Em 2018 escrevi este artigo, em que, espero em Deus, tenha a chance de alcançar as almas que necessitem serem esclarecidas sobre este assunto.
E é um assunto que vem me incomodando há tempos.
Um dos males mais evidentes e venenosos que encontramos em muitos ambientes - não todos! - mas, em uma grande parte dos locais que frequentamos: a indiferença e distração religiosas que são percebidas, notadas e horrivelmente testemunhadas por todos que tem um olhar atento de discípulo (a).
Não escrevo este artigo para gente sem visão espiritual, mas para quem já deu passos na fé e gosta de aprofundar seus passos, assim como eu sempre gostei de fazer.
Muitos dirão que até Santa Teresinha era distraída... Eu concordo e a biografia dela testemunha isso, mas, ela, sabendo desta deficiência pessoal, lutava contra para então, ser como Deus sempre a quis: TODA DELE.
Significado de Indiferença -substantivo feminino
1) Estado de tranquilidade daquele que não se envolve com as situações; desprendimento. "via a morte com total i."
2) Falta de interesse, de atenção, de cuidado, de consideração; descaso; desdém.
"i. pela dor alheia"
"i. pela dor alheia"
3) Ausência de comoção ou interesse para com qualquer estímulo; apatia, ataraxia.
4) Estado daquele que não se deixa conduzir por sentimentos arrebatadores como amor, ódio, raiva etc.; distanciamento, frieza.
Origem - ETIM lat.tar. indifferentĭa,ae 'indiferença'
Significado de Distração - substantivo feminino
Falta de atenção. Irreflexão, esquecimento, inadvertência. Entretenimento, passatempo, divertimento, recreação.
Origem - ETIM lat. distractĭo,ōnis 'divisão, separação, desunião, afastamento, venda ao retalho', der. de distractum, supn. de distrahĕre 'puxar para diversas partes, destruir um todo em partes, rasgar, dividir, vender a retalho.
Fazendo algumas pesquisas, também fiz algumas constatações pessoais, principalmente por onde andamos em missão, onde Deus me deu a graça de ser muito observador e ver detalhes que escapam, muitas vezes aos olhos de quem está ao meu redor, mas que não me passa desapercebido.
D. Estevão Bettencourt, Osb, na revista "Pergunte e Responderemos", n° 206, p. 51 no ano de 1977(http://cleofas.com.br/indiferenca-religiosa-por-que-que-significa-eb-parte-1/), escreve de forma detalhada sobre o indiferentismo religioso que assola nossa sociedade hoje, ainda que há anos atrás já era notável essa corrente indiferente dentro e fora da Igreja.
Como nosso foco não será somente na indiferença, então cito acima o link do referido artigo, e explano sobre este assunto acrescentando também sobre a distração religiosa.
A verdade é que, lamentavelmente, nossa sociedade está vivendo um relativismo religioso crescente e terrivelmente avassalador - também - dentro da Igreja em seus movimentos, pastorais, ministérios... Enfim, em quase todos os âmbitos da sociedade ou da Igreja, percebemos pessoas indiferentes e distraídas no que diz respeito ao Sagrado e profano.
Não só no que se trata de defesa doutrinária, onde cada um defende seu peixe e sua pesca, mas num verdadeiro movimento de banir a Deus ou qualquer religião ou profissão de fé ou crença.
Lamentavelmente, a sociedade, aos poucos e de forma gritante, vem banindo a Deus em todos os sentidos, moral, religioso, social, etc.. Como consequência, a religião vem sendo banida junto nesse pacote. Mas porquê? Essa é a grande pergunta que me incomodava a alma ao iniciar a idéia de escrever este artigo.
Cheguei à conclusão de que a indiferença religiosa e a distração, são raízes ramificadas do relativismo religioso que veio como um "Tsunami" avassalador sobre a sociedade, de forma especial, a juventude e uma boa parte dos adultos e idosos, que começam então a engrossar ainda mais esta avalanche de indiferença e distração.
Estão todos conectados, logados e antenados em redes sociais, nos Smartphones, Ipod's e Ipad's, Tablet's, notebooks e netbooks, mas completa ou parcialmente "desconectados" de Deus.
Vida de oração ou interior, castidade, missão, chamado, fidelidade à Palavra de Deus, terço, ainda que sejam valorizadas por muitos que se levantaram nestes últimos tempos, estas práticas tem sido um verdadeiro escândalo quando assim queremos viver de forma correta e coerente.
E isso, dentro da Igreja, de forma crescente e assustadora, vem tomando uma forma terrível de cristãos "light", como dizia o servo de Deus, saudoso Padre Léo, cristãos que sabem destrinchar um celular ou Iphone em questão de minutos, mas peçamos para fazer um ato de contrição, exame de consciência ou perguntar sobre o que essa pessoa é ou pensa em ser, qual a missão dela, perceberemos que, na maioria das vezes teremos como que um "travamento" por parte do perguntado e não teremos certas respostas ou teremos um joguete de palavras que farão rodeios sem jamais chegar na resposta.
