segunda-feira, 30 de setembro de 2024

PRISIONEIRO DA PALAVRA

"E ORAI TAMBÉM POR MIM, PARA QUE ME SEJA DADO ANUNCIAR CORAJOSAMENTE O MISTÉRIO DO EVANGELHO, DO QUAL SOU EMBAIXADOR E PRISIONEIRO. E QUE EU SAIBA APREGOÁ-LO PUBLICAMENTE, E COM DESASSOMBRO, COMO É O MEU DEVER." (EFÉSIOS 6, 19-20 - TRADUÇÃO DA AVE MARIA)

"...TAMBÉM POR MIM, PARA QUE QUANDO EU ABRIR A BOCA ME SEJA CONCEDIDO O DOM DA PALAVRA E PSSA EXPOR LIVREMENTE O SEGREDO DA BOA NOTÍCIA. EU SOU MENSAGEIRO DELA NA PRISÃO: QUE EU POSSA ANUNCIÁ-LA LIVREMENTE, COMO É DEVIDO." (EFÉSIOS 6, 19-20 - TRADUÇÃO DA BÍBLIA DO PEREGRINO)

Depois da experiência do domingo de 12/03/2017, com mais de 19 anos caminhando com Deus, Ele me surpreende, conforme meu pedido a Ele no início do encontro para servos do grupo de oração onde participo: Que eu fosse surpreendido. Nunca havia ouvido, num repouso, a voz de Deus. Antes do almoço, fomos levados a uma experiência de efusão do Espírito Santo, e após estar em tenda com irmãos, experimentando o repouso no Espírito, uma voz ressou numa luz muito forte, dizendo:

"TE FAÇO MEU PRISIONEIRO. PRISIONEIRO DO MEU AMOR E DA MINHA PALAVRA!"

Após me levantar do repouso, me veio ao coração esta passagem de São Paulo acima citada.

A tradução da Ave Maria é mais clara e mais simples de ser entendida. Paulo se diz embaixador e PRISIONEIRO do MISTÉRIO DO EVANGELHO.

A tradução do peregrino traz Paulo como um mensageiro da Boa Nova na Prisão... A tradução da CNBB traz "... nas minhas algemas, sou embaixador...".

Fato, irmãos, é que São Paulo foi uma daquelas pessoas únicas que experimentaram o extraordinário de Deus em medida abundante, a ponto de se tornar um PRISIONEIRO DA PALAVRA.

Quando Deus tomou Paulo, nós sabemos da história que nos conta Atos 9, que Saulo ficou cego para dar a visão extraordinária a Paulo, que então o conhecemos e pregamos, nos identificamos até.

No domingo supracitado, fui tomado de um sentimento, até então novo para mim, de, numa experiência de repouso, de entrega a Deus, me vi envolvido numa espécie de luz amarelada, forte, mas que não agredia meus olhos... A sensação era que o teto do local onde eu estava havia se aberto e o sol estava diretamente em meu rosto, tamanho calor que emanava daquele local, um calor diferente, havia uma unção derramada por Deus naquele momento.

Até me acostumar com aquela experiência, com aquela luz eu ouvia uma voz crescente que dizia: "Te faço meu prisioneiro... Prisioneiro do meu amor e da minha Palavra".

Eu já havia ouvido a mesma voz há 17 anos atrás quando eu estava revoltado com o chamado de Deus para pregar, sendo que eu queria cantar somente - como se não fosse uma responsabilidade e tanta!

Meu corpo queimava, irmãos... As lágrimas desceram, numa mistura de temor e alegria que não consigo descrever com palavras. Depois, senti que meu ministério havia sido renovado, revigorado...

Uma palavra Bíblica me saltou aos olhos quando me sentei e peguei minha Bíblia:

"PORVENTURA PROCURO AGRADAR AOS HOMENS OU ANTES A DEUS? PRETENDO AGRADAR AOS HOMENS? MAS SE EU QUISESSE AGRADAR AOS HOMENS, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO." (GÁLATAS 1, 10 - Bíblia do Peregrino)

Irmãos, Deus é fantástico!

Senti meu amor pela Palavra ser revigorado,  uma ousadia começou a fazer meu corpo tremer e percebi que algo novo havia acontecido: MEU DESEJO DE ME CONSUMIR PELA IGREJA E PELO MOVIMENTO FOI TOTALMENTE RESTAURADO EM MEU CORAÇÃO!

Pois eu acabei percebendo em mim que estava começando a querer agradar a homens novamente, irmãos, como no início de meu caminhar, onde eu queria agradar as pessoas por elas serem amigos, conhecidos e querer ter crédito diante delas, prestígio, de ser aclamado como "Aquele que sempre tem algo bom a dizer para mim."

Sabemos que nem sempre é assim para quem defende a verdade.

Já dizia Santo Agostinho: "A verdade tem poucos amigos."

Fico imaginando o que levou São Paulo a dizer aos Efésios que ele era prisioneiro do Evangelho.

O que levou esse homem de personalidade forte a dizer: "Vivo, mas não sou mais eu, é Cristo que vive em mim." (Gálatas 2, 20)

Que sentimento e situação estava passando ao dizer: "...pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus." (Gálatas 6, 17)

Penso, irmãos que, ao dizer estas frases, Paulo estava em extrema vivência em intimidade com Jesus, pois havia sido arrebatado ao terceiro céu e ouviu palavras inefáveis (cf. 2 Coríntios 12, 1-6)!

Nós, que assumimos a missão, em nome de Jesus de pregar, enquanto serviço, ministério, Deus nos quer presos à Palavra, ao seu mistério...

A Palavra nos causa impacto profundo ao experimentarmos Seu poder!

A Palavra nos chacoalha por dentro, pois ela é como faca de dois gumes que corta quando entra e quando sai... (cf. Hebreus 4, 12-13)

A Palavra desperta a fé nos incrédulos... (cf. Romanos 10, 17)

Amados, me pergunto: Como os servos, anunciadores da Palavra de Deus se prendem em tão pouco, se enroscam no meio do caminho de seu ministério ao deixar de lado o ministério, o chamado, por conta das perseguições, das tribulações, das provas, da pressão das pessoas que não aceitam nossa mudança... Somos prisioneiros desta Palavra e não teremos como fugir dela!

A Palavra é o próprio Cristo, o "Logos" de Deus que se fez carne e Ele nos seduziu sobremaneira, a ponto de largarmos muita coisa por amor a Ele!

Como voltar atrás? Como tantos têm coragem de dar as costas ao chamado poderoso de um Deus que faz questão de confiar em nossa pequenez?

Ao terminar a carta aos Efésios, Paulo faz questão de pedir oração aos leitores após revelar o mistério da Armadura do Cristão (Cf. Efésios 6, 10-19), sinal de que ele estava em meio a um combate espiritual ou passado por ele, sabendo da receita de se passar por ele. Então pede para que seja sustentada a oração, inclusive por ele, mas para que o MISTÉRIO do EVANGELHO FOSSE ANUNCIADO COM DESASSOMBRO! Com ousadia!

Hoje, muitos de nós temos medo de sermos ousados e atrevidos na Palavra ou abusamos de uma "falsa ousadia"!

Temos receio de falar o que a Palavra nos revela abertamente, por medo, muitas vezes de perder amigos, prestígio, benefícios!

Na prisão não se tem regalias. Claro que em nosso tempo e na nossa realidade isso destoa em alguns casos, mas, normalmente, a idéia é que na cadeia, todos estejam pagando por um crime, portanto, não existe moleza ou conforto, mas sempre vivendo debaixo de ameaças de outros presos, falta de higiene e liberdade, muitas vezes, até de direitos, como se fosse um submundo onde quem sobrevive, testemunha os horrores de um "inferno".

Nos tempos de Paulo isso, com certeza, não era lá muito diferente, visto que ele vivia debaixo de um

imperialismo truculento que abatia seus adversários, muitas vezes por diversão e não por perigo de uma ação rebelde ou terrorista por parte dos cristãos.

Hoje os tempos são outros!

Temos condução para nos deslocarmos das mais diversas formas. Temos uma suposta liberdade religiosa que não nos impede de demonstrar nossa fé, usar camisetas etc..

Paulo era um "caçador de cristãos" que se tornou cristão e virou caça!

Hoje também somos, por vezes, "caça" de perseguidores da verdade que anunciamos, inclusive, até dentro da Igreja, se formos denunciar algumas coisas, a resposta é quase que imediata: somos boicotados, afrontados, colocados no "banco" (Não que isso não seja necessário em algumas circunstâncias, mas são exceções), já fazem cara feia, nos pressionam, enfim, fazem uma tortura psicológica pior do que os romanos faziam corporalmente. Existia a dor física, mas ela passava! A tortura psicológica nos acompanha até o fim da vida se não formos maduros ou mesmo amparados por um acompanhamento espiritual!

Paulo era um Prisioneiro Livre!

Livre para dizer: "A letra mata, o Espírito é quem dá a vida!" (cf. 2 Coríntios 3, 6)

Tantos legalistas por aí condenando qualquer um em virtude de um pano torto num altar, fazendo tempestade num copo d'água que nem está cheio, mas não lutam ou fazem escarcéu diante de uma alma se perdendo em adultério, na mentira, numa promiscuidade revestida de uma piedade que nem existe... São mascarados defensores da mentira e da imoralidade! Defensores da anti-religião! Da falsa religiosidade! Lutam contra os que querem fidelidade e santidade! Lutam contra os que querem viver e serem prisioneiros da Palavra no testemunho de vida, na busca pela santidade como fazia São Paulo, São Pedro e os outros apóstolos, e todos os santos!

Uma frase de conforto tem sido bastante lembrada por muitos: "Só se atira pedra numa árvore que tem frutos."

Sabe irmãos, a exemplo da prisão propriamente dita, os prisioneiros da Palavra, para muitos, não todos, são solitários, pois poucos falam a mesma língua espiritual e compreendem a visão espiritual (quando ela realmente existe) de um pregador(a), por isso, torna-se difícil aos prisioneiros da Palavra e da Verdade desta Palavra de receberem a "visita" dos "parentes", "amigos", enfim, constrange viver ao lado de quem quer fazer e ser a diferença...

