a cada criatura cabe apenas
aquilo que Deus antecipadamente previu e decidiu. Por exemplo, não é uma desgraça da
ovelha ela não possuir a razão, nem constitui uma miséria do homem a falta de asas. No
entanto a falta da razão no homem ou de asas numa ave será uma desgraça e uma miséria.
Tudo que Deus faz pelas criaturas, Ele o faz segundo uma ordem prevista
e estabelecida, que constitui a justiça divina. Mas, porque essa ordem foi aceita
voluntariamente e não foi imposta a Deus por ninguém, na instituição da ordem existente é
preciso ver também uma obra de Misericórdia.
Por isso, ao perscrutarmos as primeiras causas e motivações da ação de Deus, percebemos
a Misericórdia em todo ato divino exterior. E visto que não é possível recuar dessa forma ao
infinito, é preciso deter-se naquilo que depende unicamente da vontade divina, ou seja, da
Misericórdia Divina. Em toda obra divina, de acordo com a visão
que dela tivermos, podemos ver as mencionadas perfeições divinas.
Por exemplo a salvação de Moisés, colocado num cesto sobre as águas do Nilo, entendida
de maneira geral, independentemente de qualquer circunstância,
será por nós chamada de bondade divina. Mas, na medida em que dirigimos a nossa
atenção ao desinteresse de Deus nessa salvação, que não Lhe era necessária e que a
própria criança não mereceu, essa será uma obra da liberalidade divina. A salvação de
Moisés em razão de Deus ter decidido retirar através dele os israelitas do Egito será por nós
chamada de justiça divina. A vigilância sobre a criança abandonada no rio e exposta a
diversos perigos será por nós atribuída à providência divina. Finalmente a retirada da
criança da miséria, do abandono e das numerosas deficiências e a concessão de perfeições
em forma de adequadas condições de vida, de crescimento, de educação,
de instrução, será uma obra da Misericórdia Divina.
Visto que em cada um dos mencionados momentos desse exemplo impressiona-nos
a miséria da criança e as suas numerosas deficiências, podemos dizer que a bondade divina
é a Misericórdia que cria e que doa. A liberalidade divina é a Misericórdia que favorece
generosamente, sem méritos; a providência divina é a Misericórdia que vigia;
a justiça divina é a Misericórdia que recompensa além dos méritos e castiga aquém das
culpas; finalmente o amor de Deus é a Misericórdia que se compadece da miséria humana e
nos atrai a si. Em outras palavras, a Misericórdia Divina é a motivação principal da ação de
Deus para fora, ou seja, constitui a fonte de toda obra do Criador.
Em todos os livros da Sagrada Escritura do Antigo e do Novo Testamento existem variadas
menções à Misericórdia Divina. Onde mais e com maior eloqüência se fala dela é no Livro
dos Salmos. Dentre cento e cinqüenta salmos, cinqüenta e cinco glorificam especialmente
essa perfeição de Deus, e no Salmo 135 este refrão é repetido em cada versículo: “Porque o
Seu amor é para sempre”.
Em toda a Sagrada Escritura encontram-se mais de quatrocentos passagens glorificando
diretamente a Misericórdia Divina. No Livro dos Salmos são cento e trinta, enquanto
passagens bem mais numerosas cantam indiretamente essa Misericórdia. Ao falar da
Misericórdia Divina, o Salmista não se contenta com a expressão “misericordioso”,
mas fornece uma série inteira de sinônimos, como que desejando fortalecer a nossa
convicção a respeito da insondável Misericórdia Divina.
Quem não se admirará com essa abundância de expressões da Sagrada Escritura
a respeito da Misericórdia Divina?! Vemos nisso a vontade de Deus de proporcionar
aos homens a Sua Misericórdia e de despertar neles a confiança. Deus quer nos instruir
a respeito da Sua vida interior, do Seu relacionamento com as criaturas, de maneira especial
com os homens. Deus quer ser glorificado por nós na Misericórdia, para que
O imitemos nas ações" (Volume I, p. 5-16).