"VIGIA TEUS PASSOS QUANDO VAIS À CASA DE DEUS: 'A OBEDIÊNCIA É MAIS ACEITÁVEL QUE OS SACRFÍCIOS DOS NÉSCIOS, QUE AGEM MAL SEM PERCEBER."
(Eclesiastes 4, 17 - Tradução da Bíblia do Peregrino)
néscio -adjetivo substantivo masculino
2. que ou aquele que não tem aptidão ou competência; incapaz, inepto.
A passagem acima diz que precisamos vigiar nossos passos quando vamos à casa de Deus, à Igreja. Não de qualquer jeito, mas com vigilância, com atenção, com zelo, preparado para O encontro!
Como tenho identificado pessoas indiferentes dentro e fora da Igreja!
No Santo Sacrifício da Missa é um escândalo de indiferença, onde, dependendo do sacerdote, as pessoas chegam a dormir e saem da Santa Missa de peito estufado achando que Deus lhe deve favores por cumprir preceito.
Pergunte sobre a primeira leitura da Liturgia da Palavra ou mesmo o Evangelho que foi proclamado.
Dependendo da qualidade da pessoa, você e eu podemos ficar boquiabertos com o que escutaremos.
Não se tem mais atenção, foco... Eu diria até mesmo, amor para com Jesus, para com Deus.
Aliás, D. Estevão, supracitado, diz que a indiferença é a antítese, o oposto do amor.
Como amar de forma indiferente, visto que o amor implica a atenção para com o ser amado, ainda e muito mais quando este outro "SER", seja o próprio Deus!!!
Nas missões, quando eu prego, se percebe no olhar das pessoas que a Palavra não entra e, simplesmente, são indiferentes à proclamação, ao anúncio, ao que está sendo pregado... Na Santa Missa, a mesma coisa... Em encontros, a indiferença é tamanha que todos estão imbuídos e loucos pelo show místico, pelo barulho da suposta unção, da oração do "fogo", das motivações que saem mais das empolgações pessoais do que propriamente, da inspiração de Deus, como se Deus tivesse de fazer força para ser ungido... ABSURDO, não?
A distração não está num degrau abaixo.
Infelizmente a indiferença e a distração tem andado lado a lado contra qualquer anúncio, profecia, evangelização que se faça, dentro ou fora da Igreja, não em 100%, mas, com certeza, está beirando os 70% fácil, fácil.
Conferimos muito esta distração entre a juventude.
A idade e a fase pela qual passam até favorecem tais atitudes, mas conheço jovens que dão um banho de zelo e foco em muito adulto por aí.
Fico impressionado como a tecnologia, que deveria ser - e é - uma baita ferramenta para a evangelização, se torna uma inimiga em potencial com seus smartphones e similares, gerando mais calos mais nos dedos que nos joelhos.
Os aplicativos de bíblia nos celulares tiraram as bíblias das mãos dos católicos e o amor pela Palavra, em procurar capítulos e versículos, e, quando vem o anúncio, uma mosca ou uma conversa é mais interessante e distrai muito mais do que Deus.
Isso não pode ser generalizado, mas que acontece demais, isso é fato.
Nos retiros e encontros da RCC a distração e a indiferença, chegam a irritar, pois, na maioria das vezes, parte de quem já tem passos dados no movimento - os dito-cujos SERVOS.
Pessoas que vão orar pelas outras pessoas e, quando estão de mãos impostas, estão olhando ao redor, para a porta da Igreja ou da sala, sem muita atenção ao que esteja orando ou a quem é dirigida a oração. Distração ou indiferença pelo que se está fazendo e por quem estamos fazendo?
A indiferença de quem diz: "O que importa é o que está no meu coração..." ou a distração de quem está no encontro e depois de ter ouvido capítulo e versículo a ser proclamado pergunta "qual mesmo"?
Por diversas vezes, encontramos Jesus falando sobre vigilância (cf. Mateus 24, 45-51; Mateus 25, 1-13; Lucas 21, 34-36).
São Paulo e São Pedro também falam de vigilância e não de distração ou indiferença... (cf. Romanos 13, 11-14;1 Pedro 5, 8; 2 Pedro 3, 18)
Prefiro trilhar na segurança das Palavras de Jesus de Mateus 24.
Somente nos últimos versículos que Jesus chama a atenção à vigilância sobre todos os acontecimentos que Ele havia dito.
A indiferença e a distração nos tem feito ter um olhar alheio às realidades que estão acontecendo no mundo espiritual e realmente no nosso plano humano e muitos estão tentando dar um ar de que "tudo está bem...", que "estamos vivendo um tempo de bênção"... Enfim... Sabemos e vemos que não é bem assim.
Irmãos, com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, inaugurou-se a economia sacramental através da Igreja que nascia. Portanto, desde esse tempo, estamos no tempo da Misericórdia, o Tempo da Graça, mas as escrituras estão dizendo através da boca de Jesus que dizia:
Não podemos e nem temos o direito de tirar a esperança de ninguém ou fechar portas de esperança das pessoas, mas, da mesma forma, não temos o direito, igualmente de omitir e disfarçar que isso não está ocorrendo.
