(Nota à edição portuguesa)
Este livro que agora se publica, doze anos depois dos
acontecimentos, é um grito de alarme aos suficientes que tudo explicam por
causas naturais. Revela uma realidade hedionda, um mundo em permanente trabalho
de destruição, que quer aprisionar as almas nas trevas e conseguir a sua
condenação. Esses agentes do reino negro em expansão, falam do que estão a fazer,
do que fizeram e do que planejam. Tudo se passa no tempo do Papa Paulo VI, um
homem de dores, e muito do que se diz referisse àquela circunstância. No
entanto, por cima disso, desfila um horizonte de destruição e negrura, uma
aposta de demolição e uma raiva sem fim contra a humanidade e o Criador. O livro
não perdeu a atualidade: antes a ganhou, dada o sentimento do mundo que
proclama abertamente a morte de Deus e do diabo. Na realidade, nem o Criador se
apagou, nem a má criatura desapareceu: antes trabalha para a perdição da Igreja
e dos homens, com uma inteligência e eficácia inquietantes.
Os documentos no princípio e no fim desta obra servem para mostrar
que não se trata de uma história fabricada por alucinados na Suíça. É uma
história real, verificável, inquietantes, misteriosa, que nos lembra as terríveis
palavras de Nossa Senhora de Fátima: “Vão muitas almas para o inferno porque
não tem quem reze por elas”. Esse sítio existe e desse poço infernal espalha-se
um mal que invade as mentes, as instituições e a terra. Leiamos com atenção e,
como diz São Paulo referindo-se aos carismas, retenhamos o que é útil, o que é bom,
o que é salvífico e nos pode ajudar na nossa vida de todos os dias. Não nos
fixemos nos pormenores, nas pequenas coisas; consideremos antes as grandes
linhas e o sofrimento desta alma. Sofrimento real, terrível, medonho. Pensemos
no nosso próprio sofrimento, tantas vezes exagerado para inglês ver. E se
tivéssemos uma coisa assim?
Elevemos o nosso espírito a Deus, numa oração profunda e
verdadeira, peçamos por todos, invoquemos o Espírito Santo e... Assim, com esta
disposição, de entendimento aberto, comecemos a leitura.
PREFÁCIO
A MINHA EXPERIÊNCIA (Testemunho do editor
Bonaventur Meyer)
A par do grande número de casos de possessão que chegaram até nós
pela Sagrada Escritura, são muitos os textos literários que através dos séculos
dão testemunho de tais fatos. O holandês W. C. Van Dam, na sua obra modelar
Demônios e Possessos (Pahloch Editora, 1970) cita mais de duzentos livros
diferentes, que dão testemunho desta realidade. No ano de 1947 tomei
conhecimento de um caso de possessão e pude verificar como da mesma pessoa se
emitiam vozes estranhas e como a aspersão com água benta provocava uma imediata
reação de repulsa.
Em 1975 assisti a um exorcismo de sete pessoas possessas, numa
Igreja em Itália. Presenciei as reações dos pobres possessos durante o
exorcismo. Além disso, vi o seu comportamento durante a recepção dos
Sacramentos, a sua oposição e, finalmente, a sua capitulação perante o Santíssimo
Sacramento. As pessoas assim atormentadas tinham vindo, por sua livre vontade, para
serem exorcizadas por um Padre piedoso, “porque procuravam um alívio, que
ninguém mais lhes poderia dar”, como elas próprias me confiaram. Uma das
possessas, que fora dos exorcismos se comporta como qualquer outra pessoa, mostrou-me
cicatrizes nos seus braços, e explicou-me que durante 25 anos consultara
médicos e professores de Medicina, mas ninguém tinha conseguido aliviá-la, a
não ser aquele Padre, homem Santo, que na Igreja recitara um exorcismo. Esse
Padre, homem piedoso e de alma fervorosa, proibiu-me de revelar o seu nome,
dado que o Episcopado, por causa do ataque da imprensa atualmente generalizado
em quase todo o mundo, não autoriza o Grande Exorcismo com que se expulsam os
demônios e, além disso, impõe ao exorcista o maior silêncio para que nada seja
tornado público.
Apesar de a Bíblia referir cerca de 70 vezes o inferno e mais
vezes ainda o demônio, encontramos na Igreja atual Bispos competentes,
professores de Teologia tolerantes, que negam a existência pessoal do demônio,
e com ela, a existência do inferno e também a existência de todo o mundo
Angélico.
SOBRE A POSSESSA
A propósito da possessa que este livro refere, chegou-se há pouco,
mais uma vez, à conclusão de que no caso desta mulher e mãe se trata de uma
alma reparadora, que desde os 14 anos é atormentada por pavorosos estados de
angústias e períodos de insônia total. Foi tratada pelos métodos mais modernos
da Medicina e da Psiquiatria durante as suas oito permanências em clínicas.
Quando, depois do mais rigoroso tratamento, lhe deram alta, considerando-a como
um caso inexplicável, um exorcista conhecido comprovou casualmente a possessão
de um modo inequívoco. Após um exorcismo, que contou com a colaboração de
vários Sacerdotes, realizado num lugar de Aparições da Virgem (Fontanelli
Montichiari, em Itália), tanto os demônios (anjos caídos) como almas danadas
(pessoas condenadas) foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a fazer
importantes revelações dirigidas à Igreja atual. Tendo convidado vários Bispos
e representantes da Psiquiatria e Medicina para assistirem a um exorcismo,
realizado em 26 de abril de 1978, dia da Festa de Nossa Senhora do Bom Conselho,
estiveram em minha casa, para a realização do exorcismo, seis Sacerdotes e também
o psiquiatra francês Dr. M. G. Mouret, director clínico do hospital
psiquiátrico de Limoux (França) possuidor de grande experiência em tais
fenômenos.
Depois do exorcismo de três horas, com muitas revelações saídas da
boca da possessa antes e após o exorcismo, o Dr. Mouret deixou por escrito o
seu testemunho, afirmando que no caso presente não se tratava nem de
esquizofrenia, nem de histeria, mas sim do controle da pessoa por uma força
exterior, que a Igreja Católica apelida possessão.
Esta mulher, possessa e mãe de quatro filhos, é continuamente
atormentada até ao limite das suas forças. Apesar disso, procura cumprir o
melhor possível os seus deveres familiares. O fardo monstruoso, os tormentos
causados pelos demônios que lhe perturbam o sono noturno, as continuas
revelações feitas pelos espíritos, significam um martírio permanente. O seu
único alívio vem daqueles Sacerdotes que, contrariando as tendências atuais, se
compadecem do seu estado, lhe ministram os Sacramentos e recitam o Exorcismo.
Mas já em 25 de abril de 1977, por disposição da Divina
Providencia, tinha visitado a possessa e assistido a um exorcismo, acompanhado
pelo prelado Professor Dr. Georg Siegmund, de Fulda. Como docente, formara
gerações de Sacerdotes e também como teólogo, filósofo e biólogo, publicara já
um grande número de trabalhos científicos, de tal modo que o físico de renome
mundial, o cristão evangélico Pascal Jordan, qualificou-o como um dos filósofos
e teólogos mais importantes da atualidade.
Sem tomar posição relativamente ao conteúdo das revelações
demoníacas, o Prof. Siegmund atesta no epílogo: “Relativamente à pessoa, estou
convencido de que não se trata, nem de uma histérica, nem de uma psicopata ou
de uma doente psíquica, o que, aliás, já foi também confirmado por médicos especialistas.
Os seus fenômenos de possessão, como eu próprio pude observar, dão a impressão
de se tratar de possessão autêntica. Ela e também a sua família sofrem, pois
que a autoridade competente, impede uma verdadeira assistência espiritual, por
receios, aliás, compreensíveis, numa época em que reina a negação do espiritual”.
No seu testemunho, o Prof. Siegmund refere-se ao número sempre crescente de
pessoas, mesmo nas escolas superiores de Teologia, que negam a existência de
satanás e dos Anjos. A esta atitude segue-se a destronização do Altíssimo.
Bonaventur Meyer
A VIDA POSSESSA
Embora a senhora em causa, devido ao seu estado de saúde e à
grande distância e isolamento da sua aldeia natal só tivesse freqüentado a
escola primária, possui inteligência acima da média, compreensão rápida e boa
memória. Da sua biografia, que ela própria escreveu à máquina, extraímos as
seguintes passagens (por motivos compreensíveis omitimos nomes e lugares e, por
questões de espaço, abreviamos as descrições). “ Os meus pais viviam numa
pequena quinta. O lugar é muito isolado. Nasci na Suíça alemã, em 1937, no
Domingo do Santo Escapulário, dia em que a admissão das crianças na Congregação
do Escapulário era solenemente festejada. Fui batizada na terça-feira seguinte.
Diz a minha mãe que eu, em bebê, chorava imenso e dormia excepcionalmente
pouco. Pensavam, no entanto, que isso era devido a problemas intestinais, mas
nunca foi possível fundamentar essas conjecturas dum modo satisfatório. Na
primavera de 1944, comecei a freqüentar a escola. Era uma criança tímida e
muito calma. Aprendia com facilidade. A leitura, a escrita e as contas, não
apresentavam qualquer dificuldade para mim.
O meu lugar preferido era à beira do ribeiro, na erva e junto das
flores. Muitas vezes juntava-me com outras crianças e gostávamos de agitar as
pernas dentro da água. As nossas conversas eram iguais às de qualquer criança
desta idade. Também falávamos, às vezes, de assuntos de caráter religioso, do
Céu, do inferno, do Purgatório.
Fiz a primeira Comunhão em 1946. Levei esse ato muito a sério e
preparei-me o melhor que pude. Dum modo geral, posso dizer que o tempo escolar
passou sem incidentes dignos de nota. Desde muito nova acompanhava os meus pais
ao campo, onde procurava ser útil. Os meus irmãozitos exigiam muito tempo e
trabalho. Depois da minha primeira Comunhão passei a ir quase diariamente à
Missa e à Sagrada Comunhão. Tinha, então, a sensação, quando lia o meu Missal
negligentemente ou rezava menos, de que as graças eram menos abundantes. Aos treze
anos, tive que agüentar ataques mais ou menos duros doutras crianças.
Cochichavam que eu era uma “beata” e que queria ir para freira. Senti-me
profundamente envergonhada, mas, referindo-se ao fato, a minha avó disse-me:
“Ora, não dês ouvidos às outras crianças. Elas não sabem o que dizem. O que importa,
é que Deus esteja contente contigo.” Gostava muito de ir à Igreja e, quando na
Missa solene, o coro entoava cânticos, os altares estavam ornados de flores e o
cheiro do incenso se espalhava, tinha a impressão de que todos os que se
encontravam estavam muito próximo do Céu.
ACEITAR A VONTADE DE DEUS
“Era o começo da insônia total e, o mais simples era aceitar a
vontade de Deus. Mais tarde, compreendi que me envolvia e revolvia nesta cruel
obscuridade, sem encontrar uma saída. Este tormento era o meu quinhão, dia e
noite, e ninguém podia ajudar-me. A minha madrinha acompanhou-me ao médico, que
ficava muito distante. Ele disse que eu tinha apanhado uma inflamação nos rins
e na bexiga, e que isso atacara o sistema nervoso. Receitou-me medicamentos,
mas continuei a piorar e algum tempo depois, o médico mandou-me para o hospital”.
Deste modo, esta pobre criança foi submetida, desde os catorze
anos, ao mais duro dos martírios. Passou os anos seguintes ajudando nos
trabalhos domésticos, sendo essa atividade apenas interrompida pelos tratamentos
médicos e por curtas estadias no hospital. Como se esses sofrimentos não
bastassem, teve que mandar arrancar os dentes porque um médico pensou que eles
eram a causa dos seus sofrimentos. Isto, porém, não levou a nenhuma mudança no
seu estado; foi apenas, para a pobre, um sofrimento suplementar. A Divina
Providência deu-lhe então um homem sem fortuna, mas honesto. Casou com ele em 1962,
embora a princípio a família a tivesse dissuadido de o fazer. Esta mulher e
mãe, na casa dos quarenta anos, deu à luz quatro encantadoras crianças. Durante
a gravidez e os partos não experimentou quaisquer melhoras nos seus inexplicáveis
sofrimentos. Pelo contrário. Mais enfraquecida que nunca foi levada para
clínicas e casas de repouso, mas por fim os especialistas de uma clínica de
grande nomeada, mandaram-na para casa, como uma pessoa mentalmente sã, mas
considerando-a um caso inexplicável.
Injeções, eletro choques e outros tratamentos, ocasionaram-lhe
maiores e insuportáveis sofrimentos, interrompidos apenas por fugidios raios de
luz. Por volta de 1972, (então com 35 anos), registrou ligeiras melhoras. Ela
escreveu a este propósito:
“Descobriu-se, por acaso, que sofria duma falta total de fósforo.
Tomei umas cápsulas e, de fato registraram-se melhoras, no meu estado geral.
Até que ponto era fósforo, até que ponto era a vontade de Deus que me dava
finalmente alívio? Não sei! Consegui dormir, se é que se pode chamar dormir a
um mero passar pelo sono ou, quando tudo ia pelo melhor, dormitar.
Os estados de angústia eram cada vez mais raros, sentia de novo
vontade de rir e podia já fazer normalmente os meus trabalhos caseiros. O meu
marido andava radiante, mas não havia ninguém que se sentisse mais aliviado do
que eu. Podia ter novamente dois filhos comigo, o que me dava uma enorme
alegria. Louvei e glorifiquei o Senhor por ter sido finalmente liberta, mas nem
por isso deixei de compreender que o sofrimento, por maior e mais esmagador que
seja, pode ser sempre uma graça. Por isso, pensava muitas vezes que Ele sabia a
razão de me ter conduzido através desta noite."
EXORCISMOS E REVELAÇÕES
Em 1974, sobreveio uma grave recaída. “A minha irmã levou-me a
casa de um bom homem que já tinha prestado ajuda a muitas pessoas. Na sua
presença, senti bruscamente uma sacudidela no braço, sem que eu o tivesse
movimentado. O homem disse de repente: 'Penso que a senhora está possessa. Em
seguida, fui ter com um Sacerdote, que se mostrou muito céptico, mas que apesar
disso, fez um exorcismo. Então, ele declarou-me que todos os sinais indicavam
que se tratava de possessão.”
Finalmente, depois de difíceis exorcismos e de muitas orações, um
exorcista experimentado conseguiu romper a barreira. Depois de vários exorcismos,
os demônios e as almas condenadas, com certos intervalos, foram-se revelando.
Conseguiu-se mesmo uma libertação temporária, mas todos os demônios voltaram.
Pediu-se a um Bispo para dar autorização a um exorcismo oficial e para tomar a
responsabilidade. No dia 8 de Dezembro de 1975, cinco exorcistas obtiveram
autorização para o Grande Exorcismo.
Seguiram-se outros, de caráter mais limitado, em que estiveram
presentes, no máximo, três Padres. As revelações feitas no decurso destes
exorcismos pelos demônios, sob as ordens da Santíssima Virgem, são as que se encontram
na presente obra.
SITUAÇÃO PRESENTE
Os pais confirmaram, em algumas frases escassas e sucintas, certas
datas da vida da sua filha. Tanto eles como ela ignoram até 1974 a origem dos
seus indizíveis sofrimentos. Tudo tentaram, quer através da Medicina, quer da
Psiquiatria, para que a filha pudesse ter alívio e curar-se. Tudo em vão.
Restou-lhes unicamente o caminho da oração.
O que mais impressiona na casa paterna é a simplicidade e o horror
a qualquer idéia de maravilhoso e espetacular. A origem dos sofrimentos da
filha é para eles inexplicável e entregam-se confiantemente à oração, numa
submissão total à vontade de Deus. Os numerosos documentos, como cartas,
registros gravados e fotografias tiradas durante os exorcismos, estão à
disposição da Igreja, para uma investigação canônica. A Divina Providência nem
sequer permitia os seus amigos ou vizinhos se interessarem sobre o que estava a
passar-se. A sua possessão só se manifesta na sua vida interior e, embora seja cruelmente
atormentada durante noites inteiras, pode durante o dia desempenhar as suas tarefas
domésticas.
Desde 1975 que não freqüenta a Igreja e é horrivelmente assediada
pelos demônios, em diversas partes da Santa Missa, à benção ou quando se
encontra em contacto com relíquias ou objetos benzidos. Sempre que possível, é
semanalmente visitada por um Sacerdote que lhe ministra os Sacramentos.
OS PLANOS DE DEUS
Os sofrimentos expiatórios que esta mulher aceita com tanta
generosidade, a miséria interior que suporta e o total abandono em que vive,
particularmente nos dias que se seguem aos exorcismos, em união com os
sofrimentos de Cristo, com a sua agonia e abandono, decerto muito contribuirão
para a salvação das almas. A grande preocupação desta alma reparadora é a de
não entravar, por sua culpa, as revelações feitas ao nosso tempo, pelos
demônios, sob as ordens da Rainha do Céu e da Terra, e não permitir assim que,
por negligência e descuido, muitas almas, que poderiam salvar-se, sejam
condenadas para sempre. Pedimos a todos os leitores destas linhas uma oração
muito especial por intenção desta alma tão sacrificada.
TESTEMUNHOS
TESTEMUNHO DO REV.º PADRE RENZ *
Devido ao empenhamento de um irmão espiritual da companhia de
Jesus, o Padre Rodewyk SJ, acedi a um convite para me deslocar à Suíça onde,
juntamente com outros Padres, fiz cinco exorcismos, seguindo o método de S.S.
Leão XIII, de 10 de Junho à 13 de Julho de 1977, à possessa.
De acordo com a minha experiência nestes assuntos estou convencido
de que, no presente caso, se trata de possessão e que as revelações feitas
pelos demônios resultam do comando e da coação evidente de um poder superior.
Isso não impede que os demônios resistam continuamente a essa imposição. O
calvário extremamente doloroso da possessa, desde há vinte e quatro anos, a sua
aceitação dos sofrimentos enviados por Deus, as muitas orações de um grande
número de pessoas e o conteúdo das revelações feitas, são garantias de que elas
são queridas por Deus e por Maria, Mãe da Igreja.
Naturalmente que todas as comunicações sobre a verdadeira doutrina
da Igreja e a sua situação atual, têm que ser examinadas. A oposição levantada
contra as revelações presentes denuncia a vontade destruidora dos demônios. O
conteúdo do livro tem como objetivo uma sólida renovação da Igreja. Aliás, não
é a primeira vez que Deus e a Santíssima Virgem se manifestam à Igreja através
dos demônios, como o prova a conhecida obra Sermões do demônio, de Niklaus
Wolf von Rippertschwand (13 de Junho de 1977).
• O Padre Arnold Renz,
SDS, nasceu em 1911 e foi ordenado Sacerdote em Passau, em 1938, como membro da
Ordem dos Salvatorianos. De 1938 até 1953 trabalhou como missionário em Fuklen
(China). De 1954 a 1963 foi pároco e diretor espiritual de várias paróquias e
institutos religiosos. A partir de 1965 a até 1976 foi pároco em Rueck-Schippach
St. Pius (em Spessart, Diocese de Wurzburg). O Bispo Stangl, de Wurzburg,
encarregou-o do caso de possessão de Anneliese Michel, em Klingenberg.
Em seguida, voltou para a paróquia.
TESTEMUNHO DE DENKINGER, JOVEM TEÓLOGO
Testemunho de um jovem teólogo, que analisou diretamente o texto
do livro, antes da impressão definitiva.
“Depois duma leitura crítica da presente obra, depois de ouvir
algumas das gravações, depois de uma visita à mulher em questão, só me resta
declarar o seguinte: - Estou absolutamente convencido da autenticidade Divina
das revelações aqui publicadas. Eu e a minha teologia moderna temos de nos
render perante uma humildade tão grande, como a que ressalta dos textos”. Johannes
Denkinger (Teólogo diplomado, Olten)
ALGUMAS OBSERVAÇÕES E ESCLARECIMENTOS
Os demônios são forçados pelo Céu a falar, contra vontade, sobre a
Igreja e a sua situação atual, de tal modo que as suas declarações contrariam o
seu reino e favorecem o Reino de Cristo. No seu ódio, os espíritos infernais
evitam, na maior parte das vezes, pronunciar o nome de Maria, da
Bem-Aventurada, da Virgem ou de Mãe de Deus. Referem-se à Virgem Santíssima como:
“Ela lá em cima.” Também não dizem: “Maria assim o quer”, mas, “Ela quere-o”,
“Ela força-nos”, “Ela manda dizer.” Do mesmo modo rodeiam, de diversas maneiras,
o nome de Jesus e da Santíssima Trindade. Muitas vezes sublinham as suas
palavras com um gesto do dedo da possessa, apontando para cima ou para baixo.
Quando os demônios exigem orações, por exemplo, quando dizem que é
necessário recitar uma oração, ou orações, antes de falarem, é claro que este
pedido não resulta de um desejo do inferno, mas do Céu, que o exprime por
intermédio dos demônios. Durante as revelações feitas por sua boca, a possessa
foi violentamente atormentada por dificuldade em respirar, convulsões,
perturbações cardíacas e crises de sufocação. Daí o caráter muitas vezes irregular
das frases. Como estes exorcismos contrariavam o inferno, os demônios recusaram
se muitas vezes em continuar a falar. Além disso, punham objeções diversas,
rosnavam, gritavam, troçavam e cinqüenta por cento destes apartes foram
omitidos por questões de brevidade e simplificação mas, no conjunto, a luta foi
muito mais dura e prolongada do que o leitor poderá imaginar. É preciso ter
isto bem presente para não cometer o erro de pensar que estas graves revelações
foram obtidas facilmente.
ÁTRIO - OS EXORCISTAS
Os Sacerdotes, cujos nomes se seguem, declaram que, baseando-se no
seu conhecimento pessoal do caso de possessão, estão absolutamente convencidos
da autenticidade das revelações feitas pelos demônios, sob a ordem da
Santíssima Virgem.
Padre Albert d'Arx, Niederbuchsiten
Padre Arnold Egli, Ramiswil
Padre Ernest Fischer, Missionário,
Gossau
Padre Pius Gervasi, OSB, Disentis
Padre Karl Holdener, retirado, Ried
Padre Gregor Meyer, Trimbach
Padre Robert Rindere CPPS, Auw
Padre Louis Veillard, retirado,
Cesneux-Péquignot
Os Sacerdotes são todos de nacionalidade Suíça, exceto o Padre
Fischer, que é alemão. Todos participaram nos exorcismos, salvo o Padre Gregor
Meyer, que durante algum tempo foi o diretor espiritual da senhora atacada e
que a conhece, muito bem. Dois outros Padres, de nacionalidade francesa,
participaram também nos exorcismos.
NOTE BEM: Apesar do testemunho dos Sacerdotes envolvidos e de
outros peritos, desejamos declarar, de acordo com o decreto do Papa Urbano
VIII, que a este documento só se pode dar uma fé humana. Submetemos a
totalidade do texto ao juízo supremo da Santa Igreja.
OS EXORCISMOS
1 - EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975
Contra: Akabor, demônio do Coro dos Tronos (A)
Allida, demônio do Coro dos Arcanjos (AL)
Em todos os exorcismos, os preparativos eram intensos e
compreendiam orações especiais do ritual Romano, consagrações, Salmos
prescritos, o Rosário, Ladainhas, Exorcismos, etc... Os Sacerdotes exorcizam
demônios previamente identificados.
Exorcista (E): Demônio Akabor, nós, Sacerdotes, representantes de
Cristo, ordenamos-te, em nome da Santa Cruz, do Preciosíssimo Sangue, das
Cincos Chagas, das catorze estações da Via Sacra, da Santíssima Virgem Maria,
da Imaculada Conceição, de Lurdes, de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, de
Nossa Senhora do Monte Carmelo, de Nossa Senhora da Grande Vitória de
Wigratzbal, das Sete Dores de Maria, de São Miguel Arcanjo, dos nove Coros
Angélicos, do Anjo da Guarda desta mulher, de São José terror dos espíritos
malignos; dos Santos Padroeiros desta mulher, de todos os Santos Anjos de
Guarda e Anjos dos Sacerdotes, de todos os Santos do Céu, especialmente de
todos os Santos Exorcistas, do Santo Cura d'Ars, de São Bento, dos servos e
servas de Deus, Padre Pio, Teresa de Konnersreuth, Catarina Emmerich, de todas
as Almas do Purgatório, e em nome do Papa Paulo VI, ordenamos-te, então,
Akabor, como Sacerdotes de Deus, em nome de todos os Santos que acabamos de
invocar, em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, e do Espírito Santo,
volta para o inferno.*
* Estas invocações e outras foram constantes e repelidas. Para
facilitar a leitura, suprimiram-se, ressalvando-se, no entanto, que os
Sacerdotes sempre as fizeram, insistindo nas que se revelaram como mais
eficazes.
O INFERNO É HORRÍVEL
A - Tenho ainda que falar...
E - Diz a verdade e só a verdade, em nome da Santíssima Trindade,
da Santíssima Virgem Maria da Imaculada Conceição (...).
A - Sim, em seu nome, e em nome dos Tronos de onde venho, tenho
ainda que falar. Eu estava nos Tronos. Eu, Akabor, tenho que dizer (respira
ofegantemente e grita com uma voz horrível) como o inferno é horrível. É muito
mais horrível do que se pensa. A Justiça de Deus é terrível; terrível é a
Justiça de Deus! (grita e geme).
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade
(...) diz o que Deus te ordena.
A - O inferno é bem pior do que a primeira vista e
superficialmente poderíeis pensar; a justiça... E naturalmente também a
Misericórdia estão lá, mas é preciso muita confiança, é preciso rezar muito, é
necessária a confissão, tudo é necessário. Não se deve condescender facilmente
com os modernismos. O Papa é que diz a verdade.
E - Continua, em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem
Maria, da Imaculada Conceição! Continua em nome dos Santos Tronos! Continua!
A JUVENTUDE É ENGANADA
A - Os lobos estão agora...
E - Diz a verdade, só a verdade, em nome (...).
A - Os lobos estão agora no meio de vós, mesmo no meio dos bons.
E - Diz a verdade, só a verdade! Nós te ordenamos em nome (...).
A - Como já disse, tomam a forma de Bispos e Cardeais.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...).
A - Digo isto bem contra a minha vontade. Tudo o que digo é contra
a minha vontade. Mesmo a juventude... A juventude é enganada. Pensa que poderá
com algumas...
E - Diz a verdade, em nome (...), tu não podes mentir!
A - Com algumas obras caritativas alcançar o Céu, mas não pode,
não! Nunca!
E - Continua a dizer a verdade, em nome dos Santos Tronos, a
verdade total em nome (...).
A - Os jovens devem, embora me custe muito tenho que dizer...
E - Continua a dizer a verdade em nome da Santíssima Trindade!
Tens de dizê-la, em nome (...).
COMUNHÃO NA BOCA
A -... Devem receber convenientemente os sacramentos... Fazer uma
confissão verdadeira e não apenas participar nas cerimônias penitenciais e na
Comunhão. A Comunhão, o celebrante deve dizer três vezes “Senhor eu não sou
digno”, e não uma vez só. Devem receber a Comunhão na boca, e não na mão.
E - Diz só a verdade em nome do Preciosíssimo Sangue, da Santa
Cruz, da Imaculada Conceição...
A - Nós trabalhamos durante muito tempo, lá em baixo (aponta para
baixo) até conseguirmos que a Comunhão na mão fosse posta em prática. A
comunhão na mão é muito boa para nós, no inferno; acreditai!
E - Nós te ordenamos, em nome (...) que digas somente o que o Céu
te ordena! Diz só a verdade, a verdade total; tu não tens o direito de mentir.
Sai desse corpo! Vai-te!
A - Ela (aponta para cima) quer que eu diga...
E - Diz a verdade, em nome (...).
A - Ela quer que eu diga... Que se Ela, a grande Senhora, ainda
vivesse, receberia a Comunhão na boca, mas de joelhos, e haveria de se inclinar
profundamente assim (mostra como procederia a Santíssima Virgem).