Vejo muitos que são prisioneiros da moda, da mídia, da publicidade, dos vícios, do consumismo e materialismo, da promiscuidade, do hedonismo, do pecado... Quando alguns de nós abre a boca, querem nos calar com um discurso barato de "caridade" com os irmãos, "misericórdia" com os pecadores... Eiiii, a Misericórdia Divina só se manifesta num coração arrependido! Que caiu em si e voltou nos passos do arrependimento à casa do Pai! (Cf. Lucas 15, 11-32)

Querem nos colocar no banco, difamar nossa imagem, aumentar o fato acontecido sem saber da verdade...

Sem contar que querem nos barrar em tudo que é canto! Fazem a notícia - muitas vezes mentirosa e aumentada de forma ridícula e imatura - alastrar como fogo em mato seco.

O prisioneiro é perseguido mesmo depois de cumprir a pena, não é? Não arruma emprego tão fácil, não consegue, muitas vezes voltar à vida social normalmente pela desconfiança das pessoas e dos "irmãos". A nós, prisioneiros da Palavra, também é assim. A diferença é que não temos o direito de errar nunca mais! Temos o dever de sermos perfeitos, pois, caso nos peguem numa imperfeição, jogam na nossa "cara" o erro, ainda que nossa vida tenha sido marcada pelos acertos bem maiores e mais numerosos... Não importa história alguma. Afinal, o que vale é o presente momento.

Uma verdade bem dolorosa, não é?

Quando eu era um instrumento de perdição nas mãos do diabo, ninguém me corrigia em nada.

Quando eu tive meu impacto com Deus e decidi pela graça, ser um homem de Deus, renunciando muita coisa, inclusive conforto, dinheiro e família, aí virei fanático! Aí todos me olhavam e diziam que eu precisava ter cautela para não ficar louco, que era um "santo do pau oco"!

Porque ninguém me falava isso quando eu cooperava com o inferno para perder almas?

Porque era descolado, fumava, bebia, pagava cigarro e bebida para meio mundo e ficava "legal" com a cachaça na cabeça e gastava bastante com a turma? Porque patrocinava, por vezes o pecado da promiscuidade a muitos?

Ora, se eu queria ser 100% reconhecido pela maldade que cometia e respeitado pelo pecado que me acompanhava, agora eu quero ser reconhecido como filho de Deus e respeitado pela minha busca da santidade, sendo louco como muitos falam, mas minha camisa de força se chama Espírito Santo e meu hospício é o CÉU!!!!

Ninguém ou quase ninguém quer esse desconforto de remar contra a maré secular e relativista que impera hoje e insiste em invadir a Igreja em todos os âmbitos!

Santo Papa Paulo VI bem disse que a fumaça de satanás havia entrado na Igreja em 1972... 

Quem é prisioneiro da Palavra precisa ter e querer a mesma certeza de São Paulo, o prisioneiro do mistério do Evangelho:


"QUANTO A MIM, JÁ ESTOU SENDO OFERECIDO EM LIBAÇÃO, POIS CHEGOU O TEMPO DA MINHA PARTIDA. COMBATI O BOM COMBATE, TERMINEI A CORRIDA, GUARDEI A FÉ. DESDE AGORA, ESTÁ RESERVADO PARA MIM A COROA DA JUSTIÇA QUE O SENHOR, O JUSTO JUIZ, ME DARÁ NAQUELE DIA, NÃO SOMENTE A MIM, MAS A TODOS QUE TIVEREM ESPERADO COM AMOR A SUA MANIFESTAÇÃO." (2 TIMÓTEO 4, 6-8 - Tradução CNBB)

Ajuda-nos, Senhor a termos a certeza de que combatemos o bom combate da fé, querer terminar a corrida do anúncio do Evangelho a toda criatura, a guardar a fé de forma autêntica e fiel, tendo a certeza da reserva da coroa da justiça a nós que, como ministros(as) de pregação, profetas e profetizas, anunciadores(as) da verdade, formadores(as) de opinião, esperamos com amor Sua Manifestação Gloriosa!

Batiza-nos Jesus com Teu Espírito Santo e mergulha-nos de forma intensa, sobrenatural, extraordinária em Sua graça, que é sem limite aos que se abrem a esta graça...

Fazei-nos prisioneiros de Tua Palavra, na liberdade de filhos de Deus a qual tu nos chamastes!

Paz e fogo. Muita unção e sede de santidade!

Seu servo e irmão em Cristo, Antonio Lucio

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

A RESPONSABILIDADE DO PREGADOR

Paz e fogo, irmãos!

Na época em que escrevi este artigo (2017), talvez, muitos o terão como uma formação ou algo parecido, mas não o verei e nem o visualizo como tal.

É mais um alerta e direcionamento do que formação e ao mesmo tempo, um resumo bem curto e simples do quadro que tenho desenhado em minhas andanças e partilhas com irmãos de ministério e outros irmãos que têm o chamado ao ministério de pregação.

Como "fio condutor" tomo a Palavra de Deus em II Coríntios 4, 1-6:

TRADUÇÃO DA BÍBLIA O PEREGRINO:


"Por isso, tendo recebido esse ministério por pura misericórdia, não nos acovardamos; ao contrário, renunciamos à vergonhosa clandestinidade. Não agimos com astúcia, falsificando a palavra de Deus, mas, declarando a verdade, nos recomendamos diante de Deus à consciência de quem quer que seja. E se nosso evangelho está velado, o está para os que se perdem: os que por sua incredulidade o deus deste mundo cegou-lhes a mente, para que não brilhe sobre eles a claridade do glorioso Evangelho de Cristo Jesus como Senhor, e a nós como a servos vossos por Jesus. O mesmo Deus, que mandou a luz brilhar na treva, iluminou as vossas mentes, para que brilhe no rosto de Cristo a manifestação da glória de Deus."

Irmãos, me recordo quando eu estava retornando a um grupo de oração, em meados de 2000/2001, quando iniciei meu caminhar de forma total, cheguei já no final da pregação de uma irmã, hoje consagrada religiosa, pois havia me perdido no caminho para a Igreja.

A acolhida da saudosa coordenadora tocou meu coração e ali começou uma história de amor com o grupo de oração "A Luz do Espírito" no Jardim Conquista, setor Conquista da Região Belém da Arquidiocese de São Paulo. Passei a frequentar o grupo. Quinze dias depois, a coordenadora supra citada me chamou ao final do grupo e me chamou a pregar.

Irmãos! Que frio na barriga! Que gelo na alma!

Ainda disse: "...daqui quinze dias você prega, para não ficar muito em cima...".

Nunca tive 15 dias tão angustiantes como aqueles! Assisti uma pregação do Dunga (Canção Nova) umas 20 vezes para inspirar-me. Orava como um louco!

Queria ouvir a voz de Deus mas não silenciava... Não sabia fazer isso, mas, no íntimo, sabia que a responsabilidade era grande!

Iria levar a PALAVRA de Deus a um grupo de oração!

Quando me chamaram para receber oração, eu tremia... Por dentro e por fora!

Foi quase uma imitação da pregação que eu havia assistido do referido pregador acima. Que vergonha hoje! kkkkk

Me tornei servo deste grupo de oração. Passei pelos ministérios de intercessão e oração por cura e libertação.

Depois relutei muito ao me ver já sendo considerado pregador, pois eu havia ido àquele grupo na intenção de entrar num ministério de música, que foi onde eu comecei dentro da RCC na época, passando por formações e tudo o mais.

Foram uns 3 ou 4 meses onde eu me encostei no ministério de música, literalmente, para ver se me chamavam!

Nesse tempo eu era chamado a pregar em todos os grupos das redondezas. Irmãos! Por dentro eu estava irado! Não queria pregar! Queria cantar!

Fizemos um seminário de vida no Espírito e eu abri o mesmo com a primeira pregação.

Passando dois temas, o pregador escalado no dia, ligou horas antes avisando que não poderia pregar no dia. Minha coordenadora estava na porta, recepcionando as pessoas. Me deu um sorriso que nunca mais esquecerei. Disse:

"Que bom que você chegou irmãozinho!" - ela me chamava assim

Porque irmã? Paz de Jesus! - respondi eu

"A paz. O irmão que iria trazer a Palavra para nós hoje avisou agora à pouco que não poderá vir e pensei imediatamente em você, pois o tema tem sua cara! Você está cheio da unção e não será problema para você!..."

Irmãos, o sorriso que eu estava deu lugar a um rosto e semblante amargo e irado!

Subi as escadarias da Igreja revoltado com Deus e ali nos degraus, Deus me fazia recordar uma passagem Bíblica e como deveria ser pregada, mediante o tema: FÉ E CONVERSÃO.

Fiquei no fundo da Igreja de frente ao Sacrário e brigando intimamente com Jesus. Não sabia direito essa coisa de ouvir a Deus... Mas falava por dentro:

"O Senhor sabe que não quero pregar! Porque me chama a isso? Me fez amar o ministério de música e agora quer que eu pregue? Tá achando que sou palhaço?"

Irmãos, não se escandalizem. Minha oração sempre foi meio direta e objetiva com Jesus e sem reservas até na linguagem.

Sei que fui receber a oração para pregar com o coração revoltado, quase explodindo e me coloquei de joelhos diante de Jesus Sacramentado. Minha oração no meu coração foi assim:

"JESUS, SE VOCÊ REALMENTE FALA COM AS PESSOAS COMO TANTOS DIZEM, QUERO OUVIR DE SUA BOCA: O QUE QUERES DE MIM? QUAL É A SUA VONTADE A MEU RESPEITO? SE QUERES QUE EU PREGUE, FALA COMIGO! DEIXE-ME TE OUVIR. OU VOCÊ ME FALA, OU  O GRUPO NÃO TERÁ UM PREGADOR HOJE."

Me calei. Olhava fixo ao Senhor. A oração terminou, o silêncio se fez. A pessoa que ministrava a música 
chegou falando que a hora que eu quisesse eu poderia pregar...

Nunca me esquecerei do que ouvi e como ouvi e o tom da voz que me falou:


"SÓ IRÁ MINISTRAR MÚSICA QUANDO ESTIVER FALANDO EM MEU NOME."

Minha garganta, língua, olhos e ouvidos queimavam... Meu corpo formigava e levantei num pulo e fui pregar. Ao abrir a Bíblia no Ambão, sem separar ou marcar a passagem, abri exatamente na passagem que veio ao meu coração ao subir a escadaria da Igreja...

