quinta-feira, 9 de maio de 2024

Um confessor por excelência - Biografia de São Padre Pio


No dia 18 de Dezembro de 1997, na presença do Papa João Paulo II foi promulgado o Decreto sobre a heroicidade das virtudes. 

Para a beatificação do Padre Pio, a Postulação apresentou ao Dicastério competente a cura da senhora Consiglia de Martino, de Salerno. 

Sobre o caso desenrolou-se o Processo canónico regular no Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Salerno-Campanha-Acerno, desde Julho de 1996 até Junho de 1997. 

Na Congregação das Causas dos Santos, realizou-se, no dia 30 de Abril de 1998, o exame da Consulta Médica e, no dia 22 de Junho do mesmo ano, o Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos. 

No dia 20 de Outubro seguinte, reuniu-se no Vaticano a Congregação Ordinária dos Cardeais e Bispos, membros do Dicastério, e, no dia 21 de Dezembro de 1998, foi promulgado, na presença do Papa João Paulo II, o Decreto sobre o milagre.

"Quanto a mim, Deus me livre de me gloriar a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo." (Gál 6, 14).

Tal como o apóstolo Paulo, o Padre Pio de Pietrelcina colocou, no vértice da sua vida e do seu apostolado, a Cruz do seu Senhor como sua força, sabedoria e glória. Abrasado de amor por Jesus Cristo, com Ele se configurou imolando-se pela salvação do mundo. Foi tão generoso e perfeito no seguimento e imitação de Cristo Crucificado, que poderia ter dito:

"Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim." (Gál 2, 19).

E os tesouros de graça que Deus lhe concedera com singular abundância, dispensou-os ele incessantemente com o seu ministério, servindo os homens e mulheres que a ele acorriam em número sempre maior e gerando uma multidão de filhos e filhas espirituais.

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e de Maria Giuseppa de Nunzio. Foi batizado no dia seguinte, recebendo o nome de Francisco. Recebeu o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão, quando tinha 12 anos.

Aos 16 anos, no dia 6 de Janeiro de 1903, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, tendo aí vestido o hábito franciscano no dia 22 do mesmo mês, e ficou a chamar-se Frei Pio. Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, a dos votos solenes.

Depois da Ordenação Sacerdotal, recebida no dia 10 de Agosto de 1910 em Benevento, precisou de ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde. Em Setembro desse ano de 1916, foi mandado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até a morte.

Abrasado pelo amor de Deus e do próximo, o Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que ele cumpriu através da direção espiritual dos fiéis, da reconciliação sacramental dos penitentes e da celebração da Eucaristia. O momento mais alto da sua actividade apostólica era aquele em que celebrava a Santa Missa. Os fiéis, que nela participavam, pressentiam o ponto mais alto e a plenitude da sua espiritualidade.

No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da "Casa Sollievo della Sofferenza (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.

Para o Padre Pio, a fé era a vida: tudo desejava e tudo fazia Ó luz da fé. Empenhou-se assiduamente na oração. Passava o dia e grande parte da noite em colóquio com Deus. Dizia:

"Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-Lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus." 

A fé levou-o a aceitar sempre a vontade misteriosa de Deus.

Viveu imerso nas realidades sobrenaturais. não só era o homem da esperança e da confiança total em Deus, mas, com as palavras e o exemplo, infundia estas virtudes em todos aqueles que se aproximavam dele. O amor de Deus inundava-o, saciando todos os seus anseios; a caridade era o princípio inspirador do seu dia: amar a Deus e fazê-Lo amar. A sua particular preocupação: crescer e fazer crescer na caridade.

A máxima expressão da sua caridade para com o próximo, vemo-la no acolhimento prestado por ele, durante mais de 50 anos, as inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Parecia um assédio: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele prestava-se a todos, fazendo renascer a fé, espalhando a graça, iluminando. Mas, sobretudo nos pobres, atribulados e doentes, ele via a imagem de Cristo e a eles se entregava de modo especial.

Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência; agia e aconselhava à luz de Deus.

O seu interesse era a glória de Deus e o bem das almas. 

A todos tratou com justiça, com lealdade e grande respeito.

Nele refulgiu a virtude da fortaleza. Bem cedo compreendeu que o seu caminho haveria de ser o da Cruz, e logo o aceitou com coragem e por amor. Durante muitos anos, experimentou os sofrimentos da alma. Ao longo de vários anos suportou, com serenidade admirável, as dores das suas chagas.