E - Em nome da Santíssima Virgem (...) diz a verdade!
A - Tenho que dizer que não se deve receber a Comunhão na mão. O
próprio Papa dá a Comunhão na boca. Não é da sua vontade que se dê a Comunhão
na mão. Isso vem dos seus Cardeais.
E - Em nome (...) diz a verdade!
A - Deles passou aos Bispos, e depois os Bispos pensaram que era
matéria de obediência, que deviam obedecer aos Cardeais. Daí, a idéia passou
aos Sacerdotes e também eles pensaram que tinham de se submeter, porque a
obediência se escreve com maiúsculas.
E - Diz a verdade. Tu não tens o direito de mentir, em nome (...).
A - Não se é obrigado a obedecer aos maus. É ao Papa, a Jesus
Cristo e à Santíssima Virgem, que é preciso obedecer. A Comunhão na mão não é
de modo algum querida por Deus.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...).
O CULTO À SANTÍSSIMA VIRGEM
A - Os jovens devem habituar-se a fazer peregrinações. Devem
voltar-se, cada vez mais, para a Santíssima Virgem; não devem bani-La. Devem...
Devem reconhecer a Santíssima Virgem e não viver segundo o espírito dos
inovadores. Não devem aceitar absolutamente nada deles (grita cheio de fúria).
Eles é que são lobos. A esses, já os temos, já os temos bem seguros.
E - Continua, diz a verdade, em nome (...).
A - Os jovens, atualmente, crêem que realizam coisas maravilhosas
quando fazem algumas obras caritativas e se reúnem uns com os outros. Mas isso
não é muito. É até fácil, quando simpatizam uns com os outros, mas só isso não
é nada. É preciso que os jovens façam sacrifícios, que adquiram espírito de
renúncia, é preciso que rezem. Devem freqüentar os Sacramentos, devem
freqüentá-los ao menos uma vez por mês. Mas a oração e o sofrimento são também
importantes. Antes de tudo isto, tenho ainda que dizer...
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...), diz o que a
Santíssima Virgem te ordena!
IMITAÇÃO DE CRISTO
A - ...antes disto tenho que dizer que o mundo de hoje, mesmo o
mundo católico, esqueceu por completo esta verdade: é preciso sofrer pelos
outros. Caiu no esquecimento que todos vós formais o Corpo Místico de Cristo e
que deveis todos sofrer uns pelos outros (chora como um miserável e geme como
um cão). Cristo não realizou tudo na Cruz. Abriu-vos as portas do Céu, mas os
homens devem reparar uns pelos outros. As seitas bem dizem que Cristo fez tudo,
mas isso não corresponde à verdade. A Paixão de Cristo continua; em Seu Nome,
ela continuará até ao fim do mundo (resmunga).
SENTIDO DO SOFRIMENTO
E - Continua, em nome da Santíssima Virgem, diz o que Ela manda
que digas.
A - É preciso que ela (a Paixão de Cristo) continue. Têm que
sofrer uns pelos outros e oferecer os sofrimentos em união com a Cruz e os
sofrimentos de Cristo. Deve-se sofrer em união com a Santíssima Virgem e com
todas as renúncias que Ela suportou durante a Sua vida, unir os próprios
sofrimentos, nos horríveis sofrimentos de Cristo na Cruz e na Sua Agonia, no
Jardim das Oliveiras.
Esses sofrimentos foram mais terríveis do que aquilo que os homens
poderão pensar. Cristo, no Jardim das Oliveiras, não sofreu apenas como
podereis talvez pensar. Ele foi esmagado pela Justiça de Deus, como se Ele
próprio tivesse sido o maior dos pecadores, como se estivesse condenado ao
inferno. Teve que sofrer por vós, homens; de contrário, não teríeis sido
salvos. Teve de suportar os mais terríveis sofrimentos a ponto de pensar que
iria para o inferno. Os sofrimentos foram então tão fortes que Ele se sentiu
completamente abandonado pelo Pai Celeste, Suou Sangue, porque se sentiu
totalmente perdido para o Pai e abandonado por Ele. Sentiu-se esmagado como se
fosse um dos maiores pecadores. Eis o que Ele fez por vós, e vós deveis
imitá-Lo. Estes sofrimentos têm um valor imenso. Esses sofrimentos, esses
momentos obscuros, esses terríveis abandonos, quando se está convencido de que
tudo está perdido, e que o melhor é pôr termo à vida. Eu não quero dizer mais, não...
(respira com grande dificuldade).
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...).
A - é precisamente quando se sofre assim, quando tudo parece estar
perdido, quando a pessoa se julga totalmente abandonada por Deus, quando crê
ser a mais miserável das criaturas, é então que Deus pode meter a Sua Mão no
jogo. Estes sofrimentos, estes horríveis e tenebrosos sofrimentos, são os mais
valiosos (lança gritos e uivos terríveis) que existem. Mas é precisamente isto
que a juventude desconhece. A maioria dos jovens ignora-no e é aí que reside o
nosso trunfo.
ACEITAÇÃO DO SOFRIMENTO
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...).
A - Muitos, a maioria, suicídam-se quando se crêem abandonados por
Deus e pensam ser as criaturas mais miseráveis. Por mais escura que seja a
noite, Deus esta próximo deles, embora eles já não O sintam! Deus está então
como se já não estivesse. De fato, momentaneamente, a sua presença deixa de
lhes ser perceptível, mas apesar disso devem imitar os sofrimentos de Cristo,
sobretudo os que Ele chamou a sofrer muito. Há muitos que, então, pensam que já
não são normais a maior parte é -o e então capitulam, capitulam muito mais
facilmente. Pensam então que têm que se suicidar, porque já ninguém os
compreende. É o nosso triunfo. A maioria vai para o Céu, mas apesar disso, é o
nosso triunfo, por que...
E - Continua em nome (...).
A - Não cumpriram a sua missão, deveriam ter continuado a viver.
E - Continua em nome (...).
A - No mundo de hoje há cruzes extremamente pesadas. É Ela que o
manda dizer (aponta para cima). Essas cruzes são muitas vezes mal suportadas.
Cruzes visíveis, como o cancro, defeitos físicos ou outras enfermidades, são
muitas vezes mais fáceis de suportar que as angústias ou noites do espírito que
muitas pessoas têm de agüentar atualmente. Ela, lá em cima (aponta para cima),
manda dizer o que já uma vez transmitiu através duma alma privilegiada: “Eu
enviarei aos meus filhos sofrimentos tão grandes e profundos como o mar.” *
Esses a quem foram destinadas cruzes tão pesadas - alguns são escolhidos de há
muito - não devem desesperar.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, diz Akabor, o que a Santíssima Virgem te manda transmitir!
A - Estas cruzes que acabo de referir, são cruzes que parecem
inúteis e absurdas. Podem levar ao desespero. Muitas vezes, parecem impossíveis
de suportar, mas são essas as mais preciosas. Eu, Akabor, quero ainda
acrescentar: Ela (aponta para o alto) quer gritar a todos esses que carregam
uma Cruz: “Coragem! Não desanimeis!” Na Cruz está a salvação, na Cruz está a
vitória. A Cruz é mais forte que a guerra.
E - Continua em nome (...).
* Trata-se aqui da mensagem de Marienfried, dada na Alemanha em
1945. Cfr. o livro “A Paz de Maria” das edições ACTIC, que apresenta essas
Mensagens.
O MODERNISMO
A - O modernismo é falso. É preciso virar as costas ao modernismo.
É obra nossa, vem do inferno. Mesmo os Sacerdotes que difundem o modernismo nem
sequer estão de acordo entre si. Ninguém está de acordo. Só este sinal vos
deveria bastar.
E - Continua, em nome da Imaculada Conceição! Diz a verdade, em
nome (...).
A - O Papa é atormentado pelos seus Cardeais, pelos seus próprios
Cardeais... Está rodeado de lobos.
E - Diz a verdade em nome (...).
A - Se não fosse assim, poderia dizer mais, mas ele está como que
paralisado. Já não pode fazer muito; agora, já não pode fazer muito. Deveis
rezar muito ao Espírito Santo, rezar agora e sempre ao Espírito Santo. Então,
compreendereis no mais profundo de vós mesmos o que é preciso fazer. Aconteça o
que acontecer, não vacileis na vossa antiga fé. Devo dizer que este Segundo
Concílio do Vaticano não foi tão bom como se pensa. Em parte, foi obra do
inferno.
E - Diz a verdade, em nome (...).
A SANTA MISSA: “POR MUITOS”
A - Sem dúvida, que havia certas coisas que precisavam de ser
mudadas, mas a maior parte, não. Acreditai-me! Na Liturgia não havia
praticamente nada que necessitasse de ser mudado. Mesmo as leituras e o próprio
Evangelho não deviam ser lidos em línguas nacionais. Era bem melhor que a Santa
Missa fosse celebrada em latim. Considerai por exemplo, a Consagração; basta a
Consagração, é típico. Na Consagração empregam-se as palavras: “Isto é o Meu
Corpo que será entregue por vós.” e, em seguida, diz-se “Este é o Meu Sangue
que será derramado por vós e por muitos.” Foram estas as palavras de Cristo.
E - Não é correto dizer “por todos?” Diz a verdade, em nome (...)
A - Claro que não! As traduções nem sempre são exatas e esse é,
sobretudo o caso de “por todos.” Não se deve e não se pode dizer “por todos”;
deve dizer-se “por muitos.” Se o texto não está correto, já não encerra a
plenitude de graças. Claro que a Santa Missa continua a ser válida, mas o canal
de graças corre agora parcimoniosamente. E a Consagração já não acarreta tantas
graças como quando o Sacerdote a pronunciava convenientemente, de acordo com a
Tradição Antiga e com a vontade de Deus. É preciso dizer-se “por vós e por
muitos”,* tal como Cristo disse.
E - Então não é verdade que Cristo tenha derramado o Seu Sangue,
por todos? Diz a verdade, em nome (...).
A - Não. Ele bem desejou derramá-lO por todos, mas de fato ele não
foi derramado por todos.
E - Por que muitos O recusaram? Diz a verdade, em nome (...)
A - Exatamente. Assim, Ele não derramou o Seu Sangue por todos,
pois não O derramou por nós, os do inferno.**
E - Diz a verdade, em nome (...).
A - O novo ordinário da Missa - os Bispos mudaram a Missa
Tridentina - a nova Missa, não corresponde exatamente à vontade d'Eles, lá em
cima (aponta para cima).
E - Que é isso de Missa Tridentina? É a Antiga Missa prescrita
pelo Papa São Pio V? Diz a verdade, em nome (...).
A - É a melhor que existe, é a Missa-tipo, a verdadeira e a boa
Missa (geme).***
E - Akabor, diz a verdade, em nome e sob as ordens da Santíssima
Virgem! Nós ordenamos-te que digas tudo o que Ela te encarregou de dizer!
A - Tudo o que disse foi contra a minha vontade, mas a isso fui
obrigado. Foi Ela, lá em cima (aponta para cima) que me forçou (rosna).
E - Tens ainda alguma coisa a acrescentar, em nome (...). Fala, e
intimamos-te a dizer a verdade!
* Na Missa de Paulo VI, em Latim conservou-se a formula correta.
De fato, aí se diz: “ Pro multi”, ou seja por muitos. As traduções,
inclusivamente a portuguesa, atraiçoaram o texto e puseram uma palavra
inexistente: “por todos.”
** De certo Cristo teria resgatado os demônios, se isso tivesse
sido possível. Não sendo esse o caso, é evidente que o Seu Sangue não foi
derramado pelos demônios. Em principio, a Redenção de Cristo destinava-se a
todos os homens, mas na prática estava limitada pela sua liberdade de recusa.
Assim o Sangue de Cristo não aproveitou àqueles que O recusaram, deste modo e
por sua culpa, foram condenados no inferno, onde partilham do destino irrevogável
dos demônios.
*** A celebração desta Missa de São Pio V foi autorizada pela
Santa Sé num documento assinado por João Paulo II.
O ECUMENISMO
A - Na época que atravessamos não se deve obedecer a Bispos
modernistas. Vivemos na época a que Cristo se referiu, dizendo: “ Surgirão
muitos falsos cristos e falsos profetas” (Mc.13-22). São eles os falsos
profetas! Já não se pode acreditar neles; em breve, já ninguém os poderá
acreditar, porque ele... porque eles... Aceitaram excessivas novidades. Nós
estamos neles, nós, os lá de baixo (aponta para baixo), é que os incitamos.
Muito tempo passamos em deliberações, para ver como destruir a Missa Católica. Já
Catarina Emmerich, há mais de cem anos, dizia: “ Foi em Roma...” Numa visão,
ela viu Roma, o Vaticano. Viu o Vaticano rodeado por um fosso profundíssimo, e
do outro lado do fosso estavam os descrentes. No centro de Roma, no Vaticano,
encontravam-se os Católicos.Estes atiravam para esse fosso profundo os seus
altares, as suas imagens, as suas relíquias, quase tudo, até o fosso ficar
quase cheio. Essa situação... Esses tempos
vivemo-los agora (grita com uma voz medonha). Então, quando o fosso
ficou cheio, os membros das outras religiões puderam realmente atravessá-lo.
Atravessaram-no, olharam para dentro do Vaticano, e viram como os católicos de
hoje, a Missa moderna, pouco tinha para lhes oferecer. Abanaram a cabeça,
voltaram às costas e foram-se. E muitos de entre vós, católicos, são
suficientemente estúpidos para ir ao encontro deles. Mas eles não dão um passo
na vossa direção. Quero ainda acrescentar mais qualquer coisa.
E - Diz a verdade, em nome (...).
A - Na Missa Tridentina fazia-se o Sinal da Cruz trinta e três
vezes, mas agora faz-se muito menos vezes: duas, três, quando tudo vai pelo
melhor. E na última, na benção final, já não é necessário ajoelhar (grita e
chora de desespero). Podereis imaginar como nós ajoelharíamos... Como nós
cairíamos de joelhos, se porventura pudéssemos? (geme e chora).
E - É correto fazer o Sinal da Cruz trinta e três vezes, durante a
Santa Missa? Diz a verdade, em nome (...).
A - Não é só correto, como também obrigatório. É que assim nós não
conseguiríamos ficar, pois seriamos obrigados a fugir da Igreja. Mas, assim,
ficamos. Devia também restabelecer-se a cerimônia da aspersão. A aspersão com
água benta obrigamos a fugir e o mesmo se passa com o incenso. Era também
preciso voltar a queimar-se incenso. Era bom que depois da Santa Missa se
recitasse a Oração a S. Miguel Arcanjo, três Ave-Marias e a Salve Rainha.
E - Diz a verdade, diz o que tens a dizer, em nome (...).
A - Os leigos não devem dar a Sagrada Comunhão (dá gritos
horríveis), de modo nenhum!! Nem sequer as religiosas. Nunca! Pensais que
Cristo teria confiado essa missão aos Apóstolos, se as mulheres e os leigos
também o pudessem fazer (geme)? Sou obrigado a dizer isto! Allida, ouviste
Allida, ouviste o que me obrigaram a dizer? Allida, tu também podes falar! (O
outro responde encolerizado: Fala tu!)
E - Já acabaste Akabor, em nome (...) disseste tudo, disseste toda
verdade?
A - Ela, lá em cima (aponta para o alto), não permite que eu seja
atormentado pelo velho (lúcifer), porque eu sou obrigado a dizer estas coisas
por vós e pela Igreja. Ela não o permite... E ainda bem! Mas isto não é bom
para os lá debaixo (aponta para baixo), não é bom para nós (grita e geme).
E - Em nome da Santíssima Virgem, continua. Tens ainda alguma
coisa a dizer? Pelo poder dos Santos Tronos, teus antigos companheiros, tens
alguma coisa a acrescentar? (Após sete horas de oração e seis horas de
exorcismo sem beber nem comer, algumas das pessoas presentes sentem-se
fatigadas).
A - Podeis ir-vos embora. Ficaremos contentes, se vos fordes.
Ficaremos contentes. Ide-vos!
E - Continua a falar! Em nome da Santíssima Virgem fala! Diz o que
Ela te ordena, em nome (...).
A - Porque disse tudo isso, porque fui obrigado a dizê-lo. Ela
concede-me ainda uns momentos. Tens que recitar três vezes: “Santo, Santo,
Santo...”. (As pessoas presentes recitam a oração).
E - Em nome da Rosa Mística..., Akabor, diz o que a Santíssima
Virgem te encarregou de dizer!
A - Ela encarregou-me de dizer o que eu fui obrigado a dizer e o
que disse. Tudo o que revelei, foi contra a minha vontade (chora despeitado).
E - Em nome..., disseste tudo?
A - Sim!
EXPULSÃO DE AKABOR
E - Nós te ordenamos agora, Akabor, em nome da Santíssima
Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, da Santíssima Virgem Maria, do
Coração Imaculado de Maria, dos Santos Arcanjos, dos Coros Angélicos, que digas
se nos revelastes tudo o que o Céu te tinha mandado dizer! Diz a verdade em
nome do Preciosíssimo Sangue!
A - Se ele tivesse sido também derramado por nós, teríamos sido
homens. Mas nós não éramos homens. Se fossemos homens, não teríamos sido tão
estúpidos. No fundo, ainda tendes mais sorte que nós...
A - Isso não é possível...!
E - Akabor vai-te em nome (...)! O teu discurso acabou a tua
missão está cumprida. Grita o teu nome e volta para o inferno!
A - Não sou obrigado a ir já. Ela ainda me permite um certo tempo.
E - Tem que sair outro demônio contigo?
A - Não! Eu, Akabor, tenho de ir primeiro, mas tendes que rezar
ainda sete Ave-Marias em honra das 7 Dores de Maria. É sob as suas ordens
(aponta para o alto) que eu as vou dizer:
1ª - A primeira, pela sua dor na profecia de Simeão: “Uma espada
de dor te trespassara o coração.”
2ª - Depois, a fuga para o Egito, considerando as lágrimas e os
tormentos que Ela então sofreu.
3ª - Perda do Menino Jesus no Templo: imaginemos a angústia que
Ela padeceu, pois que Ele era o Filho de Deus.
4ª - Ela encontra Jesus no caminho do Calvário; a humilhação em
que Ela viu o Seu Filho.
5ª - A horrível, a mais horrível dor: na Crucificação e morte na Cruz.
Quanto Ela não padeceu: lágrimas, angústias, desânimo.
6ª - A descida da Cruz: Aquele Corpo horrivelmente desfigurado,
que em conjunto levaram para o túmulo. Em que estado de espírito não terá Ela
assistido a tudo isto.
7ª - Finalmente, a deposição no túmulo. A Sua Dor imensa, a sua
tristeza. Ela sofreu horrivelmente. (Terminadas as orações, grita com uma voz
cheia de ódio):
A - Agora, três vezes: “Santo, Santo, Santo,...” (as pessoas
presentes recitam-no
E - Em nome da Santíssima Trindade (...), em seu nome, deves agora
voltar para sempre para o inferno, Akabor!
A - (geme e grita com uma voz terrível): Sim...!
E - Em nome (...) grita o teu nome e vai-te para o inferno! Vai-te
em nome dos teus antigos companheiros, os Santos Tronos que servem a Deus. Tu
nunca serviste a Deus!
A - (gemendo): Eu bem queria servir a Deus, mas lúcifer não o
quis.
E - Tens que te ir agora. Nós, Sacerdotes, te ordenamos em nome da
Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Tens de te ir
embora, em nome do Coração de Maria e em nome das Sete Dores de Maria.
A - (grita como louco cheio de desespero).
E - Em nome (...) vai para o inferno! Grita o teu nome!
A - A-KA-BOR (grita o nome chorando). A-KA-BOR!!
E - Vai para o inferno e não voltes mais, nunca mais, em nome
(...).
AL - Agora, é Allida quem fala.
E - Em nome da Santíssima Trindade, nós te ordenamos, que nos diga
Allida, se Akabor partiu.
AL - Ele cá já não está. Partiu. Lúcifer e a sua pandilha vieram
buscá-lo.
Contra: Judas Iscariotes (alma condenada)
J - Se eu a tivesse então escutado! (aponta para cima). Ela estava
perto de mim (geme com uma voz horrível).
E - Quem é que estava perto de ti? Fala, em nome (...).
J - Ela, lá de cima (aponta para cima), mas eu repeli-a.
E - Continua Judas, diz o que tens a dizer em nome da Santíssima
Virgem! Diz a verdade e só a verdade!
J - Eu sou o mais desesperado de todos (geme).
DESCIDA DE JESUS AOS INFERNOS
E - Judas, agora tens de ir-te!
J - Não! (geme).
E - Em nome desta Rainha que tu recusaste, em nome de Nossa
Senhora do Monte Carmelo tens que voltar, agora para o inferno!
J - É preciso que recitem todos os Mistérios Dolorosos e o Credo.
(Quando rezávamos E desceu aos infernos). Judas exclamou:
J - Ele desceu... lá abaixo, Ele foi!
E - Cristo foi ao Limbo? Diz a verdade, em nome (...).
J - Ele desceu até ao inferno e não apenas até ao Limbo, onde as
almas esperavam.
E - Por que é que Ele foi ao inferno? Diz a verdade, em nome
(...).
J - Para mostrar que também morreu por nós.* Isso foi terrível
para nós. Ele foi ao reino da morte, mas foi também ao inferno... Realmente ao
inferno. Foi preciso que Miguel e os Anjos nos encandeassem para impedir que
nos precipitássemos sobre Ele (aponta para o alto e resmunga). Eu não gosto de
falar nisto, nem sequer de ouvi-lo, fui culpado da traição a Cristo. É
necessário que canteis: “ Vejo-te Jesus, silencioso...” e: “Como me arrependo
dos meus pecados.” estas duas estrofes e em seguida uma estrofe do cântico
Stabat Mater: “ A Mãe de Cristo, de pé, junto a Cruz.” (As pessoas presentes
entoam os cânticos).
J - (Durante os cânticos, solta gritos horríveis de desespero): Se
me tivesse arrependido! Se me tivesse arrependido!
* Jesus morreu por todos os homens. É Judas, uma alma condenada,
que está a falar e não um demônio, como no caso anterior de Akabor.
LUTA CONTRA JUDAS
E - Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamos-te, em nome da
Santíssima Trindade, que voltes para o inferno!
J - Não..., não quero ir (geme). Estou muito bem nesta mulher. Em
grande parte, ela é obrigada a participar do meu desespero.
E - Judas, em nome (...) afasta-te dela, vai para o inferno, para
a condenação eterna, onde é o teu lugar, em nome (...).
J - Mas eu não quero.
E - Sai Judas Iscariotes, em nome da Mãe de Deus!
J - Ela (aponta para cima), ainda agora teria piedade de mim, se
pudesse. Ela amou-me, ela amou-me! Sabeis o que isso significa? (geme
angustiado).
E - Grita o teu nome, Judas Iscariotes, e vai-te em nome (...).
J - Eu sei que Ela me amou (murmura penosamente).
E - Tu não quiseste, tu não lhe obedeceste. Ela queria salvar-te
para a eternidade, para o Céu. Ela desejou o melhor para ti. Agora vai-te, em
nome de Nossa Senhora de Fátima!
J - Não! (Grita cheio de desespero).
E - Judas Iscariotes grita o teu nome e vai-te. Vai-te agora, para
o inferno, em nome do Salvador Crucificado, que tu traíste, em nome dos seus
sofrimentos, em nome da sua Agonia no Jardim das Oliveiras.
J - É preciso recitar três vezes: “ Santo, Santo, Santo...”. (As
pessoas presentes recitam-no e cantam: Abençoa ó Maria!) Enquanto isso, Judas
grita com uma voz terrível: “Não! Não!”
E - Nós te ordenamos em nome da Santíssima Trindade (...)! (Judas
arranca a estola do Padre).
J - Não! (com uma voz terrível).
E - Em nome da Santa Padroeira desta mulher, vai-te agora, Judas
Iscariotes!
J - Tendes que pôr todas as relíquias “na mesa”. Ninguém me obriga
a ir-me tão facilmente! Eu sou o ... (solta um gemido terrível)
E - Em nome dos cruéis sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo
(...)!
J - Eu não quero ir-me embora, não quero! Deixai-me; deixai-me
(horríveis uivos).
E - É Nossa Senhora da grande Vitória quem te ordena!
J - Se eu a tivesse escutado!
E - Nós te ordenamos em nome da Santíssima Virgem, da Igreja Católica...
J - Isso não serve de nada (grunhe com uma voz cavernosa).
E - Em nome da Santíssima Trindade (...)!
A REALIDADE DO INFERNO
J - Se eu não tivesse perdido a esperança! O inferno é horrível!
Se eu não tivesse perdido a esperança! (gritos de desespero, que metem medo).
E - A Santíssima Virgem ordena-te que te vás embora, em nome do
Crucificado, em nome do preciosíssimo Sangue!
J - Deixai-me ficar mais uns momentos nesta mulher!
E - Não! Sai, em nome de todos os Santos Apóstolos, em nome (...).
J - Não quero. Não. Não... (berra com uma voz cheia de ódio)...,
mas eles chegarão em breve (refere-se aos espíritos infernais).
E - Vai-te agora, Judas Iscariotes, em nome de Nossa Senhora do
Monte Carmelo. Ela te ordena que vás para o inferno, para a condenação eterna!
J - (os seus gritos prolongados comovem): Não, não!... (geme com
voz terrível e emite sons de desespero).
E - Em nome das Sete Dores de Maria, em nome da Santíssima
Trindade... Vai-te para o inferno!
J - Mas eu não quero, não quero! (berra horrivelmente).
E - Em nome da Santíssima Trindade, da Imaculada Conceição, Mãe de
Deus, nós te ordenamos que voltes para junto de lúcifer!
J - (Com voz arrastada e lastimosa): Não! (O seu grito é horrível
e desesperado). Não, não! Eles também não me querem no inferno. (De repente,
Judas grita com desespero): lúcifer socorro! (os Sacerdotes recitam um novo
exorcismo e duas ladainhas).
E - Em nome da Santíssima Trindade, nós te ordenamos que vás para
o inferno por toda a eternidade!
J - Ó espíritos infernais ajudai-me! Ajudai-me para que eu não
seja obrigado a ir-me embora! Despacha-te, Akabor! Ajuda-me... Oh, oh,
despachai-vos! (geme queixoso).
E - Judas Iscariotes, vai-te em nome (...).
J - Lúcifer, tu é que me mandaste, tens portanto que me ajudar!
E - Nós te ordenamos Judas Iscariotes, em nome (...).
J - (grita desesperado): Eles vêm... Vão chegar em breve... Sabeis
como os temo, sabeis? (refere-se a lúcifer e aos seus ajudantes).
E - Nós, Sacerdotes da Igreja Católica, nós ordenamos-te, em nome
da Santíssima Trindade, da Santa Cruz, da Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus
(...) vai-te Judas Iscariotes! (Nesta altura os Sacerdotes recitam três vezes:
“Santo, Santo, Santo...” e o Glória ao Pai. Neste momento, Judas, pela boca da
possessa, fala com voz de homem).
J - Não! Oh, oh
(geme)... Se nós a pudéssemos matar já! Como gostaríamos de o fazer. Já há muito
que decidimos que ela devia ser morta (refere-se à possessa).
E - Nós te ordenamos, em nome da Santíssima Trindade, que não a
mates. Afasta-te agora, afasta-te em nome (...) e especialmente São Miguel!
J - Não, Miguel, tu não deves... (uiva como um animal e solta
gemidos horríveis). Eles aí vêm... Eles vêm!...
E - Em nome da Santíssima Trindade... Grita o teu nome, Judas
Iscariotes, e vai-te!
J - Eu... Eles aí vêm! Eu... Judas... Iscariotes!... Eu... Judas
Iscariotes tenho que ir, tenho que ir! Tenho que ir... Tenho, tenho, tenho!...