Entendo as palavras de São Paulo que citei logo acima.

"... tendo recebido esse ministério por pura misericórdia..."

Foi por misericórdia pura e pura misericórdia de Deus que recebemos esse ministério!

Muitos têm tanto orgulho do que fazem dentro de seus ministérios! Estufam o peito! Se consideram até profetas! E nós o somos! Mas o profeta autêntico e confirmado por Deus, tem consciência desta misericórdia pura que nos tornou recebedores de tal ministério! Pois o princípio do profeta é buscar a face Daquele que o chamou! E a partir 
desta face encontrada, transbordar o  que recebe da mesma!

Por isso o profeta fala em nome de Deus! Não em seu próprio nome! Ainda que tenhamos estudado, esforçado - e não fazemos mais que a obrigação - ainda que tenhamos feito faculdades específicas para aperfeiçoamento do ministério, quem nos escolheu e deu o ministério e o poder que sai do mesmo, vem DE DEUS!!!!!!

Junto com esse encontro desta face, vem a ousadia e intrepidez que os Apóstolos pediram ao passarem a primeira prisão (Pedro e João) cf. Atos 4,29

Quantas vezes, nestes quase 15 anos de ministério, onde 5 foi coordenando o ministério dentro de 2
regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo, formando mais de 200 pregadores, me deparei com pessoas com o chamado, com a unção sobre eles e tinham medo, ou quando eram chamados, falavam de forma covarde a respeito da escolha, não tinham certeza da mesma escolha... Quantos até iniciaram, mas, chegaram num ponto onde a verdade pregada nem sempre agrada! Dizia Santo Agostinho: "A verdade tem poucos amigos".

Claro que os escolhidos são capacitados a discernirem a forma e o que falam.

Deus não derrama ferramentas pela metade, mas todas as que forem necessárias para o bom desempenho do chamado...

Outros começaram a querer agradar lideranças, pessoas, achando que o ministério teria sucesso a partir daí. E as coisas não funcionam assim.

O pregador precisa deste contato direto com Aquele que o escolheu. E Aquele que o escolheu quer se comunicar hoje também com seu povo a partir e através deste escolhido.

"... renunciamos à vergonhosa clandestinidade."

Irmãos, profetismo não se finge! Se tem! Não adianta fingir ousadia onde não se tem intimidade com Aquele que é fonte desta ousadia!

Ousadia não é gritaria! Não é grosseria! Não é teatro! Ousadia é um dom dado por Deus pela força do Espírito Santo, que produz uma certeza de fé tão grande que traz autoridade naquele que fala e essa autoridade transborda no falar. Isso é a ousadia que traz!

É triste ver irmãos confundindo a ousadia com outras coisas acima citadas e mais! Muitas vezes falando coisas que mais parecem atrevimento e vontade de aparecer ou parecer sábio que chega a ser ridículo, pois é como se quisesse mostrar: "Sou sábio... Sou ungido... Sou ousado... Sou profeta..."

A base do profetismo é a busca da face do Senhor que se transborda numa pregação profética conforme o coração de Deus, com as duas pernas: ANÚNCIO DO AMOR INFINITO DE DEUS E DENÚNCIA ABERTA DA OBRA INFRUTÍFERA DAS TREVAS..

Uma sem a outra torna a profecia "aleijada"!

É necessário trazer a denúncia com a marca do amor restaurador de Deus, assim como é necessário trazer o anúncio com o alerta da denúncia das obras vencidas das trevas!

Uma sem a outra aleija a profecia do pregador e chega a ser irresponsabilidade para com quem é evangelizado e recebe a Palavra pregada!

A mensagem não pode ser clandestina! Tem de ser autêntica como o Evangelho é autêntico!

É vergonhoso mascarar o Evangelho com a clandestinidade do comodismo de alguns, com a mentira de outros e com a máscara de outros ainda!

Jesus Cristo é o centro do Evangelho e o Seu anúncio não pode ser clandestino! Tem de ser autêntico... E é claro que autenticidade tem quem tem certeza do chamado e da unção!

É declarando a verdade do Evangelho que nos recomendamos diante de Deus à consciência de quem quer que seja...

A Verdade é Cristo! (João 14, 6)

Não temos o direito de falsificar a Palavra de Deus ao nosso bel prazer, conformando a Palavra aos nossos caprichos egoísticos, pretendendo confortos ou certezas atestadas por trechos isolados da Palavra, falsificando assim o texto, o contexto, achando pretextos para que sejamos aprovados diante da Palavra, mesmo sendo para uma pseudoconfirmação de uma linha de raciocínio isolada que nem seja da Igreja! (Cf. Gálatas 1, 6-10)

Tem muita gente fazendo isso!

A Palavra é radical! O Evangelho é radical! Jesus foi e é extremista! (cf. João 13, 1)

A verdade tem de ser vivida, vivenciada e testemunhada ao extremo do amor!

Se a consciência queimou diante de um anúncio ungido, terá frutos de conversão e santidade depois... Caso contrário, será só barulho desperdiçado e tendencioso...

O Evangelho que anunciamos ou precisamos anunciar, não foi feito para ficar velado, mas para brilhar a Luz gloriosa de Cristo! Se está velada, é porque o deus deste mundo cegou a muitos! E como me dói, irmãos, ver a cegueira deste mundo tenebroso! Chego às lágrimas de ver tantos cegos espirituais! Dói meu coração de profeta/pregador... de servo... Dói demais, irmãos...

Tomo a liberdade de testemunhar que essa dor aumenta depois que ouvi uma pregação do Juninho da Missão IDE, chamada FOME DE ALMAS.

Esta pregação já foi ouvida por mim mais de 20 vezes e choro em escutá-la a cada vez! Esta pregação gerou um grupo no aplicativo Whathsapp (hoje já extinto) de mesmo nome! Mais de 46 pessoas partilharam experiências de fé, testemunhando a graça de Deus... Partilharam pregações e canções, oraram em diversas ocasiões por várias intenções... Um grupo que adquiriu dinamismo, corpo e teve uma inspiração em se tornar PROJETO FOME DE ALMAS que mais tarde se tornaria MISSÃO FOME DE ALMAS (Hoje já extinta)...

Mérito de algum de nós? Negativo. Graça de Deus que nos torna responsáveis!

Daí a nossa responsabilidade em não brilharmos nossa própria luz, visto que não temos luz própria, como Nossa Senhora que é vestida do Sol que é Cristo (cf. Ap. 12, 1). Não tem luz própria, mas traz e brilha a Luz de Cristo, Luz do Mundo (cf. João 8, 12)!

RESPONSABILIDADE!

Responsabilidade de anunciar ao Cristo! Responsabilidade de trazer para Cristo!

Responsabilidade de apascentar as ovelhas de CRISTO!

Responsabilidade em transbordar o poder de CRISTO!

Nós anunciamos a Cristo e não a nós mesmos, com supostos testemunhos que, na verdade, querem tornar-nos vítimas, coitadinhos para as pessoas nos darem atenção e saciar nossa carência...

Palavras duras mas reais!

"O mesmo Deus, que mandou a luz brilhar na treva, iluminou as vossas mentes, para que brilhe no rosto de Cristo a manifestação da glória de Deus."

Temos uma mente iluminada pela Luz de Cristo mediante um chamado livre e voluntário de Deus a nosso respeito e a responsabilidade de brilhar NO ROSTO DE CRISTO A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS, é a maior responsabilidade nossa ao nos depararmos com uma assembléia sedenta ou fechada, alegre ou deprimida, fria ou quente, não interessa, essa Luz tem que brilhar no rosto de Cristo, irmãos! Olha a gravidade da coisa e da responsabilidade! Brilhar a manifestação da Glória de Deus no rosto de Cristo! É entre lágrimas que escrevo estas últimas linhas! Irmãos, nossa responsabilidade é enorme!

Nossa responsabilidade não é trazer as pessoas a nós, mas levá-las a Deus!

Nossa responsabilidade e missão, já dizia o Reinaldo Bezerra no nosso Congresso Metropolitano de Pregadores de 2014, na Arquidiocese de São Paulo, é levar conosco a graça do Batismo no Espírito Santo àqueles que nos ouvem! Pois o que eles ouvem é a Palavra de Deus através de nossos lábios pecadores....

Irmãos... Não temos qualquer coisa, mas um chamado do próprio Deus! Nosso chamado é misterioso, gratificante... Nosso chamado traz uma responsabilidade de receber a experiência do céu e levá-la às pessoas que nos ouvem!

Chega de pregador com frescura! Frescura de querer pregar para multidões quando uns 5 em sua casa anseiam que o pregador se manifeste também em seu lar e não só em meio às pessoas que dão tapinhas nas costas, fazem elogios que massageiam o ego, prepararam pratos e tratamentos especiais separados das pessoas que nos ouvem... Se feito por zelo com o pregador, tudo bem, contanto que isso não coíba o mesmo a estar COM as pessoas e não somente DIANTE delas! Cristo ficava COM as pessoas e não somente DIANTE delas!

Chega de querer grandes eventos, quando o maior evento, aquele grupo de oração com as mesmas 4/5 pessoas anseiam pelo "fogo" da pregação que eu e você fazemos em eventos, experiências e encontros!

Uma vez eu preguei para 5 pessoas num encerramento de seminário de vida no Espírito num Galpão enorme! As 5 estavam dentro da Igreja e inseridas no contexto eclesial dentro de suas respectivas realidades até o momento da escrita do artigo em 2017!

Outra vez cheguei num grupo com 5 pessoas, sem ministério de música e a graça se deu, pois tenho fome de almas!!!! Tenho a responsabilidade de fazer a Luz brilhar nas trevas daqueles corações desanimados! Tenho a responsabilidade de fazer brilhar no rosto de Cristo a Glória de Deus!

Irmãos! Nosso chamado e responsabilidade são estes!

Chega de querer ser estrela com  brilho próprio, pois nem os astros de mesmo nome tem este brilho próprio, mas refletem o brilho do Sol! Astro maior! Nosso Sol da Justiça é Jesus!

Chega de querer fama! Status! Prestígio! Curtidas! Likes! Views! CHEGA!!!!