O CULTO DA MISERICÓRDIA DIVINA
"O amor de Jesus Cristo para conosco é divino e humano, por possuir Ele uma natureza
e uma vontade divina e humana. Por isso o Sacratíssimo Coração do Salvador pode ser
considerado como o símbolo do Seu tríplice amor para conosco: divino, humano espiritual e
humano sentimental. No entanto esse coração não é uma imagem formal ou um sinal, mas
apenas como que o seu vestígio (...) Com efeito, nenhuma imagem criada é capaz de
representar a essência desse infinito amor misericordioso, como se expressa Pio XII na
encíclica “Haurietis aquas” do dia 5 de maio de 1956.
No culto do Sacratíssimo Coração de Jesus veneramos sobretudo o amor humano
de Jesus Cristo para com o gênero humano, além do Seu amor divino para conosco, que,
como amor à miséria, é misericórdia divina. De maneira que nesse culto veneramos apenas
um vestígio da misericórdia divina – que com ela se relaciona. No culto da misericórdia
divina, o objeto material mais próximo é o sangue e a água que brotaram do lado aberto do
Salvador na cruz. Eles são o símbolo da Igreja (...). Esse sangue e essa água fluem
incessantemente na Igreja em forma de graças que purificam as almas
(no sacramento do batismo e da penitência) e que proporcionam a vida (no sacramento do
altar), e o seu autor é o Espírito Santo, que o Salvador concedeu aos Apóstolos. (...)
O objeto formal nesse culto, ou seja, a sua motivação, é a infinita Misericórdia de Deus Pai,
Filho e Espírito Santo em relação ao homem decaído. É o amor de Deus para com
o gênero humano num sentido mais amplo, visto que não é um amor que se compraz com a
perfeição, mas um compassivo amor à miséria...
(...) Do acima resulta que o culto da Misericórdia Divina é uma conseqüência lógica
do culto do Coração de Jesus, com o qual mantém relação, mas agora se apresenta
separadamente e com ele não se identifica, visto que possui um outro objeto material
e formal, bem como um objetivo inteiramente diverso: diz respeito a todas as Três Pessoas
da Santíssima Trindade, e não apenas à Segunda, como aquele, e corresponde mais ao
estado psíquico do homem de hoje, que necessita da confiança em Deus. JESUS, EU
CONFIO EM VÓS, e por Vós confio no Pai e no Espírito Santo.
(Volume II, p. 204-205)
A devoção à Misericórdia Divina – misericórdia que Deus nos proporciona
no sacramento da penitência – faz parte daquelas que correspondem a todas as almas.
Com efeito, visa à glorificação do Salvador Misericordiosíssimo, não em algum estado
ou algum mistério seu particular, mas na sua universal misericórdia, na qual todos os
mistérios encontram a sua mais profunda elucidação. E, embora essa devoção se distinga
claramente, apresenta em si algo de universal, visto que as nossas homenagens se voltam à
Pessoa glorificada do Deus Homem. Isso se expressa pela jaculatória:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS, que desperta na alma do homem o sentimento de miséria
e de pecaminosidade, bem como a virtude da confiança, que é a base da nossa justificação"
(Volume II, p. 263).
A CONFIANÇA
"Um fator decisivo para a obtenção da misericórdia divina é a confiança.
A confiança consiste em esperar a ajuda de alguém. Não constitui uma virtude isolada, mas
é condição necessária da virtude da esperança, bem como parte constituinte da virtude da
fortaleza e da magnanimidade. Visto que a confiança decorre da fé, ela intensifica a
esperança e o amor. Além disso, de uma ou outra forma relaciona-se com as virtudes
morais, e por isso pode ser chamada de fundamento que serve de ligação entre as virtudes
teologais e morais. As virtudes morais, de naturais transformam-se em sobrenaturais, na
medida em que as praticamos com confiança na ajuda divina.
A confiança natural – como espera da ajuda humana – é uma grande alavanca na vida do
homem. Recordemos, por exemplo, o sítio de Zbaraz, de Chocim e de outros lugares
fortificados, quando os sitiados suportavam com heróica perseverança os mais terríveis
ataques do inimigo, suportando com isso todas as carências, visto que esperavam
o socorro e a libertação. Mas a espera pela ajuda dos homens muitas vezes falha.
No entanto quem deposita a sua confiança em Deus jamais sofrerá decepção.
“O amor envolve quem confia em Iahweh” (Sl 31, 10).