Eles aí vêm... Eles aí estão! (uiva e grita com uma voz medonha). Estão aqui os
espíritos malignos! (chora)... Lúcifer, lúcifer! Vai-te embora lúcifer!...
Tenho medo de ti, vai-te embora! (grita com uma voz horrível).
E - Vai-te, agora, Judas Iscariotes, em nome...
J - Ele vem... ele vem...!
E - Em nome da Santíssima Virgem, vai para o inferno, para sempre,
e nunca mais voltes!
J - Eles aí vêm... Eles aí estão... (grita e geme horrivelmente).
Tenho que ir! Eles recebem-me!
E - Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, grita o teu
nome e parte!
J - Já o gritei. Eu, Judas Iscariotes, tenho... de ir-me embora.
“Judas Iscariotes!” (ouvem-se quinze gritos prolongados, horríveis, capazes de
fender a alma)... Não, não, não... Não quero ir embora!
E - Nós te ordenamos, em nome da Igreja Católica, em nome da
Santíssima Trindade (...).
O INFERNO É MAIS HORRÍVEL DO QUE SE PENSA
J - Oh, este desespero! Este desespero horrível! É horrível! Não
podeis imaginar como o inferno é cruel. Não fazeis a mínima idéia de como é
medonho lá embaixo! Não sabeis como é!
E - A culpa foi tua. Vai-te, Judas Iscariotes, em nome (...).
J - (grita e suspira): Tenho um lugar horrível! Um canto horrível,
lá embaixo. Oh... Oh! Dizei a todos que tenho um canto horrível!... Vivei
honestamente! Vivei honestamente!... É pavoroso!... Por amor ao Céu fazei tudo
para alcançar o Céu, mesmo que para isso seja preciso ser torturado por
instrumentos de suplício durante mil anos (grita). Escutai, devo dizer ainda
isto: se tivésseis que passar mil anos de suplício, agüentai, agüentai! O
inferno é terrível, é terrível! Ninguém sabe como o inferno é horrível. É muito
mais atroz do que pensais... é medonho!... é pavoroso! (Judas pronuncia todas
estas palavras com uma voz que faz tremer, entre cortada, de um desespero
indiscutível).
E - Em nome de Jesus disseste tudo agora?
J - Tenho ainda que acrescentar uma coisa, mas preferiria não o
fazer: há tantas pessoas... Que já não crêem no inferno... Mas... Mas...
(ameaçador)... Ele existe! O inferno existe. É horrível!
E - Sim, o inferno existe.* Diz só a verdade, em nome (...).
J - Oh... Ele existe... o inferno! É medonho! Tenho que me ir em
breve, mas tenho que dizer ainda isto (grita e gane como um animal).
E - Mas, agora, é preciso que te vás embora. Em nome (...) sai
desta mulher!
J - O inferno é muito mais medonho do que se pensa... O inferno é
muito mais horrível do que se pensa...! O inferno é muito mais horrível do que
se pensa...! (os seus gritos são de ensurdecer).
E - Fala, em nome (...)!
J - (Grita e geme): Oh!... Se eu pudesse ainda voltar atrás... se
eu pudesse ainda voltar atrás!... Oh... Oh! (chora dum modo inexprimível).
E - Sai desta mulher, sai, em nome (...)!
J - Oh! Eu não quero ir lá para baixo. Tende piedade... Deixai-me
continuar nesta mulher!
E - Não! Não! Em nome (...) vai-te embora!
J - (geme): estava bem melhor nela. É que assim ela teria que
carregar com grande parte do meu desespero. Deixai-me ainda ficar nesta
mulher... É horrível para mim. para mim é horrível estar no inferno (geme com
voz ofegante). Oh! Deixai-me ficar ainda nesta mulher!
E - Não! Em nome (...).
J - Ela ainda pode agüentar-me (com um imenso desespero). Ela pode
muito bem agüentar-me.
E - Sai dela, em nome (...).
J - Que pensais!... Lá em baixo é muito mais horrível!... Oh! Oh!
(geme). Dizei isto... Dizei isto a todos os jovens, a todos os heréticos,
absolutamente a todos: o inferno existe. (a voz é penetrante, capaz de causar
calafrios). Oh! (grita), é “lixadamente” horrível! Se tivesse escutado a
Santíssima Virgem e não tivesse passado a corda à volta do pescoço! Se tivesse mantido
a esperança. Se não a tivesse perdido (fala com uma voz desesperada... Mas
todos dizem isso, todos os condenados dizem o mesmo quando chegam lá abaixo.
Mas, então, já é demasiado tarde. Só acreditam quando já é demasiado tarde.
E - Vai-te, em nome da Santíssima Trindade, em nome de todos os
Santos Anjos e Arcanjos e do Arcanjo S. Miguel!
J - E Miguel é terrível para nós. Miguel é terrível! (grita com
uma voz odiosa).
E - Vai-te, em nome do Santo Cura d'Ars, em nome de todos os
Santos exorcistas e em nome da Igreja Católica!
J - (grita): JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! Tenho que partir! (solta
rugido terrível).
E - Agora, vai-te Judas Iscariotes, em nome da Santíssima
Trindade, volta para o inferno para sempre, volta para a condenação eterna!
J - Eles aí vêm, aí vêm (geme e chora cheio de desespero). Eles aí
estão... Adeus, adeus, felizes homens... Felizes! Vou-me embora... porque a
isso me obrigam. (chora e lança rugidos de fender a alma).
E - Nós te ordenamos, em nome (...) vai para o inferno!
J - (ruge desesperado como um leão): Vou! JU-DAS IS-CA-RI-O-TES!
E - Sai e vai para o inferno, em nome (...)
J - (lança gritos penetrantes, ofegantes, desesperados, de
repente, aponta para cima com o dedo, e diz): Ela ainda me concede um curto
espaço de tempo. A sua missão (da possessa) ainda não está acabada.
* A existência do inferno é um dogma da Igreja definido no IV
Concílio de Latrão (1215) e explicado em muitos documentos do Magistério.
3 - NOVO EXORCISMO DE 17 DE AGOSTO DE 1975
E - Quando é que sais? Fala Judas! Fala agora, em nome da
Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
J - Eu era Apóstolo (fala com uma voz sombria, rouca, como voz de
homem).
E - Em nome de Jesus, continua!
J - Fui um traidor.
E - Continua... Nós já o sabemos... Em nome de Jesus!
J - Hoje, também há traidores entre os Bispos, com uma única
diferença: eu traí abertamente e eles podem camuflar-se.
E - Isso é verdade? Em nome (...)!
J - Sim!
E - Não estás a mentir? Em nome (...)!
J - Não! Pensas que digo isto de boa vontade?
E - Obrigaram-te a dizê-lo? Em nome (...), diz a verdade!
J - Sim.
E - Em nome de quem?
J - No d'Ele, nesse maldito (aponta para cima)... Infelizmente!
E - Quando é que te vais embora? Diz a verdade, em nome da
Santíssima Trindade!
J - Tenho ainda algumas coisas a revelar.
E - Então fala agora. Diz tudo o que tens a dizer em nome de
Jesus!
J - Entre os Bispos de hoje há quem seja tão traidor como eu. Se
não são...
E - Nem todos. Diz a verdade, em nome (...).!
J - Nem todos, mas muitos. É mais fácil cair nas suas malhas do
que nas minhas.
E - Continua Judas, diz o que tens a dizer, em nome (...)!
BISPOS NO MAU CAMINHO
J - Devo dizer que, atualmente, há muitos Bispos que já não se
encontram no bom caminho. A esses não é necessário obedecer. A obediência tem
muita importância. Mesmo no Céu, a obediência está escrita em maiúsculas. Mas
agora, chegou o tempo dos lobos devoradores.
E - Continua Judas, em nome (...).
J - Qual é o cordeiro que se atira para as goelas do lobo? Não se
deve obedecer a lobos.
E - Em nome de Jesus, continua, continua, em nome (...) em nome
dos Santos cujas relíquias estão sobre a tua fronte, que não foram traidores,
continua!
J - Qualquer homem foge quando o lobo chega. Agora, é o tempo dos
lobos! Muitos Bispos transformaram-se em lobos devoradores, que já nem sabem o
que dizem; a esses, não se deve obedecer. O próprio Céu já não exige obediência
nestes casos.
E - Judas, em nome da Santíssima Virgem, continua!
J - Só se deve confiar no Papa.
E - Continua agora em nome de Jesus!
J - O Papa Paulo VI, não pode mandar publicar os seus documentos,
porque serão desmentidos e falsificados.
E - Continua a falar em nome (...).
J - Deve rezar-se diariamente ao Espírito Santo, de contrário
corre-se o perigo de cair no fosso ou nas goelas dos lobos.
E - Continua Judas Iscariotes, em nome de Jesus! Que é que tens
ainda a acrescentar, relativamente ao Papa? Diz o que tens a dizer, da parte do
Céu! Só queremos saber o que o Céu e a Mãe de Céu querem que digas!
J - Pensas que direi outras coisas! Pensas que me agrada revelar
isto?
E - Fala, em nome de Jesus, diz apenas a verdade, que o Céu e a
Mãe do Céu querem que digas!
ECÔNE ESTÁ NO BOM CAMINHO
J - Ecône triunfará.
E - Que é que disseste? Repete Judas Iscariotes! De quem é que
estás a falar? Em nome de Jesus, diz a verdade e só a verdade!
J - Após um longo combate, Ecône triunfará.
E - Fala em nome de Jesus!
J - Ecône encontra-se no único bom caminho.
E - Isso corresponde à verdade? É o Céu que diz? Fala em nome de
Jesus.
J - Ao referir que está no bom caminho, isso não significa que não
haja mais ninguém no bom caminho; mas o caminho que Ecône segue é o único bom.
É isso que queremos dizer: não há muitos caminhos que sejam bons, mas há muitas
pessoas que estão no bom caminho. Ecône está no caminho certo, e muitas pessoas
que não conhecem Ecône, mas que procuram a verdade, também o estão.
E - Continua, em nome (...) diz o que tens a dizer!
J - Monsenhor Lefébvre terá ainda de sofrer, mas ele é bom.
E - A Liturgia que ele segue é boa? Diz a verdade, em nome de
Jesus!
J -A Liturgia que ele segue é a única boa.
E - Em nome de Jesus, isso é verdade?
J - É a pura verdade.
E - Em nome da Santíssima Trindade, mentiste?
J - Não! É a pura verdade.
E - Donde é que ela vêm? Quem te ordenou que dissesses isto? Fala,
em nome (...).
J - Foi Ela (aponta para cima) que o disse: São Eles, lá em cima,
que o dizem. A verdade vem do alto. Eles, lá em cima, não gostam da nova
Liturgia. Não era preciso modificar o antigo Missal... Digo isto bem contra
minha vontade (geme e grita). Nos dias de hoje já não há a obrigação de
obedecer a todos os Bispos.
E - Ainda há Bispos bons? Em nome de (...) diz só a verdade!
J - Ainda há Bispos a quem se pode obedecer, mas não a todos!
Akabor já falou desse assunto (geme e quase não consegue respirar).
4 - EXORCISMOS DE 31 DE AGOSTO DE 1975
E - Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamos-te, em nome da
Santíssima Trindade (...) dize-nos: sois realmente obrigados a partir? Diz a
verdade, só a verdade em nome (...). Pelo poder de todas estas invocações deves
dizer a verdade e só a verdade, e também em nome das sagradas relíquias que
estão sobre a tua fronte.
J - Tenho que dizer, tenho que dizer! Em certa medida, faço parte
dos demônios. É a eles que estou agregado. Eu tinha uma posição elevada, tinha
uma posição elevada, era Bispo.
E - Continua! Diz o que tens a dizer em nome (...)!
J - Eu ocupo uma posição superior em relação às outras almas
condenadas. Já aqui disse que me deram um canto horrivelmente obscuro no
inferno. Como eu invejo... Os outros condenados humanos! Os outros... Em
comparação comigo, estão bem. Eu tenho um canto sujo.
E - Continua! Diz o que tens a dizer em nome (...)!
J - Ela (aponta para cima) bem me avisou. Ela avisou-me. E eu que
não lhe dei ouvidos, eu que não lhe dei ouvidos (lança gemidos medonhos).
E - Continua! Diz a verdade, diz o que tens a dizer, em nome da
Santíssima Virgem!
J - Se eu a tivesse escutado! Seja como for, desprezei-a. Eu não
gostava d'Ela! Eu não gostava dessa...
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Virgem! Diz
a verdade Judas, diz o que tens a dizer da sua parte!
J - Para falar a verdade, desde o princípio, não me juntei a eles
só por causa de Jesus. Eu sonhava com o poder e a realeza, e como nada disso se
realizou, fiquei desiludido!
E - Continua a falar. Diz o que a Virgem Santíssima, Mãe de Deus,
quer que digas, sobre a Igreja. Diz o que tens a dizer toda a verdade, em nome
(...)!
A SITUAÇÃO NA IGREJA CATÓLICA
J - A Igreja Católica encontra-se numa situação grave. Se Eles lá
em cima (aponta para cima) não interviessem, não poderia salvar-se. Mas é
preciso que estas palavras se cumpram: “Eu estarei convosco todos os dias, até
o fim do mundo” (Mt. 28, 20). Haverá uma depuração total, uma depuração
terrível, que não nos agrada, ouvis?
E - Continua! Diz a verdade em nome (...)!
J - A nossa ação no mundo, especialmente nos últimos tempos,
atingiu uma intensidade nunca vista.
E - Continua! Diz a verdade em nome (...) !
J - Pelo menos, desde há mil anos.
E - Continua! Diz a verdade e só a verdade! Em nome da Santíssima
Virgem diz a verdade sobre a Igreja!
J - O Papa, o Papa... É um mártir. De certo modo poder-se-ia dizer
que jaz por terra, que deseja morrer. Não deseja morrer na situação em que se
encontra. Tortura-o pensamento de que o que diz não é publicado no mundo, e é
precisamente aquilo que ele não queria que é publicado pelos seus Cardeais. Em
todo o caso, muitos Cardeais, não todos, lá continuam. O Papa tem imensa
dificuldade em atuar. Está numa situação muito pior que uma verdadeira prisão.
Nós, nós agitamo-nos, fazemos tudo o que podemos. Aliás, já fizemos muito.
E - Continua, diz a verdade, em nome (...) e só a verdade!
J - Privaram-no da sua liberdade... e assim pouco pode fazer. É
por isso que falamos dele como um réptil, só capaz de rastejar, e que já não
tem uma palavra a dizer, nem à direita, nem à esquerda, nem à frente, nem
atrás. São os outros que o fazem, os falsos, os que gostariam de vê-lo
desaparecer.
E - Continua, diz a verdade, toda a verdade e só a verdade, da
parte da Santíssima Virgem! Continua a dizer o que tens a dizer da parte do
Céu!
É UM GRANDE PAPA
J - É preciso rezar pelo Papa. Ele sofre mais do que um mártir.
Preferiria ser apedrejado como Santo Estevão. É um grande Papa, apesar de estar
forçado ao silêncio. Carrega uma cruz. Poucos são os que atingem a sua altura,
embora passe por pequeno e impotente. A princípio cometeu alguns erros, mas há
muito que os reconheceu. Agora, porém, tem os pés e as mãos atados e até a
língua. Ele clama ao Céu que queria restaurar a Ordem, deseja-o, mas os seus pés
e as suas mãos estão atados. Já nada pode fazer.
E - Diz a verdade, em nome (...)!
O PRÓPRIO DEUS INTERVIRÁ
J - Fazem dele o que querem. São lobos que uivam segundo o vento
que sopra... O que eles querem... Quere-o povo moderno... a massa. É assim que
se tornam populares. Pouco tempo depois, os bons Padres “tradicionalistas”, que
antes nunca tinham posto em dúvida o pensamento do Papa, são induzidos em erro.
Mas, o que acontece, é que agora os pensamentos do Papa já não são os seus.
Nesta época de terrível confusão, o Papa já não pode fazer praticamente nada.
Agora, é preciso que o próprio Deus intervenha... E Ele intervirá, dentro de
pouco tempo, em breve.
E - Que significado tem “em breve?” Dentro de alguns anos? Diz em
nome (...) toda verdade!
J - Não, isso não. Esse momento está mais próximo, mais próximo do
que pensais.
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Virgem, sobre a Igreja e
sobre o Papa! Continua a dizer o que tens a dizer, mas só a verdade!
J - O mais doloroso para o Papa é verificar como mesmo os
Sacerdotes “Tradicionalistas” duvidam do seu pensamento, da sua vontade. Ele já
não pode fazer. Rodeiam-no de subtilezas. Mesmo que ele quisesse publicar
alguma coisa, isso nunca chegaria a sair porque controlam tudo.
E - Por que é que o Papa não fala nas audiências, nas audiências
públicas? Aí poderia falar livremente.
J - Muitas vezes já nem sequer o pode fazer, já não pode. Muitas
vezes mal sabe o que está a dizer. é assim que, então, se dão esses erros e
confusões horríveis. É um pobre Papa. A Virgem Santíssima e Cristo têm pena
dele. Mas é preciso que ele viva o seu martírio. Há muito que ele preferiria
ser morto pelos seus próprios Cardeais a viver assim! Sabe que todos estão
contra ele. Sente-o, ele é dotado de uma grande sensibilidade. Tem os nervos
muito sensíveis. Não é um Papa enérgico, mas nesta altura também não seria
preciso um Papa enérgico. Há muito que o teriam derrubado.
E - Continua a falar a verdade, em nome da Santíssima Virgem. Em
nome (...) nós te proibimos de mentir!
J - Fazia parte dos planos de Deus a eleição de um Papa humilde,
submisso, abnegado, agora que as coisas estão assim. É preciso que se cumpram
as Escrituras. Por isso é que era preciso que viesse agora o Papa Paulo VI. Ele
foi realmente o escolhido. Só Eles (aponta para o alto) têm compaixão dele. Mas
esta situação não se irá manter durante muito tempo.* O seu martírio em breve
terá fim. Mas, para ele, já dura há muito tempo. É que para ele os dias são como
semanas, como meses. É preciso rezar por ele, rezar muito mais. É-lhe
imensamente penoso ver como a Igreja descarrila e como tudo fica sem
consistência. Podeis ter a certeza de que ele preferiria que tudo se fizesse
segundo o antigo estilo. Ele desejaria que este Concílio nunca tivesse sido
convocado. Ele bem se apercebe que tem conseqüências terríveis, devastadoras,
catastróficas, que já não poderão ser eliminadas. Nem a oração poderá deter os seus
efeitos funestos.
E - Continua, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima
Virgem, sobre a Igreja e o Santo Padre!
J - Era preciso dizer a todos os Bispos que o Papa é influenciado.
Mas eles não acreditarão, porque também eles estão cegos. De que lhes serve a
erudição e a inteligência, se estão cegos e não crêem. Neste aspecto, nós
sabemos ainda mais, sabemos ainda mais que os Bispos.
E - Diz a verdade e só a verdade, em nome da Santíssima Virgem!
J - Eles temem-se mutuamente e têm medo do povo: têm medo de serem
rejeitados. Por isso querem dançar ao som do violão do povo, mesmo que ele
toque notas falsas.
E - Continua: diz a verdade em nome da Santíssima Virgem!
J - E este violão está de tal modo desafinado que, em breve, já
não se poderá tirar das suas cordas qualquer som. E é a isto que se pretende
chamar Igreja! Compreendeis? Isto quer ainda chamar-se Igreja! Uma Igreja
maldita, perversa, confusa. Será isto uma Igreja... Que em breve ninguém
ousará, nem deverá, chamar Igreja!**
E - A frase que disseste “É uma Igreja maldita”, não é da
Santíssima Virgem!
J - Não, essa frase é nossa.
E - Diz a verdade e só o que a Santíssima Virgem quer!
J - Apesar de tudo, é a verdade. E decerto modo Ela é que quer que
eu diga.
E - Fala em nome da Santíssima Virgem e diz somente a verdade,
toda a verdade!
J - Chegamos a um ponto em que, em breve, até as seitas serão
melhores que o vosso catolicismo. As seitas, em breve, estarão em melhor posição,
pois não possuem a ciência e não são guiadas pelo Espírito Santo, como a Igreja
sempre foi. Elas dizem que é o Espírito Santo, mas na realidade o que elas
propagandeiam pelo mundo são as suas próprias idéias, da forma que mais lhes
agrada. Há ainda alguns que não querem difundir este gênero de catolicismo;
esses gostariam que as coisas se orientassem pela tradição. Eles bem o
desejariam, mas são demasiado covardes. A sua covardia é de bradar aos Céus
(aponta para cima)!
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
J - Se rezassem muito, alguns ainda compreenderiam, mas para
muitos já é demasiado tarde. Como o Céu, a Santíssima Virgem e o Santo Padre o
lamentam! Os três, Cristo, Santíssima Virgem e o Santo Padre, estão de acordo.
Só eles é que estão de acordo. Os Cardeais (pelo menos muitos) não estão. O seu
modo de agir e proceder é contrário à vontade d'Eles lá em cima (aponta para
cima) e contrário à vontade do Papa. O Papa encontra-se numa situação terrível,
terrível!
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Virgem! Diz
tudo o que tens a dizer, em nome (...)!
* Paulo VI morre em 1978, três anos depois deste aviso, com 81
anos.
** Em vez de uma Igreja de Deus, Divina, ficar-se-ia com uma
“igreja” humana, dos homens e para os homens. Se tal se concretizasse, já não
se poderia falar em igreja.
SERÁ O PRÓPRIO DEUS A DERRUBAR O MODERNISMO
J - Nós tememos o Papa, embora no fundo não o devêssemos temer
assim, pois agora o seu Vaticano é dirigido pelos Cardeais. O Papa sofre
continuamente, e assim pode salvar mais almas e fazer mais do que nós
desejaríamos.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem, e só a verdade
toda a verdade! Continua!
J - Chegaremos a um ponto que o próprio Deus será obrigado a
destruir tudo, a destruir o modernismo. E recomeçar-se-á no ponto onde se
ficou, no que era antigo, tradicional, no que correspondia à verdade e que é do
agrado dos lá de cima (aponta para cima) e não no que foi criado pelos homens.
E - Continua, diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a
verdade...
J - Se o Papa não estivesse seqüestrado e constantemente vigiado,
à direita, à esquerda e dos lados, poderia ainda continuar a governar, fazer
com que as suas palavras fossem ouvidas. Mas nestes últimos meses as coisas
pioraram. Praticamente nada chegou ao conhecimento público e o que poderia ter
saído, foi imediatamente desmentido, manipulado, mudado... até falsificado. Foi
falsificado. Meio algum, por pior que seja, os impede (aos Cardeais) de
alcançar o que têm na cabeça. Nada lhes parece ordinário, porque estamos no fim
dos tempos. Não estivéssemos nós ao leme e não tivéssemos os Cardeais sob o
nosso poder, decerto eles saberiam fazer melhor. Mas porque agitamos tanto os
espíritos e temos tantos adeptos da magia negra a fazer das suas, temos os
Cardeais, neste momento, totalmente sob o nosso domínio. O melhor que tendes a
fazer, é rezar muito ao Espírito Santo. Aliás, tudo isto já foi dito por mim e
por Akabor, a propósito da obediência. Fui eu, Judas, que disse: agora já não é
obrigado a obedecer.
A OBEDIÊNCIA NA IGREJA
E - Diz a verdade sobre a Igreja, continua, em nome (...). Tu não
tens o direito de mentir, em nome (...)!
J - É divertido: a obediência jamais foi elevada tão alto, como atualmente.
De repente, a obediência ficou na moda (ri sarcástico).
E - Diz a verdade, somente a verdade, da parte da Santíssima
Virgem!
J - Subitamente, todos apelam à obediência, agora, que ela é
fácil!
E - Diz a verdade Judas Iscariotes, não aquilo que te apetece, em
nome (...)!
J - Isto vem lá de cima. Nós somos obrigados a dizer a maldita
verdade. Agora, que é muito fácil - para aqueles que têm a mentalidade moderna,
que gostam de ter muito dinheiro e tudo o mais - a obediência veio de súbito à
baila como bala de canhão! Antigamente, não tinha de modo nenhum a atualidade
que agora subitamente adquiriu!
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Isso agrada-nos. O que é preciso é que continuem assim. Mas a
Eles lá em cima, isso não agrada. Os Seus planos são outros e, no fundo, seriam
outros, mas é preciso que o Evangelho se cumpra. Todos os Seus planos têm de se
realizar, mesmo no meio de grandes catástrofes, mesmo no meio das maiores
confusões e conflitos dos povos.
E - Diz a verdade! Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima
Virgem!
J - Todos se apóiam no Bispo, mas os Bispos não podem apoiar-se no
Papa, pois nada vem do Papa. Creio que vou terminar.
E - Diz a verdade, toda a verdade, da parte da Santíssima Virgem,
diz o que Ela nos quer transmitir por teu intermédio, Judas Iscariotes!
Continua a falar, diz tudo o que tens a dizer e só a verdade da parte da
Santíssima Virgem!
OS RITOS LITÚRGICOS
J - Em 14 de Agosto, Akabor, teve que falar do Asperges-me, que
deveria ser reintroduzido no princípio da Missa. É verdade, é verdade! Assim
somos obrigados a fugir da Igreja.
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, diz a verdade da parte da
Santíssima Virgem!
J - Se não se fizer, permaneceremos lá dentro. O Sacerdote
deveria, como era uso antigamente, aspergir os fiéis com o hissope, de uma
ponta a outra da Igreja, e isso obrigar-nos-ia a fugir, a fugir também do povo,
das pessoas.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem, toda a verdade e
só a verdade!
J - Nós também procuramos perturbar as pessoas. Quando o
Sacerdote, com o hissope, asperge de uma ponta a outra da Igreja, então as
pessoas podem rezar melhor. Este rito expulsa também as idéias e os poderes da
magia negra.
E - Da parte da Santíssima Virgem, diz a verdade!
J - A cerimônia do Asperges-me, os trinta e três Sinais da Cruz, a
Tripla formula “Senhor eu não sou digno”, e, no fim da Missa, a oração a São
Miguel Arcanjo, as três Ave-Marias e a Salve Rainha, deveriam ser
restabelecidos. A sua supressão foi obra nossa e, em certa medida, obra
daqueles que estão em nosso poder.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
MISSA TRIDENTINA OU MISSA NOVA?
J - Além disso, Eles lá em cima, (aponta para cima) gostam mais da
Missa Tridentina que da Missa em alemão e da nova Missa, porque nem tudo pode
ser traduzido dum modo absolutamente exato.
E - Referes-te à Missa Tridentina, em Latim? Diz a verdade, diz a
verdade Judas Iscariotes, só a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Os textos são difíceis de traduzir em alemão.* É assim que
aparecem essas palavras inexatas, que tiram muitas graças à Missa. Tudo o que
não é exatamente pronunciado como Cristo o quer, obtém menos graças.
Especialmente no que se refere à Consagração. As palavras da Consagração têm
que ser pronunciadas duma maneira perfeitamente exata. Não se pode mudar uma
sílaba. É preciso que tudo seja de uma extrema exatidão e rigor. Sabeis como lá
em baixo está tudo perfeitamente regulado? Nem sequer na Igreja Católica,
agora, se consegue ter uma regulamentação como a nossa.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
Continua!
* O Latim, como língua morta, não falada, que já não evolui, põe
um freio considerável, devido a sua rigidez, às interpretações fantasistas ou
às traduções falaciosas, como as que freqüentemente se encontram nos textos em
línguas vulgares. Os demônios já se tinham referido concretamente à tradução
errada da formula da Consagração. Cfr. pp. 26.
AS FESTAS CATÓLICAS
J - As festas... as festas católicas! Tudo está mudado e
desorganizado; mudaram-se as datas e as pessoas já não compreendem nada.