Chega de evitar a cruz de cada dia e reclamar daquelas as quais já temos carregado! Chega de evitar o sofrimento pelo Evangelho!

Chega de tanto comodismo em querer as coisas em conformidade ao conforto!

É preciso ser servo e o servo não é maior do que o seu Senhor!!!

Somos servos! Somos reflexo do brilho verdadeiro!!!

Temos uma responsabilidade diferente da que muitos têm falado ou feito!

Ter agenda cheia não significa que a unção está ali.

Ser chamado a pregar em grandes eventos e ter a graça de Deus nos usar para realizar grandes prodígios não significa que estamos buscando a face Daquele que nos chamou!

Ficar falando ou instigando que se fale toda hora "Glória a Deus", "Aleluia" ou coisa que se valha, durante a pregação, não significa, por regra, que se tem unção... Talvez desejo de ser "agradável" aos que nos ouvem ou falta de unção, conteúdo ou busca de liberdade no desenvolvimento em determinados temas... Sei lá... é no mínimo estranho.

Gritaria não significa que se tem unção! Pulinhos não significam unção! Imitar gestos e palavras de outros pregadores de nome ou até protestantes não significa que tem unção, mas imaturidade e falta de identidade própria...

Sejamos nós mesmos!

Façamos brilhar a Luz verdadeira que é Cristo e que nossa pregação e profecia, seja um transbordamento da Face de Deus encontrada e faça brilhar no Rosto de Cristo a manifestação da Glória de Deus...

Orem por nós pregadores... Comentem os artigos, incrementem, façam a unção ser maior e mais eficaz!

Cresçam no chamado, na unção e na intimidade com Deus!

Façamos esta responsabilidade ficar aflorada através de nosso testemunho!

Sejamos antes de fazermos! Esta responsabilidade tem de nos fazer experimentar a realidade desta Palavra:

"... VI SOB O ALTAR AS ALMAS DOS QUE HAVIAM SIDO ASSASSINADOS POR CAUSA DA
PALAVRA DE DEUS E DO TESTEMUNHO QUE HAVIAM DADO..."
Ap. 6, 9

Paz e fogo! Muita unção e sede de santidade...

Seu servo em Cristo Jesus, Antonio Lucio de Oliveira

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

"O ESPÍRITO SANTO VIRÁ SOBRE TI" - TEMA DA RCC PARA 2017

Paz e fogo, irmãos!

No ano de 2017 estamos completando o jubileu de ouro da RCC e recebemos de Deus a graça de olharmos para Maria, para então, vivermos bem este ano jubilar da RCC.

Aqui no Brasil, estávamos em Ano Mariano Nacional a desde 12/10/2016 em virtude dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, e nosso movimento estava em festa com o Papa Francisco na Solenidade de Pentecostes de 2017 para celebrar com a Igreja este Jubileu de ouro da RCC.

A inspiração nasceu dia 23 de setembro. Dia de S. Padre Pio.

Uma benção, irmãos! Estávamos vivendo um tempo de graça em rumo de um Novo Pentecostes para uma nova evangelização.

Nas palavras de D. Alberto Taveira, Arcebispo de Belém (PA) e assessor eclesiástico da RCC no Brasil na época:


"Desejamos olhar para a Virgem Maria e aprender dela a docilidade ao Espírito Santo. Sabemos que, na justa medida, nós também queremos fazer com que Jesus nasça no coração das pessoas, pela Evangelização. Para tanto, sabendo que a graça concedida à Renovação Carismática Católica é que sejamos “apóstolos do Batismo no Espírito Santo”, buscamos a fidelidade à recomendação do Papa Francisco, de que levemos adiante este apostolado, para o bem da Igreja." (Carta de D. Alberto sobre a inspiração dada na reunião do conselho nacional da RCC Brasil http://www.rccbrasil.org.br/institucional/mais-lidas-conselho-nacional/1124-o-espirito-santo-descera-sobre-ti-e-o-tema-da-rcc-para-2017-.html)

Deus nos deu, em 2017, a chance de entrarmos na sala onde Maria Santíssima recebeu o anúncio do arcanjo Gabriel.

Interessante este RHEMA. Vamos conferir juntos o desejo de Deus para nós desde aquele ano.


D. Alberto diz que: "Desejamos olhar para a Virgem Maria e aprender dela a docilidade ao Espírito Santo."

Conferimos esta verdade ao nos depararmos com a resposta de Maria ao anjo ao final de todos os esclarecimentos dados por Gabriel: "Aqui tens a escrava do Senhor. Que sua Palavra se cumpra em mim." (Cf. Lucas 1, 38 - Tradução Bíblia do Peregrino)

Maria foi tão bem preparada por Deus para este momento que o Espírito Santo a cobriu e a envolveu com Seu poder.

Cheia do Espírito Santo antes mesmo de Pentecostes, antes da glorificação de Jesus.

É preciso olhar e aprender esta docilidade da entrega de Maria ao Espírito Santo, pois é isso que Deus espera ao pedirmos que Seu Espírito venha sobre nós.

Esperamos algo extraordinário e Ele também espera de nós um coração aberto como o de Maria, disponível como o de Maria, pronto a se conformar à Palavra de Deus como Maria, sem querer conformar a Palavra a si mesmo ou pretender que Deus sucumba aos nossos caprichos e comodidades, mas conformar-se, tomar as formas da Palavra de Deus como Maria fez. Não só deu um sim pleno, mas até o fim deu uma resposta dócil ao Espírito de Deus, ao ponto de se deixar fecundar em sua carne pelo Espírito Santo o Verbo divino feito carne.

Foi-nos concedida uma graça extraordinária através da RCC de sermos "Apóstolos do Batismo no Espírito Santo" PARA o bem da Igreja.

Maria experimentou o poder da Sombra do Altíssimo (Lucas 1, 35)!

Isso já estava à nossa disposição e neste ano, estaremos experimentando isso de forma total, na medida de nossa abertura! Estaremos entrando debaixo da sombra do Altíssimo e envoltos em Seu poder para cumprir nosso apostolado do Batismo no Espírito Santo e multiplicar a Cultura de Pentecostes na terra!

Isso é uma promessa para nós em Jesus e uma graça agora em Maria!

Irmãos, o Espírito Santo virá sobre nós! 
Mas na individualidade de cada um Ele virá sobre "TI".

Portanto, algo precisa ficar bem claro: Virá se encontrar a mesma disponibilidade e docilidade que encontrou em Maria Santíssima!

Maria tinha a liberdade de dizer "não", da mesma forma que - livremente - disse "SIM".

Da mesma forma, cada um de nós terá a liberdade de dizer "SIM" ou "NÃO". Claro!

Pois o "SIM" de Maria gerou responsabilidades nela que foram plenamente assumidas tanto quanto a resposta ao Arcanjo.

Quais responsabilidades?

1) Dirigir-se APRESSADAMENTE à casa de Zacarias para servir de empregada doméstica a Isabel (Cf. Lucas 1, 39 e 56)

2) Receber antecipadamente a notícia de seu martírio incruento (Cf. Lucas 2, 35)

3) Não perder Jesus de vista (Cf. Lucas 2, 43-48)

4) Ouvir e cumprir a Palavra de Deus (Cf. Lucas 8, 21)

5) Adiantar o tempo de fazer milagres (Cf. João 2, 1-11)

6) Permanecer em pé diante dos sofrimentos, por maiores que sejam (Cf. João 19, 25)

7) Não abandonar a comunidade apostólica (Cf. Atos 1, 14)

O Espírito Santo virá sobre ti e será preciso ir apressadamente até a casa de vários "Zacarias" - que significa: LEMBRADO POR DEUS - onde muitos "lembrados por Deus" estarão esperando um "Shalom" que faz estremecer as entranhas de uma alegria diferente, uma alegria extraordinária, uma alegria plena, uma alegria sobrenatural que provém de Deus! Essa alegria é fruto do "Espírito Santo que descerá sobre ti", sobre mim, sobre nós!


O Espírito Santo virá sobre ti e precisaremos estar firmes como Maria ao recebermos notícias que não serão como a que ela recebeu de Simeão, mas provavelmente, nos fará "bambear", estremecer de medo, e, assim como Maria, acolheu em seu coração essa notícia, esta profecia de como seu coração iria doer...

Nós também corremos o risco de receber notícias proféticas que não estarão de acordo com nossas expectativas, porém, é exatamente aí que esse mesmo Espírito Santo fará a diferença no coração e na alma de quem O receber de forma plena...

Maria não perdeu o foco, mesmo com a profecia. Somos chamados, desde então, a fazer o mesmo!

O Espírito Santo virá sobre ti e será necessário não perder Jesus de vista... Maria e S. José souberam onde procurá-Lo.

Nós, nem sempre teremos esta certeza, por mais que O busquemos. É sempre certo que depois de experimentarmos esta descida do Espírito Santo, chega num dado momento de alguns que nós, como que desnorteados, escorregamos de forma inconstante, ou mesmo, em algumas situações, até voltamos às velhas práticas... O contexto de Maria e José no reencontro com Jesus não é este supracitado, mas, de forma paralela, é isso que ocorre com a maioria. Não deveria, mas ocorre. É exatamente aí que o Espírito Santo faz a diferença... Guardemos no nosso coração com o silêncio paciente de Maria, gerado pelo Espírito Santo, e sigamos à Nazaré de nossa vida, conferir o Cristo crescente em nós, trazendo sabedoria e graça.

O Espírito Santo virá sobre ti para que a Palavra de Deus venha entrar em nossos ouvidos e penetrar em nossa alma, para não sermos apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra (Cf. Tiago 1, 22). Infelizmente, irmãos, este é um passo que muitos não tem seguido nas pegadas de Maria. Não por falta de vontade, mas, lamentavelmente, pela tentação não superada, pela prova mal enfrentada, pela tribulação incompreendida, enfim, o se "conformar à Palavra" é um desafio árduo para quem não se curva diante da Palavra de forma humilde, como Maria o fez. Se curvou diante de Deus e de Sua Palavra e não foi ouvinte somente, mas cumpridora.