Quando o seu serviço sacerdotal esteve submetido a investigações, sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. 

Frente a acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores diretos e de sua própria consciência.

Recorreu habitualmente à mortificação para conseguir a virtude da temperança, conforme o estilo franciscano. Era temperante na mentalidade e no modo de viver.

Consciente dos compromissos assumidos com a vida consagrada, observou com generosidade os votos professados. Foi obediente em tudo às ordens dos seus Superiores, mesmo quando eram gravosas. A sua obediência era sobrenatural na intenção, universal na extensão e integral no cumprimento. Exercitou o espírito de pobreza, com total desapego de si próprio, dos bens terrenos, das comodidades e das honrarias. Sempre teve uma grande predileção pela virtude da castidade. 

O seu comportamento era, em todo o lado e para com todos, modesto.

Considerava-se sinceramente inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias e ao mesmo tempo de favores divinos. No meio de tanta admiração do mundo, ele repetia:

"Quero ser apenas um pobre frade que reza."

Desde a juventude, a sua saúde não foi muito brilhante e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente. A irmã morte levou-o, preparado e sereno, no dia 23 de Setembro de 1968; tinha ele 81 anos de idade. O seu funeral caracterizou-se por uma afluência absolutamente
extraordinária de gente.

No dia 20 de Fevereiro de 1971, apenas três anos depois da morte do Padre Pio, Paulo VI, dirigindo-se aos Superiores da Ordem dos Capuchinhos, disse dele:

"Olhai a fama que alcançou, quantos devotos do mundo inteiro se reúnem ao seu redor! Mas porquê? Por ser talvez um filósofo? Por ser um sábio? Por ter muitos meios Ó sua disposição? não! Porque celebrava a Missa humildemente, confessava de manhã até Ó noite e era - como dizê-lo?! - a imagem impressa dos estigmas de Nosso Senhor. Era um homem de oração e de sofrimento".

Já gozava de larga fama de santidade durante a sua vida, devido às suas virtudes, ao seu espírito de oração, de sacrifício e de dedicação total ao bem das almas.

Nos anos que se seguiram à sua morte, a fama de santidade e de milagres foi crescendo cada vez mais, tornando-se um fenómeno eclesial, espalhado por todo o mundo e em todas as categorias de pessoas.

Assim Deus manifestava à Igreja a vontade de glorificar na terra o seu Servo fiel. não tinha ainda passado muito tempo quando a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos empreendeu os passos previstos na lei canónica para dar início à Causa de beatificação e canonização. 

Depois de tudo examinado, como manda o Motu proprio "Sanctitas Clarior, a Santa Sé concedeu o nihil obstat no dia 29 de Novembro de 1982. O Arcebispo de Manfredónia pôde assim proceder à introdução da Causa e à celebração do processo de averiguação (1983-1990). 

No dia 7 de Dezembro de 1990, a Congregação das Causas dos Santos reconheceu a sua validade jurídica. Ultimada a Positio, discutiu-se, como é costume, se o Servo de Deus tinha exercitado as virtudes em grau heroico. 

No dia 13 de Junho de 1997, realizou-se o Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos, com resultado positivo. Na Sessão Ordinária de 21 de Outubro seguinte, tendo como Ponente da Causa o Ex.mo e Rev.mo D. Andrea Maria Erba, Bispo de Velletri-Segni, os Cardeais e Bispos reconheceram que o Padre Pio de Pietrelcina exercitou em grau heroico as virtudes teologais, cardeais e anexas.

No dia 2 de Maio de 1999, durante uma solene Celebração Eucarística na Praça de São Pedro, Sua Santidade João Paulo II, com sua autoridade apostólica, declarou Beato o Venerável Servo de Deus Pio de Pietrelcina, estabelecendo no dia 23 de Setembro a data da sua festa litúrgica.

Para a canonização do Beato Pio de Pietrelcina, a Postulação apresentou ao competente Dicastério o restabelecimento do pequeno Matteo Pio Collela de São Giovanni Rotondo. 

Sobre este caso foi elaborado um processo canónico no Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Manfredonia-Vieste, que decorreu de 11 de Junho a 17 de Outubro de 2000. 