(...) No Seu discurso de despedida, pronunciado durante a última ceia no cenáculo, após dar
as últimas instruções e anunciar que os Apóstolos sofreriam no mundo a opressão com que
se defrontariam em Seu nome, Jesus Cristo aponta para a confiança como condição
necessária da perseverança e da obtenção da ajuda do Deus misericordioso: “No mundo
tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16, 33).
São as últimas palavras do Salvador antes da paixão, anotadas pelo Apóstolo amado, que
desejava lembrar a todos os fiéis e por todos os tempos como é necessária
a confiança, não apenas recomendada, mas ordenada pelo Salvador.
Por que Deus recomenda tanto a confiança? Porque ela é uma homenagem prestada
à Misericórdia Divina. Quem espera a ajuda de Deus confessa que Deus é todo-poderoso
e bondoso, que pode e quer nos demonstrar essa ajuda, que Ele é sobretudo
misericordioso. “Ninguém é bom senão só Deus” (Mc 10, 18). Devemos conhecer a Deus na
verdade, visto que o falso conhecimento de Deus esfria a nossa relação com Ele
e estanca as graças da Sua misericórdia.
(...) A nossa vida espiritual depende principalmente das noções que criamos a respeito de
Deus. Existem entre nós e Deus relações fundamentais, que resultam da nossa natureza
criada, mas existem igualmente relações que resultam da nossa postura diante de Deus, que
depende das nossas noções a Seu respeito. Se criarmos noções falsas
a respeito do Senhor Supremo, o nosso relacionamento com Ele não será apropriado,
e os nossos esforços com o objetivo de consertá-los serão inúteis. Se temos a Seu respeito
uma noção inadequada, em nossa vida espiritual haverá muitas falhas
e imperfeições. Mas se ela for verdadeira, segundo as possibilidades humanas, a nossa
alma com toda a certeza se desenvolverá em santidade e luz.
Portanto a noção a respeito de Deus é a chave da santidade, visto que regula o nosso
procedimento em relação a Deus, bem como a de Deus em relação a nós. Deus nos adotou
como Seus filhos, mas infelizmente na prática não procedemos como Seus filhos: a nossa
filiação divina não passa de um nome, porque em nossas ações não demonstramos a
confiança infantil em relação a um Pai tão bondoso. (...) A falta de confiança impede que
Deus nos proporcione benefícios, é como uma nuvem escura que estanca a ação dos raios
solares, como um dique que impossibilita o acesso à água
da fonte.
(...) Nada proporciona à onipotência divina tanta glória quando o fato de que Deus torna
onipotentes aqueles que n’Ele confiam. Porquanto, para que a nossa confiança nunca falhe,
ela deve distinguir-se por traços adequados, que foram indicados pelo próprio
Rei de Misericórdia.
(...) Em razão de Deus, a confiança deve ser sobrenatural, total, pura, firme e perseverante.
Sobretudo a confiança deve brotar da graça e basear-se em Deus.
(...) Ao confiramos em Deus, não podemos confiar demasiadamente em nós mesmos, nos
nossos talentos, na nossa prudência nem na nossa força, visto que então Deus nos negará
a Sua ajuda e permitirá que nos convençamos por experiência própria da nossa inaptidão.
Nos assuntos divinos devemos ter medo de nós mesmos e estar convencidos de que por
nós mesmos seremos capazes apenas de deformar ou até aniquilar os propósitos divinos.
(...) Confiando em Deus, não nos apoiamos apenas em recursos humanos, porque neste
mundo as maiores forças e os maiores tesouros não nos ajudarão se Deus não nos apoiar,
não nos fortalecer, não nos consolar, não nos ensinar, não nos guardar.
É preciso na realidade efetuar a escolha dos meios que julgamos necessários, mas não
podemos apoiar-nos exclusivamente neles, senão depositar toda a nossa confiança em
Deus. Essa confiança deve manter o sóbrio equilíbrio entre o chamado quietismo
e a excessiva mobilidade. Os partidários desta última encontram-se em contínua
inquietação, visto que em sua atividade apóiam-se exclusivamente em si mesmos.
Ao passo que a confiança em Deus estimula ao diligente trabalho nas mínimas coisas,
salvaguardando ao mesmo tempo da inquietação das pessoas excessivamente ativas.
