quinta-feira, 16 de março de 2017

PRISIONEIRO DA PALAVRA

"E ORAI TAMBÉM POR MIM, PARA QUE ME SEJA DADO ANUNCIAR CORAJOSAMENTE O MISTÉRIO DO EVANGELHO, DO QUAL SOU EMBAIXADOR E PRISIONEIRO. E QUE EU SAIBA APREGOÁ-LO PUBLICAMENTE, E COM DESASSOMBRO, COMO É O MEU DEVER." (EFÉSIOS 6, 19-20 - TRADUÇÃO DA AVE MARIA)
"...TAMBÉM POR MIM, PARA QUE QUANDO EU ABRIR A BOCA ME SEJA CONCEDIDO O DOM DA PALAVRA E PSSA EXPOR LIVREMENTE O SEGREDO DA BOA NOTÍCIA. EU SOU MENSAGEIRO DELA NA PRISÃO: QUE EU POSSA ANUNCIÁ-LA LIVREMENTE, COMO É DEVIDO." (EFÉSIOS 6, 19-20 - TRADUÇÃO DA BÍBLIA DO PEREGRINO)

Depois da experiência do último domingo, irmãos, 12/03/2017, com mais de 19 anos caminhando com Deus, Ele me surpreende, conforme meu pedido a Ele no início do avivamento para servos do grupo de oração onde participo: Que eu fosse surpreendido. Nunca havia ouvido, num repouso, a voz de Deus. Antes do almoço, fomos levads a uma experiência de efusão do Espírito Santo, e após estar em tenda com irmãos, experimentando o repouso no Espírito, uma voz ressou numa luz muito forte, dizendo:

"TE FAÇO MEU PRISIONEIRO. PRISIONEIRO DO MEU AMOR E DA MINHA PALAVRA!"

Após me levantar do repouso, me veio ao coração esta passagem de São Paulo acima citada.
A tradução da Ave Maria é mais clara e mais simples de ser entendida. Paulo se diz embaixador e PRISIONEIRO do MISTÉRIO DO EVANGELHO.
A tradução do peregrino traz Paulo como um mensageiro da Boa Nova na Prisão... A tradução da CNBB traz "... nas minhas algemas, sou embaixador...".
Fato, irmãos, é que São Paulo foi uma daquelas pessoas únicas que experimentaram o extraordinário de Deus em medida abundante, a ponto de se tornar um PRISIONEIRO DA PALAVRA.
Quando Deus tomou Paulo, nós sabemos da história que nos conta Atos 9, que o Saulo ficou cego para dar a visão extraordinária a Paulo, que então o conhecemos e pregamos, nos identificamos até.
Neste último domingo fui tomado de um sentimento, até então, novo para mim, de, numa experiência de repouso, de entrega a Deus, me vi envolvido numa espécie de luz amarelada, forte, mas que não agredia meus olhos... A sensação era que o teto do local onde eu estava havia se aberto e o sol estava diretamente em meu rosto, tamanho calor que emanava daquele local,um calor celestial, de unção derramada por Deus.
Até me acostumar com aquela experiência, com aquela luz eu ouvia uma voz crescente que dizia: "Te faço meu prisioneiro... Prisioneiro do meu amor e da minha Palavra".
Eu já havia ouvido a mesma voz há 17 anos atrás quando eu estava revoltado com o chamado de Deus para pregar, sendo que eu queria cantar somente - como se não fosse uma responsabilidade e tanta!
Meu corpo queimava, irmãos... As lágrimas desceram, irmãos, numa mistura de temor e alegria que não consigo descrever com palavras, amados. Sei que hoje estou sentindo meu ministério renovado, revigorado... Uma palavra Bíblica me saltou aos olhos quando me sentei e peguei minha Bíblia:

"PORVENTURA PROCURO AGRADAR AOS HOMENS OU ANTES A DEUS? PRETENDO AGRADAR AOS HOMENS? MAS SE EU QUISESSE AGRADAR AOS HOMENS, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO." (GÁLATAS 1, 10 - Bíblia do Peregrino)