O Espírito Santo virá sobre ti e será o tempo de adiantar os milagres na vida de tantos que não tem mais vinho de alegria em seus casamentos, em sua juventude, em sua vida, seja ela qual for... Será o tempo de olhar e recorrer a Maria, para que Ela nos leve até o olhar de Jesus e nos ensine a enxergar pelos olhos do Senhor... Para que ela nos ensine como olhar para Jesus pedindo por aqueles que perderam a alegria de estar junto à RCC... Para que ela nos ensine a olhar para os servos e encaminhá-los ao Senhor, para que todos tenham o milagre da transformação em suas mãos e os leve aos seus Grupos de Oração. Será tempo de aprender de Maria a sermos Apóstolos do Batismo no Espírito Santo como Ela foi e é ainda hoje esta missionária incansável, que em suas aparições nos pede sempre a maior atenção a Seu Filho Jesus, nosso Senhor...

E aqui, irmãos, faço um parêntese: Quantos de nós que tiveram uma experiência de festa com o "Noivo", e, com o tempo perceberam, que, apesar da Festa, apesar da alegria do primeiro encontro,  começaram a se perder pelo caminho e deixaram o "vinho" acabar, deixaram de servir, muitas vezes, esperando o pior acontecer, sem ter forças para voltar atrás dessa "apatia espiritual"?

Desde 2017, Maria estava atenta, e apesar dela ser a aniversariante do ano, seremos nós que ganharemos o  presente de ganharmos o olhar materno dela, antes dirigido a Jesus, mas depois a nós, para fazermos o que Ele nos disser de novo, depois de tanto tempo sem ouvi-Lo, depois de tanto tempo sem testemunhar Sua ação extraordinária entre nós, somos encarregados de fazer o que Ele nos disser e levarmos o milagre da transformação de nossa água da mesmice, de apatia espiritual, de desânimo, de abatimento, chateação com lideranças e servos, de conformismo e comodismo, e percebermos em nossas mãos o milagre de novo, para nossos grupos de oração e nossos lares, - visto que a chama, segundo a profecia do direcionamento, seria multiplicada aqui no Brasil - locais de trabalho e por onde formos, levaremos uma água transformada em vinho, e o melhor vinho!!!! O que era "fim de festa" para muitos, será recomeço de uma alegria inexplicável e plena em Deus, pois Maria nos conduziu a adiantar o milagre mais uma vez!


O Espírito Santo virá sobre ti e será o tempo de permanecermos em pé diante de todos os sofrimentos que nos vierem como prova, tribulação ou tentação... A exemplo de Maria, estaremos em pé, aos pés da Cruz de nosso Senhor, onde a fonte maior de fortaleza nestas circunstâncias e refúgio será aos pés da Cruz de Cristo, na companhia de Maria Santíssima, que nos ensinará esta busca de fortaleza, pois, ninguém melhor do que ela para entender e ensinar os mistérios redentores da Cruz de nosso Senhor.

Não seria e nem é somente por um momento, mas permanecer aos pés da Cruz e em pé! Permanecer!

Não só ficar ou passar, mas permanecer! 

Seremos levados a conquistar uma firmeza em nosso caminhar, uma constância em cada passo na direção da eternidade... Aos pés da Cruz existe uma fonte de graça que Maria nos ensina a vislumbrar, pois ela experimentou até a última gota do Sangue Redentor de Cristo em sua alma a ponto de experimentar uma espada de dor a transpassar seu coração.

O Espírito Santo virá sobre ti e será um tempo de consolidar nossa permanência no lugar escolhido por Deus para estarmos. Assim como Maria fez no Cenáculo: PERMANECEU EM JERUSALÉM COM OS APÓSTOLOS, por isso, experimentou novamente, assim como da primeira vez ouviu que O Espírito desceria sobre ela e a sombra do Altíssimo a envolveria, naquela sala do Cenáculo, ela experimenta esta sombra e esta descida, agora, não para gerar o Cristo em si mesma como da primeira vez, mas para que os 
Apóstolos experimentassem a geração do Cristo neles e a partir deles, na Igreja que se torna então o Corpo Místico de Cristo!!!!

Que Mulher espetacular!

Que graça desfrutamos desde 2017!

O lindo, irmãos, é que ainda podemos e muitos já fazem esta experiência!

Temos a graça de experimentar o que Maria experimentou duas vezes!!!! E ela sabe muito bem como nos instruir enquanto movimento na Igreja e para a Igreja neste tempo de receber o Espírito que "VEM SOBRE TI", sobre mim, sobre nós que deixarmos nosso coração aberto para que a plenitude se faça experimentar!

O Espírito Santo virá sobre muitos! Já veio sobre Muitos!

Está vindo também neste exato momento em que encontra um coração disponível e bem disposto para este tempo de graça que vivemos desde 2017, e ainda podemos vislumbrar agora esta ação extraordinária de Deus em nosso favor!


O ESPÍRITO SANTO VIRÁ SOBRE TI, Igreja!!!!

O ESPÍRITO SANTO VIRÁ SOBRE TI, RCC!!!!

O ESPÍRITO SANTO VIRÁ SOBRE TI, Irmão (ã), amado (a) que lê estas linhas e já experimenta o fragor das torrentes que serão derramadas sobre nós!

Espírito Santo, divino amigo, nós te louvamos por ser o atualizador desta infinita graça que nos é proporcionada nesse tempo. Apesar de nós, é a nós que te diriges através de Maria, que nos ensinará a receber-Te de coração aberto e dócil à Tua ação em favor da Igreja!

Como agradecer-Te de forma digna, ó Divino Hóspede da alma, sendo que nossas palavras
são
 pequenas diante de Tua grandeza? Resta-nos, louvar e bendizer-Te, Senhor, Deus Consolador e Santificador de nossas almas, cobre-nos e envolve-nos como fizeste com tua serva que se deixou envolver e cobrir pelo Teu poder... Reveste-nos com Tua força e nos faz testemunhas de Jesus a quem estiver ao nosso redor, ainda que de passagem, sejamos canais desobstruídos do amor de Deus que se derrama por Vós em nós!

Recebamos este Espírito Santo que vem sobre nós! Amém!

Nossa Senhora de Pentecostes, rogai por nós!!

Paz e fogo. Muita unção e fome de almas!


quarta-feira, 25 de setembro de 2024

SOLIDÃO ACOMPANHADA DO PROFETA

Paz e fogo, irmãos.

Meditei e orei muito antes de escrever este artigo em 2016, pois depois de que me tornei um administrador de um grupo virtual de "pregadores/profetas", e também depois de conferir em diversos lugares, várias pregações de inúmeros irmãos de ministério, acabei constatando diversas coisas sobre o ministério: Intimidade com Deus, busca da unção, escuta da Palavra, contra testemunhos, reclamações, elogios, testemunhos, frutos de santidade, abandono de ministério, enfim, várias situações que ocorrem durante o exercício do ministério de pregação.

Uma das coisas mais interessantes e mal entendidas pelo pregador e pelos que o rodeiam é - na maioria das vezes - o mesmo, geralmente, ser solitário. Não no sentido estrito da palavra, mas, na medida do amadurecimento do caminhar com Deus, aprendemos muito com esta "solidão".

Muitos não concordarão com muita coisa e eu até entendo esse tipo de reação, porém, como eu disse, é no caminho do amadurecimento concreto em nosso caminhar dentro do exercício de nosso ministério é que compreendemos melhor o que estarei explanando no presente artigo. A Tradução Bíblica que estarei utilizando será a da CNBB.

Iniciemos com Elias, que, a partir de 1 Reis 17 ganha seu lugar nas escrituras profetizando ao Rei Acab uma grande escassez de chuva e orvalho em em Israel (Cf 1 Reis 17, 1). Logo em seguida, Deus o manda para o Oriente (Cf. 1 Reis 17, 2-4), onde seria alimentado pelos corvos (Cf. 1 Reis 17, 6).

Tantas outras passagens mostram Elias sendo conduzido por Deus e, todas as vezes, a solidão o acompanha. Esta solidão o ajuda a escutar a voz de Deus. Mais tarde, nos primórdios da era cristã, encontraremos outro monge que acabou por seguir a solidão a exemplo de Elias... Evágrio. Sugiro o estudo sobre a vida desse grande monge.

Elias vai à casa da viúva de Sarepta, confere a morte do filho desta senhora e junto de Deus, sua companhia, clama e consegue arrancar das mãos de Deus a vida daquele filho daquela viúva sem nome.

A solidão de Elias tinha uma razão! Intimidade com Deus! Sair do barulho das conversações sem sentido para aprender a distinguir a voz de Deus! Ele conseguiu! Tantos são os pregadores/profetas atuais que não sabem mais viver no escondimento, fazendo, muitas vezes, questão de acolher o barulho do mundo secular. Não estou aqui dizendo de ir ao deserto como o fez Elias e também João Batista, o qual falaremos mais adiante neste artigo. Estou falando de ter disciplina na quietude da alma, no retiro interior para depender única e exclusivamente de Deus, como assim fez Elias. A solidão de Elias não era para ser deprimente, como quase aconteceu com ele ao ser ameaçado por Jezabel após ele ter dizimado os profetas de Baal em 1 Reis 18, 40, agora, no capítulo 19, 4, Elias adentra no deserto como fugitivo de Jezabel, sentando-se debaixo de um Junípero pedindo sua morte (Cf. 1 Reis 19, 3-5). Porém, sua solidão tinha uma razão: Ser íntimo de Deus, e por isso, Deus enviou um anjo para o alimentar e seguir seu chamado! (1 Reis 19, 5b-8). Ao final do capítulo 19, Elias presencia o chamado de Eliseu, que pedirá o dobro da unção de Elias sobre ele (Cf. 2 Reis 2, 9). A solidão de Elias era uma solidão acompanhada. A companhia era o próprio Deus!

Ezequiel é nosso segundo simpatizante de uma solidão acompanhada.

Ezequiel 3, 22 vai dizer que ele é levado pela mão de Deus a uma planície. Não conta ninguém ao seu redor a não ser a voz de Deus lhe instruindo e direcionando sua vida a ser uma profecia viva, com a mudez de Ezequiel 3, 22-27, o cerco de Ezequiel 4, 1-3...

Uma curiosidade enorme do livro desse profeta é que nele não se encontra diálogo do profeta com ninguém a não ser com o próprio Deus!