No entanto não passaria de preguiça entregar-se inteiramente a Deus, sem ser fiel às
próprias obrigações.
A confiança em Deus deve ser firme e perseverante, sem hesitações nem fraquezas.
Era essa a confiança que tinha Abraão quando tencionava entregar seu filho em sacrifício.
Era essa a confiança que tinham os mártires. No entanto aos Apóstolos, durante a
tempestade, faltava essa virtude, e por isso Jesus Cristo os censurou:
“Por que sois tão covardes, homens fracos na fé?” (Mt 8, 26).
Possuindo uma grande confiança, é preciso precaver-se contra a covardia e a arrogância. A
covardia é a mais infame das tentações, porque, quando perdemos a coragem de progredir
no bem, rapidamente cairemos no abismo das transgressões. A arrogância, por sua vez,
expõe a perigos (p. ex. ocasião de pecado), com a esperança de que Deus nos salvará.
Trata-se de uma tentação de Deus, que em geral termina de forma trágica para os
tentadores.
Em respeito a nós, a confiança deve estar unida com o temor, que é o efeito do
conhecimento da nossa miséria. Sem esse temor a confiança se transforma em arrogância,
e o temor sem a confiança – em covardia. O temor com a confiança torna-se humilde e
valoroso, e a confiança com o temor torna-se forte e modesta.
Para que um barco à vela possa navegar, é necessário o vento e algum peso, que o
mergulhe na água para que não tombe. Da mesma forma também nós temos necessidade de
confiança e do peso do temor. “Iaweh aprecia aqueles que O temem, aqueles que esperam
no Seu amor” (Sl 146, 11).
A confiança deve estar unida com a ansiedade, ou seja, com o desejo de contemplar
as promessas divinas e de juntar-se ao nosso Salvador. (...) A ansiedade por Deus deve
estar de acordo com a vontade divina, deve ser muito humilde, não apenas em sentimento,
mas também em vontade, que nos deve estimular ao esforço contínuo
e à total entrega a Deus. A confiante ansiedade deve basear-se na sincera penitência,
porque de outra forma seria uma ilusão. “O amor envolve quem confia em Iahweh”
(Sl 31, 10).
Quando em meio a uma forte tempestade o navio perde o mastro, as amarras e o leme,
e quando as ondas espumantes o impelem para os rochedos, onde o ameaça
o naufrágio, os assustados marinheiros recorrem a um meio derradeiro: baixam
a âncora, a fim de que o navio se detenha e não seja destroçado. Essa âncora é para nós a
confiança na ajuda de Deus.
(...) “Bendito o homem que se fia em Iahweh, cuja confiança é Iahweh. Ele é como uma
árvore plantada junto da água, que lança suas raízes para a corrente: ela não teme quando
chega o calor, sua folhagem permanece verde; em um ano de seca ela não
se preocupa e não pára de produzir frutos” (Jr 17, 7-8).
Eis os frutos da confiança, fornecidos pelo Espírito Santo. Sobretudo a confiança
é uma homenagem prestada à Misericórdia Divina, que proporciona a quem confia
a força e a coragem para superar as maiores dificuldades.
(...) A confiança em Deus afasta toda tristeza e depressão, e enche a alma de grande alegria,
até nas mais difíceis condições de vida.
(...) A confiança opera milagres, porque conta com a onipotência de Deus.
(...) A confiança proporciona a paz interior, que o mundo não pode dar. A confiança abre o
caminho a todas as virtudes.
Existe uma lenda dizendo que todas as virtudes decidiram abandonar a terra,
manchada por numerosas transgressões, e voltar à pátria celestial. Quando se aproximaram
da entrada do céu, o porteiro deixou entrar todas com exceção da confiança, para que os
pobres homens da terra não caíssem em desespero em meio
a tantas tentações e sofrimentos. Diante disso a confiança teve de voltar, e com ela voltaram
todas as demais virtudes.
A confiança consola de maneira especial a pessoa agonizante, que na última hora se lembra
dos pecados de toda a sua vida, o que a leva ao desespero. Por isso é preciso fornecer aos
agonizantes adequados atos de confiança, é preciso lhes apontar a pátria próxima, onde o
Rei de Misericórdia espera com alegria aqueles que confiam em Sua misericórdia.