No dia 23 de Outubro de 2000, a documentação foi entregue à Congregação das Causas dos Santos.

No dia 22 de Novembro de 2001 é aprovado, na Congregação das Causas dos Santos, o exame da Consulta Médica. 

No dia 11 de Dezembro de 2001, é julgado pelo Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos e, no dia 18 do mesmo mês, pela Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos. 

No dia 20 de Dezembro, na presença do Papa João Paulo II, foi promulgado o Decreto sobre o milagre; no dia 26 de Fevereiro de 2002, foi publicado o Decreto sobre a sua canonização.

Fatos marcantes da vida de Padre Pio

São Padre Pio nasceu no dia 25 de maio de 1887, em Pietrelcina na Itália. Aos doze anos, recebeu juntos os sacramentos da Primeira Comunhão e do Crisma. Desde pequeno, costumava fazer penitências e mortificações, e passava horas recolhido em oração. Com dezesseis anos, entrou no seminário e no dia 27 de janeiro de 1907 fez os votos solenes, mudando o nome de batismo, que era Francisco, para Frei Pio de Pietrelcina.

Recebeu os estigmas visíveis no coro da Igreja no dia 20 de setembro de 1918, enquanto rezava a "Liturgia das Horas". 

Dois fatos importantes: o sangue que saía de suas chagas não coagulava e tinha um suave odor. A partir desse fato, era grande o número de pessoas que, de perto e de outros países, queriam se confessar com ele e participar das missas celebradas por ele. As chagas de suas mãos e pés mediam dois centímetros, sendo visíveis pelos dois lados. E a do peito media sete centímetros de comprimento e cinco de largura e se assemelhava a uma cruz virada. Por esta razão, usava sempre luvas brancas e seu peito sempre era envolto por uma faixa. 

Certa vez, uma senhora indagou-lhe se as chagas causavam-lhe dores, e Padre Pio respondeu: "Pensa que as tenho de enfeite?" E esta tornou a perguntar-lhe: "Como é então a dor que sente em suas chagas?" Ele respondeu: "É assim: pegue um prego, atravesse-o de um lado a outro de sua mão e, o vire de um lado para outro". 

Durante cinqüenta anos, ele permaneceu com as chagas. 

Padre Pio foi um confessor por excelência, passava até dezoito horas no confessionário. Era incansável, fazia tudo por amor. 

Foi um pastor que tratava a cada alma, que vinha a seu encontro, com o olhar de Cristo. 

Todos que o procuravam para se confessar saíam com a alma renovada, recebiam o abraço amoroso do Pai, e muitos diziam: "A misericórdia de Deus não tem limites!" 

Ele se alegrava ao ver um penitente contrito e arrependido de seus pecados. 

Os fiéis, a partir da madrugada, iam chegando para participar da Santa Missa com ele. 

A porta da igreja era aberta às 2h30 e às 5h começava a Celebração Eucarística. 

Quem participava delas podia perceber o quanto Padre Pio sofria. Os fiéis afirmavam: "Agora creio". 

Padre Pio vivia a Missa, e a Eucaristia era seu alimento, sua força. De modo que todos que participavam desse momento especial com ele passavam por uma contrição interior e, mesmo os que iam por simples curiosidade, após a celebração, procuravam-no para se confessar. "Cada Santa Missa, participada com devoção, produz em nossas almas efeitos maravilhosos, abundantes graças espirituais e materiais que, nós mesmos, não sabemos... É mais fácil que exista a terra sem o sol que sem o santo sacrifício da Missa" (São Padre Pio). 

Ele pedia: "Ame Nossa Senhora e deixe que ela guie seus passos, que Ela cuide de seu coração. Reze sempre o rosário. O demônio não gosta quando fazemos esta oração, pois por meio dela Maria triunfa e chegamos mais perto de Jesus". 

Padre Pio também tinha grande devoção pelos santos e em particular por São Miguel Arcanjo. 

Deixou escrito que via o anjo da guarda dele e o de outras pessoas. 

Ele faleceu no dia 23 de setembro de 1968 e, em várias partes do mundo, neste dia, há os grupos de oração de Padre Pio. 

Que, a exemplo deste santo, possamos ter uma profunda contrição de nossos pecados, um amor imenso pela Eucaristia e por Nossa Senhora e contemos com a proteção de nosso anjo da guarda. 

São Padre Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

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