Fundador
da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos
de Dom Bosco - SDB)
S. João Bosco nasceu em
Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família
de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua
vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas
dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios.
Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e
todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas
para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes
populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.
A 5 de Agosto de 1872, São
João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou
as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção
das jovens. Anos depois, fundou os "Salesianos
Externos", os "Cooperadores Salesianos". São leigos que
desejam partilhar os mesmos anseios educativos para o bem da juventude
pobre.
Desta espiritualidade salesiana, desabrochou um amplo movimento
salesiano: um instituto de leigas consagradas (as "voluntárias de
Dom Bosco"); muitas Congregações que aderem a este estilo de vida
e tantos "amigos de Dom Bosco", que afetiva e operativamente
se relacionam com este "mundo salesiano". Com sentimento de
humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu apenas de
projeto humano mas por iniciativa de Deus. Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).
DECRETO
PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)
No decorrer do século XIX, quando por toda a
parte, chegavam à maturação os venenosos frutos de
destruição da sociedade cristã, cujos germes haviam sido tão
largamente disseminados pelo século anterior,
a Igreja, principalmente
na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas contra si levantadas,
nesses tristes tempos, pela
maldade dos homens.
Contemporaneamente, porém, a
misericórdia divina enviou, para auxílio de sua Igreja, válidos
campeões, para que
evitassem a ruína e conservassem
entre o nosso povo a mais
preciosa das heranças recebidas
dos Apóstolos – a fé genuína de Cristo.
De fato, no meio das
dificuldades daqueles
tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e,
mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos
inimigos, logrou desmantelar as muralhas de Israel.
Sobressai entre os demais, por elevação
e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João Bosco
que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o século
passado, qual marco miliário apontando aos
povos o caminho da salvação. Porquanto,
“Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão de
Isaías, e “dirigiu todos os seus
passos”. E, na verdade,
o Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo,
resplandeceu diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o
coração de Deus, como educador inigualável da juventude, como
fundador de novas famílias religiosas e
como propagador da fé.
De humilde condição, nasceu João Bosco numa
casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de
Francisco e
Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de
agosto de 1815. Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos, cresceu na piedade sob a sábia e santa
guia materna. Desde menino, resplandeceu nele
uma índole excelente, a que andavam unidas grande agudeza de engenho
e tenacidade de memória,
aprendendo num instante quanto lhe era ensinado pelos
mestres, primando sempre, sem contestação, nas classes, pela
rapidez no aprender e facilidade
de intuição.
Depois de alguns anos de
áspera e laboriosa
pobreza, que lhe
rebusteceu a fibra, preparando-o para as mais árduas
provas, com o
consentimento da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso,
entrou para o seminário de Chieri, onde,
por espaço de seis anos,
se dedicou com ótimo aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação sacerdotal, em
Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos
meses após, admitido ao Colégio Eclesiástico de
São Francisco de Assis, sob a direção do bem-aventurado José
Cafasso, exercitou com grande vantagem
das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais,
nos cárceres, no confessionário e
na pregação da palavra de
Deus.
Formado assim neste exercício prático do
sagrado ministério, sentiu acender-se,
mais viva do que nunca em seu espírito,
a peculiar vocação alimentada por inspiração divina desde
sua adolescência, qual a de
atender e dirigir para o bom caminho a
juventude, particularmente a
abandonada. Sua
perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este
meio para preservar a sociedade da
ruína a que estava
ameaçada e, para a atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de
seu nobre coração com tão felizes resultados que, entre os educadores
cristãos contemporâneos, figura ele
indubitavelmente, em primeiro lugar.
O próprio nome “Oratório”, dado à sua instituição,
faz-nos ver sobre
quão firme base tenha construído todo o edifício, isto é,
sobre a doutrina e piedade cristã, sem a
que baldada se torna,
qualquer tentativa de arrancar
às paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais
mais nobres. Nisto,
porém, usava ele tanta
doçura que os jovens quase que, espontaneamente, sorviam e amavam a
piedade, não já constrangidos, mas por verdadeira convicção,
e uma vez ganho seu afeto,
levá-los-ia sem dificuldade para
o bem.
A fim de perpetuar a existência
de sua obra e prover assim
mais eficazmente a educação
juvenil, animado pelo Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX,
de santa memória, fundou a
“Pia Sociedade de São
Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o “Instituto das Filhas
de Maria Auxiliadora”.
Hoje as duas famílias
formam um conjunto de
quase vinte mil
membros, espalhados por
todo o mundo em cerca de mil
e quinhentas Casas. Milhares
e milhares de crianças de
ambos os sexos recebem sua formação literária e profissional.
Seus Filhos e
Filhas também se encarregam , generosamente,
da assistência aos enfermos
e aos leprosos e, alguns deles, contraindo
este terrível morbo,
sucumbiram vítimas
de sua caridade. Dignos
filhos de tão grande Pai!
Nem deve passar
desapercebida a instituição
dos Cooperadores, isto é,
uma associação de fiéis, em sua maioria
leigos que, animados
do mesmo espírito da
Sociedade Salesiana e como
essa dispostos a
qualquer obra de caridade, tem
por escopo prestar, segundo as circunstâncias, válido auxílio
aos párocos, aos bispos e ao
mesmo Sumo Pontífice.
Primeiro e notável
ensaio de “”Ação
católica!”