Antigamente, as pessoas podiam pensar com antecedência: “ Agora, vem esta ou
aquela festa”... e agora... (ri ironicamente).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Agora, as pessoas já nem sequer sabem quando estas festas se
realizam, nem em que data são fixadas. Isto é muito vantajoso para nós e é uma
perda insensata para os outros, porque havia festas para as quais as pessoas se
começavam a preparar com algumas semanas de antecedência. Agora, já não o podem
fazer, ou só muito raramente o fazem, porque já não têm as datas das festas
presentes na memória; em cada calendário figura uma data diferente. Como é que
quereis que se preparem? As pessoas não podem ir ter com os Bispos ou com os Sacerdotes
à Igreja e festejar determinada festa aí, em tal data e de tal maneira e,
depois, em casa, sozinhos, celebrarem a festa na antiga data.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - No entanto, acreditai-me, mesmo no inferno, são as antigas
festas que estão em vigor. Estão em vigor, bem mais em vigor que no vosso
mundo. Decerto já vos apercebestes disso com a festa de Nossa Senhora do Monte
Carmelo.
TODOS OS SANTOS, FIÉIS DEFUNTOS, ALMAS DO PURGATÓRIO
J - Era preciso repor todas as festas no seu devido lugar. Então,
essa dos fiéis defuntos, tem também que se lhe diga!
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - As almas do Purgatório encontram-se numa situação
terrivelmente desvantajosa. Antigamente ia-se ao cemitério. Cada oração que se
fazia, obtinha uma indulgência; deste modo, uma alma podia ir imediatamente
para o Céu. Agora isso já não acontece, ou melhor, as pessoas já não são
encorajadas nesse sentido. Isso foi suprimido pelo Clero, que afirma que essas
indulgências já não têm valor, que só uma é válida, a do dia de Todos os
Santos. Que hão-de fazer as almas do Purgatório só com uma única indulgência?
Ah! Antigamente libertavam-se milhares e milhares de almas, deveríamos dizer,
milhões... e agora? Agora, encontram-se perante uma terrível perda! Elas gritam
por socorro e ninguém lhes acode. Aproxima-se o dia dessa festa. Era preciso
esclarecer todas as pessoas a este respeito, mas elas não acreditariam. (ri
maldoso com satisfação)
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - E no fundo era uma coisa tão simples! Bastava ir ao cemitério,
lançar um pouco de água benta, dizendo uma vez: “Dai-lhe Senhor, o eterno
descanso...”, e, às vezes um Pai-Nosso ou outra oração, conforme o que
ocorresse ao espírito de cada um. Sempre que procediam assim, com reta
intenção, então, por cada oração, era realmente liberta uma alma. Agora, mesmo
os bons, que ainda acreditam nisso, são induzidos em erro, quando se lhes diz:
“Tu não podes ganhar esta ou aquela Indulgência, isso já não é valido.” É claro
que isso só nos traz vantagens a nós, os do inferno (ri maldoso).
E - Fala somente da parte da Santíssima Virgem, só a verdade e
toda a verdade!
J - E quanto a esta grande e única Indulgência, que ainda se pode
ganhar, (a do dia de Todos os- Santos, segundo os modernistas), muitas pessoas
acham os seis Pai Nossos demasiado longos. Além disso, com esta indulgência
única, já não são muitas as almas que se libertam. O próprio Deus, Ele lá em
cima (aponta para cima) há-de pôr as coisas no seu devido lugar, mas para
muitos, já será demasiado tarde, excessivamente tarde. Devo ainda dizer que
este assunto das festas dos Santos tem mais importância do que se pensa. As
datas foram rapidamente mudadas, não só as das festas dos Santos como também e muito
especialmente as festas em honra da Santíssima Virgem. De fato a festa de 8 de Dezembro
manteve-se, mas de que vale isso? Há outras festas igualmente importantes. Citemos,
por exemplo, a de Nossa Senhora do Carmelo e outras grandes festas e dias comemorativos.
Quando as pessoas não vão à Missa, nesses dias, pedir o auxílio da Santíssima
Virgem para a sua vida, recebem também menos graças. Isso representa para elas uma
grande perda e para nós um magnífico ganho. E - Fala somente da parte da
Santíssima Virgem e apenas a verdade!
OS SACERDOTES E A GRAÇA
J - Se ao menos eu não fosse obrigado a dizer isto! Eu não queria
dizê-lo!
E - Continua em nome (...) toda a verdade!
J - De fato, preferiria não continuar a falar.
E - Continua da parte da Santíssima Virgem, diz só a verdade, em
nome (...)!
J - É bem certo o provérbio (alemão) que diz: “só aquele que nada
contra a corrente é que apanha água fresca.” Muitos Sacerdotes encontrar-se-ão
em breve num pântano pestilento, fétido e sujo, e nem sequer se aperceberão
disso. Deixam que este pântano rodeie os seus corpos, e o que é ainda muito
pior, o seu espírito, e acabarão por afundar-se nele. É certo que é muito
difícil nadar contra a corrente, mas pelo menos recebe-se água fresca. Essa
água fresca representa as graças, e é isto que Eles lá em cima querem que se
receba. Com esta imagem, quer-se, sobretudo significar as almas. Obtêm-se mais
graças pela Missa Tridentina ou pela Missa latina, do que por aqueles
Sacerdotes que já não celebram convenientemente a Missa, pois assim já não há tantas
graças. Já não há uma plenitude de bênçãos nestas Igrejas porque estamos lá
nós. Dançaremos nelas à vontade e estaremos em breve lá em maior número que as
pessoas.
E - Diz a verdade da parte da Virgem Santíssima, em nome (...).
J - Em breve seremos mais numerosos, a dançar no interior dessas
Igrejas, do que as pessoas que essas Igrejas podem conter (ri sarcástico e com
uma alegria malvada).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Para cada pessoa podemos mobilizar dois ou três demônios, ou
mesmo mais, quando se trata duma alma mais piedosa (ri com malvadez).
AS MULHERES NA CAPELA-MÓR A DAR A COMUNHÃO
J - E a leitura voltada para a assembléia? É-nos extremamente
vantajosa, mas é-o ainda mais quando é feita por mulheres (ri com maldade).
E - Diz a verdade, em nome de Jesus, Judas Iscariotes!
J - Então, quando as mulheres se colocam à frente, até as pessoas
piedosas, homens ou mulheres que desejariam concentrar-se na oração, não deixam
de pensar: “Que vestido é que ela traz hoje? Como lhe fica o chapéu? Foi
recentemente ao cabeleireiro?...” (ri com satisfação maldosa).
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
J - Os seus sapatos estão na moda? Estes sapatos são 3 ou 5
centímetros mais altos que os antigos? Usa meias escuras ou claras? (ri a
bandeiras despregadas).
E - Judas diz a verdade e só a verdade, da parte da Santíssima
Virgem!
J - Não se vê um pouco da sua combinação? (ri sarcástico)
E - Diz apenas, o que a Santíssima Virgem tem para nos dizer, diz
somente isso e nada mais! O que acabas de dizer é da tua autoria?
J - De certo modo fui obrigado a dizê-lo. Tive que o dizer, como
complemento. No fundo é mesmo assim. É assim que as pessoas pensam e, antes de
qualquer outra coisa, reparam na sua figura. Isso é evidente. Antigamente as
mulheres usavam véu, mas há muito que se deixaram disso. Mas, mesmo que já não
usem véu, o seu lugar não é na capela-mór. O Papa e os Céus (aponta para cima)
não querem isso.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, só a verdade!
J - Mas o pior é quando as mulheres são encarregadas de distribuir
a Sagrada Comunhão. Então, já, não há mais graças e bênçãos. É que as suas mãos
não são consagradas, são mãos de mulheres. Não quero dizer que o mal esteja no
fato de serem mãos de mulheres, mas sim, no fato de não serem consagradas.
Cristo escolheu só e unicamente os homens para o Sacerdócio e não as mulheres.
Mas é o orgulho, o orgulho, o pecado original dos anjos, a razão disto.*
E - Continua a dizer a verdade, da parte e em nome da Santíssima
Virgem.
J - No fundo estas mulheres sentem-se orgulhosas por poderem dar
nas vistas a atuar lá à frente. Acreditai! Os Sacerdotes, mesmo os modernos que
dentro em breve verão tudo atirado para o caixote do lixo, acabarão por
compreender que, com todas as suas teorias e brilhantes inovações, não vão a
lado algum. Contudo, não querem voltar atrás, no caminho que tomaram. Por outro
lado, também não sabem bem como arranjar as coisas de molde a agradarem às
pessoas. E é assim que muitos Sacerdotes chamam uma mulher para a capela-mor. Pensam
que é mais um motivo para atrair as pessoas (ri sarcástico), pois as suas
Igrejas são ocupadas até um terço da sua real capacidade!
E - Judas Iscariotes continua a falar da parte da Santíssima
Virgem e diz só a verdade!
J - Estão cada vez mais próximos do protestantismo; quer dizer, o
protestantismo é, em certa medida, melhor que a Igreja Católica moderna.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - O protestantismo! Eles não sabem mais nada; eles não sabem
mais nada desde que as coisas ficaram assim, mas os católicos!
E - Continua a falar da parte da Santíssima Virgem, Judas
Iscariotes!
J - Os protestantes estarão em breve mais próximos de Deus que o
catolicismo moderno: Eles não sabem mais, como já disse, mas de certa maneira
podem vir, a saber. Os homens inteligentes reconhecem que a Igreja Católica, a
boa, bem entendido, é a verdadeira Igreja. Muitos converter-se-iam. Mas, na
situação em que a Igreja se encontra atualmente, eu diria, ou melhor, nós os do
inferno diríamos que o protestantismo em breve se encontrará numa melhor
posição.
* Belzebu no Exorcismo de 7 de Novembro de 1977 acrescentaria
isto: “ O mundo de hoje quer ser aprovado. Quer pôr as mulheres na capela-mór,
no altar, mulheres espampanantes e metediças. E isto apesar da Mãe de Deus
nunca ter tido uma função na Igreja, apesar de Cristo não querer que a mulher
entre no Santo dos santos, como castigo, porque o pecado original vem de Eva e
foi ela que caiu em primeiro lugar, Cristo disse isto um pouco antes de Sua Paixão...”.
É preciso lembrar que o ato de dar a Comunhão é em si mesmo um ato de sacerdócio
e é por isso que compete normalmente ao Sacerdote.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem, e
só a verdade!
J - E quanto à pregação! Há lugares onde as homilias são feitas
por mulheres. Ele, lá em cima, (aponta para cima), não quer isso.
E - Continua, diz a verdade e só a verdade da parte da Santíssima
Virgem!
J - Deus quer que a homilia seja feita por um homem consagrado,
porque assim a pregação tem maior efeito sobre os fiéis. Uma mulher não
consagrada está longe de ter a mesma eficácia, abstraindo mesmo do fato das
pessoas não se concentrarem nas suas palavras. Uma mulher que prega não pode
ser boa, não pode pregar com seriedade, pois se tivesse um espírito sério e
fosse boa, não se dedicaria a pregações. A Imitação de Cristo, as virtudes à Cruz
e os Santos, são assuntos atualmente pouco abordados na Missa ou nas homilias. Mesmo
os Sacerdotes consagrados já não se lhes referem a maior parte das vezes.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem e
diz só a verdade!
J - Se esta mulher não aprofundar ao máximo o tema da sua
pregação, como poderão as pessoas tirar algum proveito dela? Quando, muito,
poderão acorrer-lhes pensamentos estranhos. Nem sempre isso acontece, mas dum
modo geral pode dizer-se que uma pregação dessas é tempo perdido.
O PADRE VOLTADO PARA OS FIÉIS
J - O Padre voltado para os fiéis também não é bom, sobretudo para
as mulheres. Passa-se o mesmo que com as mulheres na capela-mór. Agora, são as
mulheres que se interrogam: como são seus cabelos? Está bem penteado? Terá ido
ao barbeiro? Repara, agora tem o cabelo frisado e antigamente, não. Que belos
dentes, tem! (ri irônico).
E - Continua a dizer a verdade em nome da Santíssima Virgem e só a
verdade!
J - Os paramentos ficam-lhe bem, ele é ainda tão jovem... Pena que
seja Padre (ri jocoso)... etc... Mas se ele celebrasse voltado para o altar,
estes pensamentos não ocorreriam às mulheres: Quando ele se virasse, depois
delas terem rezado, já nada disso teria importância. Deus bem sabe por que é
que a Missa deve ser celebrada de costas viradas para o público.
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, e só a
verdade! Continua!
J - O Sacrário devia estar no centro. Que significado tem, ao
entrar-se numa Igreja moderna, ser-se primeiro obrigado a procurar o Sacrário?
Não se sabe se está à frente, se atrás ou de lado. Em muitas Igrejas
constroem-se mesmo Sacrários que não se sabe se são tocas de raposa (ri com
malvadez)...
E - Diz a verdade e só a verdade, sob as ordens da Santíssima
Virgem, Judas Iscariotes!
J -... Se cofres-fortes (mal pode conter o riso).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, só a verdade, sob as ordens
da Santíssima Virgem!
J - Agora há também muitos que fazem Sacrários de qualquer
maneira, em ferro. Claro que também poderiam ser utilizados carris do caminho
de ferro (ri maldoso).
E - Diz a verdade, só a verdade, em nome (...)!
J - Um tabernáculo - Estais a ouvir-me? - Deve ser dourado. Isto
é: nem o ouro, nem as pedras mais preciosas seriam dignas de encerrar o que ele
encerra. Estariam bem longe de ser merecedoras do que ele abriga. É uma
vergonha, mesmo nós lá em baixo, temos de reconhecê-lo, é uma vergonha ver as
Igrejas e Tabernáculos que os homens constroem.
E - Diz a verdade, acaba com o riso, diz a verdade sob as ordens
da Santíssima Virgem!
A DANÇA NOS LUGARES SAGRADOS
J - E que dizer das Igrejas onde se celebram Missas à tarde ou
mesmo de manhã e onde em seguida se realizam bailes! Devo falar de sexo, e não
apenas de dança, porque na maior parte dos casos em que há dança, há erotismo.
Poderia dizer-se que não há um único baile onde não se cometam pecados, quer
corporais, quer espirituais, ou onde não se dê ensejo a que se cometam mais
tarde. A dança é invenção nossa. Mas agora são os próprios Sacerdotes católicos
a promover estas festas e estas danças. Para que as pessoas ainda vão às suas
casas, têm que lhes oferecer estes divertimentos. Então, a palavra de ordem é:
cerveja a jorros dança e música (ri novamente cheio de satisfação).
E - Diz a verdade e só a verdade, em nome (...)!
J - Chegaremos ao ponto, ou melhor, chegamos ao ponto de certos
Padres que ainda se dizem católicos, mas que já há muito o não são, chamarem às
suas Igrejas adeptos de certas seitas, digamos, da missão pentecostista etc...,
para que eles dêem testemunho das suas patranhas. Se não é o Espírito Santo que
reina, somos nós (e em certa medida é a magia negra) que reina. E as pessoas
estão tão cegas que já não sabem para onde fica o Leste ou o Oeste. Claro que
para nós, isto é como “um campo ceifado.” São assim os Sacerdotes que temos
atualmente.
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Virgem, e só
a verdade, somente as verdade sob as ordens da Santíssima Virgem!
A ARTE RELIGIOSA
J - Sim, a Santíssima Virgem! Isso também tem que se lhe diga. De
fato, coloca-se a sua imagem a um canto ou bem ao fundo, de maneira que se veja
o menos possível. Muitas vezes existe uma pequena imagem da Virgem, de mau
gosto (se é que se consegue compreender de quem é a imagem). Quanto às imagens
modernas, na maioria dos casos não se sabe se trata da mulher de um “gangster”
ou de algum lá de cima (aponta para cima).
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, diz a verdade!
J - Nos lugares onde ainda existem imagens belas da Santíssima
Virgem, as pessoas são mais facilmente impelidas à oração. É por isso, que Eles
lá em cima, querem que...
E - Continua a dizer a verdade sob as ordens da Santíssima Virgem,
diz tudo o que tens a dizer sob as Suas ordens!
J - ... Apareçam belas obras de arte, pelo menos imagens boas e
belas, que “falem” às pessoas. O Sacrário deve ficar, como já foi dito, no
centro, ricamente ornamentado, dourado se for possível, arranjado de tal modo
que todo o aspecto da Igreja seja harmonioso. Que não se assemelhe a uma casota
de cão, ou (quase gostaria de o dizer) a um curral de porcos (ri sarcástico).
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem! Abdica dessas
expressões, que vêm lá de baixo!
J - Vêm lá de baixo, mas fui autorizado a dizê-las (respira alto e
com dificuldade).
E - Continua a dizer a verdade, diz tudo o que tens a dizer sob as
ordens da Santíssima Virgem! Continua a falar!
O SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO ALTAR
J - O Santíssimo Sacramento: O Santíssimo Sacramento já não é
adorado. Está totalmente posto de lado. As exposições do Santíssimo Sacramento
são agora raras. Fazem-se ainda em alguns atos de reparação e entre os
“tradicionalistas”. Fora disso são muito raras. Este Sacramento... se
soubésseis como é Grande!
E - Continua a falar em nome (...)!
J - O Santíssimo Sacramento do Altar! Se soubésseis as bênçãos que
jorram, as bênçãos que d'Êle jorravam antigamente, quando era exposto no
Sacrário e o povo, diante d'Êle, fazia a adoração reparadora! Isso era de
grande eficácia para os pecados. Todas essas coisas deixaram de existir e é por
isso que também menos almas se salvam. Não quero continuar a falar, não quero
falar mais!
E - Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz tudo o que
Ela te encarregou de dizer, mas só a verdade!
O SANTO ROSÁRIO
J - Tenho de acrescentar o seguinte (respira com grande
dificuldade): A grande maioria dos Sacerdotes estão cegos. Somos nós que os
cegamos. Mas, com um pouco de boa vontade e com muita oração ao Espírito Santo,
acabariam, a pouco e pouco, por compreendê-lo. O Rosário seria então um remédio
universal. Porém, também ele foi suprimido em quase todo o lado. Já não está na
moda, como se costuma dizer.
E - Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz toda a
verdade, diz o que tens a dizer!
J - Os Mistérios Dolorosos seriam os mais preciosos dos três. Sem
dúvida que todos os são, mas a meditação dos Mistérios Dolorosos contribui mais
para a salvação das almas. É por isso que lá em cima (aponta para cima), são
considerados os mais preciosos.
E - E os outros Mistérios? Fala, em nome (...)!
O ROSÁRIO E A IMITAÇÃO DE CRISTO
J - Também são bons. Claro que são bons e dum modo especial os
Mistérios Gloriosos, com a dezena que convida à contemplação do Pentecostes, à
descida do Espírito Santo. Todos são bons, mas os Mistérios Dolorosos são
preciosos pois estão associados à contemplação da Agonia de Cristo no Jardim
das Oliveiras, da flagelação, da coroação de espinhos, do carregamento da Cruz
e da morte na Cruz. O livro Imitação de Cristo devia ter sido fermento, devia
ter sido alimento, pão para a humanidade. Mas foi rejeitado como o foram
milhares de livros que existem. Citemos por exemplo os livros de Agreda, Emmerich,
etc... Muitos outros livros sobre a vida dos Santos caíram igualmente no
esquecimento. Mas os livros da Catarina Emmerich e Maria Agreda têm a vantagem
de pôr sob os olhos das pessoas a vida de Cristo, dum modo impressionante e de
lhes mostrar a pobreza extraordinária em que Jesus Cristo, a Santíssima Virgem
e S. José viveram. Se as pessoas seguissem o seu exemplo, decerto não viveriam
tão obcecadas pelo dinheiro, como tantas vezes acontece, e o orgulho não as
cegaria tanto. Haviam de compreender que as únicas coisas abençoadas pelo Céu
são a humildade, as virtudes e as obras de misericórdia como muito justamente
se costuma dizer e, sobretudo, a perfeita Imitação de Cristo e a própria
entrega de si mesmo aos lá de cima (resmunga).
E - Continua a dizer a verdade, só a verdade, sob as ordens da
Santíssima Virgem!
J - Lúcifer paralisa-me. Já não posso mais, não quero dizer mais
nada. Obrigaram-me a falar demais, a mim, Judas Iscariotes. (respira alto e com
dificuldade)!
E - Continua a dizer a verdade Judas Iscariotes!
J - A Imitação de Cristo, seria bom; a cruz seria bom. Na cruz
está a salvação. Na cruz está a vitória. A cruz é mais forte que a guerra. Oh!
Como lúcifer me atormenta por eu dizer estas coisas!
E - Continua a dizer a verdade! Lúcifer vai-te, sai desta mulher!
Tu não lhe podes fazer mal, em nome (...)!
J - Ele está nas proximidades.
E - Vai-te Lúcifer, tu não tens nada a fazer aqui! Judas
Iscariotes continua! Lúcifer não pode fazer-te mal, em nome (...)!
J - Ele atormenta-me. É unicamente graças a Ela, lá em cima (que
me amou intensamente) que ele não me tortura ainda mais terrivelmente no
inferno. Sim! Este velho, este louco, este monstro medonho.
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da Santíssima
Virgem, continua a dizer o que Ela nos quer transmitir! Lúcifer não pode
fazer-te mal!
J - Ele faz-me mal, mas não me interessa! Ficarei satisfeito se
não for obrigado a continuar a falar. Isso só me recorda as minhas próprias
maldades. Gostaria de poder voltar atrás, poder voltar atrás (suspira
miseravelmente).
E - Continua, sob a ordem da Santíssima Virgem! Diz o que tens a
dizer!
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM
J - A Congregação Mariana era bom, mas agora já o não é. Nos
lugares onde ainda existe já não é boa. Aliás, já quase não existe, porque duma
maneira geral a Santíssima Virgem foi banida das Igrejas. Atualmente, são muito
poucas as pessoas que agem segundo a sua vontade e os seus desejos. Há pouco
quem a imite e ainda menos quem pratique a Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz
Grignon de Montfort. É preciso dizer que ela é difícil. A verdadeira devoção e
a oferta de si mesmo não são fáceis. Nós tudo fazemos para impedir essas
coisas. Mas para as pessoas é a melhor coisa que podem fazer: A melhor entre as
melhores. Ela (aponta para cima) tem um grande poder, Ela protege os seus
filhos como me teria protegido a mim, se eu simplesmente o tivesse querido
(geme desesperado).
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes! Lúcifer não pode
fazer-te mal, nem impedir-te de falar. Diz o que a Santíssima Virgem tem a
dizer-nos, por teu intermédio! Tens de falar sob as Suas ordens, em nome (...).
J - Os cânticos em louvor da Santíssima Virgem, nas Igrejas
modernas, ouvem-se ainda uma vez todos os anos bissextos (geme como se
estivessem a atormentá-lo).
E – Lúcifer! Proibimos-te de fazer mal a Judas Iscariotes ou
perturbá-lo! É preciso que ele possa falar!
J - Só se ouvem uma vez todos os anos bissextos e, quando isso
ainda acontece, são cânticos que não penetram até o fundo da alma, cânticos que
não falam ao espírito. Isso é-nos muito vantajoso porque já muitas almas se
salvaram e voltaram ao bom caminho por causa dos cânticos em louvor da
Santíssima Virgem. Tomemos por exemplo o cântico “Maria zu lieben” (Para amar
Maria). Diz assim: “Tu és a Mãe, quero ser teu filho, só teu, na vida e na
morte!” (geme como um miserável). Não! Não quero dizer estas coisas!
E - Diz a verdade, em nome (...)!
J - Quero calar-me!
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, fala, em nome (...)!
J - Quero calar-me... muitos textos, nos países de língua alemã,
foram modificados pelos Bispos. O cântico “Milde Königin gedenke!” (Lembra-te
doce rainha...) é também um que nós tememos, porque contém esta bela frase:
“Deverá o mais pobre dos teus filhos deixar-te sem ser socorrido?” Estas
palavras já provocaram, em muitos, bons pensamentos e conseguiram-nos salvar no
último momento. Ou então, quando se diz: “Olhai-me pobre e miserável pecador...”
Mas para nós, no inferno, é bom que não sejam entoados. É bom, é mesmo muito bom.
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz somente
o que a Santíssima Virgem quer!
J - Depois, os cânticos em honra do Santíssimo Sacramento:
“Kommet, lobet ohne End” (Vinde, Louvai sem fim). O Stern im Meere, Fürstin der
liebe, (Estrela do mar, Soberana do Amor); há e havia centenas de cânticos
belos e bons. Mas a Igreja moderna sabe muito bem, isto é, nós sabemos muito
bem, por onde devemos começar a destruir na Igreja Católica. Nós somos
obrigados, é o velho (lúcifer) que o quer, é ele que fala, é ele que o exige.
Nós conseguimos, conseguimos agora o que sempre desejamos. Atingimos o ponto
culminante. Estamos no auge. Neste ponto só falta o Aviso. Só falta o Aviso.*
* Trata-se do “Aviso” que foi anunciado pela Santíssima Virgem em
Garabandal, em 01 de Janeiro de 1965. (Cf. o Segundo Advento, a Montanha de
Garabandal, ed. Tudo Instaurar em Cristo).
O SACERDOTE COMO PREGADOR E O SEU AUDITÓRIO
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, Judas
Iscariotes, diz o que Ela nos quer transmitir por teu intermédio!
J - Em muitos, o que falta é a humildade. Em muitos Sacerdotes de
hoje, o que falta é a humildade, porque se fossem humildes não seriam tão
covardes. Então, teriam a coragem de proceder bem, de cumprir os seus deveres,
mesmo com risco de serem humilhados, é por aí que nós temos domínio sobre eles.
Muitas coisas dependem dessa virtude. Atualmente, a humildade é escrita com
letras extremamente pequenas, tão pequenas que mal se podem ler. Está ainda
escrita em poucos, mas só em muito poucos é que está gravada com letras
maiúsculas. É claro que se esta virtude já não figura nas pregações, como é que
quereis que as pessoas a pratiquem ou pratiquem outras virtudes? Onde é que
poderá ir buscar a matéria, a inspiração, o bom espírito que deve reinar, a não
ser às homilias? Não foi um grande Santo que disse: “Quando o demônio quer
apoderar-se duma alma, não a deixa ir aos sermões?” Mas às homilias que agora
se fazem, pode o demônio, tranquilamente, deixar ir as pessoas (ri com uma
satisfação).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e acaba com o
riso!
J - Porque são sobretudo anedotas ou elucubrações sobre o
Concílio, fazendo o pregador mais o papel de conferencista que de pregador (dá
gargalhadas). Apesar disso, as pessoas estão suspensas das suas palavras. Mas
por quanto tempo ainda?
E - Diz a verdade em nome (...)!
J - Bebem as suas palavras e crêem sem hesitar em tudo o que ele
diz, porque é Sacerdote e recebeu do Bispo a sua missão. Ele fala assim, lê
aquilo todos os Domingos não do púlpito, cá de baixo naturalmente, porque as
pessoas... isso também tem que se lhe diga... (volta a rir alto).
E - Diz a verdade, diz o que tens a dizer, da parte da Santíssima
Virgem, diz toda a verdade!
J - Um Padre tem... eu não quero falar disso.
E - Fora daqui lúcifer! Tu não podes fazer mal, tu não podes
impedir Judas de falar! Judas, diz a verdade, em nome (...)!
J - Um Padre tem maior eficácia quando fala do alto do púlpito, do
que em baixo, em frente do microfone. Antigamente, quando os Padres falavam do
púlpito, com a sua voz natural, as suas palavras eram muito mais eficazes do
que agora, cá em baixo, em frente de cinqüenta alto-falantes.
E - Diz a verdade, toda a verdade, da parte da Santíssima Virgem,
só a verdade. Diz o que Ela quer transmitir por teu intermédio, Judas
Iscariotes!
J - É assim, e aí é que reside toda a nossa astúcia. Quando as
pessoas eram obrigadas a olhar para o púlpito e de certo modo, é lógico que se
olhe para quem fala não se distraíam a reparar em todos os chapéus, penteados, casacos
ou gravatas. Eram obrigados a olhar para a boca, quando muito para a cabeça do
pregador. Mas agora as coisas não se passam assim. Olham para frente e são
distraídos pelos outros.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem! Lúcifer não te
pode perturbar.