A confiança assegura a recompensa após a morte, como comprovam numerosos exemplos
dos Santos. Especialmente Dimas – o ladrão que morria na cruz ao lado de Jesus Cristo –
recorreu a Ele com confiança no último momento de sua vida e ouviu
a doce garantia: “Hoje estarás comigo no paraíso”.
(...) “Maldito o homem que se fia no homem, que faz da carne a sua força, mas afasta
o seu coração de Iahweh! Ele é como um cardo na estepe: ele não vê quando vem
a felicidade...” (Jr 17, 5-6).
Eis a imagem do mundo de hoje, que confia tanto em si mesmo, na sua sabedoria,
na sua força e nas suas invenções, que em vez de torná-lo feliz despertam nele o temor
da autodestruição. Sem dúvida, as invenções são uma coisa boa e concordante com
a vontade de Deus, que disse: “Enchei a terra e submetei-a” (Gn 1, 28), mas não podemos
confiar exclusivamente na nossa razão, esquecendo-nos do Criador
e do respeito e da confiança que Lhe são devidos.
(...) A falta de confiança dos homens diante de Deus é um absurdo e infundado
mal-entendido. Ela surge do fato de que transferimos a Deus as nossas deficiências
e os nossos erros e Lhe atribuímos o que vemos em nós mesmos. Imaginamos um Deus
mutável e caprichoso como nós – severo e magoado como nós. Eis que, assim pensando e
procedendo, lançamos uma ofensa contra Deus e causamos um grande prejuízo a nós
mesmos. Onde estaríamos agora se Aquele que dirige o nosso destino fosse tão
caprichoso, tão vingativo, tão irascível como nós muitas vezes imaginamos? A causa da
nossa noção errônea a respeito de Deus e de Lhe atribuirmos os nossos defeitos é um efeito
da nossa própria fraqueza e tristeza, do nosso contínuo receio e da nossa inquietação
interior, que aliás alastram-se quase no mundo inteiro.
A confiança pode ser comparada a uma corrente suspensa do céu, à qual prendemos
as nossas almas. A mão de Deus ergue essa corrente para o alto e arrebata aqueles que
a ela se agarram firmemente. (...) Portanto agarremos essa corrente durante a oração,
como aquele cego de Jericó que, sentado à beira do caminho, clamava com insistência:
“Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Confiemos em Deus nas nossas
necessidades temporais e eternas, nos sofrimentos, nos perigos e nos abandonos.
Confiemos mesmo quando nos parece que Deus nos abandonou, quando nos nega os Seus
consolos, quando não nos ouve, quando nos oprime com uma pesada cruz. Então é preciso
confiar em Deus mais ainda, porque esse é um tempo de provação, um tempo de
experiência pelo qual toda alma deve passar.
Espírito Santo, dá-me a graça de uma confiança inquebrantável em razão dos méritos
de Jesus Cristo, e temerosa em razão da minha fraqueza.
Quando a pobreza bater à minha porta:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando me visitar a doença ou a deficiência física:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando o mundo me rejeitar e me perseguir com o seu ódio:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando a negra calúnia me manchar e encher de amargura:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando me abandonarem os amigos e me ferirem com suas palavras e suas ações:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Espírito de amor e de misericórdia, sê meu refúgio, meu doce consolo, minha aprazível
esperança, para que nas mais difíceis circunstâncias da minha vida eu nunca deixe
de confiar em Ti" (Volume III, p. 189-200).
A VIRTUDE DA MISERICÓRDIA
A OBRIGAÇÃO DE PRATICAR ATOS DE MISERICÓRDIA
Trechos do livro
GLORIFIQUEMOS A DEUS EM SUA MISERICÓRDIA
do pe. dr. Miguel Sopocko
"A virtude da misericórdia é o laço de fraternidade entre os homens, que salva e consola
todos os que sofrem; é a imagem da Providência Divina, porque tem o olhar aberto às
necessidades do próximo; é sobretudo a imagem da Misericórdia Divina, como disse
o Salvador: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).