A Associação foi aprovada
por Pio IX e, em vida ainda
do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou
a cifra de oitenta
mil sócios.
Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito,
não se limitou tão somente ao
círculo das nações
católicas; alargando o
horizonte de sua caridade, enviou os missionários de
sua família religiosa à conquista dos gentios
para Cristo.
Aos primeiros que, chefiados
por João Cagliero, de santa e gloriosa
memória, se dedicaram à
evangelização das extremas terras da
América Meridional,
surgiram muitos e muitos
outros salesianos
que espalhados agora aqui e ali pelo mundo,
levam intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.
Quantas e quão grandes coisas tenha ele feito
e padecido pela Igreja e pela
tutela dos direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar,
portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de
Salomão: Deus lhe deu
sapiência e prudência extremamente
grande, e magnitude
imensurável como a areia que
está na praia do mar. (3
Re, 4, 29).
Deu-lhe Deus sapiência, pois
que, renunciando a todas as
coisas terrenas, aspirou unicamente promover a
glória de Deus e a salvação
das almas. Era seu mote: “Dai-me
as almas e ficai-vos com o
resto”.
Cultivou em grau supremo a humildade;
tornou-se insigne no espírito de oração, tendo a mente sempre
unida a Deus, se
bem que parecesse continuamente distraída por uma multidão de
afazeres.
Nutria extraordinária
devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora,
e experimentou
inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na cidade de Turim, o
célebre templo, do alto de cuja
cúpula campeia a Virgem
Auxiliadora, Mãe e Rainha,
sobre toda a casa de Valdoco.
Morreu santamente no
Senhor, em Turim, aos
31 de janeiro de 1888. Crescendo,
dia a dia, sua fama de
santidade, foram, pela Autoridade Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi introduzida por Pio X, de santa
memória, em 1907. A
Beatificação foi depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana,
com regozijo de toda a
Igreja, no dia 2 de junho de 1929.
Reencetada a Causa no ano
seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam
devessem ser atribuídas a milagre
divino. Pelo decreto de 19 de novembro deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e
atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.
Desfeita
a última dúvida, isto é, se
em vista da aprovação dos
dois milagres,
depois que a Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder
com segurança à sua solene Canonização.
Esta dúvida foi
proposta ao Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator
da Causa, na Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em
presença do Santo Padre no dia 28 de novembro.
Todos os eminentíssimos Cardeais presentes, Oficiais, Prelados e
Padres Consultores deram parecer unânime e
afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou,
deferindo, todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro
domingo do advento. Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de
1933, dia também consagrado a São Francisco Xavier,
padroeiro da Obra da Propagação da fé, fez a solene
declaração neste sentido.
A canonização teve lugar a 1 de abril de
1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção,
na presença de toda a Corte
Pontifical, no meio de um esplendor extraordinário,
diante de perto de 300.000
pessoas.
São José Cafasso – canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. (Consta no
texto como “bem-aventurado” porque o decreto pontifício é anterior
à sua canonização.)
Corpo
Incorrupto
Seu corpo permanece incorrupto na Basílica Maria
Auxiliadora de Turim, Itália. (Fonte da incorrupção:
http://sanjuanbosco33135.tripod.com/id31.html)
Reflexões:
São João Bosco é uma das figuras mais eminentes,
entre os santos dos nossos dias.
O bem que fez à família de
Cristo na terra e com isto às almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra, é o zelo
pelas almas. Outro
interesse não conhecia, a
não ser este: Ganhar almas
para o céu. Este
zelo o fazia exclamar: “Dai-me
almas, senhor, com todo
o mais podereis ficar”.
No trabalho pela salvação das almas, se esquece
de si próprio, sacrifica comodidade, conforto e
saúde. É incansável.
Dia e noite está ocupado com a realização de seu ideal:
Implantar nos corações dos jovens o amor a
Cristo e à Mãe Santíssima.
Seu apostolado, abençoado e
acompanhado pela mãe, é
grandioso e universal. Não
há ramo de ação católica que a obra de São João Bosco não abranja:
Ensino, doutrina, arte, caridade e
imprensa. Assim,
este grande santo apresenta
a personificação mais completa de Nosso Senhor em nossos
dias. Sua vida ativa e
contemplativa é a vida de Jesus
Cristo em perfeita imitação.
Demos graças a Deus por ter dado este grande apóstolo
à Igreja Católica e peçamos-lhe
a graça de, por intercessão de seu
santo servo, crescermos
cada vez mais no amor a Jesus Cristo,
a sua Santa Igreja
e aumente-nos de dia para
dia o zelo apostólico pela salvação das almas.
Zelo pela salvação das almas não é virtude que
somente aos sacerdotes deve
pertencer. O
mandamento da caridade se dirige
a todos, e a petição
“venha a nós ,o Vosso reino”, do Pai-Nosso,
fala-nos do dever que temos de trabalhar pela solidificação e
propagação do Reino de Deus sobre
a terra. Os pais devem
zelar pela santificação dos seus filhos;
os superiores tem
obrigação de promover a vida em
Deus dos seus súditos. Cada estado
tem deveres especiais,
que se relacionam ao bem espiritual
do próximo.
Quem julga que nada pode fazer pela salvação do
próximo, faça uso da oração
e edifique o próximo pelo
bom exemplo. Quem
diz não saber em que intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções mensais do Apostolado da Oração, abençoadas
pelo Santo Padre.
Fonte: Página Oriente
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