J - E a astúcia de tudo isto reside no fato de se terem organizado
as coisas de forma a que os Padres já não falem do púlpito. Isso é um fato
capital, e representa para nós uma grande vantagem. A idéia de falarem à frente
foi engendrada por nós. Fomos também nós que o quisemos. E nós conseguimos, nós
conseguimos tudo! Sim, obtemos tudo o que queremos (ri triunfante).
E - Diz a verdade, só a verdade, da parte da Santíssima Virgem.
Lúcifer não poderá interromper-te, Judas Iscariotes! Fala em nome (...)!
J - Nós até conseguiremos, aliás, já o conseguimos, que as
mulheres e sei lá quem mais, possam ir à Missa com vestidos impróprios, sem que
os Sacerdotes as mandem embora. Pelo contrário, há alguns que dizem que é
preciso praticar o amor ao próximo...
E - Fala! Deita a verdade cá para fora, em nome (...)!
J - Dizem que é preciso praticar o amor ao próximo, que não se
pode julgar uma pessoa pela maneira como anda vestida, bem ou impropriamente,
mas que o que é preciso é olhar para os sentimentos do coração (ri com uma
satisfação maldosa).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Antigamente era diferente. Uma pessoa dessas, ou melhor,
dizendo, uma “descarada”, era expulsa da Igreja pelo Sacerdote. Antigamente
havia ordem, mas agora já qualquer “descarada” pode entrar (ri atrevido).
E - Diz o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer, Judas
Iscariotes. Só a verdade, só o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir por
teu intermédio!
J - O que depois se passa, quando estas pessoas estão na Igreja, é
absolutamente normal (interrompe-se).
E - Continua a dizer a verdade em nome (...).
J - Quando algumas pessoas deste gênero estão na Igreja, as
cabeças andam num rodopio. Viram-se para a direita, para a esquerda, para a
frente, para trás, esticam-se e voltam-se na direção do que desejam ver (ri
alto). Com tudo isso, a oração não tarda também a desaparecer (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
J - Então a oração fica suspensa num prego ou presa num
mata-moscas (ri irônico).
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, diz a verdade, diz o que a
Santíssima Virgem nos quer transmitir!
J - E assim, a oração já nem sequer se pode libertar do
mata-moscas; quando muito contorcer-se na rede do sexo (interrompe-se).
E - Diz a verdade em nome (...)!
J - Era bom que os Sacerdotes voltassem a usar sotaina preta. Nós
já fomos obrigados a dizê-lo, as almas danadas já o disseram (*). Quando um
Padre se apresenta à paisana em camisa com gravata espampanantes (nem é preciso
sê-lo) ninguém sabe se é repórter ou... (ri irônico).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, somente a
verdade!
J -... Um diplomata, um diretor (ri a bandeiras despregadas) ou
mesmo um conferencista, que...
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, só a verdade!
J - ...que... (ri sarcástico).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, acaba lá com o
riso, deixa-te de graças! Fala agora, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - ... Ou qualquer outro “burro” à pesca de bombas eróticas.
E - Diz a verdade e só o que é da vontade da Santíssima Virgem!
J - Tudo está relacionado, tudo está relacionado! (continua a rir
com malvadez).
E - Diz a verdade sob as ordens da Santíssima Virgem diz o que Ela
quer transmitir, Judas Iscariotes!
J - É precisamente isto...! (resmunga).
E - Fala em nome de Jesus!
J - Não quero!
E - Tens que dizer a verdade! Fala Judas Iscariotes!
J - Foi o que eu fiz.
E - Tens de falar, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - Quando um Padre se apresenta em camisa desportiva, mesmo
elegante, o resultado é que qualquer “galinha choca” pode pensar que ele a
deseja. Será este exemplo digno dum Padre? Que exemplo é que dá um Padre nestas
condições? Quantos erros não se os verificaram últimos anos por causa disto?
Quanto mal não se poderia ter evitado se os Padres ainda se apresentassem
vestidos com o seu verdadeiro, primitivo, antigo, bom e tradicional... (resmunga).
E - Diz a verdade em nome da Santíssima Virgem, diz o que tens a
dizer! Fala!
J - ... não apenas bom... (geme).
E - Diz a verdade! Fala! Que a verdade total saia cá para fora!
Fala Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - ... mas conveniente traje ou...
E - Continua em nome (...)! Lúcifer, tu não tens o direito de o
atormentar!
J - ... na sua sotaina (**) sacerdotal, no seu traje... ou nem sei
como dizê-lo. Tomemos, como exemplo, os beneditinos. A muitos Padres ficaria
muito melhor o hábito de S. Bento do que um fato à civil, desmazelado, que
jamais poderá representar o que deve. Olhemos o hábito de S. Francisco com o capuz.
A quantos leigos, a simples vista deste hábito, mesmo ao longe, não sugeriria
pensamentos melhores! Nem era preciso estar junto dele. Quantas vezes não se
jogou num instante destes a salvação duma alma! Dá-se também o caso de haver
pessoas que pensam que se ainda há padres, apesar de tudo, Deus tem de existir,
pois do contrário, esses homens não usariam hábito.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem, diz
o que tens a dizer que é da vontade da Santíssima Virgem, somente a verdade!
J - E a pessoa pensa para consigo: Se é verdade que Deus existe
algo tem de mudar em mim. Que devo fazer? E toda a noite esse pensamento vai
ganhando força na sua alma; por fim, essa pessoa decidir-se-á pelo caminho que
a conduzirá a um religioso de hábito, a um homem de sotaina negra, ou a um
Padre de hábito beneditino... sei lá como é que eles se chamam. Isto só vos
traria benefícios, a vós e ao mundo inteiro. Seria imensamente vantajoso para
as almas. Só por isto, milhares e milhares de almas seriam salvas. Quer nos
comboios, nos lugares públicos, em toda a parte, onde se encontrasse um Padre
assim, quantas mulheres, quantas pessoas, não se comportariam melhor, menos
negligentemente, ou seja, de outra maneira (interrompe-se).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes! Diz o que a Santíssima Virgem
quer que digas, somente a verdade, em nome (...)!
J - Quantos raios salutares não penetrariam, então, na alma dessas
pessoas, com este pensamento: “Ele é Padre, representa a benção Divina, o
Santíssimo Sacramento, tem todo o poder. Deus é o seu sustentáculo; nós já nada
podemos fazer, todos temos de morrer...”As coisas poderiam muito bem passar-se
assim, como eu acabo de contar. Repeti-lo mais uma vez ainda, porque...
E - Diz a verdade Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem
te encarrega de dizer. Lúcifer, tu não podes impedir Judas Iscariotes de falar,
nem sequer perturbá-lo, em nome (...)!
J - ...porque é horrível quando uma mulher em mini-saia se senta
em frente dum Padre à paisana, sem saber que ele é Padre. De fato, ela
verifica, quer pelo seu olhar, quer pelo seu comportamento, que ele tem algo de
mais elevado. Ela sente-o de certa maneira e isso leva-a a tentar aproximar-se
ainda mais dele. Nada disso aconteceria se ele usasse o traje ou hábito religioso.
Casos como este, levaram muitos Padres a desviar-se do bom caminho, a casarem
e, conseqüentemente, a abdicarem das suas funções sacerdotais. A Igreja
Católica está numa situação difícil. Atingiu o ponto zero.
E - Diz a verdade Judas Iscariotes! Lúcifer tu não tens o direito
de impedir Judas Iscariotes de falar, nem podes perturbá-lo! Judas Iscariotes,
diz o que a Santíssima Virgem te encarregou de transmitir!
J - (Só se percebem sons guturais indefiníveis e uma sensação de
estrangulamento).
E - Fala, Judas Iscariotes, em nome (...)! Lúcifer, tu não tens o
direito de perturbar; vai-te, em nome (...)!
(*) Num Exorcismo anterior, que não se encontra publicado nesta
obra.
(**) Tudo indica que a batina perturba terrivelmente o Diabo. Daí
a grande resistência em dizer o valor do traje.
SÓ A INTERVENÇÃO DE DEUS
J - Só a intervenção do próprio Deus, d'Aquele lá de cima (aponta
para cima), pode ainda salvar a Igreja. Temo-la totalmente presa nas nossas
malhas. Corre o perigo de perecer. A situação é crítica. Está encurralada pelos
modernismos, pelas idéias dos professores, dos doutores, dos Padres que se
crêem mais inteligentes que os outros. Só a oração e a penitência a podem ainda
ajudar, mas são bem poucos os que as praticam (respira profundamente e com dificuldade).
E - Diz a verdade Judas Iscariotes. Lúcifer, tu não tens nada que
estar a incomodar. Vai-te deixa Judas Iscariotes falar, em nome (...)!
O INFERNO EM TODO O SEU HORROR
J - É uma grande vitória para nós que só já muito poucos Padres
falem do inferno! O inferno em todo o seu horror devia pintar-se nas paredes.
Mesmo que o fizessem, isso não chegaria para vos dar uma pálida idéia do seu
horror. Onde é que encontrais ainda um Padre que fale sobre o inferno, a morte,
o Purgatório ou sobre qualquer outro assunto do gênero? Só muito poucos o
fazem! E estes não chegam para o exército, para a multidão de pessoas, que se
encontram no caminho da perdição.
E - Continua Judas Iscariotes! Lúcifer, tu não podes impedir nem
perturbar Judas Iscariotes quando ele fala. Ele tem que dizer o que a
Santíssima Virgem o encarrega de dizer, em nome (...)!
J- É também um dos motivos principais...
E - Continua a dizer a verdade, o que a Santíssima Virgem quer que
digas Judas Iscariotes!
J - ...um suporte a que nos podemos agarrar. O fato de já não se
pregar sobre o inferno, é-nos imensamente vantajoso. Devia falar-se dos
horrores do inferno, em toda a sua extensão, e isso não bastaria ainda. Já o
disse aqui: “O inferno é muito mais horrível que aquilo que vulgarmente se
pensa (suspira e chora).
MISSÕES POPULARES E VERDADEIRA RENOVAÇÃO
J - Se ao menos se pregassem estas coisas e se voltassem a
organizar missões populares, muitas pessoas, milhares delas, voltariam a
aproximar-se da confissão. Agora, não o fazem. Nós já tivemos ocasião de dizer
que as cerimônias penitenciais não podem de modo algum substituir a confissão.
Nós tememos as missões populares como a peste, pois já contribuíram para a
salvação de muitas almas. Os pregadores das missões populares falavam,
sobretudo do inferno, do Purgatório, da conversão e da morte. Isto levava a luz
a muitas almas: eram como uma mecha que os Sacerdotes colocavam junto das
pessoas e em que elas se apoiavam, pois ninguém ama a morte, ninguém ama o
diabo. Todos recuavam assustados e cada qual pensava para consigo: “Se as
coisas se passam assim, tenho que retomar o caminho do bem. Ele tem razão.”
Quando um Padre segue a boa e verdadeira tradição, como Eles lá em cima querem
(aponta para cima), quando ainda celebra convenientemente a Santa Missa, quando
é guiado pelo Espírito Santo, quando é muito piedoso, então as suas bênçãos e a
sua influência são muito maiores. O mesmo se pode dizer dos seus sermões. As
pregações de muitos Padres são muito superficiais. As suas Missas já não são
fonte de bênçãos abundantes, talvez de muito poucas; de qualquer modo, de menos
bênção do que no caso de um Padre piedoso. E isso é lógico. O Céu permite que
um Sacerdote que quer realmente o bem, que se deixa guiar pelo Espírito Santo,
que se entrega totalmente a Deus e que só faz o que Ele quer (aponta para
cima), possua uma eficácia muito maior e exerça uma influência também maior
sobre as pessoas que freqüentam a Igreja. O mesmo se passa com a leitura do
Evangelho e com as outras leituras, do princípio ao fim da Missa: o poder de
tal Sacerdote é muito maior, muito mais extenso, que o de um Sacerdote vulgar,
morno ou quase apóstata. Esses já não se interessam, são demasiado covardes
para celebrar a Missa e para fazer o bem como deveria ser, segundo a vontade do
Céu... Não quero falar... não quero continuar a falar.
E - Judas Iscariotes, diz a verdade, diz o que tens a dizer sob as
ordens da Santíssima Virgem! Lúcifer, tu não podes perturbar Judas Iscariotes,
tens de ir para o inferno, lá é que é o teu lugar! Judas Iscariotes, continua a
dizer o que a Santíssima Virgem quer, diz toda a verdade e só a verdade, diz
tudo o que tens a revelar.
J - (Judas geme).
E - Vai-te lúcifer! Tu não podes incomodar, nem impedir Judas
Iscariotes de falar! Judas Iscariotes continua em nome (...)!
J - É preciso que apareçam Sacerdotes corajosos. Naturalmente, era
melhor que fossem os próprios Bispos a manifestarem-se contra os abusos da
Igreja. As pessoas deviam reunir-se. Era preciso que se voltasse a dizê-lo nas
práticas, que fosse gritado do alto dos telhados. Devia gritar-se do alto dos
púlpitos tudo o que eu, Judas, acabo de dizer. Penso dum modo especial, no
Asperges-me e na bênção do fim da Missa, durante a qual se deve ficar de
joelhos! Naturalmente que se deve ficar de joelhos! A posição de pé atrai menos
bênçãos, pois não agrada a Deus. Ficar em pé, de braços caídos, talvez sem
rezar, durante a bênção final, é ofensivo para Deus. É horrível. Nós, no
inferno, revoltar-nos-íamos, se pudéssemos, mas evidentemente isso agrada-nos,
isso até nos agrada.
E - Mas fala agora, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz apenas
o que Ela nos quer transmitir.
A ANTIGA MISSA ENCERRA GRAÇAS INFINDAS
J - Se os trinta e três Sinais da Cruz voltassem, que aliás estão
relacionados com a vinda de Jesus Cristo! Tudo foi previsto, foi Jesus quem
preparou tudo assim, por intermédio do Espírito Santo. Se tudo isso fosse
restabelecido, desde a “aspersão” até a oração a S. Miguel Arcanjo, e se
voltasse a celebrar a Missa como Cristo quis, então... não quero dizer mais
nada.
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes! Tens de dizê-la, sob as
ordens da Santíssima Virgem!
J - ...então, milhares de almas que se perdem, que sofrem a
condenação eterna, seriam salvas! O erro está na Missa, principalmente na
Missa. Uma torrente infinda de graças decorria da Missa, quando ainda era
convenientemente celebrada. A Missa é o fator principal. A Missa e a Comunhão
são o que há de maior para vós, católicos. Todos os místicos, todas as
Aparições da Santíssima Virgem, têm de se apagar perante esta realidade. A
Santa Missa tem um valor infinito, incalculável. É o próprio Cristo que sobe ao
altar com toda a sua plenitude de graças, que nós tanto odiamos. Numa Missa
devidamente celebrada somos obrigados a fugir. Fugimos logo ao Asperges-me.
Servindo-nos de uma imagem, podemos dizer que nos limitamos a espreitar
receosos por uma fenda. Pelo contrário, na Missa moderna, podemos dançar à
volta, até... nem quero dizê-lo.
ESTARÁ CRISTO AINDA PRESENTE EM TODOS OS SACRÁRIOS?
E - Diz a verdade, diz o que a Santíssima Virgem quer transmitir,
só a verdade!
J - ... até na capela-mór, mesmo em frente do Sacrário. Pois já
não é em todos os Sacrários que... não quero dizer isto, não quero dizê-lo
(rosna com violência).
E - Diz a verdade, tens de dizê-la Judas Iscariotes, sob as ordens
da Santíssima Virgem! Lúcifer tu não podes perturbá-lo!
J - Eles, no Céu, lamentam que a Hóstia consagrada já não se
encontre em todos os Sacrários.
E - O quê? Diz a verdade, em nome (...)!
J - Se ao celebrar a Missa, o Sacerdote já não crê nas palavras da
consagração e não tem a intenção de consagrar, então a Hóstia não é consagrada.
É apenas pão, como dizem os protestantes e as seitas. A maioria dos Sacerdotes
“marimbam-se”, e só fazem o que o povo ordena. Querem ser elogiados no seu
modernismo e na sua presunção, que quase lhes salta pela cabeça (resmunga).
E - Diz a verdade e só a verdade, diz tudo o que tens a dizer, sob
as ordens da Santíssima Virgem, Judas Iscariotes!
J - Mais lamentável, para Eles lá em cima (aponta para cima), é as
pessoas pensarem que recebem Cristo na Hóstia... Quando é apenas pão. Efetivamente,
já não é Cristo. Isso representa uma enorme perda de graças e, assim, desviam-se
mais facilmente do bom caminho. Até pelos próprios Sacerdotes são enganados!
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Tenho também a acrescentar que Eles, lá em cima, não gostam
que se usem Hóstias castanhas. Só são toleradas em caso de extrema necessidade.
Normalmente, deve dar-se preferência a pão branco, até porque Jesus é a
Inocência personificada (respira com dificuldade).
E - Continua Judas Iscariotes, diz tudo o que tens a dizer da
parte da Santíssima Virgem! Lúcifer não pode incomodar-te. Ele tem de partir
para o inferno, onde é o seu lugar. Judas Iscariotes, continua a falar, em nome
(...)!
J - Se, quando o Papa aparece à varanda, onde tem o hábito de
falar, pudesse dizer tudo o que devia e queria, sem influências estranhas,
então os homens arrepiavam caminho. Iria ainda a tempo, mas é precisamente
disso que ele é impedido. Se ele ao menos pudesse sair, uma vez que fosse, e
dizer o que queria... mas antes seria... (rosna).
E - Da parte da Santíssima Virgem, diz a verdade, em nome (...)!
J - ...calado, se falasse livremente. Ele bem sabe que não pode
dar um passo em falso. Preferiria morrer a suportar essa situação mas, por
outro lado, tem consciência de que deve levar a sua cruz ao Calvário. Tem que
viver a Paixão até ao fim quer queira, quer não. O Papa tem que passar pela
prensa como Cristo passou, não na mesma medida, mas tem que passar.
E - Continua Judas Iscariotes, diz apenas o que a Santíssima
Virgem quer que digas! Lúcifer não te pode perturbar, tem que te deixar falar,
em nome (...)!
J - Não se acredita no que o Céu anuncia por intermédio das almas
privilegiadas, no que Ela (aponta para cima) encarrega as almas privilegiadas
de anunciar, em nome de Jesus Cristo. Também já não se acredita nas Aparições
do próprio Cristo. Jesus e Sua Mãe já afirmaram bastantes vezes, tal como
agora, que na Igreja, tudo está pôdre, mas os Bispos também o não crêem. Os
lugares das aparições, não apenas os recentes como também os mais recentes, nem
sequer são reconhecidos. Em Lourdes ou Fátima acredita-se ainda, embora dum
modo muito superficial, mas também aí as graças já não correm tão
abundantemente, pois os próprios Sacerdotes já não celebram a boa Missa.
Há...(interrompe-se).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Há certos Sacerdotes, mesmo nesses lugares, que gostariam de
celebrar uma Missa de sua invenção, pode dizer-se assim para ultrapassar os
outros. Neste aspecto, Fátima ocupará em breve o primeiro lugar e Lourdes...
E - Diz a verdade, sob as ordens da Mãe de Deus! Lúcifer não tem o
direito de te perturbar, nem de te impedir de falar!
J - ... e Lourdes não lhe ficará atrás durante muito tempo! Há
muitos católicos que já não vão a Lourdes porque acham que é antiquado honrar a
Santíssima Virgem e ir em peregrinação.
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, continua a dizer a
verdade, diz tudo o que tens a dizer, o que a Santíssima Virgem quer transmitir
por teu intermédio!
ERROS NA CONDUTA DA IGREJA
J - Se todos os Padres, sem exceção, num rasgo de inteligência,
reconhecessem como está a Igreja e qual a sua situação, ficariam horrivelmente
apavorados. Certamente modificariam a sua conduta, pelo menos um grande número
deles. Mas é precisamente este rasgo de inteligência que lhes falta, a eles que
crêem que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Estes Padres concentram-se sobre a nova Igreja. Afinal de
contas, a Igreja são eles, e podem mudar o que lhes agradar, pois o Espírito
Santo também reside neles. Deste modo, não se dão conta que desobedecem ao
Papa, o chefe da Igreja, e que tudo isso não vem dele. É que a ação do Espírito
Santo se exerce através da palavra do Papa e não por uma palavra que eles querem
virar e revirar à sua vontade (resmunga).
E - Continua Judas Iscariotes, da parte da Santíssima Virgem, diz
o que Ela nos quer transmitir, em nome (...)!
J - Naturalmente, tudo o que nós divulgamos por intermédio dos
cardeais, não vem de modo algum do Espírito Santo. (Notável síntese que
desmistifica a vaidade da atual vida Eclesiástica ao mais alto grau). E - Judas
Iscariotes, diz a verdade, diz o que a Santíssima Virgem te encarregou de
dizer; continua, em nome (...)!
J - Alguns deles serão exterminados como a erva daninha - como se
diz e tão bem no exorcismo - , mas isso não acontecerá a todos. Alguns
compreenderão ainda... Quanto aos Bispos, isso também tem que se lhe diga, os
Bispos...
E - Diz o que tens a dizer, da parte da Santíssima Virgem!
J - Eu também fui Bispo. Se eu pudesse voltar atrás, cumpriria
melhor os meus deveres, mil vezes melhor. Os Bispos...
E - Da parte da Santíssima Virgem, continua!
J - Muitos Bispos, mais valia que nunca tivessem sido! Bem melhor
seria que fossem os mais ínfimos dos leigos, em vez de ter a palavra e a cruz
porque para eles tudo isso não passa de camuflagem e...
E - Diz a verdade, em nome (...), diz o que tens a dizer da sua
parte!
J - ... põe a máscara do bem, mas por baixo só há vermes e
podridão. Até para nós, é...
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, tudo o que
Ela quer transmitir por teu intermédio, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Mas é que eu não quero continuar a falar, não quero!
E - Tens que falar da parte da Santíssima Virgem. Lúcifer não pode
impedir-te de dizer toda a verdade!
J - Já falei bastante... (resmunga)
E - Fala! Fala da parte da Santíssima Virgem! Tens de dizer tudo o
que Ela nos quer transmitir por teu intermédio!
O CASO DE ECÔNE
J - Já falei bastante, já falei bastante! O que eu disse foi o
principal. As pessoas deviam agrupar-se e, apesar de todas as perseguições,
Ecône há de triunfar. Esse maldito Ecône triunfará! (rosna).
E - Em nome de Jesus, deixa isso! Diz a verdade! Diz o que a
Santíssima Virgem quer que digas!
J - Apesar de tudo, triunfará! Que é que pensais? De onde é que
vêm tantos adeptos? Quiçá, algures do inferno? Esses adeptos vêem nitidamente onde
está o bem e como se deve caminhar. Sentem claramente que a imitação de Cristo
e o verdadeiro sacerdócio residem unicamente na renúncia, no sacrifício e no
caminho da Cruz. Eles bem o sabem, e por isso é que têm tantos candidatos ao
sacerdócio. Têm muito mais que os outros, que ainda gostariam de se vangloriar
do que têm... mas que em breve perderão a bazófia...
E - Continua! Diz o que tens a dizer da parte da Santíssima
Virgem!
J - Os modernistas bem vêem que o seu jogo está no fim e que Ecône
é superior. É por isso mesmo que o combatem (geme).
E - Deixa a estola em paz! Tu não podes fazer-nos mal! Continua,
em nome de Jesus!
J - No fundo, somos nós que estamos naqueles que combatem Ecône.
Eles próprios nos ajudam como bons instrumentos. São boas ferramentas, boas e
úteis, que não gostaríamos de atirar já fora. As suas teorias são-nos úteis no
inferno.
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da Santíssima
Virgem, e não aquilo que é do vosso agrado!
J - Nós também temos que dizer estas coisas. Tínhamos que referir
isto para que se ficasse com uma visão de conjunto. É preciso assinalar bem o
encadeamento das coisas, para que todos possam compreender... Mas agora não
quero, não quero falar mais!
E - Lúcifer não pode incomodar-te. Continua a dizer o que a
Santíssima Virgem te encarrega de dizer, em nome (...)!
J - E quanto a confissão... e ao celibato, também há que se lhe
diga! Quando um Sacerdote vive em celibato, tanto as mulheres como os homens
têm mais confiança nele, sobretudo relativamente à confissão. Se fosse casado
podia acontecer que uma dessas bruxas (ri trocista) perguntasse ao marido o que
disse a fulana de tal na confissão. Podia sentir-se terrivelmente curiosa em
saber o que disse este ou aquele, sobretudo se tivesse interesse para o seu
modo de pensar. Mas se o Sacerdote vive e persevera no celibato, se imita a
vida virginal de Cristo, então até o mais “burro” compreenderá e qualquer um
pode pensar: “Aqui, posso ir. Aqui posso dizer tudo. Nada passará daqui, tudo ficará
entre nós. Se eles conseguem guardar o celibato, também são capazes de se
calar.” Mas já não pensam assim em relação aos que são casados. Pelo contrário,
a sua opinião é bem diferente: “Este casou-se, não pode guardar o celibato,
como poderia... (ri com malvadez)... como poderia calar o bico se já nem é
senhor do seu corpo?”
E - Diz a verdade e só a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - Cristo quer o celibato. Não se pode tirar um só I ou til. Os
que se casaram devem voltar atrás, arrepender-se do seu erro... Seria melhor
que esses arrepiassem caminho, reconhecessem os seus erros, que..., mas
justamente...
E - Continua, diz o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer.
Lúcifer não pode perturbar-te. Continua a falar! Diz o que tens a dizer-nos,
sob as ordens da Santíssima Virgem, e só a verdade!
DISPONIBILIDADE PARA CONFESSAR
J - Mesmo que as pessoas queiram confessar-se, têm muita poucas
ocasiões para o fazer. O tempo destinado à confissão é, no máximo, uma hora. E
só vêm alguns velhos (ri irônico).
E - Continua, diz a verdade, diz o que tens a dizer, da parte da
Santíssima Virgem!
J - Assim o confessor sente-se desanimado e interroga-se: “Tão
poucos e só velhos? Em breve mais valerá desistir de confessar: será que também
nós teremos de enveredar pelas cerimônias penitenciais?” E então, quando os
velhos terminam de rezar, o Padre sai do confessionário e alguns dos que ainda
aguardavam pensam que já não poderão ser atendidos se não se precipitarem para
o confessionário. Assim não podem... (dá gargalhadas).
E - Acaba com o riso e diz a verdade da parte da Santíssima
Virgem!
J - ...não podem, com medo de que o confessor lhes escape, não
podem preparar-se devidamente, como aliás o teriam feito se as condições
tivessem sido outras (ri a bandeiras despregadas).
E - Da parte da Santíssima Virgem diz a verdade!
J - Não quero continuar a falar, não quero!
E - Tens que continuar, tens que falar, tens que dizer o que a
Santíssima Virgem quer! Tens que transmitir tudo o que Ela quer e nada mais!
J - Se os Padres confessassem horas seguidas, se na Sexta-Feira
Santa falassem da morte de Cristo, poderiam nessa altura aproveitar para falar
da morte do homem. Poderiam lembrar que todos têm de morrer e que devem
preparar a sua alma. Deste modo, milhares de almas poderiam ser arrancadas ao
inferno (geme como um miserável).
E - Larga-me, tu não podes arrancar-me a estola, em nome (...)!
J - Nós não queríamos fazê-lo, mas somos obrigados por belzebu e
lúcifer, que querem que vos perturbemos.
E - Belzebú e lúcifer tem que desaparecer! Judas Iscariotes, tu,
somente tu, fala da parte da Santíssima Virgem, em nome (...)!