Irmãos, Deus é fantástico!
Senti meu amor pela Palavra ser revigorado,  uma ousadia começou a fazer meu corpo tremer e percebi que algo novo havia acontecido: MEU DESEJO DE ME CONSUMIR PELA IGREJA E PELO MOVIMENTO FOI TOTALMENTE RESTAURADO EM MEU CORAÇÃO!
Pois eu acabei percebendo em mim que estava começando a querer agradar a homens novamente, irmãos, como no início de meu caminhar, onde eu queria agradar as pessoas por elas serem amigos, conhecidos e querer ter crédito diante delas, prestígio, de ser aclamado como "Aquele que sempre tem algo bom a dizer para mim."
Sabemos que nem sempre é assim para quem defende a verdade.
Já dizia Santo Agostinho: "A verdade tem poucos amigos."
Fico imginando o que levou São Paulo a dizer aos Efésios que ele era prisioneiro do Evangelho.
O que levou esse homem de personalidade forte a dizer: "Vivo, mas não sou mais eu, é Cristo que vive em mim. (Gálatas 2, 20)
Que sentimento e situação estava passando ao dizer: "...pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus." (Gálatas 6, 17)
Penso, irmãos que, ao dizer estas frases, Paulo estava em extrema vivência em intimidade com Jesus, pois havia sido arrebatado ao terceiro céu e ouviu palavras inefáveis (cf. 2 Coríntios 12, 1-6)!
Nós, que assumimos a missão, em nome de Jesus de pregar, enquanto serviço, ministério, Deus nos quer presos à Palavra, ao seu mistério...
A Palavra nos causa impacto profundo ao experimentarmos Seu poder!
A Palavra nos chacoalha por dentro, pois ela é como faca de dois gumes que corta quando entra e quando sai... (cf. Hebreus 4, 12-13)
A Palavra desperta a fé nos incrédulos... (cf. Romanos 10, 17)
Amados, me pergunto: Como os servos, anunciadores da Palavra de Deus se prendem em tão pouco, se enroscam no meio do caminho de seu ministério ao deixar de lado o ministério, o chamado, por conta das perseguições, das tribulações, das provas, da pressão das pessoas que não aceitam nossa mudança... Somos prisioneiros desta Palavra e não teremos como fugir dela!
A Palavra é o próprio Cristo, o "Logos" de Deus que se fez carne e Ele nos seduziu sobremaneira, a ponto de largarmos muita coisa por amor a Ele!
Como voltar atrás? Como tantos têm coragem de dar as costas ao chamado poderoso de um Deus que faz questão de confiar em nossa pequenez?
Ao terminar a carta aos Efésios, Paulo faz questão de pedir oração aos leitores após revelar o mistério da Armadura do Cristão (Cf. Efésios 6, 10-19), sinal de que ele estava em meio a um combate espiritual ou passado por ele, sabendo da receita de se passar por ele.Então pede para que seja sustentada a oração, inclusive por ele, mas para que o MISTÉRIO do EVANGELHO FOSSE ANUNCIADO COM DESASSOMBRO! Com ousadia!
Hoje, muitos de nós temos medo de sermos ousados e atrevidos na Palavra!
Temos receio de falar o que a Palavra nos revela abertamente, por medo, muitas vezes de perder amigos, prestígio, benefícios!
Na prisão não se tem regalias. Claro que em nosso tempo e na nossa realidade isso destoa em alguns casos, mas, normalmente, a idéia é que na cadeia, todos estejam pagando um crime, portanto, não existe moleza ou conforto, mas sempre vivendo debaixo de ameaças de outros presos, falta de higiene e liberdade, muitas vezes, até de direitos, como se fosse um submundo onde quem sobrevive, testemunha os horrores de um "inferno".
Nos tempos de Paulo isso, com certeza, não era lá muito diferente, visto que ele vivia debaixo de um
imperialismo truculento que abatia seus adversários, muitas vezes por diversão e não por perigo de uma ação rebelde ou terrorista por parte dos cristãos.
Hoje os tempos são outros!
Temos condução para nos deslocarmos das mais diversas formas. Temos uma suposta liberdade religiosa que não nos impede de demonstrar nossa fé, usar camisetas etc..
Paulo era um "caçador de cristãos". Se tornou cristão e virou caça!
Hoje também somos, por vezes, "caça" de perseguidores da verdade que anunciamos, inclusive, até dentro da Igreja, se formos denunciar algumas coisas, somos boicotados, afrontados, colocados no "banco" (Não que isso não seja necessário em algumas circunstâncias, mas são exceções), já fazem cara feia, nos pressionam, enfim, fazem uma tortura psicológica pior do que os romanos faziam corporalmente. Existia a dor física, mas ela passava! A tortura psicológica nos acompanha até o fim da vida se não formos maduros ou mesmo amparados por um acompanhamento espiritual!
Paulo era um Prisioneiro Livre!
Livre para dizer: "A letra mata, o Espírito é quem dá a vida!" (cf. 2 Coríntios 3, 6)
Tantos legalistas por aí condenando qualquer um em virtude de um pano torto num altar, fazendo tempestade num copo d'água que nem está cheio, mas não lutam ou fazem escarcéu diante de uma alma se perdendo em adultério, na mentira, numa promiscuidade revestida de uma piedade que nem existe... São mascarados defensores da mentira e da imoralidade! Defensores da anti-religião! Da falsa religiosidade! Lutam contra os que querem fidelidade e santidade! Lutam contra os que querem viver e serem prisioneiros da Palavra no testemunho de vida, na busca pela santidade como fazia São Paulo, São Pedro e os outros apóstolos, e todos os santos!
Uma frase de conforto tem sido bastante lembrada por muitos: "Só se atira pedra numa árvore que tem frutos."
Sabe irmãos, a exemplo da prisão propriamente dita, os prisioneiros da Palavra, geralmente, são solitários, pois poucos falam a mesma língua espiritual e compreendem a visão espiritual (quando ela realmente existe) de um pregador(a), por isso, torna-se difícil aos prisioneiros da Palavra e da Verdade desta Palavra de receberem a "visita" dos "parentes", "amigos", enfim, constrange viver ao lado de quem quer fazer a diferença...
Vejo muitos que são prisioneiros da moda, da mídia, da publicidade, dos vícios, do consumismo e materialismo, da promiscuidade, do hedonismo, do pecado... Quando alguns de nós abre a boca, querem nos calar com um discurso barato de "caridade" com os irmãos, "misericórdia" com os pecadores... Eiiii, a Misericórdia Divina só se manifesta num coração arrependido! Que caiu em si e voltou nos passos do arrependimento à casa do Pai! (Cf. Lucas 15, 11-32)
Querem nos colocar no banco, difamar nossa imagem, aumentar o fato acontecido sem saber da verdade...
Sem contar que querem nos barrar em tudo que canto! Fazem a notícia - muitas vezes mentirosa e aumentada de forma ridícula e imatura - alastrar como fogo em mato seco.
O prisioneiro é perseguido mesmo depois de cumprir a pena, não é? Não arruma emprego tão fácil, não consegue, muitas vezes voltar à vida social normalmente pela desconfiança das pessoas e dos "irmãos". A nós, prisioneiros da Palavra, também é assim. A diferença é que não temos o direito de errar nunca mais! Temos o dever de sermos perfeitos, pois caso nos peguem numa imperfeição, jogam na nossa "cara" o erro, ainda que nossa vida tenha sido marcada pelos acertos bem maiores e mais numerosos...
Uma verdade bem dolorosa, não é?
Quando eu era um instrumento de perdição nas mãos do diabo, ninguém me corrigia de nada.
Quando eu tive meu impacto com Deus e decidi pela graça, ser um homem de Deus, renunciando muita coisa, inclusive conforto, dinheiro e família, aí virei fanático! Aí todos me olhavam e diziam que eu precisava ter cautela para não ficar louco!
Porque ninguém me falava isso quando eu cooperava com o inferno para perder almas?
Porque era descolado, fumava, bebia, pagava cigarro e bebida para meio mundo e ficava "legal" com a cachaça na cabeça e gastava bastante com a turma? Porque patrocinava, por vezes o pecado da promiscuidade a muitos?
Ora, se eu queria ser 100% reconhecido pela maldade que cometia e respeitado pelo pecado que me companhava, agora eu quero ser reconhecido como filho de Deus e respeitado pela minha busca da santidade, sendo louco como muitos falam, masminha camisa de força se chama Espírito Santo e meu hospício é o CÉU!!!!
Ninguém ou quase ninguém quer esse desconforto de remar contra a maré secular e relativista que impera hoje e insiste em invadir a Igreja em todos os âmbitos!
Papa Paulo VI bem disse que a fumaça de satanás havia entrado na Igreja em 1972... Em 2017, onde anda esta fumaça que vem sendo combatida pelo Papa Francisco de maneira tão linda: COM SEU TESTEMUNHO DE SER PRISIONEIRO DA PALAVRA, pois sempre quebrou protocolos e fez questão de seguir os passos de João Paulo II, cada qual com sua identidade peculiar, mas com uma sede de conduzir - e bem - seu rebanho e levar à mudança verdadeira na direção do Cristo!
Quanto ja inventaram a respeito de Papa Francisco nas redes sociais e em sites, atribuindo a ele frases que foram deturpadas de forma proposital e tendenciosa para agradar grupos isolados que ainda não entenderam seu papel na humanidade e na história.
Quem é prisioneiro da Palavra precisa ter e querer a mesma certeza de São Paulo, o prisioneiro do mistério do Evangelho:

"QUANTO A MIM, JÁ ESTOU SENDO OFERECIDO EM LIBAÇÃO, POIS CHEGOU O TEMPO DA MINHA PARTIDA. COMBATI O BOM COMBATE, TERMINEI A CORRIDA, GUARDEI A
FÉ. DESDE AGORA, ESTÁ RESERVADO PARA MIM A COROA DA JUSTIÇA QUE O SENHOR, O JUSTO JUIZ, ME DARÁ NAQUELE DIA, NÃO SOMENTE A MIM, MAS A TODOS QUE TIVEREM ESPERADO COM AMOR A SUA MANIFESTAÇÃO." (2 TIMÓTEO 4, 6-8 - Tradução CNBB)

Ajuda-nos, Senhor a termos a certeza de que combatemos o bom combate da fé, querer terminar a corrida do anúncio do Evangelho a toda criatura, a guardar a fé de forma autêntica e fiel, tendo a certeza da reserva da coroa da justiça a nós que, como ministros(as) de pregação, profetas e profetizas, anunciadores(as) da verdade, formadores(as) de opinião, esperamos com amor Sua Manifestação Gloriosa!
Batiza-nos Jesus com Teu Espírito Santo e mergulha-nos de forma intensa, sobrenatural, extraordinária em Sua graça, que é sem limite aos que se abrem a esta graça...
Fazei-nos prisioneiros de Tua Palavra, na liberdade de filhos de Deus a qual tu nos chamastes!

Paz e fogo. Muita unção e fome de almas!
Seu servo e irmão em Cristo, Antonio Lucio