Devemos compreender que essa virtude não nos é apenas aconselhada, mas é uma estrita
obrigação de todo cristão. Muitas pessoas têm uma noção errônea a respeito da virtude da
misericórdia; pensam que praticando atos de caridade estão fazendo apenas um favor e um
sacrifício que depende da nossa vontade e do nosso coração bondoso. No entanto o que
ocorre é inteiramente oposto. A virtude da misericórdia não é apenas um conselho que se
possa seguir ou deixar de praticar sem pecado; ela é um direito estrito e uma obrigação.
Ninguém pode eximir-se de praticá-la.
Isso resulta da Sagrada Escritura, da voz da razão e do nosso relacionamento de
fraternidade. Já no Antigo Testamento essa virtude obrigava estritamente a todos. Lemos
nos livros de Moisés: “Eu te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, do teu humilde e do
teu pobre em tua terra” (Dt 15, 11).
(...) Com maior intensidade anda a obrigação da misericórdia nos é imposta pelo nosso
Salvador. Ao descrever o Juízo Final, Ele põe na boca do juiz esta sentença:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus
anjos” (Mt 25, 41).
(...) Como única razão disso menciona a falta de atos misericordiosos em relação aos
semelhantes: “Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes
de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente
e preso e não me visitastes... Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes
de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25, 42-45).
Após essas palavras de Jesus Cristo, certamente não é preciso comprovar que a virtude da
misericórdia é uma estrita obrigação, visto que o Deus justo não pode castigar pelo que não
é ordenado.
(...) Inúmeras passagens da Sagrada Escritura falam da recompensa temporal pela
misericórdia demonstrada aos semelhantes: “Quem faz a caridade ao pobre empresta
a Iahweh, e Ele dará a Sua recompensa” (Pr 19, 17).
(...) Bênçãos e graças muito maiores promete Jesus Cristo aos misericordiosos:
“Dai, e vos será dado (...), pois com a medida com que medirdes sereis medidos também”
(Lc 6, 38).
(...) A recompensa da misericórdia não se restringe a coisas temporais. Cem vezes mais
valiosos são os bens espirituais com que Deus recompensa essa virtude, e encerram-se
todos eles numa só palavra: perdão e graça junto de Deus. Esse é o maior bem, o mais
valioso tesouro, a mais cara pérola que podemos encontrar facilmente, se praticarmos
a virtude da misericórdia em relação aos semelhantes. Se alguém teve a infelicidade de
enfraquecer a sua fé e erra pela vida como um cego, seja misericordioso e nesse caminho
reencontrará sem dúvida a luz celestial perdida. E se alguém ainda não conseguiu atingir o
conhecimento da Misericórdia Divina e por isso não pode imitá-la, comece a praticar a
misericórdia em relação aos semelhantes e certamente se cumprirão em relação a ele as
palavras do Salvador: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia” (Mt 5, 7).
(...) A virtude da misericórdia alcança-nos as graças e a luz, purifica-nos dos pecados,
encaminhando-nos ao Sacramento da Penitência, salva a alma da morte ou da condenação
eterna, como diz a Sagrada Escritura: “Pois a esmola livra da morte
e impede que se caia nas trevas” (Tb 4, 10).
(...) Para alcançarmos pelos atos misericordiosos a recompensa eterna, eles devem
corresponder a certas condições, a saber: devem ser praticados com intenção pura,
de bom grado, continuamente e sem levar em consideração as pessoas a quem os
proporcionamos.
(...) Que grande honra é substituir a Deus na terra praticando essa misericórdia, retirando os
nossos irmãos da miséria e afastando as suas deficiências físicas ou morais!
(...) Que grande felicidade é para nós que Deus permita de forma tão fácil fazer penitência
pelos nossos pecados e merecer a recompensa eterna!"
OBRAS DE MISERICÓRDIA EM ESPRÍTO
Jesus Cristo disse a Santa Faustina: "...necessito de sacrifício repleto de amor, porque
apenas este tem valor diante de Mim. Grandes são as dívidas contraídas pelo Mundo diante
de Mim. Podem pagá-las as almas puras, pelo seu sacrifício, praticando a misericórdia em
espírito" (Diário, 1316).
"...mas escreve-o para muitas almas que às vezes se preocupam por não possuírem bens
materiais, para com elas praticar a misericórdia. No entanto, tem um mérito muito maior a
misericórdia do espírito, para a qual não é preciso ter autorização nem armazém e que é
acessível a todos. Se a alma nao praticar a misericórdia de um ou outro modo, nao
alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo. Oh! se as almas soubessem armazenar os
tesouros eternos, não seriam julgadas, antecipando o Meu julgamento com obras de
misericórdia" (Diário, 1317).