J - Nós semeamos a confusão por toda a parte. Desde que belzebú
aqui se encontra temos um grande poder. Ele movimenta-se em todas as direções e
espalha a confusão por onde pode.
5 - EXORCISMO EM 12 DE JANEIRO DE 1976
(Contra Veroba, demônio do coro das Potestades)
E - Comandamos-te, Veroba, em nome (...) que digas a verdade, tudo
o que quer a Santíssima Virgem.
V - Mesmo os bons combatem os bons! Antigamente não era assim!
Antigamente, os bons estavam unidos! Começou a loucura que vai alcançar o
máximo! Mas tudo se tornará pior.
E - Continua, em nome (...)!
V - Atualmente, os homens já não se debruçam sobre a Sagrada
Escritura. Aliás, por toda a parte a apresentam de modo diferente, ou seja,
deformada, organizada de outra forma, traficada para agradar a cada um. Só se
deveria defender a Sagrada Escritura não falsificada, a antiga, a boa. O resto
provém de combinações e pode-se dizer que está envenenando.
E - Continua a dizer a verdade (...)!
V - A Grande Senhora, quer salvar todos os que puder. O mundo está
tão pervertido, que Ela já não pode salvar as almas em massa. No entanto, Ela
quer ainda fazer tudo o que puder. Ela ama os seus filhos, ama-os mais do que
merecem muitos deles.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
V - Se nós ainda pudéssemos ser amados com um décimo desse amor
(geme horrivelmente)! Ela ama os seus filhos, como só uma Mãe os pode amar. Esta
é a razão porque é preciso que muitos homens bons, leigos, tomem consciência de
que é necessário rezar e também sofrer pela salvação das almas, que de outro
modo se perderiam ou se afundariam ainda mais nos caminhos da perdição. A
confusão é de fato terrível, mas ainda virá a ser pior. No entanto, deveis
fazer o que Ela quer!
E - Que é que a Santíssima Virgem quer? Fala, em nome (...)!
V - Quer que persevereis neste caminho e não vos desvieis dele um
milímetro sequer, mesmo que o diabo ataque com todo o seu poder.
E - Diz a verdade, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima
Virgem e em nome da Santíssima Virgem!
V - Consolai-vos com o Papa: ele sofre ainda mais que vós. Há
muito que ele deseja que tudo chegue ao fim. No entanto, terá de continuar a
rezar e a fazer sacrifícios. Vós deveis dar-lhe o vosso apoio. Os leigos têm
também de colaborar. Neste momento é absolutamente necessário um maior discernimento
para examinar todas as idéias, mesmo as melhores, pois cada um julga-se na posse
da melhor idéia, mesmo quando falsa.
E - Continua a dizer a verdade Veroba, diz o que a Santíssima
Virgem te encarregou de dizer! Tu não tens o direito de mentir!
V - Se Ela não estivesse no Céu e se pudesse desencorajar, há
muito que teria cruzado os braços. Mas Ela é paciente, infinitamente mais
paciente do que todos os homens juntos... Oh, se Ela ainda pudesse exercer esta
paciência conosco! (geme horrivelmente). Nós, os do inferno, já deixamos de ter
esperança. A única coisa que nos resta agora é fazer revelações para vós. Ah!
Como é horrível termos de revelar agora, o que não desejaríamos.
E - Continua a dizer o que tens a dizer, em nome da Mãe de Deus!
V - Em breve, Jesus Cristo já não estará presente em todas as
Missas. Mesmo agora, Ele já não está presente em todas. Há muitos Sacerdotes
que já não acreditam na presença sacramental de Cristo, pela Consagração. É
lamentável! A Missa deixa de ser fonte de graças e quando ainda o é, é-o de
muito poucas! Se todos aqueles que se dizem Padres celebrassem convenientemente
a Missa - a Missa de Pio V - o mundo mudaria dum modo extraordinário. Infelizmente,
não é esse o caso. Por isso, continuamos a insistir junto dos Cardeais, dos Bispos,
dos Sacerdotes e, por fim, dos leigos. Um Cardeal, um Bispo ou um Padre,
continua a ser muitíssimo mais importante que um leigo, pelo menos para nós.
E - Veroba continua! Diz o que tens a dizer da parte da Santíssima
Virgem, em nome (...)!
V - Se Ela, a Poderosa, ainda pudesse chorar, - Ela pode-o nas
suas Aparições se Ela ainda pudesse chorar no Céu, a terra inteira ficaria
inundada com as suas lágrimas. Ela ainda tem piedade destes miseráveis vermes
da terra. Ela tem compaixão deles e volta a chamá-los, tenta retê-los, mas os
homens já não A querem ouvir. Como cegos, deixam-se enredar nos fios dessas
marionetes, que apenas são os nossos cartazes publicitários. Mas as pessoas não
se convencem disso. E essa é a nossa grande vantagem!
E - Continua a dizer a verdade Veroba, em nome (...)!
V - Mesmo Judas, com a sua traição odiosa, não foi tão mau como
muitos Sacerdotes dos tempos de hoje. Judas não agiu ocultamente. Ele sentia
que Jesus estava ao corrente do seu pecado. Então arrependeu-se, atirou os 30
dinheiros para o Templo e disse: “Entreguei sangue inocente.” Haverá um
Sacerdote da nossa época que procede assim? Os Sacerdotes de hoje são muito piores.
Nenhum se arrepende do mal que comete. É como uma doença contagiosa. Estão infectados
até à medula, mas ajudam-se uns aos outros para que tudo permaneça camuflado. Mas
durante quanto tempo ainda? No dia em que a verdade vier ao de cima, a vantagem
será então da Igreja e não nossa. O papel representado pela Igreja até aos
nossos dias, não pode ser atirado fora ou posto de lado como um par de sapatos
velhos e usados, ou um gibão cossado que tem de ser remendado!
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
V - É triste para a Poderosa e para o Céu ver que tantas almas
boas, que Ela ama, que andavam de mão dada com o Céu, estejam agora
paralisadas. Muitos já não sabem o que devem fazer no meio de tanta confusão.
Surge assim o perigo de, insensivelmente, enveredarem pelo caminho do erro. É
por isso que eu, Veroba, tenho que dizer o seguinte: “Deveis rezar muito ao
Espírito Santo. Nunca se reza em demasia ao Espírito Santo.”
E - Continua a dizer a verdade Véroba! Diz tudo o que tens a dizer
da parte da Santíssima Virgem!
V - Não o queria dizer! Já não quero dizer mais nada!
E - Tens que revelar tudo, da parte da Santíssima Virgem e em nome
da Santíssima Trindade!
V - Ela manda dizer: “Não desespereis, mesmo que os justos errem por
vossa culpa.” Jesus sempre disse: “Virão tempos em que aqueles que vos matarem
pensarão estar a render culto a Deus.” Esses tempos chegaram. Não sereis mortos
agora, muitos já o foram, mas vós não. É preciso que suporteis algumas
perseguições. Mas ainda virão tempos piores. Esta situação talvez já não dure
mais dez anos. Nós próprios não o sabemos ao certo. Só sabemos que já não falta
muito. O próprio Cristo disse: “Vós não sabeis nem o dia, nem a hora, em que
virá o Filho do Homem.” Estas palavras valem não só para o fim do mundo, como
ainda para os Castigos! Referem-se ainda aos castigos e também à morte de cada
homem em particular. O Aviso está incluído no castigo. Não será nada ligeiro.
Com o Aviso começará o Castigo - será, por assim dizer, a primeira parte do
Castigo.
E - Diz a verdade, Veroba, diz o que tens a dizer, mas só a
verdade!
V - Esta situação já não durará mais dez anos. Segundo as nossas
contas é bem possível que o Aviso..., mas como disse atrás, nós, no inferno,
não o sabemos ao certo* (rosna horrivelmente). As muitas orações dos fiéis têm
evitado o Castigo. De fato, é paradoxal continuar a rezar, pois com o
retardamento do Aviso e do Castigo, a confusão aumentará. Apesar disso, tereis
de rezar muito. A Virgem assim o quer, porque assim há muitas almas que ainda
se poderão salvar (grita horrivelmente).
* Efetivamente só Deus conhece o futuro. Os demônios e almas
condenadas só podem fazer previsões, mais ou menos fundamentadas, sobre os
acontecimentos futuros.
6 - EXORCISMO DE 5 DE FEVEREIRO DE 1976
(Contra Allida, demônio do coro dos Arcanjos)
A VIRTUDE E O VÍCIO
E - Diz a verdade, Allida, em nome da Santíssima Trindade!
AL - Nós estamos agradecidos aos lá de cima, por o dia do Castigo
ainda não ter chegado. É que assim temos ainda mais tempo para atacar as almas.
Eles lá em cima (aponta para o alto) têm tudo na mão. Nós, no inferno, receamos
que o grande Aviso apareça em breve.
E - Diz a verdade em nome (...)!
AL - Já desistimos de pensar nisso...
E - Diz a verdade em nome da Santíssima Virgem e em nome (...)!
AL - Porque todos os sinais que apareceram agora no mundo inteiro,
no Clero, na natureza, falam nesse sentido, nós tememos que... Que é que
pensam? Nós conhecemos também o que está escrito no Apocalipse. E se fizermos
comparações, qualquer burro terá que admitir que chegamos a esse tempo, só com
alguns pequenos sobressaltos, porque Aqueles lá em cima ainda têm piedade.
E - Diz a verdade, Allida, fala em nome (...)!
AL - Temos que dizer, porque Eles lá em cima o querem: “Não
percais a cabeça, sede firmes como o granito e duros como o ferro e o diamante,
praticai o bem passo a passo, segui a tradição. O novo já se vê aonde leva. Muitas
crianças, por exemplo, estão tão avançadas que já sabem tudo sobre sexo, mesmo antes
de largarem as fraldas... Metem-lhe essas coisas na cabeça de tal maneira que
com cinco ou seis anos já têm o crânio cheio dessas coisas. Há mesmo
instituições como jardins-infantis, escolas, etc. que não sabem fazer nada
melhor ou mais inteligente, que meter o sexo à força na cabeça das crianças. E
que se passa com os jovens na puberdade? Os pais não sabem o que fazer. Mal
ousam falar com o Sacerdote e junto dele manifestarem-se contra esta educação.
Dizem para consigo: “Ele é Padre, sabe o que faz” (rosna). A juventude já está
pervertida mesmo antes de se agüentar nas duas pernas. Assim, a última e a antepenúltima
gerações, jamais darão verdadeiros soldados de Cristo, a não ser que se faça uma
mudança completa da situação. Os jovens estariam melhor em campos de concentração
do que em certos centros educacionais, que mais não fazem do que lhes inocular
o sexo como um veneno. E tudo isso é feito com um sabor a cristianismo moderno,
que aparece como complemento. Em Sodoma e Gomorra tudo era mais visível. Nesses
tempos, a perversão não era assim inoculada gota a gota (rosna). De fato, em
Sodoma e Gomorra a situação era grave, mas eles sabiam que pecavam. Sentiam-no.
As crianças de hoje, muitas vezes, já nem sabem que pecam. Só demasiado tarde é
que se dão conta de que foram precipitados para o pecado. Os grandes responsáveis
por essa situação, os Padres, professores e educadores, não sabem senão dum modo
confuso que têm culpa na sua maneira de agir. Escutam às vezes a voz da
consciência, outras vezes pensam que é o Espírito Santo.
E - Em nome da Santíssima Trindade, da Imaculada Conceição, de
Nossa Senhora do Monte Carmelo, do Santo Cura d'Ars e de Catarina Emmerich,
continua, diz o que tens a dizer!
AS ORIGENS DO PROTESTANTISMO
AL - Jamais reinou uma confusão tão grande como agora! No tempo da
Reforma deu-se uma crise muito grande, mas o que se passou então foi sobretudo
uma cisão no seio da Igreja. Os bons continuaram do bom lado e os outros
passaram simplesmente para o Protestantismo. Mas os luteranos desse tempo eram
ainda melhores do que os maus católicos de agora. Foi, então, para a Igreja uma
grande crise, mas agora a situação é mais funesta. Então, as pessoas, mesmo os
protestantes, tinham consciência de terem agido mal. Quando se dividiram em
três grupos, Lutero, Calvino, Zuínglio compreenderam bem depressa que aquilo
não poderia ser a verdadeira Igreja, pois estes três homens viviam em conflito entre
si. Tinham consciência de que o catolicismo estava em crise, no entanto
verificavam que pelo menos os bons tinham por eles a unidade. De boa vontade
arrepiariam caminho, pelo menos Lutero, mas já era demasiado tarde. Nós (aponta
para baixo) já o tínhamos bem preso.
E - Em nome (...) diz o que tens a dizer, Allida!
AL - Fomos nós que inspiramos Lutero e foi o velho (lúcifer) que
se encarregou de Zuínglio.* Era preciso que fosse o velho a fazê-lo, até ele
alcançar o vigor de uma planta rija, que cresce como erva daninha (rosna
malicioso). Nem sequer precisa de muita chuva. Como se sabe, o mal
desenvolve-se muito mais depressa do que o bem. Pulula de todas as maneiras e
só dificilmente se pode conter. O bem é sempre mais duro e mais difícil. O bem
não cresce com tanta facilidade e mesmo quando cresce, e o interessado pensa
que já subiu bem alto, pode de repente precipitar-se lá do alto da montanha e
ser obrigado a recomeçar do zero. O mal, ao contrário, cresce e pulula como a
erva daninha, sem sofrer qualquer dano. Sobe e cresce e ninguém o pode deter. A
perversão assemelha-se a uma montanha sinistra., que tudo obscurece, tudo corrompe,
tudo sufoca e infecta. Quando o mal se instala, assemelha-se a uma epidemia,
que contamina multidões inteiras. Pelo contrário, a virtude tem grande
dificuldade em crescer. Não é tão fácil, tão atraente, tão espalhada. Mas nós
não queremos falar disto! É horrível ser obrigado a dizer estas coisas (rosna
furioso)!
* Contemporâneo de Lutero, assumiu posições mais radicais e
“ultrapassou” Lutero na maior parte das teses heréticas.
7 - EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976
Contra Judas Iscariotes (J) e Belzebú, demônio do coro dos
Arcanjos (B)
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA
E - Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?
J - Judas tem de falar.
E - Judas Iscariotes, nós Sacerdotes representantes de Jesus
Cristo, comandamos-te em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos quando é que
te vais embora. Judas Iscariotes, fala!
J - Por agora, isso é uma questão supérflua. Primeiramente é
preciso pôr os vossos assuntos em ordem (rosna).
J - O assunto que se refere à publicação deste livro (rosna de
novo). E isso ainda não é tudo.
E - Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens de falar. Diz
a verdade, em nome (...)!
J - Nós não queremos falar. Já não queremos dizer mais nada.
E - Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar, que tu traíste,
depois da Última Ceia, tens de falar agora!
J - Se eu tivesse sabido, nunca O teria traído!
E - Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu Nome, e em
nome de todos os Santos Apóstolos e Papas, que não atraiçoaram Cristo tens de
falar. Diz agora a verdade e só a verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!
J - O que está impresso, está em ordem, mas isso não é ainda tudo.
E - Então que é que falta? Diz a verdade em nome (...)!
J - É precisamente isso que nós queremos dizer: Ide para casa,
ide-vos embora.
E - Não, agora não vamos para casa! Agora tem de falar Judas
Iscariotes e Belzebú. Nós vos ordenamos que digais só a verdade! Em nome (...)
tendes de dizer o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir por vosso
intermédio. Sob as suas ordens tens de falar! Que é que é preciso ainda dizer?
J - Como nós (aponta para cima) A odiamos!
E - Sim, mas em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo, tendes de
dizer a verdade!
J - (geme) Não nos podeis exigir isso!
E - Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana. Todo o inferno lhe
deve obedecer!
J - De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo, Ela deve...
(geme como um miserável), Ela lá está com coroa e cetro e sobre a coroa tem
essa cruz (os seus gritos comovem). Oh! Como A tememos!
E - Em nome da Santíssima Virgem, diz-nos tudo o que nos tens a transmitir,
mas só a verdade!
J - Nós não queremos que uma mulher mande em nós, não queremos.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...) diz toda a
verdade!
J - Tenho de repetir coisas que já foram ditas e tenho de
acrescentar coisas novas.
E - Judas Iscariotes, diz tudo o que a Santíssima Virgem te
encarregou de dizer, em nome da Santíssima Trindade (...)!
J - Sem entrar em pormenores, Veroba disse que as vossas orações
eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso já teria surgido. No entanto, o
verdadeiro motivo deste retardamento é outro: é para que mais alguns homens
ainda se salvem.
E - Continua a falar, diz o que tens a dizer da parte da
Santíssima Virgem, mas só a verdade. É Ela quem agora te ordena, Judas!
J - A Santíssima Virgem quer que este maldito livro seja
largamente difundido. E isso era só o que nos faltava; que todo o mundo
soubesse o que nós tramamos. As pessoas, poderiam talvez mudar de vida,
começariam certamente a mudar de vida, começariam certamente a duvidar de tudo
o que nós propagamos através de Roma, e voltar-se-iam para a antiga tradição.
Só nos faltava mais esta, só nos faltava mais esta.
E - Continua a falar, em nome da Santíssima Virgem. Diz só o que
ela quer que transmitas! Fala agora! É tudo?
J - É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos outras
coisas.
E - Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens de falar para a
Igreja!
J - Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote de lixo.”
E - Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que jamais perecerá,
em nome (...)!
J - Bem! Não tenho outro remédio senão falar.
E - Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Vós não
tendes poder para destruir a Igreja.
J - Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro quero continuar
com o tema que estava a tratar. Da Igreja falaremos mais tarde!
E - Então fala, Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem
quer, em nome (...)!
J - Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer coisa ao
assunto do sexo e aos problemas da juventude. Ela quer que todos saibam que é
preciso falar do altar, sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as
virtudes (respira com dificuldade); que é preciso que todos saibam, como a
culpa pesa... ouvis?... como pesa e aonde conduz.
E - Que culpa, fala em nome (...)!
OS PECADOS DOS HOMENS
J - A culpa dos pecados em geral e de cada pecado em particular.
Poder-se-á falar de cada um destes pecados separadamente, em sermões
diferentes, ou agrupá-los num mesmo sermão, como for mais útil a cada um, mas
antes deve invocar-se sempre o Espírito Santo.
E - Judas Iscariotes, fala em nome da Santíssima Trindade (...),
Judas, fala!
J - É preciso que a juventude, que os crentes, tomem consciência
da gravidade do pecado, como ele é imensamente grave e funesto, de onde vem e
aonde conduz, como vem, como poderia evitar-se, o que é preciso fazer para o
atenuar, para o eliminar completamente. (geme).
E - Judas Iscariotes, continua a dizer a verdade da parte da
Santíssima Virgem, da Rosa Mística!
J - Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é um dos
pilares mais sólidos, em que assenta a vida cristã. É preciso proclamá-lo dos
púlpitos e não ao microfone. Mil microfones não substituem o púlpito. Quando um
Padre fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente suspensos da Palavra de Deus.
Não olham para a frente, para trás, para os lados, numa palavra, evitam
qualquer possibilidade de distração e podem concentrar-se muito melhor.
E - Mas tudo isso já foi dito aqui segundo a vontade da Santíssima
Virgem!
J - Sim, já foi dito, mas é preciso que eu volte a repeti-lo, é
preciso que seja referido mais uma vez.
E - Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes? Ainda te
lembras? Fala em nome (...)!
J - Sim, em 31 de Outubro.
E - Continua, continua em nome (...)!
J - A culpa é muito maior do que qualquer um de vós o poderá
imaginar. Nós, os demônios, somos horríveis. Temos medo uns dos outros. Temos
um aspecto horrível. É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao
menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a isso somos obrigados! Temos
que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos
encarar. Quando somos obrigados a olhar o pecado ou a culpa nos homens,
apodera-se de nós um grande terror. Podereis assim imaginar a gravidade da
culpa, que consegue aterrorizar nos, a nós demônios, habituados a tantas
coisas, que permanecemos dia e noite neste horrível tormento, que somos
obrigados a contemplar hora a hora, minuto a minuto, este espetáculo, terrível
entre os terríveis. O pecado aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a
gravidade da culpa, sobretudo diante d'Aquele que está lá em cima (aponta para
cima) e cuja majestade ultrapassa. Tinha de dizer isto (geme dum modo
lastimoso)!
A MAJESTADE DE DEUS
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes e só a
verdade...)!
B - Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta para o alto)! Não é
Judas que o diz, é Belzebú. Sou eu, Belzebú, quem a partir deste momento vai
falar.
E - Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade de Deus.
Fala, em nome (...)!
B - É que Judas não contemplou a majestade de Deus. Isto é, ele
viu a humanidade de Deus e a partir dela conseguiu deduzir algo da sua
majestade. Mas Judas não viu Deus na sua grande majestade, como eu o vi
(suspira). Sabeis como é? Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia.
Mas pude compreender a sua grandeza e uma grande parte foi-me dada a sentir e a
conhecer. Nós não possuíamos ainda a beatitude total perfeita, mas já tínhamos
atingido um grau elevado. Mas tínhamos inveja d'Ela (aponta para o alto), nós
não queríamos dar-Lhe o prazer de nos governar ou dominar. Daí deriva o que irá
seguir-se.
E - Continua a dizer a verdade Belzebu, em nome da Santíssima
Virgem, que te ordena que fales, mas diz só a verdade!
B - De fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente superior.
E - Fala Belzebú em nome do Pai (...) e sob as ordens da Imaculada
Conceição!
B - Foi precisamente a mim que Ela escolheu para dizer isto. Se
Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela quer que seja eu. Agora, escutai bem!
Tenho de falar, Ela obriga-me.
E - Tanto melhor. Fala em nome (...)!
B - Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá está, quase que me
esmaga. Foi assim: a princípio, com os Apóstolos, quando Ela, a Mãe (aponta
para cima), vivia ainda, foi Ela por assim dizer, a orientadora da Igreja, que
começava a dar os seus primeiros passos. Ela tinha que rezar para que a Igreja
se desenvolvesse convenientemente, para que se desenvolvesse como (rosna)...
E - Em nome do Pai, do Filho (...) diz a verdade!
B - ...como devia desenvolver-se, segundo a vontade do Espírito
Santo. Ela ficava dia e noite de joelhos, rezava para que a Igreja crescesse e
se libertasse do Antigo, isto é, da lei mosaica e que a circuncisão
desaparecesse. Ela compreendia que a circuncisão fôra conveniente numa determinada
época e que, segundo a lei dessa época, tinha sido necessária. Mas depois da vinda
de Cristo e da Sua obra, já não o era. Jesus Cristo ainda se submetera à
circuncisão, mas Ele não queria que ela continuasse. A partir desse momento
existia o Santo Sacrifício da Missa (rosna).
E - Belzebú, continua, sob as ordens da Santíssima Trindade, do
Pai (...) da Imaculada Conceição, sob cujas ordens, hoje, tens de falar!
B - A Santíssima Virgem estava presente, quando os Apóstolos
celebraram a primeira Missa. Depois da Ascensão de Cristo, a Santíssima Virgem
participava sempre da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos e recebia a Sagrada
Comunhão. Preparavam-se durante horas para a Santa Missa. Quem é que procede
assim, nos tempos de hoje? Poucos ou nenhuns. Muitas vezes os Apóstolos
preparavam-se dias inteiros só para a celebração de uma Missa. Certa ocasião, a
Santíssima Virgem retirou-se durante dez dias para rezar dia e noite. Então foi
levada ao Céu e pôde contemplar a majestade infinita de Deus. Deus, a
Santíssima Trindade, ordenou-nos a nós, lá em baixo, que subíssemos do inferno
(aponta primeiro para baixo e depois para cima). Ainda não era a esfera
celestial perfeita, mas já era uma esfera superior. Fomos obrigados a subir e a
contemplar essa criatura, quer o desejássemos, quer não. A Santíssima Trindade
obrigou-nos a contemplá-La, na sua majestade, quase perfeita. A sua majestade e
esplendor eram maiores do que quando a tínhamos visto anteriormente. A Santíssima
Virgem vencera, tinha-nos vencido. Vimo-La revestida de Sol. Seja como for, vimo-La
em grande majestade, com a lua a Seus pés, isto é, o mundo. O mundo inteiro é significado
pela lua, que Ela tem aos pés, e como adversário a serpente, que nos representa
a nós. Como nós suplicamos a Deus! Como nós implorámos a Majestade Divina, que
afastasse aquela visão! Até Lhe suplicámos que nos precipitasse imediatamente
ao inferno, a fim de que nos pudéssemos afundar nas esferas infernais, de tal
modo nos era difícil suportar o seu olhar! Mas Ele não nos deixou partir.
Tivemos ainda de suportar uns momentos aquele olhar terrível (solta gemidos
cheios de desespero).
E - Fala em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Não podeis imaginar o tempo que passamos em deliberações para
descobrir a melhor forma de enfraquecer ou molestar, nem que fosse só um pouco,
aquela criatura! (aponta para cima). Mas nada conseguimos. Ela vencia-nos em
toda a parte. Era soberana em toda a parte. Durante anos, durante séculos, deliberamos,
para vencer o que podíamos o que poderíamos fazer, quando Ela lá estivesse. E
quando isso aconteceu, nós nem sequer A reconhecemos imediatamente...
E - Não A reconheceram imediatamente?
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser Ela. Sentimos
que devia tratar-se duma criatura extraordinária, incrivelmente virtuosa, sobre
quem não tínhamos qualquer poder. O porque, não o compreendemos logo (rosna e
geme violentamente)... nem compreendemos quem se escondia lá atrás. Eu, Belzebú
e Lúcifer, convocámos todo o Conselho.* Quando tivemos a certeza absoluta de
que era Ela, deliberámos longamente, dia e noite, a ver o que poderíamos fazer
para A prejudicar. Até convocámos os melhores mágicos. Ordenamos que A (aponta
para cima) molestassem, no seu corpo e na sua alma, para que a sua força
enfraquecesse, a sua oração não nos fosse tão desastrosa, e para que deixasse
de exercer um poder tão grande. Nós já víamos que seria Ela quem teria, mais
tarde, a Igreja nas mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era preciso
(resmunga). Ela tem um poder imenso, porque Ela é a criatura mais perfeita e a
mais amada por Deus. Foi um ser duma perfeição incrível. Depois de Deus, está
milhares e milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o seu esposo, S. José,
que estava milhares e milhares de vezes acima dos outros homens, era-lhe ainda
imensamente inferior. Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os
feiticeiros concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo tentaram, mas Ela
perseverava na oração e continuava imperturbável. Apercebia-se certamente do
que fazíamos, mas nada conseguimos. Não conseguimos molestar esta terrível
criatura, pois Ela não estava submetida no pecado original como o resto da
humanidade. Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe poderia fazer mal.
Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos molestar as criaturas humanas, e dum
modo especial, os possessos. Mas sobre Ela, os mágicos infernais não tinham
qualquer influência. Acometeu-nos então uma fúria infernal, um furor louco de
que só o inferno é capaz, quando verificamos que todos eles nada podiam contra
esta criatura incompreensível, predestinada por Deus. Então precipitamo-nos
sobre mágicos e feiticeiros e neles descarregámos todo o nosso furor. Receberam
o dobro do mal que Lhe (aponta para cima) deviam ter feito (geme).
E - Continua Belzebú, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar agora.
Diz a verdade!
B - É para mim um tormento horrível que tenha de ser eu a falar
destas coisas. Precisamente eu!
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade! Tu não tens o
direito de mentir!
B - Deixa-me em paz. A mulher (refere-se à possessa) tem quase um
ataque cardíaco; deixa-me em paz!
E - É a Santíssima Virgem que te ordena...
B - Nós não queremos falar mais, não!
E - Tens de falar! Fala!