Quantos por aí estão falando como se fossem donos da verdade por aí, pretendendo até reescrever a Bíblia com a própria linguagem e comentário?
Quantas guerras e rumores de guerras estamos ouvindo nos últimos tempos?
Olhemos para perto de nós e vejamos a situação do Rio de Janeiro, com a violência explícita e crime organizado comandando, de certa forma, essa cidade!
Olhemos a situação da Ucrânia e Rússia com uma guerra que vem se alastrando há anos desde que começou há pouco tempo! Olhem a situação de Israel e a Palestina com uma guerra violenta despontando...
São rumores de guerras que estão acontecendo.
Quanta fome em nosso mundo... Quantos terremotos acontecendo...
Alguns são terríveis destruidores como aconteceu no Haiti, no México e em outros lugares...
Vejo bem poucos falando destas verdades que estão acontecendo, mas tentam ser indiferentes e distraem os menos atentos com um discurso adocicado anestesiando as pessoas em relação a fatos que não nos tiram a esperança, mas que comprovam que nós fomos avisados com todo o amor de Jesus para com a humanidade.
A indiferença das pessoas diante de um momento de oração, de uma Santa Missa, formação, eventos de qualquer espécie... Vemos as pessoas interessadas, as que só estão interessadas em parte do assunto ou em pessoas para ficarem de conversa enquanto se dá o evento ou a palestra ou pregação - dizendo ser partilha! Mas fora de hora? - , e as pessoas que estão de coração aberto, ansiosas e atentas ao que Deus está trabalhando.
A distração das pessoas - DA IGREJA, INCLUSIVE! - que se distraem com seu "milhão" de coisas a fazerem e se preocupar e, na maioria das vezes, esquecem do essencial que é Deus... Da experiência do SER antes da responsabilidade do FAZER.
Deixar de fazer, então? Claro que não!!!!
Mas é experimentar o Deus que nos faz ser para fazer o Reino se estender pela Terra, implicando a busca de nossa santidade para apressar o Senhor que vem!!!!
Muitos nos odiarão por causa do Nome de Jesus (Cf. Mateus 24, 9).
Muitos estão traindo a si mesmos e a Igreja (Mateus 24, 10).
Em muitos o amor, aquele primeiro amor que nos fez apaixonar por Jesus a primeira vez, esse esfriou, e, como consequência, esfria-se na oração, no contato constante com Deus, esfria-se na leitura e meditação da Palavra de Deus e dedica-se muito tempo a celulares, aplicativos, redes sociais, mas a Palavra de Deus vira "algo", quase que um "acessório" não obrigatório em Grupos de oração, eventos, encontros até de servos sem a Bíblia... Onde iremos parar, hein!?
A Promessa de Jesus é exatamente a quem aguentar até o fim e não desistir no meio do caminho como muitos estão fazendo... (Cf. Mateus 24, 13)
Não vejo ninguém que vive com esses discursos adocicados falando de Mateus 24, 15.
Veja você mesmo, que está lendo este artigo, do que se trata esta passagem.
Não estou falando que temos de adotar um discurso fatalista e apocalíptico ou catastrófico, completamente alheio da misericórdia de Deus, não, de forma alguma!
Estou dizendo que temos de ter o coração em Deus e os pés no chão, atentos à Escritura e aos fatos que, espiritualmente, são reais!
Todos estão na fase do entretenimento, da diversão, do "eu tenho direito...", do relativo e subjetivo...
É como diz Mateus 25, 1-13... Virgens prudentes e imprudentes... Todas virgens... Mas umas prudentes e outras imprudentes.
Distraídos e indiferentes e ardorosos e vigilantes... Onde nos encaixamos?
É lamentável ver isso em quem deveria ser testemunha de vigilância... Lideranças, servos, pregadores, intercessores e por aí vai... Uma indiferença de quem caminha há algum tempo... Distração de quem já perdeu seu foco porque já "sabe disso ou daquilo...".
Pior é que estes acabam distraindo outros com sua falta de exemplo.
Quem vem atrás, acaba de chegar se mira nestes "ícones" indiferentes e distraídos...
Viraram mitos.
Mito não evangeliza, querido(a).
Mito virou história e, Deus assim o permita, poucas vezes são lembrados pelos "atuais", pelos "descolados" no espírito que fazem as pessoas prestarem atenção neles, distraindo do verdadeiro sentido da salvação...
A SALVAÇÃO ESTÁ EM CRISTO! NÃO EM MITOS!!!
A Igreja nos apresenta esse Cristo de verdade e, por isso, é tão atacada e criticada, ao invés de conhecerem-na, preferem a via mais fácil: ATAQUE E CRÍTICA...
Que tal viver o que tem que ser vivido e apressar a vinda do Senhor com nossa Santidade?
Penso que 1 Tessalonicenses 4, 3 precisa ser nossa regra, dos que estão atentos no Espírito para os detalhes espirituais que estão acontecendo.
Que Deus nos batize no Espírito Santo e nos torne atentos neste mesmo Espírito às coisas do alto. (Colossenses 3, 1-3)
Deste seu servo em Cristo, Antonio Lucio - Ministério de Pregação e sede de santidade!
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