As narrativas profundas e detalhistas apontam a um homem totalmente entregue a Deus e que vive esta entrega de forma sobrenatural e - ao que tudo indica - solitária de pessoas, a não ser os ouvintes aos quais ele era enviado por Deus a falar seus oráculos ou os conterrâneos que estavam em exílio em seu tempo.

Esta solidão de Ezequiel tinha uma razão: Tocar o sobrenatural de Deus!

A solidão desse profeta foi acompanhada pelo extraordinário de Deus! Viu a glória de Deus (Ezequiel 1), engoliu o rolo (Ezequiel 2 e 3), o vale dos ossos ressequidos (Ezequiel 37), as águas que jorravam do templo (Ezequiel 47)... Ele tocou o Extraordinário de Deus! A solidão de Ezequiel era acompanhada. A companhia era o próprio Deus e seu extraordinário!

O livro do profeta Daniel nos revela vários momentos em que o diálogo entre o profeta e os que o circundam são diálogos curtos ou narrados, mas um dos momentos de solidão que mais nos chama a atenção em Daniel - sem dúvidas - é a cova dos leões.

Uma solidão acompanhada do cuidado de Deus para com seus escolhidos.

A fidelidade de Daniel a Deus lhe presenteou com um lugar de destaque nos reinados de Nabucodonosor, Baltazar e Dario, onde alcançou, talvez, o topo das honras humanas de seu tempo.

Porém, a inveja satânica penetrou alguns governadores que desejavam o alto escalão de autoridade no governo que Daniel havia conquistado, e, por isso, armaram uma cilada para Daniel... O capítulo 6 de Daniel nos conta a história com detalhes.

O versículo 11, conta que, ao saber que o rei Dario havia assinado um decreto de proibição a elevar preces a qualquer outro Deus a não ser o rei (caracterizando assim idolatria), seria lançado aos leões.

O fato intrigante dessa falcatrua toda dos sátrapas, é que eles convenceram o rei a sancionar essa lei, esse decreto absurdo porque sabiam que Daniel se RETIRAVA 3 vezes ao dia para estar a sós com Deus.

Inveja dos honras ou da fidelidade de Daniel?

Busca louca de cargos seria a linguagem que usaríamos hoje.

Daniel sabia quem era Deus. Por isso não mudou sua rotina. Assim que soube da sanção da nova "lei", foi para casa, no andar de cima, numa janela direcionada para para o lado de Jerusalém.
Aqueles sátrapas seguiram a Daniel para vê-lo fazer o que sempre fazia, mas o que me chamou a atenção foi que a Palavra está dizendo que assim que ele ficou sabendo da lei decretada ele foi para casa SOZINHO.

A tramoia foi diabolicamente bem planejada, a ponto dos sátrapas saírem imediatamente delatarem a Daniel, que havia transgredido uma lei do rei. O rei percebeu a armadilha que aqueles invejosos haviam armado para Daniel e ficou de consciência pesada (Cf. Daniel 6, 15), tentando livrar Daniel até o fim da tarde, portanto, essa falcatrua toda foi feita pela manhã!

Essa situação acabou cooperando para despertar a fé do rei Dario, a ponto de o fazer jejuar uma noite toda na intenção de Daniel e, este, por outro lado, em comunhão íntima com Deus, não se desespera. Não abre a boca para falar nada - pelo menos a Bíblia não relata palavra alguma de Daniel nesses momentos.

Como teria sido aquela noite?

Que solidão cuidadosa de Daniel!

Dario, desesperado, chega na entrada da cova e grita por Daniel que o responde: " Viva o rei para sempre! Meu Deus mandou seu anjo para fechar as bocas dos leões e eles não me incomodaram, pois fui considerado inocente diante de Deus e diante de ti, ó rei, nenhum crime cometi." (Cf. Daniel 6, 22-23).

Irmãos, aquele que se confia em Deus e busca a Sua face, não é decepcionado, abandonado ou confundido!

O profeta Daniel sabia em quem ele confiava. Ele tinha uma solidão acompanhada dos cuidados de Deus...

Um outro profeta que viveu esta realidade da solidão acompanhada foi Jonas.

É muito atual a realidade do chamado de Jonas... O querer desviar da vontade de Deus, de Seu divino chamado.

Desde o início do pequeno livro de Jonas (4 capítulos), ele já fica esclarecido da vontade de Deus (Cf. Jonas 1, 1-2).

Os únicos momentos em que Jonas fica dialogando com alguém a não ser Deus é quando ele está no barco (Cf. Jonas 1, 4-16) e quando está em Nínive anunciando que dentro de 40 dias a cidade seria destruída (Cf. Jonas 3, 4). Fora isso, Jonas vivia uma solidão acompanhada da misericórdia de Deus. Curioso é que a misericórdia de Deus para com Jonas pode ser conferida somente ao final do livro quando Deus fala com Jonas sobre a cidade e sobre a mamoneira que Ele criou para Jonas e depois secou para ensinar a Jonas o valor das coisas e como é o coração de Deus. A misericórdia divina ensina, não apoia pecados.

A misericórdia divina que acompanhou Jonas, foi a misericórdia para com uma cidade de 120.000 pessoas: Nínive. Jonas pôde conferir e anunciar a misericórdia de Deus para com uma cidade toda! E o detalhe é que Jonas conhecia essa maior característica de Deus. (Cf. Jonas 4, 1-2)

O profeta queria que Deus castigasse a cidade de Nínive pelas injustiças que chegaram no coração de Deus (Cf. Jonas 1, 2). Ele conhecia a misericórdia de Deus, por isso não queria se dobrar diante da vontade divina! Tantos de nós já fizemos ou fazemos isso... Fugimos da vontade de Deus, querendo que Deus satisfaça nossos caprichos ou desejos, colocando pessoas no lugar Dele, muitas vezes ou mesmo , procuramos alguém que massageie nosso ego, apoiando nossa rebeldia, fazendo destes apoiadores, cúmplices de nosso egoísmo e pecados.

Uma das solidões de Jonas era ruim: Exatamente seu egoísmo e falta de misericórdia.

A outra solidão que acompanhava Jonas era a misericórdia de Deus pela humanidade.

Como não tem como separar a misericórdia de Deus do próprio Deus, Deus era a companhia de Jonas... Uma solidão acompanhada da presença de Deus.

Outro que nos ensina sobre esta solidão acompanhada é citado pelos 4 Evangelistas.

Ele conferiu a manifestação da Santíssima Trindade de "camarote"!

Estamos falando de João Batista.

Se queremos aprender a viver de forma divina esta solidão precisamos olhar atentamente a vida desse profeta e precursor.

A Bíblia conta de João morava no deserto. Todos concordam em dizer que a partir do deserto João Batista vinha pregando e batizando o povo que o ouvia.

Deserto é o lugar da dependência total de Deus. Por isso, João Batista incomodava onde ele chegava.

Vestido de pele de camelo, comendo gafanhotos e mel silvestre (Cf. Mateus 3, 1-4), ele dependia de Deus por completo e, com certeza, tinha uma intimidade sobrenatural com Deus. A prova disso é que enxerga o "CORDEIRO DE DEUS" em Jesus (Cf. João 1, 36). A grande pergunta de Gênesis 22, 7, foi respondida por João Batista a João e André.

A solidão de João Batista era acompanhada de uma intimidade adquirida desde Lucas 1, 39-45.

Desde a saudação da Virgem Santíssima a Isabel que João reconheceu a unção Daquele que estava já fecundado de forma extraordinária naquele ventre santo. A unção de Maria Santíssima partia da presença total de Jesus em seu útero. Depois disso João aparece já em missão. (Cf. Lucas 3, Mateus 3, Marcos 1 e João 1)

O compromisso de João era com a verdade e, por isso, incomodou fariseus, incomodou Herodíades...

Intimidade com Deus nos traz a certeza do Divino, o olhar se diviniza, transcende, e esse era o olhar de João Batista! A solidão no deserto de João Batista rendeu a ele a revelação do Filho de Deus, que ele havia preparado o caminho, aplainado as veredas para que o Salvador chegasse!

Nosso segundo modelo de pregador, servo, sempre ouvi pessoas de frente e pessoas da retaguarda da RCC dizendo isso!

Ao chegar no momento crucial de aceitação plena de sua missão, Jesus se isolou. Foi ficar a sós, acompanhado da presença paterna de Deus. (Cf. Mateus 26, 36-39)

Esse cuidado foi manifestado através do anjo que o fortalecia (Cf. Lucas 22, 43).

Jesus não fugiu e soube lidar com Sua solidão! João Batista não fugiu e soube lidar com sua solidão! Jonas não fugiu e soube lidar com sua solidão! Ezequiel não fugiu e soube lidar com sua solidão! Daniel não fugiu e soube lidar com sua solidão! Elias não fugiu e soube lidar com sua solidão!

Muitos hoje que exercem o ministério não sabem lidar com sua solidão! Muitos propensos ou pseudo chamados ao ministério não sabem lidar com sua solidão! Fogem dela, se escondem atrás dos barulhos de canções e pregações mas não se encontram na solidão acompanhada que todo o profeta NECESSITA! Necessita para aprender a confiar plenamente em Deus como estes fizeram!
Não estou falando de fazer como eles literalmente fizeram! Nosso tempo e contexto histórico é outro, mas as circunstâncias são semelhantes: Opressão política, injustiça social, contra testemunho religioso de quem nos deveria dar exemplos, enfim, nosso contexto histórico é bem diferente, mas as situações são as mesmas!

Pior!

Queremos mascarar essa necessidade atrás de barulhos que dizemos, muitas vezes, cooperar para nossa vida espiritual, nos leva à intimidade com Deus... e por aí se vão várias justificativas esfarrapadas para manter-se no barulho e escapar da solidão acompanhada. Essa solidão acompanhada nos exige esforço e poucos, bem poucos desejam esse esforço.

Exige empenho e fidelidade e poucos são os que perseveram nesta fidelidade.

Exige espiritualidade amadurecida e prática espiritual constante, não somente teórica ou espiritualista, como muitos têm vivido, buscando somente o extraordinário sem o ordinário da vida cotidiana. Carregam uma cruz de São Bento no peito sem saber que a filosofia do mesmo era Trabalha (ordinário) e ora (extraordinário), ora e trabalha.