B - Não, deixa-me em paz! (rosna). E - Tens que falar agora, em
nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Não se pode descrever a fúria do inferno quando se viu que
todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como nada tínhamos conseguido, voltamos
a refletir na maneira de A molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos
perversos e tudo o mais. Ela é mais poderosa do que nós. É que Ela era uma
criatura escolhida por Deus, escolhida dum modo especial. Enquanto a Terra
subsistir até ao fim do mundo, nunca se encontrará ninguém que se assemelhe, e
desde o começo do mundo até a eternidade jamais haverá alguém que se lhe possa
igualar. E Ele, lá em cima (indica os Céus), não podia ter imaginado nada mais
atroz, não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que obrigar-nos a subir
a essa Esfera para nos apresentar esta criatura. Isso foi para nós uma terrível
derrota (fala em tom lamuriento). Teríamos preferido ficar no fundo do inferno,
no meio do fogo mais cruel, a ser obrigados a contemplar essa... Nós não
podemos dizer o que queremos, mas se isso fosse possível, gostaria de usar
expressões bem mais injuriosas. Ela não o permite.
E - Diz a verdade! Tens de falar em nome da Santíssima Virgem, em
nome da Santíssima Trindade!
B - Sermos forçados a contemplar esta criatura, revestida da maior
Santidade com coroa e cetro, eleita pelo Altíssimo (lança gritos medonhos), foi
ultraje para nós. Tenho ainda essa visão diante dos olhos. E essa visão de
então, enlouquece-nos ainda (grita). É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o
mesmo se passa com os outros. Ainda agora isso nos faz saltar de raiva. Quando
pudemos, foi mais uma autorização que uma ordem, voltar ao inferno, lançamo-nos
em fúria uns contra os outros. Podeis imaginar como nos maltratamos... pois
era-nos insuportável ter de nos ver uns aos outros. É horrível sentirmo-nos
dominados por uma criatura assim, por uma mulher! É horrível! É uma loucura! Relacionado
com esta ocasião, devo acrescentar mais uma coisa... (uiva e grita dum modo horrível).
Quando Ela foi chamada a colaborar na formação da Igreja, fundada por Seu
Filho, mergulhava de tal modo na oração que o Todo-Poderoso teria vontade de
segurá-la nas Suas mãos, tal era o Seu deleite.
* Palavra que utiliza a grande vidente espanhola Madre Agreda. Foi
durante um 2º Conselho diabólico, depois da morte de Jesus, que se estabeleceu
o novo plano de domínio do mundo. O demônio fala aqui no primeiro Conselho,
realizado depois de verificarem a identidade de Maria e de suspeitarem da Sua
Missão.
A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS
Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado de um outro,
inclinaram-se diante d'Ela e chamaram-lhe a atenção para a necessidade de
escreverem os Evangelhos. Invocaram longamente o Espírito Santo e perseveraram
dias inteiros em oração. Rezar assim, já não é vulgar nos dias de hoje, a não
ser em circunstâncias e lugares extremamente raros. Sim, rezaram dias inteiros,
assaltaram o Céu com orações, para saber quem seria escolhido para escrever os
Evangelhos. E então a Santíssima Virgem designou Lucas, João, Marcos e sei lá quem
mais para escrever essa “porcaria.” Como isso nos contrariou. Podereis imaginar
tudo o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus, Marcos, Lucas e
João? (rosna furioso). Pensai apenas que estes quatro foram escolhidos pela
Santíssima Trindade e pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade. Nem
mesmo Pedro foi encarregado de o fazer. Nem ele. Ele era a pedra, tinha a
missão geral de tudo, e a Igreja fora fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos
Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados.
E - Diz a verdade em nome (...)!
B - Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a forma de uma
pomba, e foi assim que os quatro tinham sido escolhidos. Todos viram. Mas agora
não quero continuar a falar.
E - Tens que falar, em nome do Pai (...), em nome da Imaculada
Conceição, tens de falar agora; continua Belzebu!
B - Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar a Santíssima
Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em especial a vida de Cristo,
compreendeis? É Ele que deve ser glorificado, é Ele que deve estar sempre no
primeiro plano. Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis apenas a Encarnação
e o Nascimento de Cristo, o que é indispensável. Deixareis de lado o resto.”
Embora eles estivessem ao corrente e tivessem visto coisas extraordinárias e elevadas
não puderam escrevê-las. Isso foi para eles um sacrifício. Mas Ela queria
apagar-se por humildade, para que o Filho de Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o
qual a Igreja fora fundada, ficasse no primeiro plano. Mas Ela, a Mãe de Deus,
é o grande sinal de Deus e, em certa medida, simboliza também a Igreja. Ele,
Jesus, ama a Igreja como uma Esposa. Então, para os dois Apóstolos não ficarem tristes,
disse-lhes que Cristo mais tarde haveria ainda de falar d'Ela, através da
humanidade ou através não sei de quem (lança gritos horríveis).
E - Maria de Agreda.
B - (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhaste: Maria de Jesus, de
Agreda. Disso não sabemos mais do que vós. Sim, nós amaldiçoamos esses livros,
nós tememo-los. E ser ainda obrigado a confessá-lo... * (rosna e grita
ansioso).
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade em (...)!
O COMEÇO DA IGREJA
B - No maldito começo da Igreja fui deixado de lado. A Santíssima
Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos. O papel desempenhado por Ela
(aponta para cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário. Nós nada
pudemos fazer. Muitas vezes mergulhava na oração, dia e noite, pelos Apóstolos,
para que eles fizessem as coisas como deviam ser feitas. Para que nós não os
vencêssemos, Ela rezou muitas vezes dia e noite. E freqüentemente ficava dia e noite
de joelhos, sem comer (resmunga desesperado). É por isso que Ela agora goza de
um poder tão grande. Isto são verdades sublimes que nós somos obrigados a
revelar-vos. Nós bem gostaríamos que este livro saísse sem esta parte (gane
como um cão).
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós não queremos dizer estas coisas, não queremos... e também
não queremos continuar a falar. Eu, belzebu, não quero continuar a falar.
E - Tu, Belzebú, tens de continuar a falar em nome da Santíssima
Trindade, em nome da Imaculada Conceição (...)!
B - Então Ela disse que queria ficar em segundo plano. Queria-o
unicamente por humildade. Em parte alguma queria aparecer em lugar de destaque,
embora fosse uma criatura poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer. Ela
estava e está a uma enorme distância, acima de nós, a uma grande distância dos
vossos Anjos. E quando eu digo, distância, não me refiro a uma distância em
léguas, mas a uma que se perde no infinito. Isto significa “tão longe”, que há
uma distância gigantesca entre os Anjos e Ela (geme). É uma criatura
terrivelmente majestosa, mas quis permanecer escondida. Procedeu assim para mostrar
aos homens que também eles deviam permanecer ignorados, como também deviam ser
humildes. Mas os homens não procedem assim. Nada fazem em relação ao que Ela realizou
e ao que foi realizado graças a Ela...
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Embora os homens não possam nada, não sejam nada, gostam que
falem deles, enquanto esta Criatura, infinitamente predestinada, não queria que
falassem dEla. Portanto, apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo vantajoso.
Pois começaram a aparecer seitas (ri maldoso) que não reconheceram esta
Criatura. Se Ela tivesse dito abertamente quem era, se os Apóstolos tivessem
relatado os milagres extraordinários obtidos por sua intercessão e se tudo isso
figurasse nos Evangelhos, essas seitas não teriam crescido como a erva (solta
gemidos). Apareceram então milhares de seitas, seitas que combatem ferozmente a
Santíssima Virgem, seitas que combatem os católicos, unicamente porque estes
reconhecem esta Criatura predestinada. Elas combatem esta Mulher porque crêem
que esta maneira de proceder (dos católicos) põe Cristo em segundo plano. No
entanto, Ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar. Tudo o que fez, foi por
Ele e pela Sua Igreja. Ela manteve-se sempre no escondimento e isso foi para
nós uma grande vitória. No entanto, procedendo assim, ensinou a humildade, e
isso constituiu para nós uma grande derrota. Mas isto só é conhecido dos
católicos. Por amor de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que Ele
reinasse e tivesse um papel primordial. Mesmo no que respeita aos seus
sofrimentos, só aceitou um papel de segundo plano, o que era indispensável. Os
Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a ver como Ela se humilhava, como
tudo previa extraordinariamente, quanto sofria, o que era obrigada a suportar e
a padecer. Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos. Se ao menos, não tivesse
sido tão humilde! Mas coube-nos ainda esta vantagem, que deu origem às seitas.
Mas também isso foi permitido por Deus.
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito em
1665. Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa
Postal, 595 - EP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná.
E - Em nome do Pai... da Imaculada Conceição, da Rosa Mística,
tens de falar agora belzebú, tens de dizer toda a verdade!
B - A partir desse momento apareceram as seitas. Os seus adeptos
pensavam que Maria desempenhara apenas um papel marginal, que fôra escolhida
apenas para receptáculo d'Esse que está lá em cima (aponta para cima), e que
poderia agora desaparecer como uma velha...; não me deixaram utilizar a
expressão.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós somos delicados. Nós não usamos palavras “muito
grosseiras.” Apenas os condenados humanos as dizem. Nós somos mais delicados
que esses. Devo acrescentar outra coisa que me ocorreu agora. Quando Judas foi
obrigado a falar, no dia 31 de Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta
mulher (a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma vez dissemos, Judas
está no canto mais sombrio. Ele é o desespero personificado. Quando Judas foi
obrigado a falar, não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram os
condenados humanos que riram da malvadez (grita). É preciso que nunca esqueçais
isto: Judas nunca ri. Nós tínhamos que dizer isto. Esta observação refere-se às
revelações de Judas, em 31 de Outubro.
E - E agora tens mais alguma coisa a acrescentar? Continua, sob as
ordens da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade (...)!
B - Sim, esta charlatã... E agora chego ao ponto de questão, mas
não quero dizer, não quero dizê-lo.
E - Fala Belzebú, em nome da Santíssima Trindade!
B - A propósito do começo da Igreja devo acrescentar que embora os
Evangelhos pouco contenham sobre a Santíssima Virgem, mais tarde, inspirados
pelo Céu, em visões e revelações, grandes Santos lançaram muita luz sobre a
vida e obra d'Essa que está lá em cima (aponta para cima). Um dos maiores é a
Catarina Emmerich, que nem sequer ainda foi canonizada (ri maldoso). Ela não
foi só uma das almas mais sofredoras, mais humildes, mais missionárias, como é também
uma das maiores Santas do Céu. A outra é Maria de Jesus Agreda. Viveu em
Agreda. Era Abadessa. Já os seus pais se tinham retirado para um convento
(rosna)... tinham prometido consagrar-se à vida religiosa. Eles é que obtiveram
a sua filha, a sua predileta, a graça de ter essas malditas visões.
E - Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o ponto essencial
a que te referiste!
B - Como os Evangelhos contêm muito pouco sobre a Santíssima
Virgem, é seu desejo que nos confusos tempos que correm, que do alto dos
púlpitos se recomende a leitura dos livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não
deviam faltar em nenhuma família católica. Todos deviam possuir esses volumes
(grita desesperado).
E - Continua a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome da
Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar!
B - Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros não devem
faltar em nenhuma família católica, que deveriam mesmo recomendá-los aos
protestantes. Quando os leitores verificarem toda a riqueza destes livros, não
tardarão a compreender que Ela...
E - Continua em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Ela é uma Criatura eleita e predestinada, uma criatura duma
grandeza imensa jamais atingida por qualquer mortal. Os Sacerdotes devem fazer
compreender aos fiéis que é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos,
pelo mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis compreender a nossa
derrota em toda a sua extensão e amplitude, tal como a grandeza e dignidade
desta criatura, que nos esmaga a cabeça (range os dentes). Ela quer (lança gritos
horríveis)... não quero falar, não quero falar (chora)... É que não posso auxiliar
Aquela que está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o “velho”,
(lúcifer) quer. Não quero falar.
E - Mas tu tens de falar em nome (...), em nome da Imaculada Conceição,
em nome da Anunciação da Santíssima Virgem, em nome de S. Miguel Arcanjo, tens
de falar!
B - Isto está fora do nosso campo de ação, não é nada conosco! Nós
temos a missão de seduzir os homens. Não queremos conduzi-los ao bom caminho.
Por estes livros os homens seriam levados a trilhar caminhos melhores (grita).
E - Continua! Tens de falar em nome da Imaculada Conceição, em
nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo! Tu não podes mentir! Continua!
B - Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem viveu e
morreu. Para conhecer os planos eternos de Deus, tanto quanto esses planos
podem ser conhecidos pelos homens, é lá que se encontram as fontes seguras e
dignas de fé. Aí, os fiéis verão o fundamento de todas as coisas.
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Reconheceriam n'Ela (aponta para cima) uma criatura universal,
acabariam por render-se perante tanta humildade e dignidade. Até nós A tememos,
nós próprios temos que capitular perante tais atributos. Quanto mais vós,
criaturas humanas, que não passais todos de poços de imundície! Não valeis um
pataco! Nós somos muito superiores... quando mais Ela (aponta para cima).
E - Em nome (...) continua!
B - Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo da sua
dignidade, precipitar-vos-íeis imediatamente no pó e é bem contra a minha
vontade que eu digo isto! Nós vimos, fomos obrigados a vê-la, fomos obrigados.
Não desejamos que A venhais a ver, pois nós queremos que vos precipiteis bem cá
para baixo e não para cima. Também as pessoas instruídas, os acadêmicos,
deveriam ser informados sobre esta Maria de Jesus Agreda, antes de se juntarem aos
Sacerdotes para combater os “tradicionalistas.”
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe, imensamente
longe de conceber uma tal dignidade, a não ser dum modo aproximado, mesmo que
leiam estes livros. Mas devem ser lidos por vós, em nome de Deus. Vós não
podeis passar sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós padres, deveis anunciá-lo
a todas as criaturas. Tenho que repeti-lo. É preciso proclamá-lo do alto dos
púlpitos. Essa, que está lá em cima, quer que estes livros sejam conhecidos nos
quatro cantos do mundo. Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich, alma
expiadora. Tinha de estar sempre deitada de costas, tais eram as suas dores e
sofrimentos. Não teve nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu todo
o Dülmen estava em chamas. Quando de todos os lados acorreram com os carros dos
bombeiros deveriam ter visto naquilo um sinal do Céu... mas os homens são
estúpidos. Que sabem os homens? Nada compreendem... são estúpidos como cepos.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá, pode
apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens, esses, só tem lixo e palha.
E - Continua, diz a verdade em nome da Imaculada Conceição, em
nome da Bem Aventurada Virgem Maria e de S. Miguel Arcanjo!
B - Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja, fez
vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por ela. Já em pequenina, a sua
capacidade de sofrimento era enorme. Nós tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão
pequenina e já fazia Via Sacra, e imitava à letra a humildade d'Aquela que está
lá em cima... Ah!... e a cruz, cruz também, tal como Aquela, que está lá em
cima. Foi uma grande Santa. Nós receávamo-la muito e, por isso mesmo, queríamos
destruí-la, mas não o conseguimos. Ela safava-se sempre, embora tivesse sofrido
doenças mortais, que oferecia sempre pelos outros, para que eles pudessem obter
ainda a graça de se converterem. Só morreu quando Aqueles lá em cima (aponta
para cima) verdadeiramente o quiseram, pois foram Eles que acolheram a sua alma
venerável, a sua alma santa... porque ela era uma Santa... no Céu. Há no Céu
muitos santos, quero dizer muitos Santos canonizados por Roma, que são menos
santos e menores que ela. Ah! Como é horrível ser obrigado a confessá-lo!
E - Sim, continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Se ela for canonizada, pensamos nós, então os seus livros
serão conhecidos. Enquanto não o for, os seus livros não serão tão bem aceitos.
É por isso que os Bispos não querem ouvir falar deles. Talvez um ou outro já os
tenha lido, mas isso são fatos isolados, sem conseqüências. Devo ainda
acrescentar que ela é uma Santa poderosa no Céu (chora). Há muito que os seus livros
deviam ter sido difundidos pelo mundo inteiro. É preciso que vós também o
proclameis do alto dos púlpitos. E agora não digo mais nada, mais nada (gane
como um cão).
E - Fala em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventura Virgem
Maria, em nome de S. Miguel Arcanjo!
B - Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida e Morte da
Venerável Catarina Emmerich que deve ser difundido. Deveríamos atar esses
livros às costas das crianças para que aprendessem a caminhar com a cruz que o
Senhor pôs no seu caminho. Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer a
Via Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feridos, ensangüentados, tudo para
a glória do Seu Rei Crucificado. De manhã a mãe tinha de lhos ligar, e nem
sequer sabia de onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva). Catarina foi
uma grande alma sofredora. No seu quarto, o frio era glacial. É que ela era
muito pobre e mesmo quando os seus lençóis estavam lisos com o frio e, no meio
deles, ardia com febre, nunca pedira para lhos mudarem. Ela queria viver a sua
Paixão e oferecê-la humildemente. Onde é que se vêem, hoje em dia, almas assim?
Religiosas compadecidas substituíam-lhe os lençóis. Catarina não o teria
exigido e acabaria por morrer de frio ou ficaria entorpecida. Ela tudo
suportava pelo seu Senhor Crucificado. É inimaginável o que ela fazia por Ele. Ela
é uma poderosa Santa que nós sempre tememos. Sentimos repugnância por estas
pessoas, que renunciam a si mesmas, seguem voluntariamente o caminho da cruz e
tudo oferecem pelos outros. Há grandes santos que fazem muitos milagres, que
são considerados grandes aos olhos do Senhor, que têm o dom de ler nas
consciências, como ela aliás também tinha, mas como ia dizendo, embora esses
possam ser mais conhecidos, embora a eles acorram milhares de pessoas, embora
sejam grandes santos, não se lhe podem comparar e não se lhe comparam. Era uma
alma sofredora, humilde, apaixonada por Deus. Deus amou-a e glorificou-a dum modo
muito especial e é por isso que Ele quer que seja canonizada.
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter sido.
Deve-se falar às pessoas dos seus livros e das suas numerosas visões e
revelações. É preciso que o façais por amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Ela desejava-o e o próprio Jesus o deseja também. Dos seus
textos, devereis citar em primeiro lugar A Dolorosa Paixão de Jesus Nosso
Senhor. Este livro também não devia faltar em nenhuma família, sobretudo numa
família que se preze de ser católica (geme). Mas chega de conversa por agora!
E - Tens de continuar! Em nome do Pai (...) em nome da Imaculada
Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, de todos os
Santos Anjos, tens de falar Belzebú!
B - Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam a estas duas
grandes Santas visões e revelações para que chegassem ao conhecimento dos
fiéis. Estes devem recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e
transmitirem-nas aos outros. Não se trata de uma anedota, mas de algo muito
sério, muito grande, que já foi profetizado pela Santíssima Virgem, quando
disse outrora aos Apóstolos: “Deus proverá, o Céu proverá, para que o meu nome,
no devido tempo... (gane como um cão).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - ...venha a ser glorificado e conhecido e que tudo o que deve
ser revelado a meu respeito, o seja na devida altura.” Agora já é a altura.
Estamos agora em pleno Apocalipse. E Ela é o Grande Sinal. É por isso que as
pessoas devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas mais especialmente em
Maria de Jesus, se fala do Apocalipse, do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.
E - Continua a dizer a verdade, diz o que tens a dizer da parte da
Santíssima Virgem, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo e de todos os
Santos Anjos e Arcanjos!
B - Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como gemidos)
compreenderiam facilmente que a hora chegou. Compreenderiam melhor o Apocalipse
e o que está escrito na Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens
são imensamente estúpidos, deixam que tesouros tão valiosos se percam, lhes
escapem, se enferrujem (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Permitem que estes preciosos tesouros de valor infinito
apodreçam e fiquem escondidos. E o que devia ficar escondido é difundido (ri
torcista). Como, por exemplo, Bíblias que de Bíblias nada têm, vidas de Santos
que de religioso nada têm também. Esse gênero de livros é mais dirigido de
baixo do que do alto (arreganha os dentes malicioso). Não passam de palavreado
ôco. Até um burro ou um cavalo é mais inteligente; duma maneira ou de outra, eles
sentem o que o seu dono quer. Mas aqui (no mundo) não é assim. Só quando já é demasiado
tarde é que se apercebe que deveriam ter procedido dum modo diferente. Ah! Para
nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich e Maria Agreda, são livros malditos,
que desde há muito tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo, há muito
tempo, nem sei bem há quanto, deliberámos para ver o que poderíamos fazer
contra eles... e os homens nem sequer os lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles
que se dizem bons católicos, não os têm em casa! (as suas gargalhadas
transformam-se em gemidos).
E - Diz a verdade em nome (...), da Imaculada Conceição, da
Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, S. José, de todos os Coros
dos Espíritos Bem Aventurados!
B - Deveis informar as pessoas. Todos os Padres, os
“tradicionalistas” e mesmo os modernistas, deviam proclamar do altar que é
necessário difundir estes livros por toda a parte e o mais rapidamente
possível, para que sejam lidos. Se isso acontecer e se o seu conteúdo fosse
posto em prática, ainda que aproximadamente, muitas almas se haveriam de salvar
(geme horrivelmente).
E - Continua, em nome da Santíssima Trindade!
B - Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa Paixão de Jesus
para que ela fosse conhecida dum modo mais direto e mais profundo, pois os
Evangelhos não relatam senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem conhecido
mais pormenores, resumiram-na muito. Nas visões desta grande Santa há partes
sintetizadas e resumidas que são horrivelmente extensas para nós. Aprende-se,
por exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento perfeito, que desempenha
um papel primordial na confissão. Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que
tanto sofreu. Os seus padecimentos são descritos duma maneira mais profunda do que
em qualquer outro livro (rosna). Estes livros deveriam figurar em todas as
livrarias, sobretudo nas católicas, que os deveriam possuir em quantidade, e
não apenas um exemplar.
E - Belzebú, diz qualquer coisa sobre os sofrimentos secretos de
Cristo na Quinta-feira Santa, em nome (...)!
B - Não nos agrada falar desse assunto, mas porque se está na
Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas frases...
E - Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo, como tu os
viste, em nome (...)!
PAIXÃO DE CRISTO
B - Nós nos olhamos muito, não queríamos ver nada daquilo.
Rodopiávamos à sua volta como setas e ferimo-nos uns aos outros, cheios de
cólera e raiva (grita). Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que
sabemos mais do que se poderá pensar. Mas a essa, a esta Emmerich, foi tudo
mostrado dum modo positivo. Ela viu, por exemplo, que no Jardim das Oliveiras,
Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes suou sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-Lo
horrivelmente no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa multidão medonha,
nos precipitávamos sobre Ele. Tínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam
cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela visão desse horror, o
Filho de Deus perdesse a coragem de suportar esta Paixão. Ele viu um horror
imundo que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue. Nestes momentos de
obscuridade e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que era apenas
dum homem - Ele era Deus, mas nessa altura não se sentia mais que um homem -
não chegaria para apagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia
sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu um Anjo com o Cálice para
o fortificar. Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele
sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava apenas que aceitava a Paixão
(geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a
isso, vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, a que nós jamais teremos
acesso (furioso). Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a flagelação
o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos. Quando foi crucificado já não
tinha sequer metade dos seus cabelos. Tinham-Lhos arrancado quase todos, o que
aliás foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés de viajante. À força
de tanto andar a pé, tinha a pele dura e calosa. Ao contrário, as mãos eram muito
finas, demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós tivéssemos
podido provar só um pouco do seu Sangue derramado, só uma gota, então também
nós o haveríamos de adorar por toda a eternidade. Porém, Ele não no-lo
permitiu. Para nós, já era demasiado tarde (rosna). Depois, na cruz, quando foi
suspendido, tudo ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda
mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz, era como um verme,
como já disse Akabor: já não era homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo
por vós? Por nós não o teria feito (solta gemidos que comovem). Um verme e não
um homem, esmagado por todos (chora)! Era como se Ele tivesse tomado sobre Si o
peso dos pecados de toda a humanidade; parecera-Lhe ser o maior dos criminosos.
Parecia-Lhe que fôra abandonado e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus
verdugos O tinham golpeado, picado, flagelado e, por fim, deixado a esvair-se
em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por vós! Porque é que nós não o conseguimos
evitar? (chora) Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não deveríeis
reparar uns pelos outros para evitar que tantas almas fossem para o inferno?
Ele, que era Deus e não tinha pecados, realizou algo extraordinário, algo que
jamais será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas tão
atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob o machado do carrasco.
E isso não seria muito, não seria nada que não tivésseis merecido. Mas os
homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma vida de gozo, apesar do seu
Mestre ter marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e ter suportado
tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais. Mas durante pouco
tempo. Nós próprios, no nosso ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por
vós! Jamais nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal coisa por um
lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas nunca imaginávamos que fosse uma
dádiva tão imensa. Com tudo isto, quero ainda dizer que é preciso insistir na
necessidade, durante a Quaresma, de fazer penitência em união com Cristo Jesus.
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e
também Ele sentiu a dureza da fome...
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA ABREM O CÉU
B - Durante quarenta dias preparou-se para a Sua Vida pública e
também para o Seu grande Sacrifício. Ele sabia que se tratava dum sacrifício
tão vasto como o mundo, duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer
ao Todo-Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a fim de que vós pudésseis
chegar à visão eterna de Deus. Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis
apenas o Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o
inferno, porque não teriam acesso às graças que obtém o Santo Sacrifício da
Missa. São incalculáveis as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz,
por cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo. Nós, lá em baixo (aponta
para baixo), odiamos este Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os dias em
muitas Igrejas. Em muitas casas de Deus, nem sempre é convenientemente
celebrado. Antigamente, era horrível para nós, quando se celebrava o tradicional
Sacrifício da Missa. Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo na
Cruz que apaga os pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação
das almas, que, sem isso, se perderiam aos milhares e viriam para o inferno. Devo
ainda acrescentar isto (solta gemidos): não digo mais nada, não quero dizer
mais nada.
E - Em nome da Santíssima Trindade (...) diz a verdade, o que
Maria quer que digas!
B - Eu não quero dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se
quiserdes que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo. Lúcifer
está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não devia ter dito estas coisas. Se
continuo a falar, quando eu chegar lá abaixo, castiga-me.
E - (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de Deus, lúcifer
não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para a Igreja! Ele não poderá fazer-te
mal!
B - Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por esse
motivo que lúcifer se enfurece e diz: “Já que és tão grande, devias saber que
não deves dizer tantos disparates. Devias ter mais cautela!” É isto que ele vai
dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para cima) ordenou-me que
falasse, porque eu estava presente na queda dos Anjos. Eu era o segundo em
dignidade e é por isso que Ela me força a falar desta “porcaria.” Ela continua
a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga com violência).
E - Belzebú, sob as suas ordens, tens que falar agora e dizer só a
verdade!
OS NOMES
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas
revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder do mesmo modo
relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não é em
vão que dizemos quem fala.
E - Belzebú, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e
depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de
assuntos importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o
que devia falar...
E - Belzebú, tens que falar agora, em nome (...)!
B - Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Veroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo.
Disse que se devia mencionar no livro. Também explicou porque é que o Aviso
ainda não surgiu e ainda o fato da oração ser paradoxal. Vós, homens, não
valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos
repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca
ou um crivo? Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima),
todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem carrega permanentemente com a
vossa carcaça. Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos. É por isso
que nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores, doutores e
tantos outros, tenham uma presunção tão grande. Porque serão assim tão
vaidosos, quando não passam de porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
E - Belzebú, continua, em nome e sob as ordens da Santíssima
Trindade (...)!
B - A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente isto.
Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma
abominação diante de Deus. Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu
sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para cingir bem alto a coroa
e brandir o cetro. Ela teria tido motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em
todo o caso, não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que está
nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se humilha será exaltado, quem se
exalta será humilhado.” Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em
seguida horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas numa infinidade de
graus. Compreendeis o que queremos dizer? Quem se exalta não será humilhado em
outro tanto, mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar,
por mais alto que esteja - nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se
passam! (sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá segundo a parábola
do banquete, em que Jesus disse: “Aquele que se sentar no último lugar, será chamado
pelo senhor do banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer, com isto,
que aqueles que se humilham não serão apenas exaltados em outro tanto, mas
ocuparão uma posição milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda a
eternidade. Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande estupidez
querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer, pois é abominável aos olhos do
Senhor. Se os homens tivessem plena consciência daquilo que fazem,
horrorizar-se-iam consigo próprios - (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra aqui
a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à
angélica, mortal.