O DOM DA ORAÇÃO
"Pela recitação deste Terço agrada-Me dar tudo o que Me peçam. Quando os pecadores
empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas, e a hora da morte deles será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos
seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que
mergulhou, que não se desespere, mas antes se lance com confiança nos braços da Minha
misericórdia, como uma criança no abraço da sua querida mãe. Essas almas têm prioridade
no Meu Coração compassivo, elas têm primazia à Minha misericórdia.
Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericórdia se decepcionou
ou experimentou vexame. Tenho predileção especial pela alma que confiou na Minha
bondade. Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me colocarei
entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso"
(Diário, 1541).
"Defendo toda alma que recitar esse terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria
glória, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguem a mesma
indulgência. Quando recitam esse terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus, a
misericórdia insondável envolve a alma " (Diário, 811).
Em união espiritual com S. Faustina, queremos estimular os devotos da Misericórdia Divina
a praticar a oração individual ou a participar
da ORAÇÃO INCESSANTE DO TERÇO DA MISERICÓRDIA DIVINA
com a O doador da oração pode ser todo aquele
que desejar envolver-se diariamente na oração da Comunidade dos Apóstolos de Jesus
Misericordioso junto à Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso. Esperamos que
dessa maneira cumpriremos o pedido de Jesus Cristo e contribuiremos para a confiante
aceitação
da graça da salvação pelos agonizantes nas nossas famílias e no mundo inteiro.
Pedimos que as declarações de oração na intenção dos agonizantes sejam enviadas ao
endereço:
(CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE JESUS MISERICORDIOSO - COMUNIDADE
CONTEMPLATIVA)


INDULGÊNCIA PLENÁRIA PELA RECITAÇÃO DO TERÇO DA MISERICÓRDIA DIVINA
Declaração da Administração da Penitenciária Apostólica de 12 de janeiro de 2002.
A indulgência plenária mediante as condições comuns (a saber, confissão sacramental,
Comunhão Eucarística e oração nas intenções do Santo Padre) é concedida no território da
Polônia ao fiel que com a alma inteiramente livre do apego a qualquer pecado recitar
piedosamente o Terço da Misericórdia Divina numa igreja ou numa capela, diante do
Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no sacrário.
Se, no entanto, esses fiéis, por motivo de doença (ou outra justa razão) não puderem sair de
casa, mas recitarem o Terço da Misericórdia Divina com confiança e com o desejo de
misericórdia para si mesmos e com prontidão para demonstrá-la aos outros, mediante as
condições comuns também alcançarão a indulgência plenária, observadas as prescrições
quanto aos que “contam com obstáculos”, encerradas nas normas 24 e 25 da Relação de
Indulgências (Enchiridii Indulgentiarum). Em outras circunstâncias, a indulgência será
parcial. A presente autorização terá validade perpétua, revogadas quaisquer disposições
contrárias

AS IRMÃS DE JESUS MISERICÓRDIOSO
A Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso surgiu na Igreja a fim de bendizer a Deus no mistério da Sua Misericórdia, segundo o espírito da oração:

Jesus, eu confio em Vós

A Congregação foi fundada em 1947 pelo pe. Miguel Sopocko, como resposta às revelações de Jesus Cristo, que ordenou a S. Faustina a fundação de uma nova comunidade religiosa.
As irmãs dessa Congregação iniciam toda atividade através do ato muitas vezes repetido: Jesus, eu confio em Vós. A espiritualidade da Congregação consiste na submissão à ação de Deus e na confiante aceitação de toda as conseqüências que tal submissão acarreta.
A Congregação desenvolve atividade apostólica, procurando responder às necessidades
atuais da Igreja. As irmãs trabalham em 17 casas religiosas na Polônia e 16 casas em outros
países. Administram albergues e um centro de defesa da vida concebida, pregam retiros e
catequizam.
Cada pessoa, que deseja praticar a misericórdia, encontra a origem de interna felicidade nas
atividades cotidianas da vida ou através de orações com a Comunidade Contemplativa,