Querem ficar muitas vezes com seu fone de ouvido com canções (muitas vezes da "moda religiosa") para evitar mastigar o que se pregou ou se ouviu, com a certeza de ser colocado entre as paredes do egoísmo humano e a necessidade de praticar o que se falou com a exigência amorosa de um Deus que nos acompanha na nossa solidão!

Chega cansa o número de pessoas que têm testemunhado a seguinte situação: "Estou me sentindo só" ou "Estou no deserto".

Ei!!!! Isso faz parte de quem está a serviço de Deus! Nossa maior companhia é Ele!

"Mas, Antonio  Lucio, e o amor fraterno, entre irmãos??" Me perguntam alguns.

Está exatamente no fato de aprender a ter o olhar e acolhimento de Deus quando se está sozinho com Ele!

Me admira pessoas que dizem ter vida de adoração e Santa Missa diárias e vivem arruinados em seus semblantes, enclausurados numa seriedade que mais parece uma careta de quem comeu limão azedo com pimenta, legalistas que só prestam para colocarem fardos nas costas de quem está chegando agora na Igreja, amargas em sua vida familiar e fraterna... Aliás, fogem da família! Se escondem atrás de seus ministérios!

Falta de maturidade, pois se a tivessem, saberiam se colocar na solidão acompanhada por Deus e Sua presença, cuidados, intimidade, misericórdia divina, essa companhia da solidão do profeta alimentaria nossa capacidade e força de luta, aceitação do que nos vem como adversidade como Graça de Deus como nos ensina S. João da Cruz em seu escrito "A Noite escura da Fé":

"O indício mais verdadeiro de que o espírito está nos consumindo, é o fato de termos chegado a apreciar a solidão no silêncio"

"Embora eu sofra a escuridão nesta vida mortal, isso não é algo tão difícil; porque, se me falta a luz, tenho a vida celestial. Pois, quanto mais cego é o amor, mais dessa vida ele proporciona conservando a alma em total abandono, vivendo sem luz na escuridão."

Todas as companhias que desejamos nesta vida não satisfarão a necessidade da alma do profeta de sua solidão acompanhada por Deus!

Esposa, filhos, marido, parentes, namorados(as), amigos, não satisfarão esta necessidade de estar a sós na companhia de Deus!

A solidão acompanhada do profeta/profetiza, não é uma questão de escolha, mas uma necessidade que se dá na alma que busca este amadurecimento...

Eu ainda poderia citar tantos personagens que nos ensinam nesse sentido, mas deixo aberto, pois nenhum dos artigos que escrevo tem um fim em si mesmo, mas se abrem para serem aprimorados pela graça de Deus e Sua bondade.

Mas deixo aqui um testemunho particular se me permitem 5 minutos de loucura (Cf. 1Coríntios 1, 18-31):

"Sou um servo de Deus feliz na vivência de meu chamado como pregador da Palavra, feliz com a família que Deus me deu... Mas de uns tempos para cá, após uma consciência forjada numa experiência com Deus verdadeira, no Congresso para pregadores da Diocese de Santo André em  outubro passado, numa das pregações do sábado, Deus me tomou pela mão e me provou que tenho buscado na direção correta, caminhado nos passos certeiros que Ele tem me mostrado a dar. Coisas que tenho falado em minhas pregações foram repetidas exatamente da forma que o pregador esclarecia de forma catequética e teológica para nós, pregadores do evento.

Meu coração se surpreendia e eu me emocionei muito ao perceber que, mesmo sem o estudo daquele pregador que nos falava com muita unção, eu estava pregando a coisa certa!

Não tenho nem o ensino médio completo devido as circunstâncias da vida e exigências do ministério, mas Deus me deu de presente uma pregação minha pelos lábios daquele servo de Deus que, inclusive, tenho até o livro dele, que me inspirou ensinos para meu ministério e de outros irmãos que compartilharam comigo as coordenações pelas quais passei na Arquidiocese de São Paulo.

Apesar de amar e ser feliz com minha família, amigos, irmãos de comunidade e Grupo de Oração, me sinto realizado ao exercer meu ministério com fidelidade a Deus e quando esta solidão acompanhada me envolve e sou levado a carregar a cruz de cada dia de forma mais amorosa e paciente, e Deus me presenteia muitas destas vezes com Sua presença, Sua intimidade, a ponto de poder sentir o cheiro do suor do Cristo que me auxilia no carregar de minha cruz diária!"


Sou feliz com tudo o que Deus me deu, mas me realizo quando executo o chamado de Deus!

Senhor, dá-nos hoje uma graça maior do que a que já recebemos e temos sentido fecundar e crescer dentro de nós... Fazei-nos hoje mergulhar em vossa graça... Nos permita experimentar a Tua companhia como assim fez Elias, Ezequiel, Jonas, Daniel, João Batista, São Francisco e tantos outros que, experimentaram esta solidão acompanhada, descobrindo a beleza misteriosa revelada no decorrer de cada passo dado em vossa direção...

Batiza-nos com Teu Espírito Santo mais uma vez, Senhor! Transbordai nossa alma com o gozo celestial que transborda de Teus átrios àqueles que te buscam de coração sincero e sem medo de darem passos em vossa direção... Amém.

Seu servo e irmão em Cristo: Antonio Lucio de Oliveira

Paz e fogo. Muita unção e sede de santidade!

PS.: Comentem o artigo com vosso testemunho e multiplique a graça recebida!

terça-feira, 24 de setembro de 2024

SUPERFICIALIDADE X PROFUNDIDADE

Paz e fogo, irmãos...

Depois de muito tempo, Deus me levou na escrita deste artigo, inspirado no final de semana - 03/
04/09/2016 - onde estive num encontro de formação do ministério de formação de minha Diocese atual: Santo  André.

No sábado, um dos formadores, de nome Paulo, da Diocese de Santos, nos contou uma história para basear sua colocação e foi exatamente nesta história que Deus fez nascer este artigo em meu coração.

Segue a história, que tentarei transcrever exatamente como nos foi contada:

"HAVIAM DUAS BONECAS DE SAL QUE SONHAVAM, UM DIA CONHECER O MAR. ERA UM SONHO DE AMBAS, POIS JAMAIS HAVIAM VISTO O MESMO.

CERTO DIA, SURGIU ESTA POSSIBILIDADE DE TEREM SEU SONHO CONCRETIZADO E FORAM CONHECER O MAR. AO CHEGAREM, AMBAS FICARAM MARAVILHADAS COM A BELEZA DO MESMO. 

UMA DELAS, TÃO DESLUMBRADA QUE ESTAVA FICOU PARALISADA CONTEMPLANDO DE ONDE ESTAVA, SEM SE MEXER... EXTASIADA COM A BELEZA DO MAR, SUAS ONDAS, A AREIA, O CÉU QUE SE UNIA ÀS ÁGUAS NO HORIZONTE, ENFIM, ESTAVA PETRIFICADA DIANTE DA CONCRETIZAÇÃO DE SEU SONHO E DA BELEZA DO QUE VIA.

POR OUTRO LADO, A OUTRA BONECA, IMPRESSIONADA TANTO QUANTO A OUTRA BONECA, AO CONTRÁRIO DA OUTRA, COMEÇOU A IR NA DIREÇÃO DA ÁGUA.

A OUTRA BONEQUINHA, PARADA, ACENAVA PARA ESTA, GRITANDO: 'EI! VOLTE! ONDE VOCÊ VAI? VOCÊ NÃO PODE IR ATÉ A ÁGUA!!!!'

A BONECA CONTINUOU SEU CAMINHO SEM SE IMPORTAR COM A GRITARIA DA OUTRA, ATÉ QUE CHEGOU COM A ÁGUA AOS TORNOZELOS, MARAVILHADA, ENTROU MAIS UM TANTO NA ÁGUA, CHEGANDO ATÉ OS JOELHOS... 

ENQUANTO ISSO A OUTRA BONEQUINHA, GRITAVA EM TERRA FIRME: 'VOLTE! É PERIGOSO!'

A BONEQUINHA CONTINUAVA SEU TRAJETO, DECIDIDA A EXPERIMENTAR AQUELA BELEZA ATÉ O ÚLTIMO INSTANTE POSSÍVEL, CHEGANDO COM A ÁGUA ATÉ OS QUADRIS... NESTE MOMENTO, ELA PÁRA, SE VOLTA PARA SUA AMIGA EM TERRA FIRME A ACENA, DANDO UM 'TCHAU', ENQUANTO SEGUE ADIANTE TENDO A ÁGUA JÁ PELO PESCOÇO E SENDO COBERTA PELA ÁGUA.

POR SER UMA BONECA DE SAL, AO CONTATO COM A ÁGUA, O MESMO VAI 
DISSOLVENDO, DERRETENDO, SE MISTURANDO À MESMA.

FOI O QUE ACONTECEU. 

DISSOLVIDA NA ÁGUA, AQUELA BONEQUINHA SE FUNDIU À ÁGUA, SENDO IMPOSSÍVEL SEPARAR ELA DA ÁGUA, POIS JÁ NÃO SABIA QUEM ERA ÁGUA OU QUEM ERA A BONEQUINHA."


Vamos distinguir o que nos foi revelado através desta história?

Quando estávamos vagando pelo mundo, tínhamos sonhos, dos mais diversos: Ser reconhecido pelo sucesso de algo que fazemos, sermos artistas de renome, sermos ricos, empresários, respeitados na sociedade e reconhecido de forma respeitosa.

Talvez, nunca tivéssemos sonhado em conhecer o mar como essas bonecas da história acima, mas com certeza, quando descobrimos e fomos encontrados por Jesus, num encontro, num grupo de oração, evento ou seja lá qual for o meio pelo qual Jesus nos encontrou, percebemos que nosso maior sonho era CONTEMPLAR ESSE MAR DE AMOR e mergulhar nele, tal a experiência que nos foi dada por Deus.

Como essas bonecas, podemos fazer um paralelo agudo diante da realidade que tenho conferido em vários lugares com várias realidades e pessoas inseridas nas mesmas.

Na Bíblia da CNBB, no Evangelho de Lucas, capítulo 5, versículo 4, Jesus, desconhecido ainda, após subir na barca de Pedro - que havia acabado de chegar de uma pesca frustrada - ensina o povo e, depois, pede a Pedro: "Rema lago adentro e joga as redes para pescar."