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último lugar, mesmo
abaixo de S. José, que no entanto sempre soube reconhecer o elevado grau da sua
dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca
teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo. Não teríeis n'Ela Aquela
Mãe que tudo faz por vós, medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela
pode obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o exemplo em primeiro
lugar. Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último grau de
heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da
humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria
constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
E - Belzebú, continua a falar em nome da Santíssima Trindade
(...)!
B - O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como água: a
falta de humildade abre as portas ao vício. Nós adquirimos domínio sobre uma
pessoa a partir do momento em que a sua sabedoria ou o que lhe chamais lhe sobe
à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e tem miolos de galinha.
Mesmo quando se julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não
quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois passaram-se
conosco. Como nós caímos, milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
E - Continua, belzebú, em nome (...)!
B - Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado original,
do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços no sentido de fomentar a virtude
da humildade. Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por
exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus e tantos outros. Pregai
sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas
pôdres, já cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer se queria
deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a demasiado boa para si.
Não temos qualquer poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se
indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem assim para se
vangloriarem perante os outros de que são bons, dizendo, por exemplo: “Olhai,
eu não quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou deitar-me na
cama mais incomoda.” Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João
Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria ser. É que ele possuía
a verdadeira humildade. O mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich. Ela nunca
quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo. Só quando
as pessoas viram e disseram: “Em que estado horrível ela se encontrava! É
preciso fazer qualquer coisa!” É que ela deixou que a mudasse, porque era
absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na maior pobreza.
Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma
existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum modo geral, mas
principalmente os humildes. Estes gozam duma predileção muito especial, lá em
cima. Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente,
passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da humildade deve ser
novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras. Depois vem a
virtude da pureza, bem adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em
seguida a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz.
Também é preciso citar exemplos.
E - Lúcifer, retira-te! Tu belzebú, tens de falar da parte da
Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do orgulho.
Devemos dizer que a virtude da humildade devia ser escrita com letras capitais.
Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se
sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos
(dá berros horríveis). Deixem-me!
E - Continua, Belzebú, continua em nome do Pai (...) da Imaculada
Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria e Mãe de Deus... (neste momento é
interrompido por Belzebú).
B - Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir muito;
deveis assinalar, com mais insistência, o efeito devastador do pecado.
Sobretudo, neste tempo de Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado,
gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza, as
conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós podeis imaginar. É o
pecado e as suas conseqüências que deveis retratar com a maior clareza possível.
Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não
é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação,
causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua
dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão
as graças que de outro modo poderiam receber.
A IMITAÇÃO DE CRISTO
E - Belzebú, fala por ordem da Santíssima Virgem, em nome (...)
diz a verdade!
B - A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é preciso
que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de Thomas Kempis, que nós lá em
baixo tanto tememos (gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não deve
faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O melhor seria ler um
capítulo todas as noites e esforçar-se por seguir e pôr em prática os seus
ensinamentos. Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a
completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar
do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros
antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los. Em todo o caso, também
deveríeis pregar sobre A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos
que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de Cristo é
o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem do Céu. O Céu a quer e a
recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos,
concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo. Assim, o homem
aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar
um passo ou um decímetro atrás d'Ele. Deve ter sempre presente que, com tudo
isto, ainda estará longe de ser um santo e que se deve julgar com humildade. É imprescindível
que insistais neste ponto. Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões,
que crêem que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não basta! Só
serão verdadeiramente boas quando não se acharem ainda boas, pensando que
fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais. Serão boas quando se
julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres
caseiros, que o fez com humildade, para maior glória de Deus e com o objetivo
único de servir a Cristo e que não convém que uma pessoa se queira enaltecer
acima dos seus serviços e deveres. Ela faz-me dizer que nunca esteve presente
durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O acompanhar.
Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir lhe causou uma dor e um
tormento enorme. Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu
próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os dum irmão
à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem na sua proximidade, mas apesar de
tudo isso quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O
viu raras vezes. Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também as
pessoas aprendessem a ser humildes. Foi alguma vez personagem principal no
Altar ou na Missa? Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais
grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que todos os Padres e religiosos
juntos. Ela é a maior entre as maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja
e para ser Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é também a
Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos que, apesar disso, viveu ignorada
e entregue aos seus trabalhos caseiros. Não compete à mulher desempenhar
funções públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado, desprezar os deveres de
dona de casa. Qualquer trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma
dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o coração, tem mais
valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o
seu discurso ressoe através de todos os microfones e seja registrado por todos
os jornais. Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe que
leva a sua Cruz cotidiana, educa bem os seus filhos e aceita o filho que
concebeu. Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente,
alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor,
perante a “malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que
uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras:
“Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher não
aceita os seus deveres caseiros e só aspira a grandezas, não pode conservar-se
humilde. Toda a mulher que se quiser elevar, será humilhada no Céu. Pelo
contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as
suas famílias e para os povos muito mais graças do que outra que só pense em
brilhar. Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser
apenas “mãe de família”, com um papel a desempenhar: a educação dos filhos.
Quer ser e parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas crianças
por aborto. É claro que há muitas mães que se encontram em grande necessidade.
Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o
filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício transformar-se-ia em fonte
de bênção.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e preparassem
boas refeições aos maridos, decerto não haveria tantos divórcios, como
atualmente. Se as mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas de casa e
proporcionassem aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria
tantas desavenças e separações. Se não existissem tantos homens e mulheres em
concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e menos lares
desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e
não sabem o que é renunciar como quereis que venham a constituir família? Aos
seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi,
é assim e há-de ser sempre assim. Entre os que viveram juntos durante muito
tempo, poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para uma
pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e corrigir-se. Mesmo que
essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que a uma
outra que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a direita,
para a seu belo prazer colher aqui as uvas e ali os rabanetes.
E - Em nome (...) diz a verdade! Diz o que a Santíssima Virgem
quer que digas e só a verdade!
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A Dolorosa Paixão
de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da venerável (Santa para o Céu)
Catarina Emmerich, assim como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação
de Cristo de Thomas Kempis, têm grande valor (geme). Não quero falar disso.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também é
necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o que é muito importante
para o confuso mundo de hoje, para os fiéis do nosso tempo.
E - Diz a verdade Belzebú, fala em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo!
B - Tenho que falar do imenso valor destas “desbotadas” estampas
com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste assunto. Deveis falar dele,
do alto dos púlpitos, e é também necessário que fique registrado no livrinho.
Sobretudo as estampas que contêm promessas têm um grande valor. E vós deveis
dar a conhecer essas promessas, que foram feitas a pessoas piedosas. Muitos não
as conhecem e até ao presente nunca as leram. A propósito da estampa com a
Agonia de Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com o
Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes promessas. É necessário
mencionar também a imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a
que estão também ligadas promessas importantes. Seria ótimo ter destas estampas
em grandes quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim,
lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de cada
um. Sois tão estúpidos como cepos! Tendes à vossa disposição essas pagelas,
essas promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande
maioria das pessoas não se servem delas! Há ainda outros folhetos deste gênero,
por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao
Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão também ligadas
grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado Coração de
Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também
quase caiu no esquecimento. Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens,
que acabo de mencionar, em particular as da Santa Face, da Agonia de Cristo e
de Jesus Misericordioso, pôr-lhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
E - Belzebú, tu citaste ainda outras. Quais?
B - A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado
de Maria, com as suas importantes promessas, o Terço da Misericórdia, a
contemplação da amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face estas cinco
ocupam o lugar de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta para cima)
assim o quer. Deveis falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram
grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem
perseverar na oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam tão
baixo (geme).
E - Belzebú, continua a falar, diz tudo o que tens a dizer...
O PAPA E A IGREJA
B - A situação atual do mundo é muito grave. O Papa sofre tanto.
Como lhe é insuportável ver o que se passa! É um mártir, sofre mais do que
Santo Estevão! Como ele já pouco pode dizer, deveis ao menos dedicar-vos à
difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich e da Imitação de
Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
E - Que é que tens ainda a dizer, Belzebú? Fala em nome da
Santíssima Trindade!
B - Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande combate!
Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima
Virgem Maria, do S. Miguel Arcanjo, e em nome de todos os Santos Anjos e
Arcanjos!
B - O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Missa. Ele sabe
que o documento relativo à Missa não foi acolhido como ele desejaria, e que a
nova missa... (solta gritos horríveis).
E - Em nome da Santíssima Trindade, diz a verdade!
B - Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que fazer,
temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos atacar pessoalmente o Papa
(rosna desesperado).
E - Belzebú, tens de dizer a verdade, em nome da Santíssima
Trindade (...), da Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus! Diz o que tens a
dizer!
B - Nós já uma vez afirmamos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e
queria promulgar um documento a favor da antiga Missa. Por outras palavras: o
Papa queria reintroduzir a Missa de S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha
redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido. Era, então, seu
desejo publicá-lo Urbi et orbi. Alguns dos seus subordinados entraram em
deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga
Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão
perfeita, quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma pessoa
aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas? Belzebú
diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se
afirma que virão tempos tão confusos que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou
“Cristo está ali!” Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo é
melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom, que é superior, e
põe-se à frente dos outros. Há mesmo pessoas que seguem a muitos “Cristos”...,
e outras que seguem somente um... normalmente o falso (ri maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo (...). Em
nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se
certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é culpa nossa que se deixem
levar pela nossa malícia.
E - Continua Belzebú, diz o que tens ainda a dizer em nome (...)!
B - No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta crise, mas é
necessário que as coisas se passem assim, que o mundo seja passado a crivo,
segundo a profecia do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá
uma esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez as coisas não
se passassem assim, se não tivéssemos chegado a esta confusão. É preciso que o
mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos
últimos cinco séculos da Igreja.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho do Espírito
Santo, nós te ordenamos Belzebú, que digas tudo o que tens a dizer da parte da
Santíssima Virgem!
B - Eu, Belzebú, devo ainda dizer que as revelações do Apocalipse
de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são mal compreendidas pela maior
parte das pessoas, porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor
as compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se encontra a explicação
de muitas coisas relativas à Revelação. Estamos nos últimos tempos e é por isso
que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos.
Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade, da
Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, diz o que tens a dizer!
VERDADEIRAS E FALSAS ALMAS PRIVILEGIADAS
B - Atravessamos uma época de grande confusão e guerras. Aquilo
que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas
privilegiadas que, na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas
não o são verdadeiramente. Devo acrescentar ainda - e faço-o contra a minha
vontade -, que muitos fiéis têm tendência a seguir, com fanatismo, os que se
dizem almas privilegiadas. Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz. Relativamente
às autênticas almas privilegiadas, encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a
oposição e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós, demônios, permanecemos
por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos
grande parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas
privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanaria e fanatismo. Nunca houve
tantas falsas almas privilegiadas como atualmente! É por isso que muitos fiéis,
mesmo fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata de
pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e utilizamo-lo
especialmente para tentar as almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente. Muitos
dos “milagres” que acontecem no seio de certas seitas e que se passam com
certas almas privilegiadas, vêm lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se
que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por
nós (aponta para baixo), em nome do inferno. Nós podemo-nos transformar em
“Anjos de Luz.” Também é possível curar doentes, em nosso nome, se isso servir
duma maneira vantajosa aos nossos objetivos. É mais fácil aos perversos
realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que
às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e
verdadeiros milagres. A estas últimas é necessário muita oração e virtude. Por
esse motivo é que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos
milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes também que almas privilegiadas
autênticas se desviem de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é
preciso lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai o que é bom” (Tess. 5,21).
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito: “Cristo está
aqui”, “Ei-lo ali.” Se alguém vos disser: “Ele está no deserto”, não o
acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes
sinais, de maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam enganados.
Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às falsas almas privilegiadas. Muitos
correm atrás delas como atrás de falsos Cristos. De fato, o Anticristo surgirá
como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que acabo
de referir.
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo
esplendor.
E - Em nome de (...)!
B - Escutai uma comparação tomada da figueira: quando no tronco
aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando
virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de
Deus(Luc.21,29-31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela (aponta
para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda
é tempo”... pois o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa
cólera de Deus.
RESPOSTAS A ALGUMAS CRÍTICAS PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e ordenou-lhes:
“Calai-vos”.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a
Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia
por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem. Depois
da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos Apóstolos: “Não faleis a ninguém
desta visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos” (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a
revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o testemunho dos
demônios. Mas permitiu também que eles dissessem: “Nós sabemos quem és: és o
Santo de Deus” (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração, contudo
não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do
testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé. Quando falam de si
próprios, sobretudo quando dizem o que querem, misturam habitualmente e
habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso acontece,
deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios,
mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas
vezes tomados por agências de informações. Por exemplo, uma vez perguntaram ao
Santo Cura d'Ars: “O meu marido está no Purgatório?” Ele respondeu: “Isso é que
não lhe sei dizer. Nunca lá estive.” Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu:
“O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de contrição.” Neste
caso havia um motivo especial. Não se tratava apenas de dar a resposta a um
pergunta curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada Escritura
informa-nos sobre a existência do inferno e dos demônios. O Papa fala da
existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por
esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi: “O Papa sofre e
reza; está sob uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas
a sua voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja transformou-se num deserto,
ou em algo ainda pior.” * Através dos possessos a existência e a ação dos
demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa
fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao
silêncio. Por exemplo, quem falou nestes últimos anos do Inferno e dos
demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu para a
pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso Kligenberg** é que o
problema voltou a ser discutido à escala mundial. Resultado: Uma divisão dos
espíritos em que uns acreditavam e outros negavam a existência de satanás e do inferno.
Daí resultou, por outro lado, uma negação dos fatos, por outro, uma fé
renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o
que nunca teria acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos lugares
de Aparições, nem das revelações de Videntes ou almas privilegiadas, se
lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao
Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se tanto mais, quanto mais a voz
dos meus servos se recusa a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão
importantes para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos
sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o
pecado que fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual tantas
almas se precipitam diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência.”
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos
que recusar as suas revelações. Mas, precisamente nestes últimos casos de
possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga
os demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso tempo, verdades
esquecidas que é preciso relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que as
mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas Aparições e as revelações
das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe
do Céu. Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as revelações dos
demônios. Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda brilha um
mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu, uma
prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que
Ele vos disser.” Mas hoje, já não se faz o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem
repete-nos hoje, mas com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser.” Ela di-lo
mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos
para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI no
Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos, os resgatados por seu
Filho. Teriam, porventura, as almas menos valor para Ela do que para o inferno,
que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os
textos destas locuções encontram-se em “Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais”,
Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem em
detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos querem
dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo principal é denegrir a Igreja,
sempre que isso for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca do
demônio: “Eu sou a força que só quer o mal, e que contudo, pratica sempre o
bem.” *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da
Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível, quando força os demônios a
anunciar o bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as fazem
quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da
Santíssima Virgem. Só fazem estas revelações quando, intimados em nome da
Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em
nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas
exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas,
por falta de espaço e para que a leitura não se tornasse excessivamente
monótona). Mas sem essas ordens, pode acontecer, como aliás aconteceu ouvir o
demônio exclamar: “Estás a ser insolente.” Porquê? interrogou o exorcista .
“Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então não somos
obrigados a revelar o que quer que seja!”
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se
assim forem consideradas podem fazer muito bem. Para muitas almas, podem
significar o bem espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso
mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do
possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no
caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito, confessarão
os demônios: “Nós atormentámo-la para lá de qualquer medida, a tal ponto que
deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero
caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela
resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer.” E os
demônios acabaram mesmo por confessar: “Se ela não foi imediatamente para o
Céu, decerto chegou bem alto, bem alto.” Aqueles que conhecem a vida da
possessa destes “Avisos” puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela
desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da
autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro constituirá
uma obra importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro. Sem a proteção
da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os
obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido possível. Os
próprios demônios tiveram que reconhecê-lo. Aliás, todos aqueles que nele
colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o
vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e até 3
de Julho posso dizer que segui as instruções do “Ritual Romanum”, segundo as
quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras dos demônios
ou pôr perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é nisso que
consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se que a Santíssima
Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o
que é útil para a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram
feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas “somente a verdade e o que a
Santíssima Virgem quer.”
h) Antes das revelações importantes foram exigidas certas e determinadas
orações, “para que nós (demônios) sejamos obrigados a dizer a verdade.”
i) Se os demônios não falassem a “linguagem do inferno”, a
possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a exprimir o seu ponto
de vista. O leitor reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o seu
próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao “instrumento”, no seu modo de
falar. Também é possível que as idéias do “instrumento” (da pessoa possessa) se
misturem com as suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar
as revelações com os ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. “Examinai tudo,
retendo apenas o que for bom” diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos como
parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a Santíssima Virgem, a
vencedora de todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça a satanás, os
force a fazer revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e da
Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais
rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos mais obscuros não
puderam ser acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios
demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima Virgem, certas e
determinadas orações. “Rezai muito ao Espírito Santo!”
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará
grande proveito desta leitura. Háde receber a luz necessária, mesmo para
aquelas passagens que não têm a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que tudo
concorra para o bem daqueles que ama inclusivamente a ação do diabo.
N.B. A documentação final esclarece alguns pontos controversos do
Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio: Elas
encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos
ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas,
representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe. A
ação do demônio: O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação
íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os
afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através
da possessão.
A Possessão: Embora a possessão não possa ser provada
nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da
sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo
abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi
experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na
vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história
da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui
mencionados. É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de
possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito a
possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão.
O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado
“exorcismus probativus.” Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se
escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não
prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há
possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos
benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que
a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos. O comportamento
perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas
pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação
não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo
natural. Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas
um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt. Estes demônios puderam ser
expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante
dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar.
Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por
exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma
vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram
ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço
enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a
pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda
com o Padre Rodewyk).
c) Um caso particular de possessão é o que se chama “possessão
expiadora.” As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por
exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá
efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam
sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão
obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que os possessos que
sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt). Há
possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de
pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de
Nicolau Wolf, de Rippertschwand, ou o de Altotting, pode-se pensar que estes
casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos
evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é
objeto desta obra ou o caso Klingenberg. As revelações feitas nestes casos
devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis
que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados
objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação
com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede. O demônio
declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos
os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa
pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da
Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse
sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito
alto”(10 de Junho de 1977). A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não
devida a um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da
pessoa, como é o caso do pecado grave ou “pecado mortal”, como também do corpo
e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor
livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro demônio
apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios
querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda,
e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impôr. Neste caso,
a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se
durante a “crise”, ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso,
por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que
tinha acontecido durante a possessão. Muito especialmente, nos casos de
“possessões expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa
possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos
perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão: Resumindo: pode haver um
pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em
causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue(o
caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que
essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial:
reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência: Satanás e a possessão
pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela
ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a
possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O
mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina. É razoável e até
aconselhável, quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar,
nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se
atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve
estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento
do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que
o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja,
conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo
o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo,
relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode
atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem
com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o
demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações*,
intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a
imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um
único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista
e os demônios. Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir
já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra
a dizer.
SL - A trágica morte, no verão de 1976, da estudante de Pedagogia,
Anneliese Michel, falecida após os exorcismos de Klingenberg, excitou
violentamente os espíritos. Foi dito, então, que era inadmissível que num
século civilizado, como o século XX, se pudesse ainda acreditar no diabo e na
possessão. Os Padres que fizeram o exorcismo foram considerados co-responsáveis
da morte da jovem estudante. O exorcismo devia ser legalmente proibido. Que é que
o Sr. Cardeal pensa do caso?
JH - Têm de se fazer duas perguntas: 1ª - Existem de fato os
espíritos malignos, a que nós chamamos demônios? 2ª - Esses espíritos podem
exercer influência sobre o ser humano?
SL - Comecemos pela questão da existência do demônio. O Papa Paulo
VI explicou na Audiência Geral de 15 de Novembro de 1972: “Sabemos que esse ser
obscuro e perturbador existe verdadeiramente e que está sempre em atividade.”
Em 23 de Julho de 1976, o jornalista Hannes Burger, de Munique, comentava assim
os ensinamentos do Papa: “Dum modo geral, podemo-nos sorrir ante tal discurso;
aliás, patacoadas desse gênero há muito que são consideradas absurdas, mesmo
pela Teologia Católica Contemporânea.”
JH - Não vamos falar do tom presunçoso das palavras do Hannes
Burger. Digo só que é falso afirmar que “a Teologia Católica Contemporânea”
nega a existência dos espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e Herbert
Vorgrimler declaram que “a existência de forças e poderes malignos
sobre-humanos e a sua ação no mundo” são “uma verdade de fé.” O professor Leo
Scheffczyk, da Universidade de Munique declara por seu lado que, “na pregação
de Jesus, satanás se apresenta como o adversário da obra da salvação.” “Os
diversos poderes, escreve o professor Heinrich Schlier, da Universidade de
Roma, que só desenvolvem o único poder satânico, apresentam-se como uma espécie
de poder individual.” Joseph Ratzinger, da Universidade de Ratisbona, escreve:
“o exorcismo, sobre um mundo ofuscado pelos demônios, pertence inseparavelmente
à via espiritual de Jesus e coloca-se no centro da Sua mensagem e na dos Seus
discípulos.” Poderia ainda citar outros
tantos teólogos, mesmo protestantes. Mas estes exemplos já chegam.
SI - Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que a existência
dos espíritos malignos, é considerada “como ensinamento bíblico e do magistério
eclesial.” Poderá o Sr. Cardeal esclarecer mais pormenorizadamente o sentido
destas palavras?
JH - O IV Concílio de Latrão, no ano de 1215, resumiu dum modo
perfeitamente claro os ensinamentos da Igreja: “No princípio do mundo, Deus
exercendo a Sua Força Poderosa, criou do nada, as duas criaturas, a espiritual
e a corporal, quer dizer, a angélica e a terrestre e, em seguida, a humana, que
de certa maneira encerra em si as outras duas, pois é composta de espírito e
corpo. Porque o diabo e os outros espíritos malignos foram criados bons por
Deus. Eles próprios é que se tornaram maus.” Este texto significativo
compreende três afirmações:
1ª - Deus criou tudo a partir do nada: os Anjos, o Universo e os
Homens.
2ª - Os espíritos malignos também foram criados por Deus, como
seres bons, quer dizer, como Anjos. O mal não é uma estrutura fundamental do
ser; não é uma força cósmica do ser.
3ª - Estes seres tornaram-se espíritos malignos, quando se
separaram de Deus. O que o IV Concílio de Latrão ensina é a doutrina primitiva
da fé Católica. Em 561, o Concílio de Braga, em Portugal, declarava: “Se há
alguém que diga que o demônio não foi criado por Deus, ao princípio, como um
Anjo bom, que não é por natureza uma criatura de Deus mas que, ao contrário,
saiu das trevas, que não tem criador, mas que é o princípio e a substância do
Mal... que seja anátema. Se há alguém que diga que o demônio... produz pelo seu
próprio poder a trovoada, os relâmpagos, as intempéries e a seca... que seja
anátema. Ainda muito recentemente, o Concílio Vaticano II declarava que Deus,
por Jesus Cristo, “nos libertou da escravidão do demônio e do pecado”(8), e que
a atividade da Igreja tem por fim, “a confusão do demônio.”
SI - O professor Haag declara que é anti-bíblico insistir na existência
do demônio; que o Papa Paulo VI na sua alocução de 15 de Novembro de 1972,
exerceu “pseudo-exegese” e interpolou os textos da Sagrada Escritura, “como
nenhum estudante, no primeiro semestre, ousaria fazer.” Quando a Congregação
para a Doutrina e Fé publicou, em Junho de 1975, o seu documento sobre “Fé
cristã e demonologia”, o professor Haag declarou o seguinte: “Roma falou mais
uma vez com rodeios.”
JH - Teólogos autorizados refutaram vigorosamente a censura de que
era anti-bíblico sustentar a existência do demônio. O professor Joseph
Ratzinger escreve: “não é como exegeta, como comentador da Sagrada Escritura,
que Haag diz “adeus ao diabo”, mas como “homem deste tempo”, porque a
existência do demônio é inegável. A autoridade, em virtude da qual ele formula
a sua opinião, é a da sua filosofia moderna e não a intérprete da Bíblia.” Nas
pregações de Jesus, satanás é o grande adversário que, no entanto, não tem qualquer
poder sobre Ele (João 14,30), porque Jesus quebrou o seu poder: “O príncipe
deste mundo está condenado”(João 16,11). Sem dúvida que satanás não está no
centro da pregação de Jesus. Mas, “a luta contra o poder dos demônios” faz
parte da missão de Jesus, que veio a este mundo, “para destruir as obras do
diabo”(I João 3,8).
SI - O professor Haag afirma que “em todas as passagens do Novo
Testamento, onde se fala de satanás ou do diabo, pode também compreender-se o
pecado ou o mal.”
JH - De modo nenhum. Nas Sagradas Escrituras lemos: “O diabo peca
desde o princípio.” Só uma pessoa dotada de espírito e inteligência pode pecar,
e não o “mal.”
SI - O professor Haag afirma que nas Sagradas Escrituras o demônio
é “uma personagem a fingir, sem entidade própria”;(12) que, no Novo Testamento,
o demônio aparece como “a representação do mal, de acordo com a mentalidade da
época”; que Jesus e os Seus Apóstolos se movimentavam “nessa mentalidade da
época, tal como o mundo que os rodeava.”
JH - No tempo de Jesus, a crença nos Anjos e nos demônios não
fazia parte do Universo espiritual. Os saduceus, por exemplo, afirmavam “que
não havia nem ressurreição, nem Anjos, nem espíritos” (Atos 23,8). É preciso
também acentuar que as Sagradas Escrituras condenaram severamente a magia e a quiromancia,
universalmente expandidas no mundo antigo. O Deuteronômio diz: “Não haja ninguém
no meio de ti que faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê à
prática de encantamentos, ou se entregue a augúrios, à adivinhação ou à magia,
ou feitiço, ao espiritismo, aos sortilégios ou à evocação dos mortos. Porque o
Senhor abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas. É por causa
dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas
nações.(Deut. 18,10-12). Parece-me que estas advertências do Antigo Testamento
são válidas para muitos homens cultos do século XX, que se entregam a tantas
superstições.
SI - É possível que os espíritos malignos exerçam influência sobre
os homens?
JH - As Sagradas Escrituras, no Novo Testamento, respondem
afirmativamente: mencionam, com efeito, muitos possessos, que Jesus libertou
dos espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e H. Vorgrimler escrevem que
não basta somente admitir a influência dos demônios os casos onde há “fenômenos extraordinários”,
mas também “na natureza e na história, em que existe uma cadeia normal,
natural, explicável, de acontecimentos, uma dinâmica das forças demoníacas
orientadas para o mal.” O professor H. Schlier declara que as forças demoníacas
“se podem tornar senhoras do homem e do mundo, no seu espírito, até penetrarem
no seu corpo”, para mostrarem nelas e por elas o seu poder”; diz ainda que
estas forças têm, em cada ser, um cúmplice: a sua tendência egocêntrica, a sua
repugnância perante Deus e o próximo”; que, precisamente nos nossos dias, não
nos podemos libertar da sensação de que o problema do mundo e da história, está
mal posto. Entre o Céu e a Terra há muitas coisas de que os “nossos homens
cultos” não têm a menor idéia.
Autor: Bonaventur Meyer
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