Já refleti sobre esta passagem há alguns anos num artigo aqui do blog e lá poderão ver detalhes da passagem em seu contexto.

Aqui nos cabe uma ordem dada a um pescador que acabava de conhecer esse "tal" Jesus, que lhe dá uma
ordem, com tamanha autoridade que a resposta de Pedro é compreensível: "Mestre, labutamos a noite inteira... porém, já que o dizes, jogarei as redes." (repito: a tradução é da Bíblia da CNBB)

Sabemos do desfeixe da história.

Porém, em nosso caminhar com Jesus, quantos de nós, por quantas vezes, também não ouvimos esta voz irresistível de Deus a nos chamar para algo profundo na Igreja, em determinado grupo, movimento, pastoral e diferentemente de Pedro, preferimos ficar como a boneca que contemplava a beleza do mar, imóvel, sem reação, apenas gritando para a outra boneca, cheia de atitude de abandono diante da beleza encantadora do mar, foi ao encontro do mesmo e, sem se preocupar com sua condição limitada de ser feita de sal, continuou a ir mar "adentro", dissolvendo-se aos poucos até se misturar ao mar e não ter mais como separá-la dele.

Assim acontece quando ouvimos a voz irresistível de Jesus a nos chamar, envolvendo-nos com Seu amor infinito e sedutor de nossas almas, começamos a caminhar, conhecer e amar a Igreja, por causa de Jesus!

Começamos a aprofundar nossos conhecimentos, muitas vezes, nos decepcionando com muita gente, por causa de muita coisa, mas estamos tão "mergulhados" em Cristo, que começamos a "dissolver" nossos egoísmos, ciúmes, decepções com as situações e pessoas, e percebemos que já estamos nos "assemelhando", ainda que em marcha lenta, ao próprio Cristo, que foi decepcionado por muitos, inclusive por seus apóstolos - haja visto as negações de Pedro - mas, preferiu a profundidade da vontade de Deus e, 
"... apesar de sua condição divina, não fez alarde de ser igual a Deus..." (Filipenses 2, 6 - Bíblia do Peregrino), mas "dissolveu-se" na profundidade da obediência ao projeto de salvação do Pai para a humanidade, "por isso, Deus o exaltou e lhe concedeu um título superior a todo título, para que diante do título de Jesus, todo joelho se dobre, no céu, na terra e no abismo; e toda língua confesse para glória de Deus Pai: Jesus Cristo é o Senhor!" (Filipenses 2, 9-11 - Bíblia do Peregrino)

Se Jesus é nosso modelo que deve ser seguido, como sempre vejo nos encontros, animadores e pregadores (as), coordenadores e tantos outros, dizendo isso, que devemos seguir o modelo do Mestre Jesus, seus exemplos, e inclusive, nesse mesmo encontro que fiz, o qual citei a história, foi dito isso umas 4 ou 5 vezes; então irmãos, penso em minha pequenez quando orava por este artigo: Se somos chamados a imitarmos o Mestre e até temos agenda cheia, repleta de eventos e missões, a exemplo do Mestre, que não parava, porque ainda muitos se detém como a boneca que pára diante da beleza e não se move, diante da superficialidade da experiência feita e alimentada - superficialmente - durante muito tempo, ou mesmo, até hoje, é comum vermos muitos, mas muitos mesmo na superficialidade de Jesus.

Admiram nosso ministério! São fãs do ministério e missão de muitos outros!
Mas não se movem...

Vão em eventos onde "grandes estrelas" ou "grandes nomes" de evangelizadores que conquistaram a mídia cristã e hoje lotam eventos - não que isso seja errado! - param na beleza do ministério e da missão e não vão na meta a missão e ministério precisam atingir! Falo isso como missionário!

Tenho dentro de mim, algo que me queima por dentro em querer ver os frutos daquilo que Deus me chamou a fazer. Anseio em cada pregação ou missão minha fora da pregação, que os testemunhos, os frutos apareçam - o que nem sempre acontece - e, assim como eu, penso que muitos, buscam cotidianamente uma maior intimidade com Jesus, ouvir Sua voz de forma total, clara, para não fugirmos de Sua vontade para nós. E quanto mais buscamos, parece que ainda estamos engatinhando... Ou não é assim?

Parar na superficialidade do ministério de algum irmão que, com certeza, para chegar onde chegou, teve e tem de pagar um  preço alto! Esse preço PROFUNDO, ninguém quer pagar!

Renúncia de família durante dias, às vezes!

Falta de conforto em várias missões, não por desleixo de quem chama, mas por causa das condições limitadas das pessoas... Quantas vezes não passamos por isso!

Mas, confesso, eu, Antonio Lucio, que esse preço da simplicidade acolhedora e limitada desses locais e irmãos, são eles que dão um sabor especial à profundidade do Cristo que buscamos!

Irmãos, não estou dizendo nada que desabone esses irmãos, que, com a graça de Deus, chegaram à alta visibilidade de seus ministérios, estão lá, graças a Deus, pois pagaram um preço para isso. Grande ou pequeno, o preço, não importa. Isso não nos cabe avaliar, pois quem deu o dom, a graça e o chamado, foi Deus e é com Ele que prestaremos contas se usufruímos de tudo isso bem ou mal, de coração puro ou não... Importa que, independente do grau de unção, verdadeira ou não, isso não é de nossa alçada, importa que saiamos da superficialidade, saiamos da superfície confortável da admiração e passemos à profundidade da missão de seguir a voz do Mestre que nos pede, MAR ADENTRO e não superfície à fora!

Tenho 
visto uma superficialidade monstruosa em vários âmbitos da Igreja, que se fosse detalhar, este artigo se estenderia por páginas e páginas...

Pessoas que têm ostentado uma missionariedade confortável ou uma santidade "light", que ainda nem sequer é mostrada em atos, muitas vezes.

Perdoem-me se sou muito realista, mas falta muita profundidade e sobra superficialidade.

Conversando com uma pessoa de liderança, ela me confessava que durante seu mandato de coordenação de grupo de oração, de duração de 3 anos, ela tenta preparar o próximo(a) e não conseguia, pois ninguém queria o compromisso de um coordenador!

Num evento diocesano, um coordenador regional com mais de 10 grupos em sua região de pastoreio, contava com a presença de, no máximo 5 grupos representados!!!

Numa formação de ministério, nível diocesano, com um contingente de mais de 100 grupos de oração, não mais que 50, 60 pessoas, no  máximo, estourando com muito exagero, estavam neste encontro!

Não que números, quantidade sejam as prioridades, mas o comprometimento profundo com Aquele que nos chamou!

Não um comprometimento superficial, onde vou quando dá, ou quando me convém, ou quando alguém de minha preferência é quem irá ministrar o encontro ou evento!!!

Que coisa medonha quando nos deparamos com essa superficialidade e  percebemos os estragos que esta última causa num grupo, grande ou pequeno, não importa, mas os estragos existem e se refletem muito mais do que se imagina!

Percebemos as chagas na Igreja, onde muitos Padres mesmo, que desejariam contar com seus paroquianos e não podem, devido à superficialidade de suas experiências que geram descompromisso com o Cristo! Razão maior de tudo o que fazemos!

É com lágrimas neste momento destas linhas, que reclamo e proclamo meu inconformismo com tal superficialidade, fazendo eco a muitas lideranças da Igreja, ordenados, consagrados ou não.

Faço eco à voz de muitos que tenho ouvido dizer que não tem com quem contar.

Não há quem assuma pastoral ou ministério "A", "B" ou "C".

Esta tem sido a frase que tenho ouvido inúmeras vezes por várias instâncias de liderança por onde tenho passado.

Como ser pescador de homens sem profundidade, mar adentro, até se misturar com o Cristo e entender na alma o que Paulo quis dizer com "...já não mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim." (Gálatas 2, 20)

E olhem que esse Paulo descobriu e experimentou na carne essa profundidade de Cristo!

Basta entrarmos na profundidade de 2 Coríntios capítulos 10, 11, 12 e 13.

O testemunho desse homem, faz nascer uma vergonha em mim que me impulsiona a me aprofundar mais neste mar e ser essa bonequinha de sal que chega a se misturar com a água e ser uma só com o mar!

Quero ser essa boneca de sal e ir até o profundo, até me dissolver por completo!

É com lágrimas que desejo isso, irmãos!

Como me falta esse dissolver-se em Cristo!

Como desejo isso, Senhor!

Irmãos, a superficialidade tem tomado vários setores da Igreja, mas graças sejam dadas a Jesus, pois Ele faz nascer muitos também que são profundos em seu caminhar com Cristo!

Graças a Deus, muitos tem ido ao profundo desse mar e percebemos pelo seu testemunho o quanto se dissolvem em Cristo... Se anulam muitas vezes e, como eu, são incompreendidos, colocados de lado, boicotados, isolados, mas, em Cristo, alcançamos a compreensão, somos colocados no caminho Dele, somos reconhecidos pela meta que almejamos e não pela beleza do que fazemos, somos inseridos no Seu Coração Eucarístico... Irmãos, saiamos deste comodismo frouxo que nos paralisa na superfície de um sofá confortável e vistamos as sandálias da missionariedade, na profundidade que nos impulsiona a sermos OUTRO CRISTO, mais conhecidos como CRISTÃOS!

Não existe cristão superficial, pois o Cristo não foi superficial, mas um Cristo profundo, que chegou à profundidade da crucifixão para nos deixar a profunda e maravilhosa ressurreição de presente, que nos faz experimentar a salvação plena!

Superficialidade versus profundidade!

Alguns loucos já se levantaram, assim como tenho procurado fazer, para dar uma goleada na superficialidade de alguns, dentro e fora da Igreja, fazendo a profundidade de Cristo ser a c ampeã de nossas almas, desejosas de obedecermos e satisfazermos o desejo da Igreja de dar a Cristo DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS.

Deus nos faça crescer, não somente em número, mas a partir do número, também na qualidade e profundidade.

Paz e fogo. Muita unção e sede de santidade!

Seu amigo e servo em Cristo Jesus, Antonio Lucio!

OS TOP 3 DA SEMANA!

Entre em contato comigo!

PASSARAM POR AQUI